Projeto de Comunicação da Política Nacional de Humanização Conquista Social: Lei que garante acompanhante na hora do parto completa dez anos Estudos científicos comprovam que a presença de acompanhantes durante o parto garante confiança, minimiza dores e reduz índice de cesáreas. Em abril, a lei que garante esse direito completa uma década Criada em abril de 2005, a lei 11.108 garante à mulher o direito de ter, durante o trabalho de parto, o parto e o pósparto, um acompanhante de sua escolha. Além disso, recomenda que o ambiente da maternidade seja adaptado para criar um atendimento acolhedor, que possibilite que as usuárias possam receber acompanhantes e visitas. "A lei parece pequena, mas é grandiosa: além de ser uma vitória da sociedade, irá proporcionar melhores condições na assistência obstétrica", afirmava Cristina Boaretto, na época diretora do Departamento de Atenção Programática e Estratégica do Ministério da Saúde. Embasada em 14 estudos científicos, nacionais e internacionais, a lei envolveu mais de 5 mil mulheres e concluiu que as gestantes que tiveram a presença de acompanhantes estavam mais seguras e confiantes no momento do parto. Além disso, elas dispensaram ou reduziram o uso de métodos farmacológicos para alívio da dor, e tiveram trabalho de parto mais fácil e rápido, o número de cesáreas e de casos de depressão pós-parto também foram menores. Passados quase dez anos, há um consenso de que o apoio contribui para que a mulher viva o parto como uma experiência positiva de vida, com fortalecimento de vínculos entre mãe, bebê e acompanhante, "com efeitos que geralmente se espelham no aumento da duração do aleitamento materno", segundo a Cartilha da Política Nacional de Humanização (PNH). Importante ressaltar que o acompanhante é uma escolha da própria mulher, podendo ser o marido/esposa, o/a namorado (a), a mãe, a amiga, o irmão (ã), a vizinha, o avô ou qualquer outra pessoa com a qual ela se sinta confiante para viver tal experiência. De todo modo, o acompanhante é aquele que - apoiado pela equipe de cuidados - deverá encorajar e apoiar a mulher na experiência do parto. Mais ainda: se for aquele/aquela que compartilhará a parentalidade com a criança, a experiência de participar ativamente no processo de nascimento pode ajudar no relacionamento do casal e no vínculo familiar com o bebê. De acordo com a Cartilha, "a presença do acompanhante, do visitante, de familiar ou de representante da rede social do paciente no ambiente hospitalar é, indiscutivelmente, uma marca fundamental que pode mudar as relações de poder nas instituições de saúde, aumentando o grau de protagonismo dos usuários". Ambiente ideal O texto da PNH traz também indicações práticas para que as maternidades possam adequar seus ambientes para garantir privacidade durante o pré-parto, mesmo em casos de espaços reduzidos, por meio de biombos ou cortinas. Idealmente, recomenda também o cultivo de áreas verdes ou jardim para favorecer a caminhada da gestante nos momentos que antecedem o parto. Uma dica da Cartilha diz respeito à sala de parto normal. A recomendação é que ela seja retirada do ambiente cirúrgico para facilitar a presença do acompanhante. Informação sobre o processo do parto como garantia da presença do acompanhante é outro aspecto tratado pelo material da PNH que ressalta a importância da liberdade desse apoio, sem condicioná-lo à presença em cursos e reuniões. De acordo com o texto “esses requisitos podem constituir barreiras que limitem a participação de acompanhantes que não têm condições de comparecimento". Finalmente, a Cartilha ressalta a importância da inclusão do familiar na ressignificação do espaço hospitalar "como difusor do cuidado público da saúde, ampliando seu papel na comunidade, na medida em que promove mudanças na organização do processo de trabalho e de produção de saúde, numa perspectiva de solidariedade e de responsabilidade coletiva, marcas da Política Nacional de Humanização". Para saber mais: bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_textos_cartil has_politica_humanizacao.pdf Contatos Sheila Souza [email protected] Tel.: 61 3315 9130 Jornalista da PNH - Secretaria de Atenção à Saúde Ministério da Saúde www.saude.gov/humanizasus www.redehumanizasus.net O que é PNH – A Política Nacional de Humanização é uma política pública transversal e atua como eixo norteador em todas as esferas do SUS. Além do respeito ao direito do usuário, apoia processos de mudanças nos serviços para torná-los mais acolhedores, com atenção para as necessidades objetivas e subjetivas dos usuários. Promove a gestão participativa, ampliando o diálogo entre os gestores dos serviços, os profissionais de saúde e a população. A PNH completou 10 anos em 2013.