Filosofia_Proposta Curricular Apresentação A LDB no artigo 36

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Filosofia_Proposta Curricular
Apresentação
A LDB no artigo 36 determina que ao final do ensino médio, o
estudante deverá “dominar os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia
necessário ao exercício da cidadania.” O caráter transversal dos conteúdos
filosóficos que aparece com bastante clareza na Resolução 03/98 no
cumprimento “à exigência da LDB quanto a necessidade de domínio dos
conhecimentos filosóficos, uma vez que joga a filosofia para transversalidade,
entretanto, o domínio de conhecimentos só acontece, com a necessária
profundidade e qualidade, no curso da disciplina.
O ensino de Filosofia tem uma especificidade que se concretiza na
relação do estudante com os problemas, na busca de soluções nos textos
filosóficos por meio da investigação, no trabalho direcionado à criação de
conceitos.
O objeto de estudo da Filosofia é, portanto, a criação de conceitos, o
pensar, o refletir, o indagar para a criação dos próprios conceitos. Assim, o
ensino de filosofia como a criação de conceitos deve abrir espaço para que o
estudante possa planejar um sobrevôo sobre todo o vivido, a fim de que
consiga à sua maneira também, cortar, recortar a realidade e criar conceitos.
A atividade filosófica centrada, sobretudo no trabalho com o texto,
propiciará entender as estruturas lógicas e argumentativas, levando-se em
conta todo o cuidado com a precisão dos enunciados, com o encadeamento e
clareza das idéias e buscando a superação do caráter fragmentário do
conhecimento.
Considerando que a Filosofia pode viabilizar interfaces com as
outras disciplinas para a compreensão do mundo da linguagem, da literatura,
da história, das ciências e da arte, é comum retomar a clássica questão a
respeito da cisão entre Filosofia e filosofar: ensinamos a filosofar ou ensinamos
Filosofia? Para Kant (1985), só é possível ensinar a filosofar, isto é, exercitar a
capacidade da razão em certas tentativas filosóficas já realizadas. É preciso,
contudo, reservar à atividade filosófica em sala de aula o direito de investigar
as idéias até suas últimas conseqüências, conservando-as ou recusando-as.
Em Hegel, o conhecimento do conteúdo da Filosofia é indispensável a sua
prática, ou seja, do filosofar. A Filosofia constitui seu conteúdo, visto que reflete
sobre ele.
A Filosofia na escola pode significar o espaço de experiências
filosóficas, espaço de criação e provocação do pensamento original, da busca,
da compreensão, da investigação e da criação de conceitos. O que se espera é
que o estudante, ao tomar contato com os problemas e textos filosóficos possa
pensar e argumentar criticamente e que nesse processo crie e recrie para si os
conceitos filosóficos. Articulando o espaço-temporal e sócio-histórico em que
se dá o pensamento e a experiência humana, pois a esse momento espera-se
que os estudantes tenham compreendido a complexidade do mundo
contemporâneo, suas múltiplas particularidades e especializações.
CONTEÚDOS:
1º ANO
Conteúdos Estruturantes
Conteúdos Básicos
Saber mítico;
Mito e Filosofia
Saber filosófico;
Relação Mito e Filosofia;
Atualidade do Mito;
O que é Filosofia?
Possibilidade do Conhecimento;
Teoria do Conhecimento
As formas de Conhecimento o problema
da Verdade;
A questão do Método;
Conhecimento e Lógica.
Ética
Ética e moral;
Pluralidade ética;
Ética e violência;
Razão, desejo e vontade;
Liberdade: Autonomia do sujeito e a
necessidade das normas.
2º ANO
Conteúdos Estruturantes
Conteúdos Básicos
Relações entre comunidade e poder;
Filosofia Política
Liberdade e igualdade política;
Política e Ideologia;
Esfera pública e privada;
Cidadania formal e/ou participativa.
Filosofia da Ciência
Concepções de ciência;
A questão do método científico;
Contribuições e limites da ciência;
Ciência e ideologia;
Ciência e ética.
Estética
Natureza da arte;
Filosofia e arte;
Categorias estéticas – feio, belo,
sublime, trágico, cômico, grotesco,
gosto, etc.
Estética e sociedade.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos: Educação Ambiental,
Educação fiscal, Enfrentamento a Violência na Escola, Prevenção ao uso
indevido de drogas e sexualidade, passará pelo currículo somente na condição
de compreensão do currículo na totalidade, fazendo parte da intencionalidade
do recorte do conhecimento da disciplina. Isto significará compreendê-los como
parte da realidade concreta e explicitará nas múltiplas determinações que
produzem e explicam os fatos sociais.
