Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Estatística Aplicada à Educação Jordão Gomes 2014 Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Secretário de Educação e Esportes de Pernambuco José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Gerente Geral de Educação Profissional Josefa Rita de Cassia Lima Serafim Coordenador de Educação a Distância George Bento Catunda Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas Coordenador Rede e-Tec Brasil Cleanto César Gonçalves Coordenação do Curso Sheila Ramalho Terezinha Beltrão Coordenação de Design Instrucional Diogo Galvão Revisão de Língua Portuguesa Eliane Azevêdo Diagramação Klébia Carvalho Sumário INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 3 1. COMPETÊNCIA 01 | DESCREVER AS PRIMEIRAS UTILIZAÇÕES DA ESTATÍSTICA E RESOLVER PROBLEMAS PROPOSTOS A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS ............ 4 1.1 Porcentagem .......................................................................................................... 7 1.2 Média ................................................................................................................... 11 2. COMPETÊNCIA 02 | ORGANIZAR E APRESENTAR DADOS DE PESQUISA POR MEIO DE TABELAS E GRÁFICOS.............................................................................................................. 12 2.1 Frequência ............................................................................................................ 12 2.2 Gráficos ................................................................................................................ 16 3. COMPETÊNCIA 03 | RECONHECER, CRIAR E RESOLVER PROBLEMAS ESTATÍSTICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO .......................................................................................................21 CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 28 MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR ..................................................................29 INTRODUÇÃO Olá, caro aluno! Durante as próximas semanas estaremos juntos, estudando e revendo conteúdos que lhe serão úteis na sua vida profissional e por que não dizer também no seu cotidiano. Estamos iniciando uma passagem por um conteúdo muito utilizado nos dias atuais, estamos falando da Estatística, então você reflete, o que tem haver meu curso com Estatística? Já que ela esta mais ligada a Matemática! Bem, nós vamos procurar trabalhar a Estatística como sendo mais uma ferramenta para seu uso no desempenho de suas atividades profissionais, ela vai nos ajudar a entender melhor os gráficos e suas colocações como também fazer análises de resultados e de frequências. Estaremos todos juntos voltados para o nosso objetivo maior que é vê-los formados como Técnicos. Desde já, desejo a você, sucesso! Professor Jordão Gomes 3 Estatística Aplicada à Educação Competência 01 1. COMPETÊNCIA 01 | DESCREVER AS PRIMEIRAS UTILIZAÇÕES DA ESTATÍSTICA E RESOLVER PROBLEMAS PROPOSTOS A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS MATEMÁTICOS Estudante, tenho certeza que você já trabalhou em algum momento com elementos relacionados à estatística. Por exemplo, quando criança fazíamos comparações de crescimento em relação aos nossos pais, irmãos ou vizinhos, analisando ao nosso modo quem estava “mais grande” (linguagem que sempre era corrigida por alguém, não é “mais grande” e sim maior), e foi dessa forma que aos poucos, desde a antiguidade foi se solidificando as bases da estatística. Conta-se que Moises já praticava estatística, fazendo contagem dos seus seguidores. No oriente o Imperador Chinês Yao ordenou a realização de uma Estatística com fins industriais e comerciais, isso aconteceu no ano 2238 a.C. Figura 1 – Origem das Probabilidades: Blaise Pascal e Fermat Fonte: www.matematiques.com.br Podemos perceber que alguns autores costumam separar a história da estatística em quatro fases, conforme o quadro abaixo reproduzido do Livro História da Estatística (2006): 4 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 01 Primeira Fase Segunda Fase Terceira Fase Quarta Fase Pepino, no ano de 758, e Carlos Magno, em 762, realizaram estatísticas