PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE FILOSOFIA IDENTIFICAÇÃO COLÉGIO: Estadual Arroio Grande - EFM DISCIPLINA: Filosofia PROFESSORA: Luciane Aparecida Gomes 1) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA A filosofia é constituída como pensamento há mais de 2600 anos, e sempre trouxe consigo a problemática quanto ao seu ensino, tal problemática já estava presente na “rixa filosófica” de Platão e os Sofistas, ainda na tenra idade da filosofia, na Grécia Antiga. No artigo 36 da Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (Lei n. ° 9.394/96), determina que ao final do ensino médio, todo estudante deverá “dominar os conhecimentos de filosofia necessário ao exercício da cidadania”. Este foi um avanço significativo para a presença da filosofia nesse nível de ensino, uma vez que em 1961 (com a Lei n. ° 4.024/61), a filosofia deixa de ser obrigatória e, a partir de 1971 (com a Lei n. ° 5.692/71), época do regime militar, ela praticamente desaparece das escolas. Mas em 02 de junho de 2008, a Presidência da República sancionou a Lei n. ° 11.684/08 que alterou o art. 36 da Lei n. ° 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, pra incluir a filosofia como disciplina obrigatória nos currículos do ensino médio. Hoje, a filosofia se apresenta com uma roupagem nova, querendo ser respeitada e aplicada como disciplina integrante do Currículo Escolar do Ensino Médio, objetivando formar indivíduos livres e reflexivos, capazes de resistir às diversas formas de propaganda, fanatismo, exclusão e intolerância, contribuir para a paz e preparar cada um para assumir suas responsabilidades face às grandes interrogações contemporâneas. A filosofia é a resposta e a própria busca que os homens têm empreendido em torno das questões fundamentais sobre a vida. Temos a necessidade de descobrir quem somos e por que vivemos. As DCEs propõe organizar o ensino da filosofia por conteúdos estruturantes tais como: Mito e Filosofia, Teoria do Conhecimento, Ética, Filosofia Política, Estética e Filosofia da Ciência, objetiva estimular o trabalho da mediação intelectual, o pensar, e a buscar mais profundidade nos conceitos clássicos e nas suas relações históricas, em oposição ao caráter imediatista que assedia e permeia a experiência do conhecimento e as ações dela resultantes. Esta opção pelo trabalho com conteúdos estruturantes tomados como conhecimentos basilares, que se constituíram ao longo da historia da filosofia e de seu ensino, em épocas, contextos e sociedades diferentes, e que, tendo em vista o estudante do Ensino Médio, ganham especial sentido e significado político, social e educacional. A filosofia na escola pode significar o espaço de experiência filosófica, espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca, da compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de conceitos. O que se espera é que o estudante, ao tomar contato com os problemas e textos filosóficos possa pensar e argumentar criticamente e que nesse processo crie recrie para si os conceitos filosóficos. Objetiva - se ainda mostrar como a filosofia pode estar presente em nossas ações cotidianas, para assim agir de forma superior às reflexões do senso comum. Formar de maneira pluridimensional e democrática plena, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidade de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, com suas múltiplas particularidades e especializações. Busca-se também Viabilizar interfaces com as outras disciplinas para a compreensão do mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. 2. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES/ CONTEÚDOS BÁSICOS DA DISCIPLINA 1º ANO/SÉRIE Conteúdos Básicos Conteúdo Estruturante MITO E FILOSOFIA Saber mítico; Saber filosófico; Relação entre mito e filosofia; Atualidade do mito; O que é filosofia? A filosofia e seus métodos. Possibilidades do conhecimento; As formas de conhecimentos; TEORIA CONHECIMENTO DO O problema da verdade; A verdade como um valor; A questão do método; Conhecimento e lógica Método socrático: Ironia e Maiêutica CONTEÚDO ESTRUTURANTE ÉTICA 2º ANO/SÉRIE Conteúdos Básicos Ética e moral; Pluralidade ética; Moral determinismo e liberdade. Ética e violência; Razão, desejo e vontade; Liberdade: autonomia do sujeito necessidade das normas; Relação entre comunidade e poder; e a FILOSOFIA POLÍTICA Liberdade e igualdade política; Política e ideologia; Esfera pública e privada; Cidadania formal e/ou participativa; 3º ANO/SÉRIE CONTEÚDO ESTRUTURANTE FILOSOFIA DA CIÊNCIA ESTÉTICA Conteúdos Básicos Concepções de ciência; A questão do método cientifico; Contribuições e limites da ciência; Ciência e ideologia; Ciência e ética; Natureza da arte; Arte como forma de pensamento; Criatividade; Estética e Sociedade; Filosofia e arte; Categorias estéticas - feio, belo, sublime, trágico, cômico, grotesco, gosto, Etc. 3. METODOLOGIA DE ENSINO O trabalho com os conteúdos estruturante da filosofia e seus conteúdos básicos se dará em quatro momentos: a sensibilização, que tem o objetivo de instigar e motivar possíveis relações entre o cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido, a problematização, quando há o levantamento de questões e identificação de problemas suscitados pelo professor ou aluno, a investigação, onde o professor convida o aluno a analisar o problema, sendo um dos primeiros passos para possibilitar a experiência filosófica., e a criação de conceitos, ou seja, o estudante estar apto a elaborar um texto, um construto teórico, terá condições de ser construtor de idéias com caráter inusitado e criativo e as socializará para discussão. Não se pode esquecer que a primeira característica metodológica é a de um trabalho centrado no aluno, que deve ter uma relação ativa com o programa e dispor do professor como colaborador para atingir as aptidões propostas. Esta relação pode-se traduzir num primeiro momento no levantamento de questões abertas, situações e flagrantes do cotidiano da cada aluno. Ao articular os vários elementos, o ensino de filosofia pressupõe um planejamento que inclua pesquisa, análises reflexivas, leitura, debates, seminários, produções orais e textuais entre outras estratégias, tudo buscando a criação de conceitos. 4. FORMAS DE AVALIAÇÃO A avaliação deverá ser concebida em forma diagnóstica, ou seja, ela não tem finalidade em si mesma, mas tem a função de redirecionar o curso da ação no processo ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade que professores, estudantes e a própria instituição de ensino estão construindo coletivamente. É relevante avaliar a capacidade do estudante em trabalhar e criar conceitos, observando o discurso que possuía e o que construiu após o estudo dos conceitos filosóficos. Deverá ser processual, desde a sensibilização a criação/recriação de conceitos. Avaliar em filosofia significa, durante o processo ensino aprendizagem, acompanhar o progresso dos alunos através de instrumentos de avaliação, tais como: leituras, produção de textos, análise, atividades reflexivas, investigativas, vídeos, charges, documentários, etc. No entanto, instrumentos mais qualitativos do que quantitativos. 5. REFERÊNCIAS ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. Mestre jou, São Paulo, 1982. ALVES, Rubens. Filosofia da ciência. Ars Poética, São Paulo; 1996. ARANHA, M. Lúcia de Arruda; MARTINS, M. Helena Pires. Filosofando; Introdução à filosofia. 2. Ed, São Paulo; 1993. ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. 4° Ed. Trad. de Mário de Gama Kury, Brasília, 2001. CHAUÍ, Marilena. Filosofia. Ed. Ática, São Paulo; 2005. __________________ Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo; 1998. DROZ, Geneviéve. Os mitos Platônicos. UNB, Brasília, 1997. ELIADE, Mircea. Mito e Realidade. Perspectiva, São Paulo, 2000. FIGUEIREDO, Vinicius. Seis filósofos na sala de aula. Ed. Berlendis e vertecchia, São Paulo, 2006. GAADER, Jostein. O Mundo de Sofia. Cia. das Letras, São Paulo; 1998. NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. Ed. Globo, São Paulo; 2005. PLATÃO. República., São Paulo, Abril cultura, 1972 _________. Defesa de Sócrates. Pensadores, São Paulo,Abril cultura, 1972. REALE, Giovanni, ANTÌSERI, Dário. História da Filosofia. Vol. I, II, III. Ed. Pulus, São Paulo; 1991. LDP – Livro Didático público. DCEs – Diretrizes Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio.