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ENSINO DE GRAMÁTICA E ANÁLISE LINGUÍSTICA: UMA
ANÁLISE SEMIÓTICA DO DISCURSO DO PROFESSOR
SILVA, Oziel Pereira da1
SILVA, Luiza Helena Oliveira da2
RESUMO
Nas últimas décadas, o ensino de Língua Portuguesa tem sido
objeto de questionamentos constantes, sendo a questão
central das discussões o ensino da Gramática Normativa, em
virtude de esta ocupar lugar privilegiado/exclusividade no
roteiro de trabalho de boa parte dos professores. Entretanto,
estudiosos têm constatado que a prática tradicional-normativa,
por privilegiar a transmissão e a memorização da nomenclatura
gramatical com suas inúmeras classificações e regras [à parte
do texto], pouco tem contribuído para a formação e o
1
Mestrando em Ensino de Língua e Literatura pelo Programa de PósGraduação em Letras (PPGL/MELL) da Universidade Federal do TocantinsUFT, Campus de Araguaína. E-mail:[email protected]
2
Doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ).
Docente do Programa de Pós-Graduação em Letras: Ensino de Língua e
Literatura (PPGL/MELL) da Universidade Federal do Tocantins-UFT,
Campus de Araguaína. E-mail: [email protected]
v. 6, n. 1, jan./abr. 2014
UnirG, Gurupi, TO, Brasil
desenvolvimento da competência linguístico-discursiva dos
alunos, cujos resultados refletem nos sistemas de avaliação de
desempenho. Assim, a questionável eficiência desse modelo
abriu precedentes para o surgimento de outra proposta, a
Análise Linguística (AL). Esta propõe o estudo dos conteúdos
gramaticais a partir de textos que circulam socialmente,
levando o aluno a uma reflexão sobre a função dos recursos
linguísticos neles empregados. Desse modo, o presente artigo
procura compreender o discurso do professor de língua
materna, a fim de verificar como ele se posiciona quanto a
essas duas possibilidades de ensino. O percurso teórico foi
subsidiado pelos pressupostos da Semiótica Discursiva e o
metodológico por uma abordagem qualitativa. Os dados foram
gerados a partir de entrevistas semiestruturadas com dois
professores do Ensino Médio e os resultados revelaram que,
apesar do reconhecimento da necessidade de mudança
teórico-metodológica da práxis, desenvolvem-na sem muita
clareza do que realmente é a Análise Linguística.
Palavras-chave: Ensino de gramática. Análise Linguística.
Semiótica.
GRAMMAR TEACHING AND LANGUAGE ANALYSIS: A
SEMIOTIC ANALYSIS OF TEACHER´S DISCOURSE.
ABSTRACT
In the last decades, Portuguese
language teaching has been
the reason for chronic or constant critiques and the central
question of its discussion has been
grammar
as
such a language
teaching of normative
is in an exclusive or even
privileged place as part of the daily work of teachers. However,
numerous
scholars have observed
normative practice, which encourages
memorization
that the traditional
transmission and
of grammar nomenclature with its many
classifications and rules, has not contributed for the formation
v. 6, n. 1, jan./abr. 2014
UnirG, Gurupi, TO, Brasil
and development of discursive and linguistic ability and the
results
impact
in the performance
assessment systems.
Thus, the doubtful effectiveness of such a model encouraged
the emergence of an alternative proposal: Linguistic analysis or
LA. This method proposes the study of grammar content from
texts circulating socially, thus taking the student to a reflexive
position about the function and linguistic resources used into
the texts. In this way, the current study aims tocomprehend the
discourse of a native language teacher, so as to evaluate how
he or she
act or think when faced with this two teaching
systems. The theoretical base for this study came from material
based on semi – structured interviews with two teachers from
high school. Results demonstrated that even when the need for
change is recognized, the practice using the new method is
used without a clear and strong understanding of linguistic
analysis.
