4 Linhas de Transmissão em ressonância e Cavidades Ressonantes 4.1 Circuitos Ressonantes Circuitos ressonantes são muito importantes para circuitos osciladores, amplificadores sintonizados, filtros, medidores de freqüência, etc. Sua utilização vai desde alguns poucos hertz até freqüências ópticas. O ponto de partida para a análise destes circuitos é a revisão de circuitos RLC na ressonância. A partir daí, serão analisados com detalhes a cavidade retangular e circular. 4.1.1 Circuito Ressonante RLC em série Inicialmente, determinemos a impedância de entrada do circuito RLC série Figura 35 – Circuito RLC série V 1 Z in in R j..L I in j..C (4.1) A potência entregue é dada por: 1 1 1 1 Pin .V .I * .Z in . | I | 2 . | I | 2 . R j..L j. 2 2 2 ..C (4.2) A potência dissipada no resistor é dada por: Pdiss 1 . | I | 2 .R 2 (4.3) Figura 36 – Módulo da impedância de entrada do circuito RLC série em função da freqüência A energia média armazenada no indutor L, é dada por: 1 Wm . | I | 2 .L 4 (4.4) E a energia média armazenada no capacitor é dada por: 1 1 1 We . | Vc | 2 .C . | I | 2 . 2 4 4 .C (4.5) Nas equações (4.4) e (4.5) Vc e I são, respectivamente, os valores de pico da tensão sobre o capacitor e da corrente no circuito. A potência complexa pode ser escrita como: Pin Pd 2. j..Wm We A impedância de entrada pode então ser escrita como: Z in 2.Pin Pdiss 2. j..Wm We | I |2 | I |2 2 (4.6) (4.7) A ressonância ocorre quando Wm We e nesta situação a impedância de entrada é tal que: Pdiss R (4.8) | I |2 R Que é uma impedância puramente real e ocorre na freqüência 0 , dada por: Z in 0 1 L.C (4.9) Um parâmetro importantíssimo de um circuito ressonante é o seu fator de qualidade Q, que é definido como: Q . Energia média armazenada Potência dissipada (4.10) Ou, escrito de outra forma: Q . Wm We Pd (4.11) Desta forma, o parâmetro Q é uma medida da perda de um circuito ressonante, ou seja, baixas perdas implicam em um maior Q e vice-versa. Assim, para um circuito ressonante em série, tem-se que: 1 2 . | I } .L.2 4 0 .L 1 Q 0 . 1 R 0 .R.C . | I | 2 .R 2 (4.12) Esta expressão mostra que Q decai com o aumento de R. consideremos agora o que ocorre próximo da freqüência de ressonância, onde 0 com pequeno. 1 Z in R j..L.1 2 .L.C 2 0 2 Z in R j..L. 2 (4.13) . 0 . 2 0 Z in R j..L. R j..L. R 2. j. 2 2 R.Q Z in R j. .2. 0 De forma alternativa, um ressonador com perdas pode ser tratado com um ressonador sem perdas cuja freqüência de ressonância é substituída por uma freqüência de ressonância efetiva complexa dada por: 0 0 .1 j 2.Q (4.14) Demonstração: A impedância de entrada para o caso sem perdas (R=0) é dada por: Z in j.2.L. 0 (4.15) Assim, j. 0 0 .L Z in j.2.L. 0 j.2.L. 0 R j.2.L. 2.Q Q (4.16) Este procedimento é útil para a maioria dos ressonadores onde as perdas são baixas. O fator de qualidade pode ser determinado usando o método perturbacional. O Q é determinado supondo não haver perdas e após as perdas são inseridas através de uma freqüência angular complexa. Outro fator importante é a largura de faixa (BW) do ressonador. Quando a freqüência é tal 2 que | Z in | 2.R 2 , então a potência média entregue ao circuito é a metade da entregue na ressonância. BW Tomando-se a BW fracional definida por , tem-se que: 0 2 | R j.R.Q.