SEMANA ACADÊMICA DO CURSO DE FILOSOFIA - 2011 A FORMAÇÃO FILOSÓFICA EM DEBATE O Curso de Filosofia da UCS: aspectos do planejamento e da avaliação Prof. Vanderlei Carbonara Das políticas nacionais às políticas locais Considerando-se as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Filosofia, os critérios de avaliação indicados pelo INEP (especialmente para o ENADE), vejamos alguns pontos do Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia da UCS e algumas estratégias que estão em implantação. Projeto Pedagógico do Curso de Filosofia da UCS: Objetivos a) Os alunos devem saber teorias e conteúdos, leis e regras, ideias e definições em confronto com os fatos. É preciso saber e não apenas repetir. É necessário saber usar esses conteúdos para a interpretação, compreensão e exposição de situações. b) Os alunos devem saber analisar e elaborar teorias e conjecturas, leis e regras a partir de problemas. Saber definir e conceituar. É preciso saber fazer e não somente saber receber. É necessário saber adaptar esses conteúdos a situações concretas. c) Os alunos devem saber Ser: viver e conviver com liberdade e responsabilidade, sem tomar os demais apenas como meio. Construir e desenvolver a pessoa humana como ser de relações. Competências e habilidades do egresso - capacidade para o exercício do pensamento crítico-criativo; - capacidade para refletir e compreender a importância das questões sobre o sentido da existência; - capacidade para perceber a integração necessária entre pensar, agir e fazer; - capacidade de relacionamento entre filosofia, promoção humana e responsabilidade cidadã; - capacidade para compreender o projeto inacabado e aberto do ser humano; - capacidade para sistematização do conhecimento e síntese das principais ideias de seu tempo; - capacidade para pensar radicalmente o homem, a sociedade, o mundo e Deus; Competências e habilidades do egresso - capacidade para adotar uma atitude crítica perante o mundo das informações; - capacidade para problematizar, formular questões e apresentar alternativas nos diversos campos do conhecimento; - capacidade para o diálogo filosófico com coerência lógicosemântica, com honestidade intelectual e com competência para lidar com as diferenças; - capacidade para construir e reconstruir ideias filosóficas; - capacidade filosóficos; para analisar, interpretar e explicar textos - capacidade para produzir textos filosóficos; - capacidade para perceber a integração necessária entre a filosofia e as demais produções culturais. Para chegar a esse perfil, alguns indicadores de desempenho Habilidades de Leitura e Compreensão: - Nível básico (pré-universitário) de leitura de textos (articulação na leitura em voz alta, respeitando pontuação e pronúncia correta das palavras) - Nível básico (pré-universitário) de compreensão de textos em geral (opera com definições e conceitos elementares, capacidade de identificar quais são as ideias-chave no texto) - Identificação da estrutura argumentativa do texto através de uma constatação do problema ou questão enfrentada pelo autor estudado. (identificação da estrutura argumentativa de uma forma macro) - Compreensão filosófica. de textos de comentadores da tradição - Compreensão de textos filosóficos clássicos - Compreensão de textos de filósofos em atividade - Leitura filosófica de textos não diretamente filosóficos. Habilidades de Expressão escrita 1-Domínio elementar da escrita em língua vernácula (correção de ortografia, gramática, uso adequado de pontuação, construção de sentenças coerentes) 2-Capacidade de expressar-se no texto utilizando conceitos articulados em por um argumento em prol de uma tese. 3-Capacidade de estabelecer comparação coerente entre ideias distintas [...] 4-Capacidade de expressar-se adequadamente ao analisar um texto previamente indicado, demonstrando apropriação das ideias do autor 5-Capacidade de expressar-se adequadamente ao analisar um texto previamente indicado, desenvolvendo crítica ao autor 6-Capacidade de expressar ideias próprias, de forma dissertativa, operando com conceitos filosóficos de forma coerente. 7-Capacidade de desenvolver reflexão filosófica com outros gêneros textuais: conto, poesia, crônica, conjunto de aforismos etc. Habilidades de Expressão oral - Capacidade de articular o discurso com coerência de ideias, fazendo-se entender no grupo - Capacidade de articular discurso filosófico estruturado por conceitos claros e articulados. - Capacidade de articular discurso filosófico de modo a estabelecer comparação coerente entre ideias que podem ser coadunantes ou distintas, o mesmo se aplica de forma macro a correntes de pensamento. - Capacidade de discorrer sobre um texto previamente analisado, de modo a expressar claramente as ideias do texto e os posicionamentos resultantes da análise - Capacidade de articulação de discurso, incluindo ideias próprias, mas sem perda do rigor filosófico. Implicações ao dia a dia do estudante e do professor - Clareza nos (disciplina); objetivos de cada unidade de ensino - Foco do estudante para atingir esses objetivos; - Estratégias metodológicos diretamente vinculadas à especificidade de cada unidade de ensino (ex.: trabalha direto com leitura de clássicos e/ou comentadores, produção escrita conforme indicadores de qualidade, expressão oral qualificada etc.). - Rigoroso processo avaliativo (auto-avaliação e heteroavaliação) da aprendizagem que propicie ao estudante perceber se está construindo sua aprendizagem de modo a atingir os objetivos previstos. Destaques sobre a avaliação da aprendizagem 1. Dentre as competências docentes, duas merecem destaque: planejamento do ensino e avaliação da aprendizagem. Portanto, avaliar com profundidade é uma questão de competência docente. 2. Avaliação não é sinônimo de nota. Há ações avaliativas que se traduzem em retornos parciais e há outras que se traduzem na forma de nota. O conjunto dessas ações deve ser coerente. 3. O parecer final (que indica aprovação reprovação) deve ser expressão rigorosa diagnóstico sobre a aprendizagem construída cada estudante sobre os objetivos previstos disciplina. ou do por na Estudante de Filosofia... e não apenas aluno de filosofia Espera-se dos matriculados no Curso de Filosofia bem mais do que apenas a postura de aluno, mas sobretudo o ardor próprio de um estudante. E para ajudar a diferenciar, um pouco do que significam essas palavras. Estudante de Filosofia... e não apenas aluno de filosofia O termo aluno nasce do substantivo latino alumnus (ou alumni no plural), que originalmente designava a criança de peito, ou seja, indica uma relação de dependência (remete a alimentação). Alumnus manteve sempre o sentido de alguém que precisa ser conduzido sempre por outrem (criança ou deficiente). Com o tempo ganhou o sentido de discípulo ou aluno. A palavra estudante deriva de 'estudo', que vem de studium, que indica o ardor, o zelo, a aplicação; está ligado à ideia do que se faz com paixão ou desejo. Etimologicamente, o termo 'estudante' remete àquele que se aplica em algo, portanto, não faz apenas porque alguém mandou, mas possui um ardor próprio.