sobre as terras que eram propriedades da Igreja. Essas foram as únicas estatísticas importantes desde a queda do Império Romano. Na Inglaterra, no século XVII, já se analisavam grupos de observações numéricas referentes à saúde pública, nascimentos, mortes e comércio. Destacam-se, nesse período, John Graunt (1620-1674) e William Petty (16231687) que procuraram leis quantitativas para traduzir fenômenos sociais e políticos. Também no século XVII, inicia-se o desenvolvimento do Cálculo das Probabilidades que, juntamente com os conhecimentos estatísticos, redimensionou a Estatística. Nessa fase, destacam-se: Fermat (1601-1665), Pascal (1623-1662) e Huygens (1629-1695). (fig. 01) No século XIX, inicia-se a última fase do desenvolvimento da Estatística, alargando e interligando os conhecimentos adquiridos nas três fases anteriores. Nesta fase, a Estatística não se limita apenas ao estudo da demografia e da Economia, como antes; agora, o seu campo de aplicação se estende à análise de dados em Biologia, Medicina, Física, Psicologia, Indústria, Comércio, Metereologia, Educação etc., e ainda, a domínios aparentemente desligados, como Estrutura de Linguagem e estudo de Formas Literárias. Destacam-se, no período, Ronald Fisher (1890-1962) e Karl Pearson (1857-1936). Que tal um pouco de história !!! http://www. exatas.net/ ssbec_estatistic a_e_sua_histori a.pdf Quadro 1 - Fases da Estatística Fonte: História da Estatística (2006) 5 Estatística Aplicada à Educação Competência 01 Bem, futuro técnico, você já conheceu um pouco de história e também nos lembramos dos nossos primeiros contatos com a estatística, trazendo para o nosso curso vamos pensar como aplicamos alguns conceitos estatísticos ou matemáticos, observe o que diz Antonio A. Crespo: “ A Estatística é uma parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões” (CRESPO, 1995, p. 13). Crespo nos fala de Matemática Aplicada, dados, análise e tomada de decisões. Vamos exemplificar uma situação vivida pelo meu amigo Oscar em uma secretaria escolar : Oscar chegou para a secretária e perguntou: Se o teste de sondagem para adquirir a bolsa de estudos tinha 15 questões, quantas questões eu devo acertar se a moça que aplicou falou que classifica-se quem acertar acima de 60% e que, em caso de empate, vai verificar a variável idade. Ok, vamos lá, tomada de decisão é fazer o teste de sondagem, análise é verificação do percentual de acertos que também corresponde à matemática aplicada e os dados são as idades dos que realizaram o teste de sondagem. De forma bem simples, verificamos alguns verbetes da definição de estatística, o que nos remete a outras palavras ligadas a estatística, como população, amostra ou evento, variável e unidade que também estão ligadas à matemática, pois população aqui representa o conjunto do que se esta estudando, dentro do exemplo do Oscar seria os educandos que fizeram o teste, amostra é o resultado de algum educando dentre os que realizaram a sondagem. Quanto às variáveis é interessante observarmos o diagrama a seguir: 6 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 01 Variável Quantitativa Qualitativa Expressa por números: salários, idade, número de exemplares, etc. Expressa por Atributos: sexo, time que torce, escolaridade etc. Discreta Continua Nominal Ordinal Dada por valores inteiros, normalmente resultados de contagens. Dada por um número Real, fruto de medidas. Não se leva a ordem em consideração. Leva-se a ordem em consideração dentro da categoria.. Exemplos: Altura, Peso, Idade, etc. Exemplos: Sexo, raça, cor dos olhos, se fumantes, etc. Exemplos: Número de filhos, número de livros, etc. Exemplos: Escolaridade, grau da doença, etc. A partir do diagrama podemos classificar as variáveis, usando ainda a situação vivida pelo Oscar, podemos dizer que o total de educandos que fizeram o teste representa uma variável quantitativa discreta, que a nota obtida por eles é uma variável quantitativa contínua. Até aqui tudo certo? Ok, mas e quanto à resposta que a secretária deu ao Oscar? Qual é o número de questões que ele deve ter acertado para ganhar a bolsa de estudos? Essa resposta tem haver com o conteúdo matemático que você já tem uma boa prática, que é a porcentagem. 