Projeto de Comunicação da Política Nacional de Humanização HumanizaSUS: o usuário dos serviços de saúde deixa de ser visto como “paciente” para ser protagonista A atenção à subjetividade é uma das chaves da Política Nacional de Humanização (PNH), que incentiva o protagonismo do usuário. Em Alagoas, o projeto “Reconstruindo Histórias de Vida”, com portadores de doenças reumáticas, mostra como acontece na prática. Na avaliação dos serviços do SUS, uma situação que chama a atenção é a dificuldade de se lidar com os aspectos subjetivos da prática de saúde. As questões do sofrimento, do vínculo, do relacionamento (marcado por empatia ou desconfiança, por exemplo) que se estabelece entre trabalhadores e usuários é um eixo fundamental na Política Nacional de Humanização, criada em 2003, com objetivo de humanizar o atendimento e também as relações de trabalho no SUS. O modo de se lidar com a subjetividade, na visão da PNH, tem conexão direta com o modelo de gestão: quanto mais o modelo é centralizado, vertical, burocrático, mais a subjetividade é deixada de lado, já que esse modelo tradicional desapropria o trabalhador do próprio processo de trabalho. Por isso a PNH apoia a gestão participativa. Na perspectiva democrática, o sujeito ganha autonomia, torna-se o protagonista dos processos de produção de saúde, é co-responsável por ela, dividindo essa responsabilidade com os gestores e trabalhadores. É uma nova lógica, em que o usuário apropria-se de sua história e pode ser o gestor do próprio bem-estar. Os protagonistas da história Para que esse protagonismo possa ser vivido na prática, a PNH criou uma série de dispositivos. O objetivo é que o usuário seja sempre escutado -- uma escuta atenta, que pressupõe que o saber do sujeito --a respeito de si, dos seus sintomas, de seus limites e possibilidades – é fundamental para que sua queixa seja compreendida e também para que ele possa participar do seu “projeto de saúde” . Dessa forma, amplia-se a compreensão do eixo saúde e doença e também a adesão aos tratamentos. Entre as diversas experiências compartilhadas na Rede Humaniza SUS (RHS, rede social dos trabalhadores do SUS), que enfatizam o protagonismo do usuário, está o projeto “Reconstruindo Histórias de Vidas”, que foi criado há cerca de 15 anos no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA/UFAL), pela médica reumatologista Heloísa Vital. O objetivo do projeto é que portadores de doenças reumáticas possam se reunir para contar suas histórias. O foco dos relatos não é a patologia e sim a história de vida de cada um. A aposta é que quando as pessoas localizam, em suas biografias, o surgimento da doença, podem dar novos significados a ela. No grupo, todos encontram acolhimento para partilhar também suas angústias e o sofrimento psíquico causado pela enfermidade, como por exemplo, modificações na aparência e no estilo de vida. Desde 2010, o Grupo “Reconstruindo Histórias de Vidas” é realizado com a parceria do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso do HUPAA/UFAL, composto por assistentes sociais, educadores físicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas e psicólogos. Os residentes participam ativamente nas atividades de planejamento e facilitação dos encontros. Para saber mais: Post sobre Projeto “Reconstruindo Histórias de Vida” na RHS: redehumanizasus.net/87635-reconstruindo-historiasde-vidas Para conhecer as publicações da PNH: www.redehumanizasus.net/publicacoes Contatos: Sheila Souza [email protected] Tel.: 61 3315 9130 Jornalista da PNH - Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde www.saude.gov/humanizasus www.redehumanizasus.net Patrícia Silva [email protected] Cel.: 47 99591164 Nutricionista, apoiadora da Política Nacional de Humanização e editora da Rede Humaniza SUS O que é PNH – A Política Nacional de Humanização é uma política pública transversal e atua como eixo norteador em todas as esferas do SUS. Além do respeito ao direito do usuário, apóia processos de mudanças nos serviços para torná-los mais acolhedores, com atenção para as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários. Promove a gestão participativa, ampliando o diálogo entre os gestores dos serviços, os profissionais de saúde e a população. A PNH completou 10 anos em 2013.