Alprazolam Ações terapêuticas. Ansiolítico. Propriedades. O alprazolam, tal qual outras benzodiazepinas, é um potencializador das ações do ácido gama-aminobutírico (GABA). A absorção oral é quase completa, o pico plasmático foi observado entre a primeira e a segunda hora; a meia-vida plasmática de eliminação é de 12 a 15 horas. As doses repetidas podem acumular-se. O alprazolam é biotransformado no fígado em metabólitos inativos que são excretados na urina. Indicações. Ansiedade moderada a grave. Ansiedade associada com depressão. Posologia. A dose ótima deve ser individualizada para cada paciente, usando-se a menor dose que controle os sintomas. Dose em adultos: 0,25 a 0,5 mg, 3 vezes ao dia, até um máximo de 3 mg/dia; em idosos ou pacientes desnutridos: 0,25 mg, 2 a 3 vezes ao dia. Não deve ser utilizado em tratamentos prolongados com mais de 4 semanas de duração, a não ser que haja uma indicação médica específica. As doses devem ser aumentadas e diminuídas de forma gradual. Para minimizar os riscos de dependência, devem ser considerados tratamentos intermitentes. Reações adversas. Sonolência. Sedação. Visão turva. Instabilidade. Ataxia. Diminuição do estado de alerta e da performance. Confusão. Amnésia (especialmente em idosos), reações paradoxais com agressividade e excitação. Hipotensão, distúrbios gastrintestinais, erupção cutânea, retenção urinária, cefaleias, vertigem, alterações na libido, discrasias sanguíneas e icterícia. A síndrome de abstinência e a dependência foram relatadas com doses elevadas e durante tratamentos prolongados; a suspensão brusca após doses elevadas pode produzir confusão, psicose tóxica e convulsões. A suspensão brusca após um tratamento com doses terapêuticas e durante períodos curtos pode apresentar sintomas como sono, irritabilidade, diarreia e sudoração. Precauções. Insuficiência pulmonar crônica e insuficiência hepática e renal. Deve-se controlar o tratamento com alprazolam em pacientes psicóticos, não sendo indicado como primeira seleção. Deve ser cuidadoso o uso em pacientes com depressão grave ou tendência ao suicídio. Gravidez, não deve ser utilizado no 1º e 3º trimestres. Lactação. Interações. Seu efeito é potencializado quando usado com outros depressores do SNC e álcool. Contraindicações. Reconhecida hipersensibilidade às benzodiazepinas, insuficiência pulmonar aguda e miastenia grave. Bromazepam Ações terapêuticas. Ansiolítico. Propriedades. O bromazepam é uma benzodiazepina com estrutura molecular composta por anéis benzênicos acoplados a um anel diazepínico e um átomo de bromo em um dos anéis benzênicos. O bromazepam é absorvido com rapidez e de forma total através da mucosa gastrintestinal e alcança o pico de concentração plasmática entre 1 e 4 horas. Logo após sua absorção é gerada uma distribuição “rápida” inicial seguida de uma redistribuição “mais lenta” por tecidos menos perfundidos (tecido gorduroso). O bromazepam, tal qual outras benzodiazepinas, é altamente lipofílico e passa com facilidade a barreira hematoencefálica. Liga-se às proteínas plasmáticas, em especial à albumina, em 70%. Sua biotransformação ocorre em nível hepático, primeiro por reações oxidantes, para gerar metabólitos ativos (3-hidroxibromazepam) e inativos (3-hidroxibenzoilpiridina), e em seguida por reações de conjugação com ácido glicurônico (metabólitos inativos) que são posteriormente excretados por via renal. A meia-vida de eliminação do bromazepam e seus metabólitos é de 12 horas. Está classificado, portanto, no grupo de benzodiazepinas de meia-vida curta-intermediária. Dado que os processos de oxidação hepática podem ser influenciados pela idade avançada, as hepatopatias ou co-administração de outros fármacos que possam estimular ou inibir a capacidade de oxidação do fígado, o bromazepam deve ser indicado com cuidado