COLÉGIO EST. JOSÉ SIQUEIRA ROSAS – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO Rua Maringá, 350 – Centro – Rosário do Ivaí/PR Fone/Fax: (43) 3465-1169 e-mail: [email protected] - Núcleo Regional de Ed. de Ivaiporã Robson Junior de Araujo PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR FILOSOFIA ROSÁRIO DO IVAÍ - PR 2010 Índice 1 – FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS...........................................02 2 – AVALIAÇÃO .....................................................................................................11 3 – REFERÊNCIAS...............................................................................................12 2 1 - FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Constituída como pensamento há mais de 2600 anos, a história da Filosofia traz consigo o problema de seu ensino. Esse problema já estava presente no embate entre o pensamento de Platão e as teses dos sofistas. Naquele momento tratava-se de compreender a relação entre o conhecimento e o papel da retórica no ensino. Platão admitia que sem uma noção básica das técnicas de persuasão, a prática do ensino da Filosofia teria efeito nulo sobre os jovens. Por outro lado, também pensava que se o ensino de Filosofia se limitasse à transmissão de “técnicas” de sedução do ouvinte por meio de discursos, o perigo seria outro: a Filosofia favoreceria posturas polêmicas, como o relativismo moral ou uso pernicioso do conhecimento. A preocupação maior com a delimitação de metodologias para o Ensino de Filosofia, assunto bastante debatido na história da disciplina, é garantir que os métodos de ensino não lhe deturpem o conteúdo. A ideia de que em conteúdos como, por exemplo, moral e política, praticamente não existem verdades absolutas é tese frequentemente defendida por filósofos. Ocorre que essa discussão, quando levada para o ensino, causará inevitavelmente o estranhamento que a ausência de conclusões definitivas provocará nos estudantes. Essa é uma característica da Filosofia que, como lição preliminar a qualquer reflexão filosófica, deve ser muito bem compreendida. Embora tratem dos mesmos problemas que as demais ciências, a Filosofia se ocupa de questões cujas respostas estão longe de se obter pelo método puramente científico. Segundo alguns estudiosos, como Russel, os problemas sobre a estrutura do universo, a origem das noções de bem e mal e os efeitos que a consciência humana projeta sobre o mundo, etc. são temas discutidos mais propriamente pela Filosofia, porque são desafiantes e ainda carecem de respostas mais elaboradas. No Brasil, a Filosofia, enquanto disciplina, figura nos currículos escolares desde os tempos coloniais com o ensino jesuítico, sob as leis de Ratio Studiorum. Nessa perspectiva, a Filosofia era entendida como instrumento de formação moral e intelectual sob os cânones da Igreja Católica e do poder cartorial local. Essa Filosofia tinha como finalidade o aperfeiçoamento dos instrumentos lógicos para melhor compreensão dos textos bíblicos e dos ensinamentos dos padres da Igreja 3 que demonstrariam com base na razão as verdades aceitas pela fé (REALE, 2003, p.125). Com a Proclamação da República, a Filosofia passou a fazer parte dos currículos oficiais, figurando até mesmo como disciplina obrigatória. Essa presença não significou, porém, um movimento de crítica à configuração social e política brasileira, que nesse período oscilou entre a democracia formal, o populismo e ditadura. A partir de um dos documentos mais importantes da educação nesse período – o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932 –, que pretendia uma reconstrução educacional no Brasil, percebe-se, no que diz respeito aos currículos escolares, uma queda significativa da participação das humanidades. A nova política educacional previa o desenvolvimento da educação técnica profissional, de nível secundário e superior, com base na economia nacional, com a necessária variedade de tipos de escola. Com a Lei 4.024/61, a Filosofia deixa de ser obrigatória, e, sobretudo, com a Lei 5.692/71, em pleno regime militar, o currículo escolar não dá espaço para o ensino e estudo da Filosofia, que desaparece totalmente dos currículos escolares Segundo Grau durante a ditadura, principalmente por não servir aos interesses econômicos e técnicos do momento. A ideia era de que o pensamento crítico