1.1 Porcentagem Bem futuro técnico, a porcentagem é uma ferramenta muito usada dentro da estatística e muito utilizada dentro dos relatórios para informações de dados. Vamos fazer uma pequena visita ao mundo da Matemática, mais precisamente a parte que aborda a porcentagem (fig. 02). 7 Estatística Aplicada à Educação Competência 01 Figura 2 - Porcentagem Fonte: www.matematiques.com.br Nós sabemos que você já tem um bom domínio desse conteúdo, porem não custa nada relembrarmos. Vejamos uma situação que você passa de vez em quando; na conta do restaurante ou da pizzaria vem escrito 10% do valor da conta. Você já entendeu que ao valor total do pedido será acrescido 10% no total da conta. Não vamos entrar no mérito de que é obrigatório ou não você pagar os 10%, vamos apenas relembrar o significado e a forma de calcularmos porcentagem, que inclusive alguns autores também chamam de percentagem. Pois bem, como o nome já sugere porcentagem representa uma divisão por 100, isto é quando escrevemos % (símbolo de porcentagem), estamos dividindo esse número por 100. Sendo assim quando a moça falou para o Oscar que deveria acertar acima de 60%, ela se referia a mais de 9 questões, pois 60% de 15 corresponde a 9. Mas ai alguém pode pensar como ela chegou a esse valor? Bem como temos que 60 100 60% é igual a = 0,6 fazendo 15 multiplicado por 0,6 obtemos 9. Agora vamos a outro exemplo bem próximo de nós, quando atrasamos o pagamento da conta de luz de nossa casa, na próxima conta teremos um acrescimento de 2% referente ao atraso. Assim se sua conta que atrasou custava R$ 92,00 na próxima conta será cobrado R$ 1,84 a mais, além, do Que tal mais um pouco de História? Acesse! http://www. brasilescola.com /matematica/ historia-dasporcentagens. htm 8 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 01 valor da própria conta do mês, certo? Mas relembrando como foi encontrado o valor de R$ 1,84, temos que multiplicar o valor de R$ 92,00 pelo fator de multiplicação 0,02 que foi encontrado fazendo a divisão de 2 por 100 OK, que nada mais é que a expressão de 2%. Figura 3 - Conta de Luz Fonte: http://servicos.celpe.com.br/comercial/conheca-sua-conta-baixa-tensao Mostrando o algoritmo matemático temos: 2% = 2 = 0,02 100 Fazemos 92,00 x 0,02 = 1,84 Assim podemos encontrar o fator de multiplicação e por consequência o percentual desejado. Vale lembrar que existem outras formas de trabalhar com as porcentagens vamos rever? 9 Estatística Aplicada à Educação Competência 01 Podemos usar o processo de regra de três simples para determinarmos um valor de qualquer porcentagem, vejamos um exemplo. Em uma escola foi feito uma ampliação no seu quantitativo de educandos que era de 420 e passou a 483, qual foi o percentual de aumento? Para resolvermos esse problema podemos verificar qual a diferença entre os educandos e depois encontrar a porcentagem, vamos executar? Na diferença temos 483 – 420 = 63 agora é só montarmos a regra de três através do seguinte raciocínio: 420 correspondia a 100%, e 63 corresponderá a x%, escrevendo de forma mais simples temos: 420-------------100% 63------------x% Usando a propriedade fundamental das proporções temos que 420x = 63 . 100 𝑥= 63.100 420 Logo o número de educandos sofreu um acréscimo de 15%. Usamos a regra de três para calcularmos qualquer uma das situações que o problema traz. Se quisermos verificar pelo outro processo é só usar 0,15 como fator de multiplicação, vejamos 420 multiplicado por 0,15 temos 63, que foi a quantidade de educandos acrescida, ou ainda como o número de educandos teve um aumento, podemos multiplicar o valor de 420 por 1,15 e teremos 483. Quem quiser pode dar uma olhada no link http://www. matemática didatica.com.b r/Porcentagem Exercicios.aspx 10 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 01 1.2 Média Existem vários tipos de médias, vamos abordar a média aritmética que tem sua utilização na análise de dados em uma pesquisa. Sua maneira de calcular é muito simples, pois é a soma das quantidades dos dados, dividido pela quantidade do item de dados. Vamos tomar como base uma pesquisa de Oscar sobre o preço de livros para a escola, onde cada um tinha os seguintes valores: 112,00 reais custava