em pacientes idosos e naqueles com insuficiência hepática acentuada. Indicações. Ansiedade, angústia, obsessão, compulsões, fobias e hipocondria. Tratamento das reações emocionais provocadas por situações conflitantes e de estresse. Posologia. Pacientes em tratamento ambulatorial: 1,5 mg três vezes ao dia. Casos graves: de 3 a 12 mg, 2 a 3 vezes ao dia. As doses recomendadas são aproximadas e devem ser adaptadas caso a caso. Ao cabo de 3 a 6 semanas e conforme a evolução, é possível reduzir de forma lenta a dose para posteriormente suspender o tratamento. Reações adversas. É bem tolerado, inclusive em doses altas que as terapêuticas. Em pacientes, idosos ou debilitados é recomendado dosar de forma mais cuidadosa, dada a sensibilidade variável destes pacientes aos fármacos psicotrópicos. O uso de bromazepam pode causar dependência física ou psíquica, que ocorre após a administração ininterrupta durante longo tempo. Sua suspensão pode causar inquietude, ansiedade e insônia. Precauções. Não é recomendada a interrupção do tratamento de forma brusca e sim gradualmente. Os pacientes devem evitar a ingestão de álcool. O bromazepam pode modificar as reações do pacientes (habilidade em dirigir; comportamento) de forma variável, conforme a dose empregada, a administração e a idiossincrasia individual. Interações. O uso simultâneo de outros depressores do SNC, como neurolépticos, tranquilizantes, antidepressivos, 1- hipnóticos, analgésicos e anestésicos, pode aumentar seu efeito sedativo, o que em alguns casos pode ser utilizado terapeuticamente. Contraindicações. Miastenia grave. A relação risco-benefício deverá ser avaliada durante a gravidez e o período de lactação. Hipersensibilidade às benzodiazepinas. Clobazam Ações terapêuticas. Tranquilizante. Ansiolítico. Propriedades. É um novo derivado benzodiazepínico benzodiazepinoxazol - com efeito ansiolítico, sedante tranquilizante e neurodepressor central. Seu mecanismo de ação é similar ao restante dos derivados benzodiazepínicos, sobre o receptor específico das membranas neuronais para potencializar a inibição gabaérgica [facilita a atividade neurodepressora do neurotransmissor ácido gama aminobutínico (GABA)]. Também diminui a atividade das vias noradrenérgicas, serotoninérgicas e colinérgicas, que são ativadas em situações de medo, temor e ansiedade. É administrada por via oral, tendo uma lenta absorção digestiva e ampla biodisponibilidade. Sofre biotransformação hepática com hidroxilação e posterior desmetilação, sem gerar fenômenos de indução enzimática no nível microssômico sobre outras drogas. Este fenômeno é observado em seu próprio metabolismo, como demonstram seus menores níveis em terapias prolongadas. Indicações. Transtornos por ansiedade. Ansiedade associada com depressão mental. Sintomas de supressão alcoólica aguda. Insônia por ansiedade ou situações passageiras de estresse. Posologia. Um total de 30 mg por dia, divididos a cada 8 horas (10 mg, 3 vezes por dia). Precauções. Evitar o consumo de álcool ou de outros depressores do SNC durante o tratamento. Ter precaução com idosos, principalmente se ocorrer sonolência, enjoos, torpeza ou instabilidade. A administração IV muito rápida pode ocasionar apneia, hipotensão, bradicardia ou parada cardíaca. A relação risco-benefício deverá ser avaliada para a administração durante a gravidez, posto que atravessa a placenta e pode originar depressão do SNC no neonato. Uma vez que se excreta no leite materno, durante o período de lactação pode ocasionar sedação no recém-nascido, dificuldade na alimentação e perda de peso. Interações. O uso de antiácidos pode retardar, mas não diminui a absorção; a administração prévia de clobazam pode diminuir a dose necessária de um derivado da fentanila para induzir anestesia. O uso simultâneo com levodopa pode diminuir