VI SIELP - Simpósio Internacional de Ensino de Língua Portuguesa VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E ENSINO: O FENÔMENO DA CONCORDÂNCIA VERBAL NO SEXTO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE ORLÂNDIA-SP Autoria: Carla Balan Rissato - - Resumo: No Ensino Fundamental, a abordagem dos tópicos gramaticais é realizada de forma mecânica, à luz do que prescreve a gramática normativa. Contudo, percebe-se que essa concepção de gramática não é única, apenas mais uma dentre tantas e que o contexto e a reflexão linguística ficam esquecidos durante as aulas de língua portuguesa. No contexto de ensino culturalmente sensível à variação linguística, é necessário que o ensino de tópicos gramaticais envolva a reflexão linguística e vá além dos conceitos de "certo" e “errado”. A análise reflexiva dos tópicos gramaticais é o caminho mais pertinente prol de um ensino de língua portuguesa culturalmente sensível à variação linguística. Tem-se como exemplo o fenômeno variável da Concordância Verbal na primeira e terceira pessoa, buscando refletir e verificar a sua realização e a motivação da sua não realização, que é comum e pode ser material de reflexão, mas que ainda é motivo de discriminação do usuário da língua. Constantemente, os professores da Educação Básica apenas corrigirem os desvios de concordância e apenas repetem as regras da Gramática Tradicional, entre elas a de que o sintagma verbal concorda com o núcleo do sintagma nominal da frase. Não há preocupação se os alunos estão refletindo sobres as possibilidades de usos da língua, busca-se simplesmente a adequação à norma padrão. Infelizmente, os alunos que fazem uso dessa concepção de gramática, que marcam adequadamente a Concordância Verbal, de acordo com os preceitos por ela descritos, têm maior prestígio e são considerados bons escritores e usuários da língua, já aqueles que fogem às regras da gramática padrão, sofrem preconceito linguístico. Os alunos precisam compreender que a língua é viva e que, portanto, não existe homogeneidade quando esse é o assunto, mas também têm o direito de conhecer a norma padrão, elitizada e de maior prestígio social. Page 1