um livro de história, 98,00 reais custava um livro de Geografia e 32,00 reais custa um minidicionário, vejamos como determinar o valor médio desses exemplares: 113,00 + 98,00 + 32,00 243,00 = 3 3 Portanto o preço médio do livro é 81,00 reais. Outro tipo de média que vamos trabalhar é a chamada média ponderada, ela possui valores chamados de pesos. A média ponderada é calculada através do somatório das multiplicações entre valores e pesos divididos pelo somatório dos pesos. Bom, não está muito clara essa definição, certo? Vamos fazer uma aplicação e tudo ficará mais fácil. Vejamos, em um certo concurso a pontuação de classificação é obtida através da média de acertos das disciplinas, português, matemática e conhecimento específico onde cada acerto tem um peso pré-determinado, digamos que esses pesos são respectivamente 3 para português, 2 para matemática e 5 para conhecimento específico. Um determinado candidato teve os seguintes acertos: 6 em português, 4 em matemática e 7 em conhecimentos específicos, vamos calcular sua média! 2 .6 + 3 . 4 + 5 .7 12 + 12 + 35 = 2+3+5 10 Que tal dar uma olhada no link http://www. dominio publico.gov. br/download/ video/me 001054.mp4 Portanto a média desse candidato foi 5,9 pontos. 11 Estatística Aplicada à Educação Competência 02 2. COMPETÊNCIA 02 | ORGANIZAR E APRESENTAR DADOS DE PESQUISA POR MEIO DE TABELAS E GRÁFICOS Aluno! Vamos prosseguir nosso estudo trabalhando a competência II que nos remete à parte organizacional e de apresentação. Como já trabalhamos com o conceito de porcentagem vai ficar mais fácil a compreensão da ideia de frequência na organização dos dados. Opa! Antes de continuar vamos dar uma olhadinha na ideia de frequência, que tem muito haver com o dia a dia escolar, que vai desde a frequência do educando como também do educador. Mas afinal o que é mesmo frequência? 2.1 Frequência Frequência é o número de vezes que algo acontece em um determinado período, ou intervalo, como você já viu e ouviu o Oscar falar. A frequência, como a variável, também tem suas divisões vejamos: Absoluta Frequência Relativa Frequência Absoluta: valor exato, número de vezes que o valor da variável é citado. Exemplo, quantas declarações foram expedidas durante uma semana. Frequência Relativa: valor representado através de porcentagem, divisão entre a frequência absoluta de cada variável e o somatório das frequências absolutas. Frequência Escolar (Bolsa Família) “...os filhos devem estar matriculados na escola pública e manter frequência escolar mínima de 85% para os estudantes de 6 a 15 anos, e de 75% para os de 16 e 17 anos.” Fonte: http://www. brasil.gov.br/ educacao 12 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 02 Vamos exemplificar para ficar mais claro, ok? Meu amigo Oscar fez um levantamento da maior nota de cada uma das vinte salas de aulas em certa escola na disciplina de matemática e encontrou os seguintes valores: 7,0 6,0 7,0 8,0 7,0 8,0 8,0 6,0 6,0 7,0 7,0 7,0 6,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 8,0 Observamos que temos 20 informações, porem algumas repetidas, certo? Contando as informações, podemos verificar que temos 6 salas com nota 7,0, 4 salas com nota 6,0 e 10 salas com nota 8,0, logo podemos encontrar a frequência absoluta e relativa dessa pesquisa. Que tal melhorarmos essa apresentação? Então vamos novamente lembrar a vídeo aula e construirmos uma tabela com essas informações e definições. Lembrando que tabela é a forma de organizar dados ou informações usando linhas e colunas. Notas Frequência Absoluta Frequência Relativa 7,0 6 6/20 = 0,30 ou 30% 6,0 4 4/20 = 0,20 ou 20% 8,0 10 10/20 = 0,50 ou 50% Total 20 100 % Tabela 1 - Frequência Absoluta e Relativa Fonte: Autor Podemos chamar a primeira linha da tabela acima de cabeçalho, acima dele poderíamos ter colocado um título, podemos dizer que o valor 20 está na célula ou na casa da segunda coluna e quinta linha. A coluna das Notas pode nominar como coluna indicadora e as demais colunas chamaram de numéricas. 