os efeitos terapêuticos desta droga. A escopolamina, junto com lorazepam parenteral, pode aumentar a incidência de sedação, alucinação e comportamento irracional. Contraindicações. A relação risco-benefício deverá ser avaliada na presença de intoxicação alcoólica aguda, coma ou choque, antecedentes de abuso ou dependência de drogas, glaucoma de ângulo fechado, disfunção hepática ou renal, hipoalbuminemia, depressão mental grave, miastenia grave, porfiria, psicose e doença pulmonar obstrutiva crônica grave. Diazepam Ações terapêuticas. Ansiolítico, miorrelaxante, anticonvulsivo. Propriedades. As benzodiazepinas atuam geralmente como depressoras do SNC, desde uma leve sedação até hipnose ou coma, dependendo da dose. Acredita-se que seu mecanismo de ação é potencializar ou facilitar a ação inibidora do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), mediador da inibição tanto a nível pré-sináptico como pós-sináptico, em todas as regiões do SNC. É bem absorvido no trato gastrintestinal e, quando injetado no músculo deltoide, geralmente a absorção é rápida e completa. O estado de equilíbrio da concentração plasmática é produzido entre 5 dias e 2 semanas após o início do tratamento. A eliminação é lenta, posto que os metabólitos ativos podem permanecer no sangue vários dias ou semanas, produzindo possivelmente efeitos persistentes. O início da ação é evidenciado entre 15 e 45 minutos após sua administração oral, por via IM antes de 20 minutos, e por via IV entre 1 e 3 minutos. Elimina-se por via renal. Indicações. Comprimidos: ansiedade, distúrbios psicossomáticos, torcicolos, espasmos musculares. Ampolas: sedação prévia a intervenções (endoscopias, biopsias, fraturas); estados de agitação motora, delirium tremens, convulsões. Posologia. As doses ótimas devem ser avaliadas para cada paciente. Ansiedade: 5 a 30 mg/dia. Espasmos musculares: 5 a 15 mg/dia. Convulsões: 10 a 20 mg. Crianças: 0,2 mg/kg/dia. É conveniente nos tratamentos da ansiedade ou distúrbios psicomotores não ultrapassar as 4 semanas. Se for necessário continuar além deste prazo, a suspensão deverá ser gradual. Idosos e pacientes desnutridos requerem doses menores devido a variações na sensibilidade e farmacocinética. Reações adversas. Sedação, sonolência, ataxia, vertigem, hipotensão, distúrbios gastrintestinais, retenção urinária, alteração na libido, icterícia, discrasias sanguíneas. Reações paradoxais: excitação e agressividade (crianças e idosos). A administração parenteral pode produzir hipotensão ou debilidade muscular. Em pacientes geriátricos ou debilitados, assim como em crianças ou indivíduos com doenças hepáticas, aumenta a sensibilidade ao efeitos das benzodiazepinas no SNC. Precauções. As benzodiazepinas podem modificar a capacidade de reação quando se dirigem veículos ou máquinas de precisão. A dependência é importante quando são utilizadas doses elevadas durante períodos prolongados. Após a suspensão brusca podem ocorrer depressão, insônia por efeito de rebote, nervosismo, salivação e diarreia. Foi descrita síndrome de abstinência (estados de confusão, manifestações psicóticas e convulsões) logo após a suspensão de doses elevadas e administradas por longo tempo. Na gravidez não se recomenda seu uso no primeiro trimestre. Durante a lactação deve ser evitado, dado que o diazepam é excretado no leite materno. Interações. Os efeitos sedantes são intensificados quando se associam benzodiazepinas com álcool, neurolépticos, antidepressivos, hipnóticos, hipoanalgésicos, anticonvulsivos e anestésicos. Não se deve consumir álcool durante o tratamento com benzodiazepinas. O uso simultâneo de antiácidos pode retardar, porém não diminuir, sua absorção. A cimetidina pode inibir o metabolismo hepático do diazepam e provocar um atraso em sua eliminação. As benzodiazepinas podem