deveria ser reprimido, bem como os possíveis desdobramentos dele, decorrentes. Para Geraldo Horn (2002), as discussões e movimentos pelo retorno da Filosofia ao Ensino Médio (anteriormente denominado 2º Grau) ocorreram a partir da década de 80 em vários Estados do Brasil. Na UFPR, professores ligados à Filosofia iniciaram um movimento de resistência que contava com articulações políticas e organizações de eventos na defesa da retomada de espaço da Filosofia, em contestação à educação tecnicista, oficializada pela Lei 5691/71. A mobilização desse período ocorrida nos grandes centros, foi essencial para a criação da Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas (SEAF). Esse movimento intelectual foi um marco na afirmação da importância da Filosofia para a formação do estudante do nível médio e, por isso, da sua presença como disciplina. A experiência da SEAF foi significativa, mas não duradoura. A esse 4 período se segue um silêncio só interrompido por eventos esporádicos, destinados a público restrito à própria comunidade acadêmica. Por iniciativa do Departamento de Ensino Médio (denominado em 1994 Departamento de Ensino de Segundo Grau), iniciaram-se discussões e estudos voltados à elaboração de uma proposta curricular para a disciplina de Filosofia no Ensino Médio, que resultaram na Proposta Curricular de Filosofia para o Ensino de Segundo Grau. Esse documento contém um histórico de sua construção e do ensino de Filosofia, seguido de uma fundamentação teórica que indica as especificidades da Filosofia no currículo de 2º Grau, propondo metodologias de ensino e terminando com a apresentação dos critérios para a realização da avaliação. Com a mudança de governo em 1995, a “Proposta Curricular de Filosofia para o Ensino de Segundo Grau” caiu no esquecimento, deixando de ser aplicada nas escolas do Estado do Paraná. Por oito anos uma opção neoliberal passou a orientar a reestruturação do sistema público de ensino numa perspectiva curricular voltada à competitividade e aos interesses do mercado. A partir da LDB 9.394/96 o ensino de Filosofia no nível médio começa a ser discutido, embora a tendência das políticas curriculares oficiais seja de manter a Filosofia em posição de saber transversal às disciplinas do currículo. Essa posição está expressa no veto de 2001 do então presidente Fernando Henrique Cardoso ao projeto de lei que propunha o retorno da Filosofia e da Sociologia como disciplinas obrigatórias do Ensino Médio. O veto apoiava-se principalmente em três argumentos constantemente identificáveis no discurso contrário à Filosofia como disciplina obrigatória: 1) precariedade na formação de professores; 2) elevação dos gastos dos Estados com a contratação de professores; 3) redução da Filosofia a um discurso puramente pedagógico, o que a descaracterizaria naquilo que, lhe é peculiar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Artigo 36, determina que, ao final do Ensino Médio, o estudante deverá “dominar os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da cidadania”. O caráter transversal dos conteúdos filosóficos aparece com bastante clareza nos documentos oficiais, cumprindo a exigência da Lei quanto à necessidade de 5 domínio dos conhecimentos filosóficos mas sem a exigência da introdução efetiva da disciplina como matriz curricular das escolas de Ensino Médio. Nessa perspectiva, a Filosofia perde seu estatuto de disciplina e é reduzida a uma ferramenta virtual, necessária ao exercício da cidadania. As Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio (Resolução 03/98 do CNE), ao interpretarem a LDB, apresentam de forma equivocada a Filosofia na transversalidade do currículo, contrapondo-se a seu caráter historicamente disciplinar. Tal posição é manifesta do documento Orientações Curriculares do Ensino Médio (2004), que faz análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Filosofia do Ensino Médio. Os Parâmetros Curriculares Nacionais, ao não indicarem a obrigatoriedade da disciplina e dos conteúdos que tradicionalmente constituem seu estudo, deixam inócua qualquer discussão curricular sobre o ensino de Filosofia. Da década de 1980 até hoje, essa discussão, vêm-se constituindo como um corpo que alguns chamam de Filosofia do Ensino de Filosofia e estão profundamente relacionados à prática pedagógica decorrente do Ensino de Filosofia e das tentativas de lhes dar respostas. Ao revisitar a história do ensino de Filosofia no Brasil e no Paraná, é possível redimensionar as filosofias ensinadas em cada momento histórico, com seus recortes de conteúdos, legitimados ou legitimadores, sua conivência com a sociedade em que estavam inseridas ou sua resistência a ela. A história da disciplina Filosofia mostra-nos duas tendências. A primeira caracterizada pela busca de afirmação como disciplina e a garantia de seu espaço nos currículos escolares, sempre com a necessidade de justificar-se perante as demais disciplinas diante da insistente e pertinente pergunta: para quê Filosofia? A segunda tendência presente na história da disciplina refere-se à questão: qual, Filosofia ensinar. Esta remete-nos ao conteúdo da Filosofia e também ao método de ensino, que trata de que Filosofia e de que filosofar se está tratando. E ainda nos remete: filosofar para quê? Ao pensar o ensino de Filosofia, é preciso definir o local onde é pensado 6 e que sujeitos são esses aos quais esse ensino se dirige. Isso nos permitirá pensar qual Filosofia será ensinada. Essa definição se faz por meio de uma identificação do local onde se pensa e fala e a partir do resgate histórico dessa disciplina e da militância histórica por sua inclusão e permanência na escola. Cabe ressaltar ainda que ensinar Filosofia no Ensino Médio no Brasil, e ainda na América Latina não é mesma coisa que ensiná-la em outro lugar. Esta tarefa exige do professor um claro posicionamento em relação aos sujeitos desse ensino e das questões históricas atuais que nos colocam como país capitalista/subdesenvolvido, rico/explorado, consciente/alienado etc., e em relação a todas as contradições que perpassam nossa sociedade. A Filosofia, dentro do que se propõe, procura tornar vivo o espaço escolar, oferecendo aos sujeitos a possibilidade de exercitarem a inteligência, buscando no diálogo e no embate entre as diferentes perspectivas e pontos de vista uma ampliação do conhecimento e o reconhecimento de que são agentes ativos na construção da sua história. Na atual polêmica acerca dos possíveis sentidos dos valores éticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e uma rica contribuição a dar. A Filosofia gira basicamente em torno de problemas suscitados e dos conceitos criados no decorrer de sua longa história, os quais, por sua vez, quando devidamente utilizados, geram discussões promissoras e criativas que desencadeiam, muitas vezes, ações e transformações. Dessa forma, é imprescindível que o estudante se aproprie de um saber que opera por questionamentos, conceitos e categorias de pensamento, que busca articular a totalidade espaço-temporal e sócio-histórica em que se dá o pensamento e a experiência humana. A reflexão ética no espaço escolar tem por foco a ação individual ou coletiva na perspectiva da Filosofia. Assim, mais do que ensinar valores específicos, trata-se de mostrar que o agir fundamentado propicia consequências melhores e mais racionais que o agir sem razão ou justificativas. Neste sentido, a inclusão da Filosofia no currículo do Ensino Médio não só é necessária como também obrigatória a todos os alunos, por ser muito importante para sua formação geral. A Filosofia ajuda a promover a passagem do 7 mundo infantil ao mundo adulto, estimulando a elaboração do pensamento abstrato. Se a condição do amadurecimento é a conquista da autonomia no pensar e no agir, muitos adultos permanecerão crianças caso não exercitem desde cedo esse olhar crítico sobre si mesmo e sobre o mundo. Por isso, qualquer que seja a atividade humana ou o projeto pessoal de cada um, enquanto cidadãos necessitamos da Filosofia para o alargamento da consciência crítica, para o exercício da capacidade humana de se interrogar e para uma participação mais ativa na comunidade em que vivemos. Os conteúdos estruturantes serão trabalhados na perspectiva dos estudantes, no sentido de fazê-los pensar problemas com significado histórico e social, estudados e analisados com textos filosóficos que lhes forneçam subsídios para que possam pensar o problema, pesquisar, fazer relações e criar conceitos. No ensino da Filosofia serão construídos espaços de discussões e debates e socialização de ideias a fim de articular os problemas da vida atual com as respostas e formulações da história da Filosofia e possibilitar a elaboração de conceitos. Para