Keywords: Grammar teaching. Linguistic Analysis. Semiotics.
v. 6, n. 1, jan./abr. 2014
UnirG, Gurupi, TO, Brasil
194
1 INTRODUÇÃO
De outro lado, tem-se uma
O domínio de uma língua por
proposta
que
intenta
superar
os
seus falantes é um bem cultural de
fracassos resultantes da utilização da
valor
concepção tradicional de ensino de
inestimável,
uma
vez
que,
enquanto marca identitária, ela os
língua.
significa
pares,
reflexão sobre a língua [epiliguísticas]
agem
se
perante
constituindo-os
os
seus
sujeitos
que
Nesta,
as
sobrepõem
atividades
às
de
definição,
ativamente por meio dela para a
classificação
construção
a
[metalinguísticas] (BRASIL, 1998). O
transformação do contexto no qual se
trabalho com os elementos gramaticais
acham inseridos.
visa não à memorização, mas à
e,
ainda,
para
e
de
exercitação
É interessante notar, porém,
construção do sentido do texto, a partir
que o entendimento de como se dá a
da função que nele desempenham.
efetiva apropriação de uma língua por
Nessa perspectiva, as formas da
uma comunidade varia segundo as
língua estão a serviço da construção
diferentes concepções, isto é, há
das
modos distintos de conceber como os
produção textual. Essa proposta de
saberes
renovação
linguísticos
construídos para
desenvolvam
que
suas
linguístico-discursivas.
devem
ser
os falantes
competências
Geralmente
tem-se, de um lado, uma postura mais
habilidades
de
que
leitura
e
intenta
de
uma
substituição às atividades puramente
gramaticais
é
chamada
análise
linguística.
Sabe-se
que
o
ensino
de
tradicional que tenta manter o status
análise
quo, em nome da preservação e da
desafiador para os docentes, haja vista
valorização
de
terem recebido, em sua maioria, uma
linguagem [construídos sob a noção
formação nos moldes tradicionais e
de “certo” e “errado”] e que, por isso
isso redundará, salvo exceções, em
mesmo, faz uso de uma metodologia
práticas
que privilegia o ensino prescritivo das
metalinguística.
dos
bons
hábitos
formas linguísticas [à parte do texto],
linguística
Assim,
mostra-se
de
para
reprodução
compreender
com vistas a um melhor domínio do
melhor como o ensino de gramática se
código pelo aluno.
desenvolve nas salas de aula, será
brevemente
analisada
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
a
Proposta
195
Curricular do Ensino Médio do Estado
constitui em um objeto complexo que
do Pará, considerando que as ações
para ser compreendido, deve ser
do
analisado
professor
segundo
as
são
desenvolvidas
orientações
nela
constantes.
além
de
dados
estatísticos que apenas confirmam
hipóteses.
O objetivo deste trabalho foi
verificar como o professor de língua
Sobre esse aspecto Lüdke e
André (1986, p.3-5) asseguram que
materna se posiciona em relação ao
[...] como atividade humana e social, a
pesquisa traz consigo, inevitavelmente,
a carga de valores, preferências,
interesses e princípios que orientam o
pesquisador. [...] Assim, a sua visão de
mundo, os pontos de partida, os
fundamentos para a compreensão e
explicação desse mundo irão influenciar
a maneira como ele proprõe suas
pesquisas [...] Não há, portanto,
possibilidade de se estabelecer uma
separação nítida e asséptica entre o
pesquisador e o que ele estuda e
também os resultados do que ele
estuda. Ele não se abriga, como se
queria anteriormente, em uma posição
de neutralidade científica [...].
ensino tradicional de gramática e como
ele constrói seu discurso frente os
novos desafios impostos por essa
nova abordagem de ensino, a Análise
Linguística. Os princípios da Semiótica
Discursiva serviram de base para a
análise das entrevistas, cujos dados
foram gerados em 21de agosto de
2013.
2 MATERIAS E MÉTODOS
Nessa perspectiva, os dados
Trata-se de uma pesquisa de
natureza
para
qualitativa
interpretativista
são gerados em seu ambiente natural,
com
o
uso
de
questionários,
(CHIZZOTTI, 2006; LÜDKE; ANDRÉ,
entrevistas,
1986;
2008),
objetividade dá lugar à subjetividade
considerando que o método qualitativo
do pesquisador, entendida aqui não
propõe um percurso diferente para a
como uma ação contemplativa, mas
produção do conhecimento, ou seja, a
como uma atividade fundamentada em
preocupação não está em quantificar
pressupostos
os
em
permitam uma visão aprofundada dos
(TRIVIÑOS,
fatos e garantam a qualidade do
1987 p.132) e, muito menos, em
processo. A análise dos dados não
manter o pesquisador distante de seu
requer, necessariamente, o uso de
objeto de pesquisa. Acredita-se que
métodos
como a realidade educacional se
entretanto, deles fazer uso.