( BW ) | 2 2.R 2 BW (4.17) 1 Q 4.1.2 Circuito Ressonante RLC paralelo Figura 37 – Circuito RLC paralelo Neste caso, tem-se que a impedância de entrada é dada por: 1 1 Z in j..C R j..L 1 (4.18) Cujo gráfico é dado por: Figura 38 – Módulo da Impedância de entrada do circuito RLC paralelo em função da freqüência A potência complexa é dada por: 1 1 1 1 Pin .V .I * .Z in . | I | 2 . | V | 2 . * 2 2 2 Z in 1 j 1 . | V |2 j..C 2 R .L (4.19) A potência dissipada pelo resistor é dada por: 1 | V |2 Pdiss . 2 R (4.20) A energia armazenada no capacitor é escrita como: We 1 . | V | 2 .C 4 (4.21) A energia armazenada no indutor é dada por: 1 1 1 Wm . | I | 2 .L . | V | 2 . 2 4 4 .L A potência complexa, pode então ser escrita como: Pin Pdiss 2. j..Wm We (4.22) (4.23) Assim, 2.Pin Pdiss 2. j..Wm We | I |2 | I |2 2 Na ressonância, tem-se que 0 e Wm We e, portanto, tem-se que: Z in Pdiss R | I |2 R O fator de qualidade Q é dado por: Z in Q 0 . 2.Wm R 0 .R.C Pdiss 0 .L (4.24) (4.25) (4.26) Observa-se que, neste caso, à medida que R aumenta, o Q aumenta. A análise próxima da ressonância pode ser feita simplificadamente usando o fato que: 1 1 x .... 1 x Fazendo 0 , onde é pequeno, tem-se que: (4.27) 1 1 0 Z in j. 0 C j..C j. 0 .L R 1 1 1 1 j. 1 Z in 2 j..C 2. j..C R R 0 .L R R Z in 1 2. j..R.C 1 2. j.Q. (4.28) 0 Sendo 0 2 Z in 1 , quando R = 0, tem-se que: LC 1 2. j.C. 0 (4.29) Da mesma forma, o ressonador próximo da freqüência de ressonância, pode ser considerado sem perdas, substituindo a freqüência ω0 pela freqüência complexa de acordo com a equação (4.14). 4.2 Fator de Qualidade carregado e descarregado O Q definido anteriormente é uma característica própria do circuito ressonante, na ausência de quaisquer efeitos de carregamento causados por circuitaria externa. Este Q é portanto chamado de Q descarregado ou “unloaded Q”. Na prática, há sempre um carregamento no circuito que irá causar uma variação no Q total. Se a carga adicionar uma resistência RL, tal que: Figura 39 – Circuito ressonante acoplado a uma carga externa RL Tem-se que: 1 1 1 QL Qe Q (4.30) Na equação (4.30), QL é o fator de qualidade carregado e Qe é o fator de qualidade externo dado por: 0 .L R para circuitos em série L Qe -1 0 .L R para circuitos em paralelo L (4.31) Q é o fator de qualidade sem carregamento. 4.3 Ressonância em linhas de transmissão Para o estudo de linhas de transmissão na faixa de microondas, temos que usar o modelo de parâmetros distribuídos. O uso de curtos ou abertos em comprimentos pré-determinados é comum para a construção de ressonadores. A partir do princípio quer estamos interessados no fator de qualidade de tais linhas, devemos considerá-las com perdas. 