13 Estatística Aplicada à Educação Competência 02 Também comentamos no vídeo aula que a frequência pode ser acumulada, isto é, onde a soma da frequência com as que lhe são anteriores na distribuição. Assim no exemplo anterior poderíamos acrescentar a coluna de frequência absoluta acumulada e a coluna de frequência relativa acumulada, vamos ver como fica? Notas Frequência Frequência Frequência Frequência Absoluta Relativa Relativa Absoluta acumulada 7,0 6 6 acumulada 6/20 = 0,30 30 % ou 30% 6,0 4 6 + 4 = 10 4/20 = 0,20 ou 30 % + 20 % = 50% 20% 8,0 Total 10 6 + 4 + 10 = 20 20 20 10/20 = 0,50 30% + 20% + 50% = ou 50% 100% 100 % 100 % Tabela 2 - Frequência Acumulada Fonte: Autor Bom, já vimos como construir uma tabela com valores definidos, mas também podemos montar tabelas usando intervalos de valores, a esses intervalos chamamos de classes, intervalos são determinados pelos seus limites. Em uma tabela construída com classes, o primeiro valor faz parte do intervalo, o segundo valor limita esse intervalo, mas não faz parte dele, por exemplo: As alturas dos educandos de uma classe do 2° ano de matemática foram as seguintes: 1,72 – 1,63 – 1,70 – 1,18 – 1,40 – 1,08 – 1,18 – 1,60 – 1,60 – 1,70 – 1,75 – 1,67 – 1,60 – 1,38 – 1,48 – 1,68 – 1,28 – 1,49 – 1,38 – 1,58 – 1,45 – 1,63 – 1,73 – 1,54 – 1,60 – 1,55 – 1,59 – 1,30 – 1,68 – 1,25 – 1,72 – 1,33 – 1,56 – 1,42 – 1,64 – 1,46 –1,39 – 1,59 – 1,65 – 1,20 – 1,75. De modo geral o número de classes de uma tabela deve variar entre 5 e no máximo 30 para evitar exagero, manda o bom senso variar de 4 a 20 classes 14 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 02 em uma tabela, ou ainda a raiz quadrada do quantitativo de dados acrescido de uma unidade, sempre usando apenas a parte inteira, mas como já foi dito vamos usar o bom senso, vejamos como faremos com o exemplo acima : Coluna dos intervalos Coluna das frequências Classes Frequência 1,08 1,18 1 1,18 1,28 4 1,28 1,38 3 1,38 1,48 7 1,48 1,58 5 1,58 1,68 12 1,68 1,78 9 Tabela 3 - Classes Fonte: Autor Bom, educando, vimos que podemos organizar dados em tabelas, vamos observar a tabela (fig. 04) abaixo e identificar seus elementos, ok? Figura 4 – Tabela de Avaliação do SAEPE Fonte: Boletim SAEPE (2010) 15 Estatística Aplicada à Educação Competência 02 Essa tabela foi retirada do boletim do SAEPE, volume 2, do ano de 2010 como esta descrito na fonte da tabela. As tabelas podem ser produzidas usando software especifico como o Excel ou qualquer outro meio, inclusive o manuscrito, ok? 2.2 Gráficos O gráfico é utilizado para dar uma visão sintética dos dados. Um gráfico bem construído pode revelar dados (características) sobre uma pesquisa que, na visão de uma tabela necessitariam de uma análise mais cuidadosa. Como Oscar comentou na vídeo aula temos vários tipos de gráficos, vamos conhecer alguns! Os gráficos mais comuns encontrados em análises de dados estatísticos são: Gráfico de Linhas. Gráfico em Colunas. Gráfico em Barras. Gráfico em Setores Gráfico Pictóricos. A partir dos dados já obtidos através das pesquisas, a construção do gráfico será feita observando o tipo, o título, a escala e a legenda. Cada tipo de gráfico tem sua particularidade, pois, se bem escolhido o tipo do gráfico ajuda a explanar da melhor forma possível os dados por ele utilizados. É importante que ao elaborarmos um gráfico, seja utilizando software específico ou na construção manuscrita, tenhamos atenção com as escalas e respectivas unidades de medida; Indicação das convenções adotadas (legenda) e fonte de informação dos dados. Vejamos o exemplo da construção de um gráfico com duas variáveis envolvidas, observe a situação: Em uma escola foi feito uma pesquisa que 16 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 02 envolveu o quantitativo de educandos abaixo da média nas disciplinas de Português e Matemática, nos quatro 10ºs anos de uma dessa escola. A coleta de dados se deu no primeiro bimestre nos 10ºs anos A, B C e D. O resultado obtido foi representado na tabela a seguir: Turma Disciplina 10º A 10º B 10º C 10º D Matemática 24 20 15 32 Português 13 15 17 10 Gráfico 1- Linhas -Educando Abaixo da Média Fonte: Autor Vejamos como ficou representada no gráfico tipo de coluna a tabela que foi fruto da pesquisa sobre gêneros : Quantitativo de Educandos Títiulo do Gráfico(Educandos abaixo da média) 35 30 25 20 Matemática 15 Português 10 5 0 10º A 10º B 10º C 10º D Turmas Gráfico 2- Coluna -Educando Abaixo da Média Fonte: Autor Agora observe a mesma tabela representada no gráfico com um tipo diferente, tipo gráfico de linha: 17 Estatística Aplicada à Educação Competência 02 Quantidade de educandos Título do Gráfico(Educandos abaixo da média) 35 30 25 20 Matemática 15 Português 10 5 0 10º A 10º B 10º C 10º D Turmas Gráfico 3 - Barras - Educandos Abaixo da Média Fonte: Autor Bem, ao tentarmos construir um gráfico de setor com as informações da tabela acima, percebemos que não seria muito econômico, pois, para cada variável em estudo ( Português ou Matemática) teríamos que usar um gráfico, daí a necessidade de escolhermos bem o tipo de gráfico a cada situação. Abaixo, temos a representação dos gráficos, observe que se não fosse os valores escritos em cada fatia do gráfico teríamos dificuldade de fazer as comparações entre os valores pois o tamanho de cada um difere muito pouco, não concorda? Observe cada gráfico abaixo: Gráfico -4 – Setor - Educando Abaixo da Média (Matemática) Fonte: Autor Gráfico 5 – Setor - Educando Abaixo da Média (Português) Fonte : Autor 18 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 02 Então, caro aluno, conseguiu entender o que foi comentado? Além do que foi dito você também percebeu que os valores são muito próximos causando toda essa preocupação na hora de construir o gráfico, para facilitar a escolha observe cada item. Linha - Para ver como um valor se altera com o tempo, o usuário deve escolher gráficos do tipo linha. Conforme o tempo passa no eixo x, o valor sobe e desce no eixo y, lembrando o plano cartesiano. Barra - Com as barras, o usuário compara duas ou mais grandezas, e vê a distância entre o primeiro lugar e o último, por exemplo. Esse tipo de gráfico não funciona bem se uma grandeza é muito maior que as outras. Pizza ou Setor - Gráficos de pizza servem para que o usuário veja a proporção de cada fatia em relação ao todo. Colunas - Quando o usuário pretende enxergar grandezas discretas (uma não é mera continuação da anterior), deve escolher um gráfico de colunas. Também não funciona bem se uma grandeza se destaca demais das outras. O Oscar comentou na vídeo aula sobre gráficos pictóricos, que são bastante usados pela mídia de modo geral, pois procura associar um tema com a imagem representada, por exemplo, se o assunto em questão é água potável podemos montar um gráfico como esse: Consumo de Água Potável 55% 36% 48% Gráfico 6- Consumo de Água Potável Fonte : Autor 19 Estatística Aplicada à Educação Competência 02 Podemos trabalhar com gráficos e tabelas dentro dos relatórios em uma secretaria. Explorando os diversos aspectos da movimentação. 20 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 03 3. COMPETÊNCIA 03 | RECONHECER, CRIAR E RESOLVER PROBLEMAS ESTATÍSTICOS APLICADOS À EDUCAÇÃO Dentro dos elementos da estatística podemos usufruir da probabilidade como uma grande ferramenta de auxilio no estudo dos resultados das pesquisas, estes por sua vez podem ser determinísticos, isso é, produzem o mesmo resultado, desde que tenham sido fixadas as condições em que ocorrem. Estudante, depois de termos trabalhado com a construção de tabelas e gráficos, de termos estudado os tipos de variáveis, vamos agora procurar montar estratégias para o seu monitoramento e estudar alguns aspectos probabilísticos. Então, reconhecendo que uma escola deve estar em sintonia com a sua regional, seguindo os moldes (padrão) preestabelecidos por ela, isto é, manter os dados dentro dos valores estipulados para sua escola, vemos uma aplicação da estatística. Vamos exemplificar: Uma determina escola teve um percentual de participação em avaliações externas de 82%, esse percentual ficou 7 pontos abaixo do estabelecido pela regional, portanto cabe a escola analisar as variáveis envolvidas para realizar as devidas correções. Outra situação em que podemos verificar os problemas estatísticos esta na tirinha (fig. 05) abaixo: Em uma certa escola! Secretaria D.Maria, meu filho vai passar de ano? Secretaria !! Mãe, precisamos analisar as notas e o comprometimento do seu filho! Figura 5 -Em uma Certa Escola! Fonte: Autor 21 Estatística Aplicada à Educação Competência 03 Na tirinha podemos perceber que a mãe tem uma dúvida e que, através da estatística, D. Maria da secretaria pode responder depois de verificar as variáveis envolvidas. Um outro exemplo que podemos usar é o resultado da avaliação do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) (graf. 07), que ocorreu no ano de 2012 e foi publicado em 2013. Gráfico 7 – Evolução das médias em Matemática no Pisa Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias Nesse gráfico podemos perceber que houve um crescimento entre os anos, mais ainda é muito pouco para a nossa realidade. Em quase tudo, em maior ou menor grau, vislumbramos o acaso. Assim, da afirmação “é provável que um dos educandos do 3° ano seja aprovado na UFPE”, entendemos que há possibilidade de (sim ou não), portanto podemos dizer que um experimento aleatório é quando não conseguimos determinar com certeza o seu resultado, mais conseguimos descrever todos os seus possíveis resultados. Se desejar saber mais sobre o PISA leia http://portal.in ep.gov.br/pisaprogramainternacionalde-avaliacaode-alunos 22 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 03 Espaço amostral é onde estão todos os resultados possíveis de um experimento aleatório, assim no caso do educando entrar ou não na universidade. O espaço amostral também pode ser classificado como equiprovável, onde todos os seus elementos tem a mesmo possibilidade de ocorrer. Vejamos um exemplo na secretaria. Numa prateleira, estão localizadas todas as cadernetas de uma turma, assim um usuário pode pegar qualquer uma delas. Outra situação é termos várias cadernetas de um mesmo professor na mesma prateleira e apenas uma de outro professor, é bem provável que as cadernetas do professor repetido tenham maior acesso, não acha? A essa condição damos o nome de não equiprovável. Vejamos através da figura uma situação equiprovável Estudante, você gosta de música? Que tal relembrar esse grande sucesso dos Titãs “ Epitáfio” é aquela que diz mais ou menos assim “ ...o acaso vai nos proteger....” dá uma passada no link http://www.k boing.com.br/ titas/ 1-60058/ Dentro dessa música temos as possibilidades e as variáveis bem tratadas! Gráfico 8 - Quantitativos de educandos por turma. Fonte: Autor 23 Estatística Aplicada à Educação Competência 03 Agora vejamos na figura situação não equiprovável Gráfico 9 - Educandos e a facha etária Fonte: Autor Evento Certo - É aquele que ocorre com certeza, onde o espaço amostral também é o evento. Em uma sala de aula encontramos educandos e educadores. Um outro exemplo muito usado é afirmarmos que após lançarmos um dado (cubo numerado de 1 a 6) (fig 8) o valor da face superior será um número menor que sete. Evento Impossível - Como o nome já diz, é quando dentro de um espaço amostral se deseje um elemento que não faça parte dele. Como você bem se lembra o exemplo usado por Oscar foi o de encontrar uma baratinha passeando na mesa da secretária. Ou ainda, no lançamento de um dado simples a face superior seja um número múltiplo de treze. Figura 8 –Dado Fonte: www artpluralinteriores.com.br 24 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar Competência 03 Bom, agora acredito que já podemos tratar da definição de probabilidade, certo? Assim podemos dizer que probabilidade é a razão entre o número de ocorrência de um fato ou situação dentro de um certo conjunto e o número total de elementos do conjunto. Vamos exemplificar a probabilidade. Em uma sala de aula, há treze educandos que usam o bolsa escola, quatro educandos que nunca usaram o benefício e oito educandos que perderam esse benefício. Qual a probabilidade de, ao acaso, retirarmos um educando dessa sala que nunca usou o bolsa escola? Bem, comparando com a definição, vamos criar uma razão entre a ocorrência, no nosso caso quatro educandos que nunca usaram o beneficio e o conjunto formado pela soma de todos os educandos em questão, que resulta em vinte e cinco educandos. Agora montamos a razão: 𝑃𝑟𝑜𝑏𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝑙𝑜𝑔𝑜 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 4 25 Como já estudamos porcentagem podemos escrever esse resultado na forma de porcentagem, que será 16%, relembrando o processo, procuramos um número que multiplicando