BORTONI-RICARDO,
dados,
quantidades
em
coletá-los
elevadas
observações
teóricos
estatísticos
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
etc.
que
A
lhe
podendo,
196
De maneira geral, prioriza-se a
compreensão,
a
ampliação
o
leva quase que invariavelmente a falar
questões
de gramática, tamanha é a relação que
valores,
se faz entre elas. Isso se deve ao fato
discursos etc.) valorizando-se todos os
de que, por anos a fio, prevaleceu (?)
dados da realidade estudada e o
entre os brasileiros um ensino no qual
significado que as pessoas atribuem à
a
vida e às coisas que integram seu
expressão
cotidiano.
resquício da filosofia grega, portanto.
aprofundamento
pesquisadas
das
(impressões,
Participaram
da
e
Falar de linguagem, no Brasil,
pesquisa
linguagem
era
do
usada
como
pensamento,
um
2
O objetivo desse tipo de ensino
professores do Ensino Médio de uma
era padronizar/uniformizar a língua,
Escola
tratando-a,
Estadual no
município
de
assim,
como
elemento
Conceição do Araguaia-PA. Para a
estático e homogêneo. Essa era a
devida preservação do anonimato, os
razão pela qual havia tanto interesse
professores foram identificados como
de seus proponentes em fazer com
D.A (Docente “A”) e D.B (Docente “B”).
que
Ressalta-se
terminologia gramatical.
que:
i)
Ambos
os
os
alunos
aprendessem
a
participantes possuem graduação e
Curioso, porém, é que esse
especialização na área em apreço; ii)
interesse pela padronização da língua
Para a geração dos dados foram
perdura até os dias atuais, em que boa
realizadas
entrevistas
parte do professorado ainda lança mão
permitiram
de conceitos e de metodologias que
interpretar, em determinado grau, o
pouco (ou quase nada)acrescentam ao
nível de compreensão dos professores
desenvolvimento
sobre a Análise Linguística, bem como
linguístico-discursiva
o conflito constante vivenciado por
visto anularem o sujeito enquanto
eles
nova
participante ativo da construção de
normativo-
enunciados significativos, bem como
semiestruturadas
entre
proposta
e
que
adoção
o
dessa
ensino
prescritivista de gramática.
da
competência
dos
discentes,
os aspectos exteriores ao sistema da
língua.
3
TRADIÇÃO
ENSINO
COM
METALINGUAGEM
GRAMATICAL:
FOCO
NA
O
principal
equívoco
dessa
abordagem reside não em ensinar a
norma padrão, mas em como a efetiva,
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
197
ou
seja,
por
meio
do
conhecimento/reconhecimento
Outrossim,
não
é
fácil
das
abandonar uma prática já enraizada na
estruturas linguísticas, de exemplos
tradição e assumir, de imediato, outra
criados para fins de memorização da
configuração
teoria e de repetitivos exercícios de
fundamentos
fixação, futuramente cobrados em um
inquestionáveis.
que
contrarie
tidos
como
processo avaliativo(ANTUNES, 2003).
Compreende-se, portanto, que a
4 A PROPOSTA CURRICULAR DO
preocupação está em transmitir ao
ESTADO DO PARÁ PARA O ENSINO
estudante a nomenclatura gramatical,
MÉDIO
desvinculada,
por
sua
vez,
de
Desde
a
implantação
quaisquer relações com os aspectos
Parâmetros
interacionais,
(PCN), no final da década de 1990, há
discursivos
e
um
enunciativos da linguagem.
O
tom
afirmações
incisivo
pode
levar
Curriculares
dos
esforço
quase
Nacionais
comum
em
dessas
substituir o antigo paradigma por outro
leitor
que possibilite aos discentes uma
o
desavisado a pensar que se está
reflexão
criticando os professores de língua
executam no dia a dia da sala de aula.
materna, o que não é verdade. Alguns
Conforme visto acima, o modelo
profissionais,
consciente
inconscientemente,
reproduzindo
durante
o
suas
jornadas
as
atividades
que
ou
tradicional de ensino não comporta
apenas
mais as exigências linguísticas atuais,
aprenderam
que são vivas e dinâmicas, e cujas
estão
que
sobre
escolares.
manifestações,
muitas
vezes,
Ademais, esmeram-se para fazer o
escapam às prescrições da gramática
melhor
normativa.
que
podem.
Falta-lhes,
possivelmente, uma melhor formação,
Todavia,
o
quase
acima
porém não devem ser condenados a
utilizado tem sua presença justificada,
carregar
os
posto que ainda há a insistência no
fracassos apontados nos sistemas de
ensino de um currículo que privilegia a
avaliação, uma vez que se tem uma
abordagem acrítica da nomenclatura
herança educacional que apresenta
gramatical,
problemas de variadas ordens.
encontrara mais de quinze anos da
sobre
seus
ombros
publicação
apesar
do
dos
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
país
se
Parâmetros
198
Curriculares Nacionais (PCN, 1997;
objetivo é “[...] minimizar o impacto da
1998 etc.) e de outras normativas
passagem do Ensino Médio para o
oficiais.