Metodologia
Os conteúdos estruturantes serão trabalhados na perspectiva dos
estudantes, de fazê-los pensar problemas com significado histórico e social,
estudados e abalizados com textos filosóficos que lhes forneçam subsídios
para que possam pensar o problema, pesquisar, fazer relações e criar
conceitos, buscando sempre o encadeamento e a clareza das idéias e a
superação do caráter fragmentário do conhecimento. Portanto, o trabalho com
os conteúdos estruturantes da Filosofia e seus conteúdos específicos se dará
em quatro momentos:
a) Mobilização para o Conhecimento: atividades que serão conduzidas pelo
professor com o objetivo de instigar e motivar possíveis relações entre o
cotidiano do estudante e o conteúdo filosófico a ser desenvolvido.
b) Problematização: a partir do conteúdo em discussão, professor e
estudantes levantam questões, identificam problemas e investigam o conteúdo.
c) Investigação: Problematizando o professor convida ou leva o estudante a
analisar o problema por meio da investigação, da pesquisa recorrendo à
história da Filosofia e aos clássicos podendo ser os primeiros passos para
possibilitar a experiência filosófica.
d) Criação de Conceitos: Depois de defrontar-se com diferentes maneiras de
enfrentar o problema e com as possíveis soluções já elaboradas referendadas
também com uma análise da atualidade (a sua própria realidade) o texto
filosófico a entender e analisar filosoficamente o problema em questão será
remetido para o presente com o objetivo de fazer entender o que ocorre na
atualidade e como a partir da Filosofia, entender os problemas de nossa
sociedade.
Esta metodologia implica uma prática pedagógica permeada por
atividades investigativas que orientem o debate filosófico, dando-lhe um caráter
dinâmico e participativo, com planejamento que inclua leitura, pesquisa, filme,
música, imagem, livro didático, fatos de repercussão na opinião pública, textos
filosóficos entre outros de diferentes categorias que rumarão a inúmeras
possibilidades e estratégias, alinhavando o conteúdo filosófico ao cotidiano do
estudante com o objetivo de entender o que ocorre hoje e como podemos a
partir da Filosofia atuar sobre os problemas da sociedade. Assim, o estudante
terá condições de perceber o que está e o que não está implícito nas idéias,
como elas se tornam conhecimento e por vezes discurso ideológico de modo a
argumentarem coerentemente, se posicionado como cidadão crítico.
AVALIAÇÃO
Conforme a LDB nº 9394/96, no seu art. 24, a avaliação deve ser
concebida na sua função diagnóstica e processual. Ao avaliar, o professor deve
ter profundo respeito pelas posições do estudante, mesmo que não concorde
com elas, pois o que está em questão é a capacidade de argumentar e de
identificar os limites dessas posições.
O que deve ser levado em consideração é a atividade com
conceitos, a capacidade de construir e tomar posições, de detectar os
princípios e interesses subjacentes aos temas e discursos. Torna-se relevante
avaliar a capacidade do estudante de trabalhar e criar conceitos, sobre os
seguintes pressupostos: qual conceito criou/recriou; qual discurso tinha antes e
qual discurso tem após o estudo.
A avaliação será contínua e cumulativa, tendo função somatória
subsidiada pelo crescimento e participação do estudante nas atividades
propostas como: formação de textos individuais e coletivos, respostas escritas
sobre questionamentos referentes ao conteúdo, formação de opinião
fundamentada em pressupostos teóricos, questões objetivas retiradas de
vestibular, do ENEM e a auto-avaliação que é um momento de reflexão do
aluno sobre o seu desempenho.
BIBLIOGRAFIA
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática
LEOPOLDO E SILVA, F. Currículo e formação: o ensino de Filosofia. Belo
Horizonte: Síntese Nova Fase, l v. 20, nº 63, 1993.
LDP: Livro Didático Público– Secretaria de Estado da Educação/Pr
DCE: Diretrizes Curriculares Estado do Paraná.
PPP: Projeto Político Pedagógico.
A Filosofia na formação do jovem e a ressignificação de sua experiência
existencial. São Paulo: 2002
Filosofia e Ciências Humanas no ensino de 2º Grau: uma abordagem
antropológica da formação dos adolescentes. IN Queiroz, JJ. (ORG) Educação
Hoje: educação e polaridade. São Paulo: FECS/USP, 1997. P. 101/109
Filosofia. São Paulo: Cortez, 1994. Vernant, J.P. As origens do pensamento
grego. São Paulo: Difel, 1984.
Colégio Estadual Vicente Tomazini
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
Filosofia
Professora: Loidebenézer Vicente
Francisco Alves
2010
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