4.3.1 Linha curto-circuitada de λ/2 Considerando um comprimento de uma linha de transmissão com perdas, curto-circuitada, tal como mostra a figura abaixo: Figura 40 – Linha de transmissão terminada em curto Esta linha possui uma impedância Z0, uma constante de propagação β e uma constante de 2. atenuação . Na freqüência ω = ω0, o comprimento elétrico é ℓ=λ/2 e . Da equação da impedância complexa ao longo de uma linha de transmissão com perdas: Z in Z 0 . Z L j.Z 0 . tanh . Z 0 j.Z L . tanh . (4.32) Como a linha é curto circuitada, ZL=0 e portanto a equação (4.32) reduz-se a: Z in Z 0 . tanh j. . Usando-se de propriedades trigonométricas, tem-se que: (4.33) Z in Z 0 . tanh . j. tan . 1 j. tanh . . tan . (4.34) Na prática, a maioria das linhas de transmissão apresentam baixas perdas, tal que . 1 e, portanto, tanh . . . Se considerarmos 0 com pequeno, tem-se para uma linha operando no modo TEM: . . vp 0 . vp vp (4.35) Na equação (4.35) vp é a velocidade de fase. Se . . 2 , tem-se que: (4.36) 0 Portanto: . . . tan tan . tan 0 0 0 (4.37) Desta forma, substituindo s equações (4.36) e a aproximação obtida para tanh . na equação (4.34), podemos escrever a impedância de entrada da LT em curto de λ/2 como: Z in Z 0 . . . j. 0 Z 0 . . . . . 1 j. 0 . j. 0 (4.38) Comparando-se com a equação (4.13) da impedância de entrada para o circuito RLC série, que é: Z in R 2. j.L. (4.39) Verifica-se, assim, que a LT em curto de λ/2 comporta-se como um circuito RLC série, tal que: R Z 0 . .L L Z 0 . 2. 0 C 1 0 2 .L (4.40) Desta forma, utilizando-se a equação (4.12) para o cálculo do fator de qualidade e lembrando que ℓ = λ/2, tem-se que: Z o . .L 2. 0 Q 0 R Z 0 . . 0 . .2 . 2 2 . 1 2. . . 2 2. (4.41) Exemplo 8 – Um ressonador de λ/2 terminado em curto é feito de uma linha de transmissão usando cobre, com um condutor interno de 1 mm de raio e o externo de 4 mm de raio. Se a freqüência de ressonância é 5 GHz, compare o Q de uma linha de transmissão preenchida com e ar e com Teflon (εr = 2,08) e δ = 0,0004. A condutividade do cobre é igual a 5,813.107 S/m Solução – Para determinação do Q devemos calcular a atenuação devido às perdas metálicas e no dielétrico (somente Teflon) Para o Ar: . 0 1,84.10 2 2. Rs c Rs a 2. 0 . ln b 1 1 . 0,022 Np m a b d 0 Teflon c 2. d k0 . 0 Rs 2,08 r 2 a .. ln b 1 1 . 0,032 Np m a b . tan 0,030 Np m Assim, para o ar tem-se que: Qar 104,7 2380 2. 2.0,022 Para o teflon Q 104,7. 2,08 1218 2. 2.0,032 0,03 4.3.2 Linha de transmissão curto-circuitada de λ/4 Utilizando o resultado anterior, tem-se que para uma linha curto-circuitada de comprimento ℓ, a impedância de entrada é dada pela equação (4.34). Escrevendo a tan . como: tan . 1 (4.42) cot . Substituindo-se a expressão (4.42) na equação (4.34) tem-se que: Z in Z 0 . 1 j. tanh . . cot . tanh . j. cot . (4.43) Se tomarmos ℓ = λ/4, para ω =ω0 e se consideramos 0 com pequeno, tem-se que: . 0 . vp . . vp 2 0 (4.44) Assim, tem-se que: . . . tan cot . cot 0 0 2 0 (4.45) Da mesma forma que no caso anterior, considerando-se baixas perdas, tem-se que: tanh . . (4.46) Substituindo as equações (4.45) e (4.46) na equação (4.43), tem-se que: Z in Z0 (4.47) . . j. 2. 0 Comparando-se a equação (4.47) com a da impedância de entrada do circuito RLC paralelo, a equação (4.28), verificamos que a LT curto-circuitada de λ/4, comporta-se como um circuito RLC paralelo. Portanto: Z in(RLC paralelo) Z R 0 . 1 1 2. j..C R C 4. 0 .Z 0 L (4.48) 1 0 2 .C (Ressonânci a) Assim: Q 0 .R.C 4.3.3 Linha aberta de λ/2 4. . 2. (4.49) Este circuito é bastante utilizado em ressonadores em “microstrip line” . Este tipo de ressonador terá o comportamento de um circuito ressonante em paralelo. Para uma LT de comprimento ℓ terminada em aberto, a impedância de entrada é dada por: Z in Z 0 .coth j. . Z 0 . 1 j. tan . . tanh . tanh . j. tan . (4.50) Considerando-se uma freqüência ω, tal que 0 com pequeno, tem-se que: . . 0 (4.51) . . tan . tan 0 0 Considerando-se baixas perdas, tem-se que tanh . . . Assim, substituindo-se esses valores na equação (4.50), tem-se que: Z in Z0 . . j. 0 (4.52) Por comparação, observa-se que LT aberta de λ/4 apresenta o comportamento de um circuito RLC paralelo, tal que: 1 Z in(RLC paralelo) R Z0 . 1 2. j..C R C 2. 0 .Z 0 L (4.53) 1 0 2 .C (Ressonânci a) E o fator de qualidade fica calculado como: Q 0 .R.C 2. . 2. (4.54) 4.4 Cavidades Ressonantes São constituídas quando o guia de ondas é fechado por paredes metálicas nas suas duas extremidades. Figura 41 – Cavidade ressonante retangular Neste caso, tem-se que: p. d (4.55) Para o modo TE10, tem-se que: .x p. .z E y E0 . sin . sin a d j.E0 0 .x p. .z Hy . . sin . cos 2.d a d Hz (4.56) j.E0 0 .x p. .z . . cos . sin 2.a a d Nas equações anteriores (4.55) e (4.56) o índice p indica o número de meias senóides ao longo do guia. 4.4.1 Modos de ressonância Modos TEm,n,p em guias retangulares j. .k y . f Ex .H 0 . cosk x .x . sin k y . y . sin k z .z kc . f c Ey j. .k x . f .H 0 . sin k x .x . cosk y . y . sin k z .z kc . f c Hx k x .k z Hy k y .k z kc kc 2 2 .H 0 . sin k x .x . cosk y . y . cosk z .z .H 0 . cosk x .x . sin k y . y . cosk z .z H z H 0 . cosk x .x . cosk y . y . sin k z .z Nas equações (4.57), tem-se que k x Modos TEm,n,p em cavidades circulares: m. n. p. , ky e kz . a b d (4.57) Er j.n. . f .H 0 .J n k c .r . sin n. . sin k z .z k c .r. f c E j. . f ' .H 0 .J n k c .r . cosn. . sin k z .z fc Hr kz .H 0 .J n ' k c .r . cosn. . cosk z .z kc n.k z H 2 k c .r (4.58) .H 0 .J n k c .r . sin n. . cosk z .z H z H 0 .J n k c .r . cosn. . sin k z .z p' n , que são as raízes ℓ ésimas da derivada da a função de Bessel ordinária de primeira espécie de ordem n. (n=0,1,2,3,....) e (ℓ=1,2,3,....). Nas equações (4.58), tem-se que k c Modos TMm,n,p em guias retangulares Ex k x .k z Ey k y .k z Hx 2 kc kc 2 .E 0 . cosk x .x . sin k y . y . sin k z .z .E 0 . sin k x .x . cosk y . y . sin k z .z j.. .k y kc Hy 2 .E 0 . sin k x .x . cosk y . y . cosk z .z j.. .k x kc 2 (4.59) .E 0 . cosk x .x . sin k y . y . cosk z .z E z E 0 . sin k x .x . sin k y . y . cosk z .z Modos TMm,n,p em guias circulares: Er E kz .E 0 .J n ' k c .r . cosn. . sin k z .z kc n.k z 2 k c .r .E 0 .J n k c .r . sin n. . sin k z .z Hr j.n. f .E 0 .J n k c .r . sin n. . cosk z .z k c . .r. f c H j. f .E 0 .J n k c .r . cosn. . cosk z .z f c . (4.60) E z E 0 .J n k c .r . cosn. . cosk z .z pn , que são as raízes ℓ ésimas da função de Bessel a ordinária de primeira espécie de ordem n. (n=0,1,2,3,....) e (ℓ=1,2,3,....). Nas equações (4.60), tem-se que k c 4.5 Determinação das freqüências de ressonância Como tem-se infinitos modos de ressonância, teoricamente, tem-se infinitas freqüências de ressonância associadas. Porém, na prática, utilizamos as freqüências mais baixas. Para determinar-se as freqüências de ressonâncias, utiliza-se o seguinte procedimento: d p. g 2 p = 1,2,3,... (4.61) Portanto: d p. 0 1 0 c (4.62) 2 Na equação (4.62), 0 é o comprimento de onda ressonante. Assim, tem-se que: 2. 0 .. 0 2 2 (4.63) k c 2 0 . . k 2 2 2 Mas, m. n. kc a b 2. p. g d Portanto: 2 2 2 0 0 (4.64) m. n. p. . . a b d 2 1 2 2 (4.65) 2 2 2 m n p a b d 2 Esta expressão é válida para quaisquer modos TE ou TM no interior da cavidade. Para cavidades circulares, tem-se que: f0 1 2. .a. . . pn 2 p. .a d 2 para modos TMn,ℓ,p (4.66) f0 1 2. .a. . p. .a para modos TEn,ℓ,p d 2 . p' n 2 (4.67) De acordo com as equações (4.66) e (4.67) podemos identificar a existência de modos degenerados, ou seja, de mesma freqüência de ressonância, mas diferentes configurações de campos. Podem ser exemplificados os modos TE e TM em cavidades retangulares cujos índices m, n e p sejam iguais e em cavidades circulares, podem ser citados os modos TM111 e TE011. Para cavidades retangulares, considerando b a menor dimensão, o modo TE101 é o dominante com comprimento de onda ressonante dado por: 0 2.a.d (4.68) a2 d 2 Para cavidades circulares, o modo TE011 é o que apresenta características que o tornam de grande aplicação em ressoadores e freqüencímetros. O comprimento de onda ressonante é dado por: 0 2.d 2d 1 1,64.a 2 (4.69) 4.6 O Q de uma cavidade ressonante Conforme definido pela equação (4.10) o fator que de uma qualidade é dado por: Q 0 . Warmazenada Pdissipada (4.70) Para o cálculo da potência dissipada, devem ser levada em conta as perdas no condutor, bem como as perdas no dielétrico, tal que: 1 1 1 Q Qc Qd (4.71) Na equação (4.71), Qc é o fator de qualidade levando em conta as perdas no condutor e Qd é o fator de qualidade levando-se em conta as perdas no dielétrico. Para o cálculo do fator de qualidade Qc, tem-se que: Warmazenada . | E | 2 .dV . | H | 2 .dV 2V 2 V E, de acordo com a equação (3.25), podemos escrever que: (4.72) Qc 0 . Rs | H | | H .dV Integrado no Volume V . 