Ensino Superior” (UEPA, s/d).
Para uma rápida constatação,
Os
basta olhar a Proposta Curricular do
atividades
Ensino Médio do Estado do Pará, que
junto aos discentes tenham como
segue a forma canônica de disposição
referencial o eixo Uso/Reflexão/Uso,
dos conteúdos, com uma novidade
com vistas ao desenvolvimento das
aqui,
habilidades de fala, escuta, leitura e
outra
significativo.
ali,
Nada
mas
nada
que
de
realmente
PCN
a
propõem
serem
que
as
desenvolvidas
escrita
apresente proposta de mudança.
[...] pois é na prática de reflexão sobre a
língua e a linguagem que pode se dar a
construção
de
instrumentos
que
permitirão ao sujeito o desenvolvimento
da competência discursiva para falar,
escutar, ler e escrever nas diversas
situações de interação (PCN, 1998
p.34).
Vale ressaltar que a escolha de
análise dessa proposta se deve ao fato
de que ela está estruturada segundo
os critérios do Programa de Ingresso
Seriado (PRISE) que, ao lado do
Processo Seletivo (PROSEL), é uma
Desse modo, a fim de verificar
das formas de acesso aos cursos de
se a proposta curricular utilizada pelas
graduação da Universidade do Estado
escolas apresenta os conteúdos de
do
evidente,
maneira articulada com o que propõem
portanto, que o conteúdo ensinado é
os PCN, buscou-se analisar o discurso
aquele
da proposta curricular de LP do estado
Pará
(UEPA).
que
ajuda
Fica
os
alunos
a
passarem no vestibular... da UEPA.
Implantado em 1997, o PRISE é
destinado
aos
alunos
que
do Pará, realizando-se, para isso, um
contraponto entre eles.
estão
Digna de nota é a menção das
cursando uma das séries do Ensino
competências e habilidades requeridas
Médio, de modo que, a cada uma das
para
séries corresponde uma das etapas
demonstração de concordância com
desse programa: 1º ano (1ª etapa)
os
Eixo temático: Leitura e Linguagens; 2º
conforme
ano (2ª etapa) Eixo temático: Leitura e
discrepâncias com o projeto oficial.
Linguagens e 3º ano (3ª etapa) Eixo
temático: Leitura e Produção textual. O
cada
preceitos
se
série,
dos
uma
tímida
PCN.
Todavia,
há
algumas
verá,
De início, convém notar que os
conteúdos
são
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
trabalhados
199
separadamente,
isto
é,
língua,
literatura e redação. Ou ainda: Língua
há excessiva valorização da gramática
tradicional.
Portuguesa 1 (língua e redação) e
Língua
Portuguesa
2
(literatura).
5
ANÁLISE
LINGUÍSTICA:
UMA
Portanto, não há articulação entre os
TENTATIVA DE ROMPIMENTO COM
saberes, mas sim fragmentação, o que
A
contraria as normas oficiais: “[...] evitar
NORMATIVA
a compartimentalização, mediante a
PRÁTICA
TRADICIONAL-
Afirmou-se,
no
início
deste
interdisciplinaridade; e incentivar o
trabalho, que alguns estudiosos têm
raciocínio e a capacidade de aprender”
questionado o ensino normativo da
(BRASIL, 2000, p. 4; BRASIL, 1998
língua
p.36).
ANTUNES, 2003 e 2007; BAGNO,
Outro aspecto relevante é que
materna(GERALDI
2004;
2007; SILVA, 2011).
não há exigência explícita de trabalho
De um lado existem os que
com e a partir dos gêneros textuais.
insistem em manter uma metodologia
Mais curioso, ainda, é que a produção
que enfoca as formas linguísticas por
textual é expressamente requerida
elas mesmas e, de outro, os que
apenas na última etapa do programa.
objetivam um ensino que favoreça a
Constatou-se,
ainda,
que,
reflexão sobre o uso das formas
apesar da definição dos conteúdos
linguísticas
para o ensino, não há especificação
favoreça
dos objetivos para as séries-alvo. Além
capacidades
do mais, os conteúdos e a quantidade
dos
a serem ensinados são os mesmos
intenciona-se o rompimento com a
desde sempre. Há, na verdade, uma
prática tradicional-normativa de ensino
exagerada preocupação em repassar
de gramática.
os conteúdos, independentemente de
haver ou não aprendizagem.
Assim, pode-se afirmar que há
e
o
que,
igualmente,
desenvolvimento
das
linguístico-discursivas
discentes.
Noutras
palavras:
O passo inicial foi dado com a
aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (Lei 9394/96), que
discordância entre o que propõem os
criou
as
bases
legais
para
PCN e a Proposta Curricular do
reestruturação
Estado do Pará, uma vez que, além de
educacional.
os conteúdos não serem articulados,
aprovação, toda a educação do país
do
Logo,
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
a
sistema
com
sua
200
passou por uma reforma: uma nova
a metalinguagem descontextualizada,
divisão foi implantada e objetivos
de frases inventadas e com foco nas
foram modificados, a educação básica
unidades mínimas da língua (fonema,
foi ampliada e o ensino passou a ser
palavra, frase etc.), mas um ensino
baseado
efetivamente fundamentado no texto e
em
habilidades
e
competências. Agora,
que priorizasse a reflexão sobre as
O novo ensino médio [...] deixa [...] de
ser apenas preparatório para o ensino
superior
ou
estritamente
profissionalizante, para assumir a
responsabilidade de completar a
educação básica. Em qualquer de
suas modalidades, isso significa
preparar para a vida, qualificar para a
cidadania e capacitar para o
aprendizado permanente [...] (BRASIL,
2000, p.8).
formas linguísticas (suas funções) e,
de igual modo, a importância destas
para a construção dos sentidos nele
contidos.
Mendonça (2006, p.205) afirma
que “[...] o que configura um trabalho
de AL é a reflexão recorrente e
organizada, voltada para a produção
Antes dessa reforma o ensino
era
baseado
no
depósito
de
informações e na memorização, sendo
que o principal objetivo da última etapa
de sentidos para a compreensão mais
ampla
Certamente,
inovador
o
nesse
que
há
processo
na
reflexão
sobre
de
os
utilizado pelo professor para efetivar
essa reflexão sobre a língua será a
Análise Linguística (AL).
Geraldi (1984) no artigo Unidades
básicas do ensino de português. Nele,
abordagem
propunha
de
sistema
Ao tomar o texto como unidade
serão abordados, portanto, a partir
dele e, não, à parte dele.
Geraldi assinala, ainda, que a
partir
dos
textos
dos
alunos,
o
professor deve considerar os efeitos
de sentido, e não apenas questões
ortográficas e sintáticas, de modo que
leve esses alunos a socializar suas
Esse termo foi cunhado por
autor
do
de análise, os aspectos gramaticais
de
elementos linguísticos. E o mecanismo
o
e
a formação de leitores-escritores [...]”.
transformação é o foco do ensino
baseado
usos
linguístico, com o fim de contribuir para
da educação básica era preparar o
educando para prestar o vestibular.
dos
uma
estudo/ensino
nova
da
produções com seus pares e não
somente com o professor, na maioria
das vezes único interlocutor. Sendo
assim, a abordagem dos fenômenos
gramaticais,
textuais
gramática na qual teria prioridade não
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
e
discursivos
201
deve acontecer a partir de produções
das
escritas dos alunos.
concretamente, dos discursos que o
Em
linhas
gerais,
pode-se
formas
da
linguagem,
mais
manifestam [...]”.
afirmar que a AL considera o sujeito
Vale ressaltar que, para a teoria
como participante ativo do processo de
em estudo, o sentido de um texto
interlocução
seu
decorre da união entre o plano do
desenvolvimento linguístico-discursivo
conteúdo e o plano da expressão.
mediante práticas contextualizadas de
Entretanto, a busca por esse sentido
ensino.
passa, em primeiro lugar, pelo exame
dessas
A
e
efetiva
práticas
visa
ao
implementação
não
ocorrerá,
do plano do conteúdo (o que o texto
certamente, como num passe de
diz). Isso não significa que o plano da
mágica... de uma hora para outra.
expressão é descartado. Na verdade,
Conforme afirma Mendonça (2006,
ele é (como) o texto diz o que diz. É
p.225), ela é “[...] gradual e repleta de
exatamente
dúvidas, com passos adiante e atrás, e
explicar 'o que o texto diz o que diz' e
este parece ser o caminho mais
'como o diz', a semiótica trata [...] de
provável e seguro, por mais paradoxal
examinar
que pareça”.
organização textual e, ao mesmo
por
os
isso
que,
“Para
procedimentos
da
tempo, os mecanismos enunciativos
de produção e recepção de texto”
6 SEMIÓTICA DISCURSIVA
A Semiótica Discursiva (também
(BARROS, 2005, p.12-13).