isso, será proposto pelo professor problematizações, leituras filosóficas, análises e produção de textos, organização de debates, pesquisas e sistematizações, uma vez que a aprendizagem dos conteúdos está articulada necessariamente à atividade reflexiva do sujeito, que aprende interrogando e agindo sobre sua situação. Nesse sentido, o ensino de Filosofia requer dos estudantes: o compromisso com si próprios, com o outro e com o mundo. Os conteúdos, como mediadores da reflexão filosófica, estarão vinculados à tradição filosófica, confrontando diferentes pontos de vista e concepções, de modo que o estudante perceba a diversidade de problemas e abordagens. Num ambiente de investigação, de redescobertas e recriações, será garantido aos educandos a possibilidade de elaborar, de forma problematizadora, suas próprias questões e tentativas de respostas. Poderá exercer a atividade reflexiva tentando encontrar caminhos e respostas diferentes para elas. O trabalho com os conteúdos estruturantes se dará em quatro momentos: a sensibilização, a problematização, a investigação e a criação de conceitos. Para o desenvolvimento da sensibilização serão utilizados diversos meios, como filmes, imagens, leitura de um texto jornalístico ou literário, audição de músicas, entre 8 outros, com o objetivo de investigar e motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido. A sensibilização também poderá ocorrer diretamente a partir do conteúdo problematizado. A problematização ocorre quando o professor e estudantes, a partir do conteúdo em discussão, levantam questões, identificam problemas e investigam o conteúdo. Problematizando, o professor convida o estudante a analisar o problema, o que se faz por meio de investigação, que pode ser o primeiro passo para possibilitar a experiência filosófica. Recorrendo à história da Filosofia e aos clássicos, o estudante defronta-se com diferentes maneiras de enfrentar o problema e com as possíveis soluções já elaborados, que embora não resolvam o problema, orientam a discussão. Na busca da resolução do problema será realizado também uma análise da atualidade, com uma abordagem contemporânea que remeta o estudante a sua própria realidade. Dessa forma, partindo de problemas atuais estudados a partir da história da Filosofia, do estudo dos textos clássicos, de interpretação científica e de sua abordagem contemporânea, o estudante do Ensino Médio pode formular seus conceitos, construir seu discurso filosófico. O texto filosófico que ajudou os filósofos a entender e analisar filosoficamente o problema em questão será trazido para o presente com o objetivo de fazer entender o que ocorre hoje e como podemos, a partir da Filosofia, entender os problemas de nossa sociedade. Portanto, o ensino de Filosofia será permeado por atividades investigativas individuais e coletivas que organizem e orientem o debate filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo. Por isso, a proposta é trabalhar os conteúdos, a partir de problemas significativos para estudantes do Ensino Médio, havendo a preocupação de não ser superficial e de demorar o tempo necessário para realização de todo o processo de ensino proposto, desde a sensibilização para o problema passando pelo estudo dos textos filosóficos, até a elaboração de conceitos, para que se garanta de fato a reflexão filosófica. O Livro Didático Público de Filosofia, será um ponto de partida para as aulas. Além dele, muitos outros recursos serão utilizados para enriquecer a investigação filosófica, como, por exemplo, a consulta ao acervo da Biblioteca do Professor, o Portal Dia a Dia Educação, o acervo da biblioteca da escola, dentre outros recursos disponíveis. 9 Dentro do que se propõe, a Filosofia tem o objetivo de construir espaços de problematização, a fim, de articular os problemas da vida atual com as respostas e formulações da história da Filosofia, mediante a elaboração e a resignificação dos conceitos dentro do universo da experiência filosófica de produção e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de conceitos. Contemplando as leis nº 10.639/03 e 11.645/08 “História e Cultura Afrobrasileira e Indígena”, a lei 9.795/99 “Meio Ambiente”, a lei 11.734/97 “Prevenção da AIDS e Gênero e Diversidade Sexual” os temas relacionados aos Desafios Educacionais Contemporâneos e a Diversidade, serão desenvolvidos ao longo