o denominador (25) ele passe a ser 100, logo esse mesmo número multiplicará o numerador (4), no nosso caso o número encontrado foi o próprio 4, o que gerou a fração dezesseis centésimos. Podemos perceber que a probabilidade esta intimamente ligada ao tipo de evento, assim quando tivermos um evento certo a probabilidade será 1, quando o evento for impossível a probabilidade será igual a zero. Evento Complementar - Sabemos que um evento pode ocorrer ou não, sendo assim, a soma da possibilidade de ocorrer o evento com a possibilidade de não ocorrer esse determinado evento corresponde a 100% da possibilidade, certo? Daí quando nos deparamos com uma situação dessas podemos afirmar que não acontece interseção entre as partes, pois eles se completam. 25 Estatística Aplicada à Educação Competência 03 Vamos dar um exemplo, se temos todos os 45 educandos em uma sala, qual a probabilidade de retirarmos um usuário de óculos sabendo que foram catalogados 10 educandos dessa sala que usam óculos. Se a ocorrência é 1 em 10, temos a fração um décimo logo o evento complementar será a diferença entre o valor inteiro e a fração. 1− 1 10 Vejamos o algoritmo: 10 − 1 9 = 10 10 Eventos Independentes - Dizemos que dois eventos são independentes quando a realização ou a não realização de um dos eventos não afeta a probabilidade da realização do outro e vice-versa. Agora, exemplificando, uma sala tem 30 educandas, sendo 10 com cabelos longos e 20 com cabelos curtos. Se retirarmos 2 educandas dessa sala, 1 de cada vez e devolvendo a sorteada na 1ª vez, qual será a probabilidade de a primeira ter cabelos longos e a segunda ter cabelos curtos? Como os eventos são independentes, a probabilidade da simultaneidade se dá pelo produto de cada probabilidade. Assim do cabelo curto seria vinte trinta avos e a do cabelo longo dez trinta avos. Montando o algoritmo da situação temos: 20 10 200 2 simplificando temos como resultado (dois nonos). 30 30 900 9 Bem, estudante, chegamos ao final das nossas aulas. Acredito que lhe seja útil e fonte de inspirações para maiores conquistas e descobertas. Sucesso para você! 26 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar CONCLUSÃO Esse material contém informações inerentes a Elementos de Estatística, voltados para uma pequena introdução histórica, relembra alguns conteúdos matemáticos, gráficos, algumas aplicações voltadas à educação. Estudante, com esse caderno buscamos proporcionar-lhe uma ampliação ou revisão dos seus conhecimentos, uma aplicabilidade dos elementos da estatística na sua vida social e profissional, uma recordação a conceitos outrora estudados, como também, provocar em você um desejo pela busca de mais conhecimentos inerentes a sua formação profissional. SUCESSO! 27 Estatística Aplicada à Educação REFERÊNCIAS BUFREM, Leilah; PRATES, Yara. O saber científico registrado e as práticas de mensuração da informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 34, n. 2, p. 925, maio/ago. 2005. BUENO, Francisco da. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2007. 864p. ISBN 978-85-322-6256-1 CRESPO, Antonio Arnot. Estatística fácil. São Paulo: Saraiva, 1995. 224p. HISTÓRIA da estatística. [S. l.]: Instituto de Matemática: UFRGS, [200-?]. Disponível em: <www.ufrgs.br/mat/graduacao/estatistica/historia-da estatistica>. Acesso em: 26 de jul. 2012. MEDEIROS, Carlos Augusto de. Estatística aplicada à educação. Brasília: Universidade de Brasília, 2007.130p. NAZARETH, H. Curso básico de estatística. São Paulo: Ática, 1996. 160p. VIEIRA, Sonia. Estatística básica. São Paulo: Cengage Learning, 2012. 173p. 28 Técnico em Multimeios Didáticos e Secretaria Escolar MINICURRÍCULO DO PROFESSOR PESQUISADOR Caro educando, sou Licenciado em Matemática há mais de 20 anos. Minha formação acadêmica se deu pela Fundação de Ensino Superior de Olinda e pela Universidade Federal de Pernambuco. Também tenho Licenciatura em Física, esta feita nos moldes desse curso de você. Já trabalhei na rede privada de ensino e atualmente sou Professor da rede pública, além de atuar como professor conteudista e formador. Acredito no ensino à distância, pois é onde o educando é o principal agente da aprendizagem. 29 Estatística Aplicada à Educação