denominada de Greimasiana), fundada
Assim,
pelo lituano Algirdas Julien Greimas
Greimasiana
(2002)
encontrados por meio de “[...] uma
é
uma
teoria
cujos
de
para
os
a
Semiótica
sentidos
patamares
pressupostos basilares são oriundos
sucessão
de Saussure e Hjelmslev e que tem o
mostra como se produz e se interpreta
sentido(ou os sentidos), como seu
o sentido, num processo que vai do
objeto de estudo. Não “[...] o sentido
mais simples ao mais complexo”,
em si, mas [...] o modo como é
denominado
empregado no texto", adverte Barros
Sentido3 (FIORIN, 2008, p.20).
Percurso
[...]
são
Gerativo
que
de
(2005, p.2). Ou, nas palavras de
Bertrand(2003,p.11), o “[...] „parecer do
sentido‟, que se apreende por meio
3
Para uma melhor compreensão dos
patamares do Percurso Gerativo de Sentido
sugerimos a leitura de BARROS (2005).
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
202
Tendo
em
vista
a
À semântica discursiva, por sua
interdependência entre texto, discurso
vez, cabe revestir (logo, concretizar)
e percurso gerativo de sentido, bem
as mudanças de estado do nível
como, os objetivos deste trabalho, será
narrativo (FIORIN, 2008).
tomado o Nível Discursivo como
De posse desses conceitos-
recurso para a análise das entrevistas.
chave, segue a análise dos discursos
De
acordo
com
Barros
gerados por meio das entrevistas.
(2005,p.54), esse é o nível no qual “[...]
Percebe-se, neles, o empenho de
o sujeito da enunciação faz uma série
ambos os docentes em manter o
de opções para projetar o discurso,
enunciatário (entrevistador) preso aos
tendo em vista os efeitos de sentido
enunciados. Esses enunciados são, de
que deseja produzir".
certo modo, um raio X que revela, por
Sendo assim, a compreensão
meio
de
algumas
afirmações
dos discursos depende de apreensão
imprecisas, detalhes do momento de
dos mecanismos nele envolvidos com
conflito teórico-metodológico por que
a
passam na busca por uma nova
finalidade
enunciador
de
a
convencer
aceitá-los
o
como
verdadeiros.
realidade
no
ensino
de
língua
portuguesa.
Convém lembrar que esse nível,
É patente que a estratégia dos
assim como os que o antecedem,
enunciadores
possui uma sintaxe e uma semântica.
desembreagem enunciativa, recurso
À sintaxe discursiva cabe "[...] explicar
utilizado quando a finalidade é produzir
as relações do sujeito da enunciação
efeitos
com o discurso-enunciado e também
enunciador e enunciatário. Ao projetar
as relações que se estabelecem entre
no enunciado um “eu” (desembreagem
enunciador e enunciatário" (BARROS,
actancial): “eu acho que é um pouco
2005,p.54). Na sintaxe as relações
de cada um, né” – D.A; um “aqui”
entre os sujeitos são construídas com
(desembreagem
base nas estratégias de proximidade e
acredito que a sala de aula...”- D.B; e
distanciamento,
no
um “agora” (desembreagem temporal):
discurso as categorias de pessoa,
“Hoje a gente já abre espaço, já, já
espaço e tempo.
percebe que há espaço pra outros
instaurando-se
de
é
utilização
proximidade
espacial):
da
entre
“Eu
gêneros textuais...”- D.B. O enunciador
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tenta criar um efeito de realidade,
Normativa,
levando
ao
língua?!”(D.A);“é /.../ há uma proposta
convencimento, à adesão de seu
que é NOva, mais a gente não
projeto.
consegue,
o
destinatário
Passa-se,
agora,
né,
ainda,
éa
nossa
interpretar,
nem
à
fazer, é, é, executar essa ideia dentro
compreensão de como as estruturas
de sala, né?! [...] e acho que é louvável
discursivas
isso, mas a gente não sabe como deve
são
enriquecidas
semanticamente pelos procedimentos
ser o ensino [...]” (D.B)
de tematização e figurativização, ou
Pode-se constatar, no primeiro
seja, como os valores fundamentais
enunciado,
TRADIÇÃO
obrigatoriedade/imposição
e
MUDANÇA
são
que
a
se
dá
constituídos pelo uso de temas e
indiretamente, isto é, ela se justifica
figuras. Nunca é demais relembrar que
(para os que a defendem) porque
estamos analisando o discurso dos
ainda prevalece o equívoco de que a
professores
em
relação
ao
Gramática Normativa é a língua, de
estudo/ensino
(tradicional)
de
que ela abarca todas as manifestações
gramática
aulas
língua
desta, e que, portanto, deve ser
portuguesa, bem como a prática da
seguida (ANTUNES, 2007). Isso não
análise linguística como ferramenta-
significa, evidentemente, que ela não
símbolo
deva ser ensinada (SILVA, 2011).
nas
da
de
mudança
e
da
ressignificação dessas aulas.
Veja-se, igualmente, como os
Logo de início, os enunciados
documentos oficiais se posicionam a
produzidos nas entrevistas permitem
esse respeito: “[...] discute-se se há ou
perceber
não
uma
oposição
no
nível
necessidade
de
ensinar
temático, marcado por imposição da
gramática. Mas essa é uma falsa
tradição gramatical prescritivista e
questão: a questão verdadeira é o
dúvida
que, para que e como ensiná-la”
teórico-metodológica,
sentimentos reveladores da realidade
(BRASIL,
contraditória dos docentes quanto ao
nosso).
ensino
de
língua
Figurativizando
respectivamente:
materna.
tem-se,
“nós
somos
obrigados a estudar a Gramática
1998,
Pode-se
p.28)
afirmar,
(destaque
em
linhas
gerais, que os documentos oficiais
propõem
conteúdos
um
ensino
no
gramaticais
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qual
os
sejam
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abordados de maneira crítico-reflexiva
ele tem no seu dia-a-dia [...]” (D.A); “A
nas
de
análise linguística, né, tá voltada pra
das
isso /.../ é analisar as manifestações
pelos
da língua. Analisar e refletir, né?
alunos, possibilitando-os perceberem a
Então, as várias manifestações são
função que os recursos linguísticos
válidas, né? [...] cada um traz o seu
exercem nos enunciados (BRASIL,
repertório [...]” (D.B)
atividades
produção
de
textual,
necessidades
leitura
a
e
partir
apresentadas
1998, p.29).
O
Fica
segundo
que
os
é
enunciadores não precisam o conceito
também esclarecedor, pois permite
de AL e tentam reorganizar seus
constatar
discursos
que
os
enunciado
evidente
docentes
têm
inserindo
conhecimento de uma proposta que é
relacionadas
“NOva” [a AL] , mas que não sabem
variedades
como executá-la, revelando, portanto,
forma,
que o desconhecimento é a causa da
dificuldade ocorra, em parte, devido ao
dúvida instaurada e, certamente, o
trabalho ano após ano centrado em
responsável pela disjunção com a
manuais
mudança.
Os
supervalorizada pela escola, e cobrada
de
em concursos públicos) e em livros
estarem conscientes de um dever-
didáticos que, não raro, conduzem os
fazer, de estarem dispostos a um
docentes
à
acomodação
e,
querer-fazer, veem-se limitados por
certamente,
à
desvalorização
dos
um não-saber-fazer, que os mantém
estudos linguísticos, ainda que não o
disjuntos do objeto-valor.
percebam.
Noutros
termos:
docentes-enunciadores,
apesar
à
informações
valorização
linguísticas.
acredita-se
de
De
certa
que
gramática
Essas
das
essa
(ainda
afirmações
Na análise dos discursos, além
aparecem figurativizadas no discurso
do tema dúvida, constatou-se outro
do D.A a seguir: “[...] na hora dele
relacionado
[aluno] fazer um concurso, o que vale
inconsistência
à
mudança:
a
teórico-conceitual
é
o
quê?
SÓ
É
E,
GRAMÁTICA
relacionada à AL, figurativizada por
NORMATIVA.
termos vagos e imprecisos: “Estudar a
[Linguística],
língua em si, né?! Ou seja, u, u, u,
dentro mesmo /.../, ou seja, na sala de
valorizar o cotidiano do aluno na
aula ela é válida, mais aí, como se diz,
não
AÍ?”;
“Ela
tem importância,
questão da, do uso da linguagem que
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(SILVA; BARBOSA; SILVA, 2009, p.
129-130).
pro conhecimento de mundo lá fora, já
não é a mesma coisa”.