diminuir os efeitos terapêuticos da levodopa e a rifampicina pode potencializar a eliminação de diazepam. Contraindicações. Miastenia grave, glaucoma, insuficiência pulmonar aguda, depressão respiratória, insuficiência hepática e renal. A relação risco-benefício deverá ser avaliada em pacientes com antecedentes de crises convulsivas, hipoalbuminemia, psicose. Lorazepam Ações terapêuticas. Benzodiazepínico de ação sistêmica. Ansiolítico. Sedativo/hipnótico. Relaxante do músculo esquelético. Propriedades. Atua geralmente como depressor do SNC em todos os seus níveis, dependendo da dose. Embora seu mecanismo exato de ação não seja conhecido, ao que parece, após interagir com um receptor específico da membrana neuronal, potencializa ou facilita a ação inibidora do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), mediador da inibição no nível pré-sináptico e pós-sináptico em todas as regiões do SNC. É bem absorvido no trato gastrintestinal e após a administração por via IM a absorção é rápida e completa. O lorazepam tem meia-vida de curta a intermediária e o início da ação, após a administração oral, evidencia-se entre 15 e 45 minutos. Sua união às proteínas é alta; metaboliza-se no fígado e é eliminado por via renal. Indicações. Distúrbios por ansiedade. Ansiedade associada com depressão mental. Sintomas de supressão alcoólica aguda. Insônia por ansiedade ou situação passageira de estresse. Posologia. Adultos, ansiolítico: 1 a 3 mg 2 a 3 vezes ao dia. Sedativo hipnótico: 2 a 4 mg como dose única ao deitar. Em pacientes idosos: 1 a 2 mg ao dia em doses fracionadas, com aumento da dose conforme a tolerância e necessidade. Ampolas - via IM: 0,05 mg/kg até um máximo de 4 mg. Via IV - inicial: 0,044 mg/kg ou 1 dose total de 2 mg. Reações adversas. Os pacientes geriátricos e debilitados; as crianças e os pacientes com doença hepática são mais sensíveis aos efeitos dos benzodiazepínicos no SNC. A administração parenteral pode ocasionar apneia, hipotensão, bradicardia ou parada cardíaca. São de incidência mais frequente: torpor ou instabilidade, sonolência, cansaço ou debilidade não-habituais. Raramente se observam: confusão (por intolerância), debilidade muscular, visão turva ou outros distúrbios de visão, constipação, náuseas ou vômitos. São sinais de superdosagem que requerem atenção médica: confusão contínua, sonolência grave, agitação, bradicardia, cambaleios e debilidade grave. Precauções. Evitar o consumo de álcool ou de outros depressores do SNC durante o tratamento. Ter precaução com os idosos, principalmente se ocorrer sonolência, enjoos, torpor ou instabilidade. A administração IV muito rápida pode produzir apneia, hipotensão, bradicardia ou parada cardíaca. A relação risco-benefício deve ser avaliada para administração durante a gravidez, uma vez, que atravessa a placenta e pode originar depressão do SNC no neonato. Devido ao fato de excretar-se no leite materno, durante o período de lactação pode produzir sedação no recém-nascido, dificuldades na alimentação e perda de peso. Interações. O uso de antiácidos pode retardar, porém não diminuir, a absorção; a administração prévia de lorazepam pode diminuir a dose necessária de um derivado da fentanila para induzir anestesia. O uso simultâneo com levodopa pode diminuir os efeitos terapêuticos desta droga. A escopolamina junto com lorazepam parenteral pode aumentar a incidência de sedação, alucinação e comportamento irracional. Contraindicações. A relação risco-benefício deve ser avaliada na presença de intoxicação alcóolica grave, coma ou choque, antecedentes de abuso ou dependência de drogas, glaucoma de ângulo fechado, disfunção hepática ou renal, hipoalbuminemia, depressão mental grave, miastenia grave, porfiria, psicose e doença pulmonar obstrutiva crônica grave. P.R. VADE-MÉCUM BRASIL 2010/11