do ano letivo em coerência com os conteúdos a serem trabalhados e também a necessidade observada na turma em relação a tais temas. O que se espera é que o estudante, ao tomar contato com os problemas e textos filosóficos, possa pensar e argumentar criticamente e que nesse processo crie e recrie para si os conceitos filosóficos, com autonomia e responsabilidade, tanto no pensar e quanto no agir, buscando entender os problemas da nossa sociedade para que nela possa intervir. Conteúdos Estruturantes Conteúdos Básicos Mito e Filosofia Saber mítico; Saber filosófico; Relação Mito e Filosofia; Atualidade do mito; O que é Filosofia? Teoria do Conhecimento Possibilidade conhecimento; As conhecimento; O do formas de problema da verdade; A questão do método; Conhecimento e lógica. Ética Ética e moral; Pluralidade ética; Ética e violência ; Razão, desejo e vontade; Liberdade: 10 autonomia do sujeito e a necessidade das normas. Filosofia política Relações entre comunidade e poder; Liberdade e igualdade política; Política e Ideologia; Esfera pública e privada; Cidadania formal e/ou participativa. Filosofia da ciência Concepções de ciência; A questão do método científico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia; Ciência e ética. Estética Natureza da arte; Filosofia e arte; Categorias estéticas – feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, etc. Estética e sociedade. Os conteúdos acima relacionados estão presentes em todos os períodos da História da Filosofia – Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea. Cabe apenas lembrar que em cada um desses grandes períodos os conteúdos estruturantes aqui apresentados recebem tratamento diferenciado. Portanto, serão abordados com o objetivo de estimular o trabalho intelectual, o pensar, a busca da profundidade dos conceitos e das suas relações históricas, em oposição ao caráter imediatista que assedia e permeia a experiência do conhecimento e as ações dela resultantes. Ao elaborar o planejamento, o professor partirá dos conteúdos estruturantes, fazendo o recorte dos conteúdos específicos que julgar adequado e possível, considerando a série, o nível de intelectualidade e a formação de pensamento do aluno. 11 2 - AVALIAÇÃO A Filosofia como prática, como discussão com o outro e como construção de conceitos encontra seu sentido na experiência de pensamento filosófico. Entende-se por experiência esse acontecimento inusitado que o educador pode propiciar, preparar, porém não determinar e, menos ainda, avaliar ou medir. A avaliação será concebida na sua função diagnóstica, isto é, ela não tem finalidade em si mesma, mas sim tem a função de subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade que professores, estudantes e a própria instituição de ensino estão construindo coletivamente. Sendo assim, a avaliação não se resumirá apenas a perceber quanto o estudante assimilou do conteúdo presente na história de Filosofia, do texto, ou dos problemas filosóficos, nem inclusive a examinar sua capacidade de tratar deste ou aquele tema. Deve ser levado em consideração a capacidade do estudante em argumentar e de identificar os limites dessas posições, a atividade com conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Ao avaliar, é relevante observar a capacidade do estudante de trabalhar e criar conceitos: qual conceito trabalhou ou criou; qual discurso tinha antes e qual discurso tem após o estudo da Filosofia. A avaliação em Filosofia se dará no próprio processo ensino-aprendizagem, tendo início com a sensibilização, coletando o que o estudante pensava antes e o que pensa após o estudo. Serão utilizados no processo da avaliação vários instrumentos tais como: atividades investigativas individuais e coletivas, pesquisas bibliográficas e de campo, análise de filmes, livros ou textos relacionando a história e problemas filosóficos com a contemporaneidade, organização e participação em debates e seminários, assiduidade, dinamismo e participação nas aulas, respeito e colaboração educando-educando, educando-educador, organização e utilização do material escolar, testes orais e escritos entre outros. 12 3 - REFERÊNCIAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio. Curitiba: Superintendência da Educação, 2006. PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Filosofia Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2006.