2 t | 2 .dS Integrado na Superfície interna da cavidade (4.73) paredes Exemplo 9 – Calcular o fator de qualidade Q de uma cavidade retangular operando no modo TE101 Solução – A energia armazenada é dada pela equação (4.72), tal que: . f Wm . | E y | 2 .dV 2 fc . f .H 0 Wm . fc 2 abd .H 0 2 . sin 2 k x .x . sin 2 k z .z .dx.dy.dz 2 0 0a (4.74) 2 a.b.d . 2 a 3 .b.d 2 . 2 . .H 0 8 2 Passemos para o cálculo da Potência dissipada, inicialmente determinando as componentes tangenciais de campo. 2 Em x = 0 e em x = 0 | H z | 2 H 0 . sin 2 k z .z k 2 | H x | 2 z .H 0 . sin 2 k x .x . cos 2 k z .z Em y = 0 e y = b k x 2 2 | H z | H 0 . cos 2 k x .x . sin 2 k z .z k 2 Em z = 0 e z = d | H x | z H 0 . sin 2 k x .x kx 2 2 Assim, a potência dissipada é dada por: 2 b d a dk 2 z cos k z .z .dy.dz sin 2 k x .x . cos 2 k z .z .dx.dz 0 0 0 0 kx 2 Pd Rs .H 0 . 2 2 a b k a d kz 2 2 2 z 0 0 k cos k x .x . sin k z .z .dx.dz 0 0 k sin k x .x .dx.dy x x Resolvendo-se a integral representada pela equação (4.75), tem-se finalmente que: Pd Rs .a 2 b.b 1 a d 2 a.b .H 0 . 2 2 . 2 2 d a a d (4.76) (4.75) Assim, utilizando-se a equação (4.73), tem-se que o fator de qualidade Q do cavidade é dado por: 3 Wm . 2.b. a 2 d 2 2 Q 0 . . Pd 4.Rs a.d . a 2 d 2 2.b. a 3 d 3 (4.77) Para uma cavidade cúbica, tem-se que: Qcúbica 0,742 Rs (4.78) Para o cálculo do Q devido às perdas no dielétrico (Qd) é calculado levando-se em conta que a energia elétrica média armazenada na cavidade é dada por: We ' 4 . | E | 2 .dV (4.79) V A potência dissipada é calculada levando-se em condição a relação entre a condutividade do dielétrico imperfeito e a parte complexa da permissividade, tal que: . ' ' 1 Pd . J .E * .dV 0 . | E | 2 .dV 2V 2 V (4.80) O fator de qualidade é portanto é dado por: Q 0 . 2.We ' 1 Pd ' ' tan Valores típicos de Q da cavidade variam entre 2000 a 100000. 5. Teoria Circuital para ondas guiadas 5.1 Modos TE/TM: Guia Retangular (a>b) (4.81) y 0, 0 b a x Figura 42 – Geometria do guia de ondas retangular Modo dominante TE10 .x j . . z H z H 0 . cos .e a j.. 0 .a .x j . . z Ey .H 0 . sin .e a Hx j. .a (5.1) .x j . . z .H 0 . sin .e a Tensão Equivalente V E.dl (5.2) V j.. 0 .a .x .H 0 .sin . dy a y x 0 V 0 a x V Vmáx 2 (5.3) (5.4) Potência Complexa: Et x, y, z e x, y . A .e j . . z A .e j . . z H t x, y, z h x, y . A .e j . . z A .e j . . z (5.5) e x, y j . . z Et x, y , z .V .e V .e j . . z C1 h x, y j . . z H t x, y , z .I .e I .e j . . z C2 (5.6) Tensão e Corrente: Na equação (5.6), C1 e C2 são constantes de proporcionalidade. Uma vez que: zˆ e x, y ht x, y Z (5.7) Impedância de Onda do modo no guia Da teoria circuital: V ( z ) V .e j . . z V .e j . . z I ( z ) I .e j . . z I .e j . . z Z0 Impedância da linha (5.8) V V I I Comparando-se as expressões para Et x, y, z e H t x, y, z , vem: V V A A I I C2 A