Nota Técnica nº 06/2017 - Prefeitura Municipal de Belo Horizonte

Propaganda
Nota Técnica nº 06/2017 – CIEVS/GEEPI/GVSI/SMSA
Belo Horizonte, 22 de fevereiro de 2017
A Febre Amarela é uma das arboviroses com a maior taxa de letalidade, podendo alcançar 50%
nos doentes graves.
O controle da febre amarela urbana é uma das maiores conquistas da saúde pública brasileira,
sendo o último caso registrado em 1942. Contudo, a atual situação de infestação de Aedes
aegypti, presente em mais de 4.000 municípios brasileiros, aumenta o risco de casos humanos
urbanos.
Tal risco é minimizado em grande parte pelo fato de se tratar de uma doença imunoprevenível.
Entretanto, ainda há parcela da população susceptível à doença, uma vez que a vacina para febre
amarela é composta de vírus vivo atenuado, com algumas contraindicações à sua aplicação,
especialmente para imunossuprimidos e crianças menores de seis meses de idade.
Para subsidiar a execução de medidas de prevenção e controle da doença pelo Poder público,
existem indicadores analisados com frequência como, por exemplo:



Ocorrência de epizootias de primatas não humanos (PNH);
Cobertura vacinal;
Índice de infestação por A. aegypti.
Diante da avaliação destes indicadores, o município de Belo Horizonte vivencia uma situação
atípica, com a ocorrência de epizootia em diferentes pontos da cidade, inclusive com a
confirmação de PNH positivo para febre amarela.
Deve-se considerar, ainda, que o estado de Minas Gerais vive, atualmente, uma situação de
ampla circulação do vírus amarílico no ambiente silvestre e com a movimentação de doentes
em período de viremia. Todas as medidas recomendadas estão sendo adotadas desde as
primeiras informações da vinda de pacientes do interior para tratamento em hospitais da
cidade, destacando-se:



Intensificação da vigilância epidemiológica de epizootias;
Intensificação da vacinação contra a febre amarela;
Intensificação do controle vetorial nas áreas próximas à ocorrência de mortes de
macacos e dos hospitais onde os pacientes são internados;

Limitação do acesso das pessoas ao Parque Jacques Cousteau, onde foram encontrados
dois macacos mortos.
Diante do achado de macaco morto no Parque das Mangabeiras, em conjunto com as demais
ocorrências de epizootia na cidade e de acordo com o relatado acima, a Prefeitura de Belo
Horizonte (PBH) não considera recomendável o afluxo de milhares de pessoas ao referido
parque. Tal orientação leva em consideração que muitos visitantes podem não estar
adequadamente vacinados contra a febre amarela.
Neste caso, o direito individual não pode colocar em risco um contingente populacional
importante.
Deste modo, enquanto persistirem mortes atípicas de PNH e a comprovação da circulação do
vírus amarílico no estado de Minas Gerais, é tecnicamente recomendada a interdição do Parque
das Mangabeiras por tempo indeterminado, a partir desta data.
Download