Acredita-se,
também,
que
Disso
a
resultam
afirmações
dificuldade que está sendo tratada seja
como a do D.B, assim figurativizada:
resultante da ausência de concreta
“[...] eu acredito, ainda que a principal
relação entre teoria e prática em
barreira é essa dificuldade de material
alguns cursos de formação inicial e
de estudo, de suporte de bagagem
continuada. Neles, dedica-se grande
científica na área [...]”
parte do tempo ao estudo dos teóricos
Em relação ao livro didático,
e às concepções às quais se filiam, e a
três observações são necessárias: a
prática, geralmente, fica condicionada
primeira, é que ele é um inegável
apenas aos estágios de finais de
recurso
curso, conforme figurativizado em: “[...]
aparece figurativizado nas palavras do
aquela antiga é, é (
mesmo docente: “[...] a gente, às
) coisa, assim,
para
o
professor,
como
entre
vezes, tenta seguir alguma tendência,
discurso, né, e a prática /.../ teoria e
alguns /.../ algum autor ou até mesmo
prática.” – D.B
o próprio livro didático, que é um
aquela
relação
Outra
contraditória
dificuldade
enfrentada
aliado4, né, em sala.”
A segunda observação é que a
pelos professores de língua materna é
a falta de encaminhamentos práticos,
adoção
tanto por parte das diretrizes oficiais,
precedida de uma visão crítica das
quanto dos autores de livros didáticos.
informações
Ou
contidas,
seja,
tem-se
uma
série
de
desse
e
visto
material
deve
afirmações
que
muitos
ser
nele
ainda
diretrizes que devem ser cumpridas,
mantêm uma abordagem tradicional
contudo, pouco (ou quase nada) de
dos fenômenos linguísticos, utilizando
concreto é oportunizado aos docentes
o texto apenas como pretexto para o
para que as executem:
ensino da terminologia gramatical, e
isso certamente dificulta a efetivação
[...] os PCN [...] orientam para o que
deve ser feito, condenando as práticas
definidas
como
tradicionais
e,
portanto, assentadas ao longo do
tempo como legítimas no espaço das
aulas de Língua Portuguesa, sem,
contudo, oferecerem de modo mais
concreto os caminhos possíveis,
coerentes com os novos objetivos e
diferentes concepções de linguagem.
da prática de análise linguística em
sala de aula.
4
SILVA (2009) também acredita que os livros
didáticos publicados após a implementação
dos PCN e do PNLD trazem propostas
desestabilizadoras e renovadoras para o
ensino de língua materna.
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A terceira refere-se exatamente
dúvidas em relação ao COMO fazer
ao oposto, isto é, enquanto alguns
análise linguística. O momento é,
livros didáticos permanecem reféns do
então,
paradigma tradicional, outros há, que
(re)aprendizagem.
de
adaptação,
de
“[...] estão iniciando o caminho de
No entanto, se a meta é uma
adequação à nova proposta, e os
educação linguística de qualidade faz-
professores precisam ser orientados
se necessário, inicialmente, rever a
em como utilizá-la” (TEIXEIRA, 2011,
concepção
p.172). As afirmações do autor citado
fundamenta as ações, bem como,
na primeira observação, certamente,
fazer o possível para que as propostas
encaixam-se nesta última.
curriculares
de
linguagem
de
língua
que
portuguesa
deixem de ser prescritivas e se tornem
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
reflexivas,
Levando-se em conta o objetivo
exposto
na
introdução
domínio
valorizando,
de
assim,
competências
o
que
espera-se,
permitam a plena participação do
mediante a aplicação dos princípios da
indivíduo nas diversas atividades de
Semiótica
Discursiva,
linguagem das quais venha a tomar
proporcionado
uma
ter
visão
mais
parte.
Essa
é,
realmente,
uma
detalhada de como os professores de
construção diária que exige esforço e
língua
pesquisa.
materna
constroem
discursos
em
relação
propostas
díspares
de
seus
às
duas
ensino:
a
Abandonar práticas tidas como
corretas,
que
todo
mundo
faz,
tradicional-normativa e a prática de AL,
certamente redunda em desconfiança
abordagem que propõe uma reflexão
e/ou
sobre a língua.
apresenta como novidade. Mas, como
desconforto
àquilo
que
se
Certamente os dados colhidos
adverte Teixeira (2011, p.172) “O
reveladores
do
importante agora é que, mesmo em
trabalho de boa parte de nossos
„pequenas doses‟, pouco a pouco, a
docentes.
Há
AL seja integrada ao ensino de língua
nebulosa
pairando
são
da
uma
realidade
espécie
sobre
de
suas
portuguesa”.
cabeças, sem saberem, na verdade,
como
realmente
agir.
Há
muitas
Rev. Cereus, v. 6, n. 1, p. 191-208 ,jan.-abr./2014, UnirG, Gurupi, TO, Brasil.
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Recebido em: 13-02-2014
Aprovado em: 24-04-2014
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