A (5.9) 1 Pin . S .zˆ.dS 2S (5.10) C1 Potência complexa incidente onde: * S Et H t e x, y . A .e j . . z h x, y . A .e j . . z | A |2 * Pin . e h .zˆ.dS 2 S * Utilizando as equações (4.9), podemos reescrever a equação (5.11), tal que: * V .I Pin . e h .zˆ.dS * 2.C1.C2 S Mas, da teoria circuital, tem-se que: * V .I Pin 2 (5.12) * (5.13) Portanto, comparando-se as equações (5.12) e (5.13), tem-se que: (5.11) * C1 .C2 e h * .zˆ.dS (5.14) S Linha de transmissão equivalente V C1 . A C1 V Z0 I C2 . A C2 I (5.15) C Z0 1 C2 A impedância Z0 da linha de transmissão equivalente deve ser igual a impedância Zw do modo guiado, ou seja: Z0 Zw C1 C2 (5.16) Exemplo 10:Determinar as expressões para as ondas de tensão e de corrente equivalentes para o modo TE10: Solução - As expressões para os campos são: .x j . . z E y A .sin .e a Ey A .x j . . z Hx .sin .e Z TE10 Z TE10 a Potencia: b a 1 1 | A |2 .x Pin . S .zˆ.dS . . dy. sin 2 .dx 2 2 ZTE10 0 0 a Pin | A |2 .b.a 4.Z TE10 Por outro lado Ey V .x j . . z . sin .e C1 a .x sin I a j . . z Hx . .e C2 Z TE10 Neste caso: 1 V .I dy .x Pin . . . sin 2 .dx * 2 C1 .C2 0 Z TE10 0 a * b a Logo: b C1 .C 2 * 0 C1 .C 2 * dy .x . sin 2 .dx Z TE1 0 0 a a b.a 2.Z TE1 0 Fazendo Z 0 Z w , tem-se que: C1 Z TE10 C2 Resolvendo para C1 e C2 C1 a.b 2 C2 1 Z TE10 . a.b 2 Finalmente: V A .C1 A . a.b 2 A a.b I A .C 2 . Z TE10 2 Verificação: V .I | A |2 .a.b Pin 2 4.Z TE10 * V ( z ) V .e j . . z V .e j . . z I ( z ) I .e j . . z I .e j . . z V V Z TE10 I I 4.2 Matriz Espalhamento Figura 43 – Junção a n acessos V1 s11.V1 s12 .V2 s13 .V3 ... S1n .Vn V2 s 21.V1 s22 .V2 s23 .V3 ... S 2 n .Vn . . . (5.17) V3 sn1 .V1 s n 2 .V2 sn 3 .V3 ... S nn .Vn Ou matricialmente V S .V (5.18) Pela definição tem-se que: S11 V1 V1 V2 V3 ... Vn 0 (5.19) colocar carga casada nesses acessos Propriedades a) Reciprocidade A matriz [S] é recíproca se [S]=[S]t b) Sem perdas: S . S * I c) Recíproca e sem perdas S . S * I Exemplo 11: Uma junção a dois acessos é caracterizada pela seguinte matriz espalhamento: 0,3 0,790 0,2 0,790 S Verifique se essa junção é recíproca e/ou sem perdas Solução: 0,3 0,7 90 0,2 0,7 90 0,3 0,790 S (Recíproca) 0,2 0,790 S * S t 0,3 0,790 0,3 0,7 90 0,09 0,49 0,2190 0,14 90 . I 0,2 0,7 90 0,2 0,21 90 0,1490 0,09 0,04 0,790 S . S * É recíproca, porém não é sem perdas. Se colocarmos um curto na saída (acesso 2), qual será o coeficiente de reflexão? Solução: Figura 44 – Curto no término da saída de uma linha de transmissão. V1 s11 .V1 s12 .V2 V2 s 21 .V1 s 22 .V2 Para o caso de curto, tem-se que: V2 V2 V2 s 21 .V1 s 22 .V 2 s 22 .V2 V2 s 21 .V1 V2 s .V 21 1 1 s 22 s .s V1 s11 .V1 s12 .V2 V1 V1 . s11 12 21 s 22 1 1 V1 V1 s .s s11 12 21 Para o caso 1 0,71 (não é um pois há perdas) s 22 1 Referências utilizadas: 1) Diniz, Aroldo B.; Freire, Gabriel F. O; “Ondas Eletromagnéticas”, LTC, 1973. 2) Pozar, David M. , “Microwave engineering”, 2nd edition, John Wiley , 1998.