Silva. Por uma maneira inovadora de ensinar Filosofia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO
Marcelo de Almeida Silva
Por uma maneira inovadora de ensinar Filosofia
Vitória
2012
Marcelo de Almeida Silva
Por uma maneira inovadora de ensinar Filosofia
Artigo com fins avaliativos da disciplina Ensino de filosofia
Vitória
2012
Resumo
Proposta no sentido de inovar a maneira como se tem trabalhado o ensino da
filosofia no ensino básico, a partir de uma análise rápida dos principais
elementos do desafio de se ensinar filosofia e com a pretensão de se alcançar
a partir do reconhecimento de algumas dificuldades uma maneira eficaz de se
realizar o ensino da filosofia .
Sumário
1- Apresentação da proposta..................................
2.1- A filosofia.........................................................
2.2- Ensinar.............................................................
2.3 – Educando/Aluno.............................................
4. Impressões próprias............................................
1 -Por uma nova metodologia de ensino de filosofia.
O objetivo deste artigo é expor uma proposta de uma metodologia inovadora e
eficaz para o ensino da Filosofia, e para isto acredito que devamos primeiro
identificar alguns elementos com os quais vamos lidar. Listarei abaixo os
elementos que percebo como prioritários ao ensino da filosofia, e mais
adiante, tratarei das minhas propostas no sentido de resolver alguns
problemas que identifico no atual formato do ensino de filosofia.
2.1- Filosofia
“Se você não pode explicar algo de maneira simples é porque não
compreende este algo bem o suficiente.”
Albert
Einstein
Quando tentamos ensinar Filosofia, assumimos duas posições implícitas, a
primeira é a de que sabemos do que se trata a Filosofia, e a segunda é a de
que é possível ensinar outra pessoa a pratica-la. A primeira pergunta deve ser
realizada anteriormente ao solo da sala de aula, e uma vez respondida, o
posicionamento deve ser bem assegurado (seja no âmbito das declarações
proféticas da metafisica, seja na relatividade do pragmatismo típico da filosofia
contemporânea) de forma que o educador possa explicar de modo claro e
simples para os alunos qual o conteúdo que esta tentando lhes expor. Quanto
a segunda questão se é possível ensinar alguém, devemos direcionar esta
pergunta um dos três âmbitos a seguir, conteúdo, prática e essência. No
primeiro âmbito o dever será passar para os educandos o conteúdo produzido
por filósofos durante a história de sua tradição, na segunda estaríamos
ensinando aos educandos qual é o posicionamento teórico a partir do qual
será possível participar da produção que se caracteriza como filosófica, no
terceiro âmbito ensinaríamos aos educando o que É a Filosofia. Após
resolvidas internamente estas questões poderemos passar para a próxima
etapa de preparação do Professor de Filosofia, a saber;
2.2 – Ensinar
“Não existe
Paulo Freire
ensino
sem
pesquisa
nem
pesquisa
sem
ensino”
Antes de começar a ensinar deveríamos responder internamente a questão,
qual o modo mais simples de se conhecer algo, e qual o modo mais fácil de
explicar
isto
para
outra
pessoa.
A primeira questão terá o objetivo de nos colocar na posição de aluno que vai
encontrar uma ideia a qual terá de aplicar a um objeto qualquer em seu
mundo, e na posição deste aluno deveremos identificar as dificuldades e
atalhos para uma compreensão mais ampla da ideia/ conteúdo/pratica da
filosofia. A segunda questão nos colocará na posição do educador que tenta
encontrar os termos mais difíceis de serem impedidos de acessar a teia de
compreensões do educando, nesta tarefa deveremos tentar impedir nosso
vocabulário(de professor) de aderir aos termos viciantes da forma culta de
nosso idioma.
2.3–Educando/Aluno
Esta etapa deverá apontar o que é a figura do aluno no contexto social em
que esta inserida. Tratarei assim desta figura no ensino público, onde
percebemos uma série de características além da figura do aluno naquele ser
humano presenta na sala de aula. Num país como o Brasil podemos observar
vários fatores sociais que poderão afastar o aluno dos conteúdos do ensino
da filosofia, como a pobreza intrinsicamente ligada á miséria, a precariedade
da assistência social e a supervalorização do ensino técnico, todos estes
fatores reunidos num só individuo formam o quadro que impede qualquer
forma de aproximação com a filosofia ensinada no âmbito das abstrações
típicas dos interessados no tema (professores e graduandos).
4. Impressões próprias
A partir dos apontamentos acima registrados passamos agora para as
considerações do que acredito serem alguns bons posicionamentos para um
professor de filosofia.
Numa sociedade voltada para o desenvolvimento técnico, para a produção
pela produção, o acumulo pelo desperdício, o ensino dos temas ligados ás
ciências humanas tem um desafio extra, que é o de despertar o interesse dos
alunos sem contar com o auxilio do usual apelo aos prazeres resultantes do
acumulo financeiro. A este desafio o professor terá o recurso de responder
com os próprios questionamentos possibilitados pela abordagem filosófica da
questão sobre estes conceitos de vida ideal. Para além dos desafios de se
dedicar a o ensino de filosofia, o professor enfrentará os desafios de ensinar
num país onde o descaso para com a educação do governo é muito bem
refletido pela vasta maioria dos alunos, a este problema teremos de nos
aproximar de um caráter menos abstrato e mais pragmático da filosofia, de
modo a garantir aos alunos que o trabalho com a filosofia não lhes será tempo
perdido para elucubrações abstratas e desconexas de qualquer aspecto de
suas vidas.
Concluo então que para o professor de filosofia encarar o aluno típico
brasileiro, ele deverá antes disto obter a capacidade de ver a filosofia como
uma ferramenta necessária e volta para e não como uma coisa com fim em si
mesma.
Para além do que diz respeito ao encontro com os alunos acredito que o
ensino de filosofia se dá não como o simples „transmitir‟ do conhecimento
histórico sobre a tradição filosófica aos educandos, mas sim por um viés de
possibilitar novas leituras do mundo que cerca o estudante, numa percepção
heideggeriana de como é possível definir filosofia, podemos apenas explicar
aos alunos o que é a filosofia por meio da pratica desta, o professor entra
então com aquele que vai possibilitar que o aluno possa não se aproximar da
verdadeira definição de filosofia , mas sim que ele vá se afastar de definições
metafísicas de quaisquer elementos do mundo que o cerca. Com isto iremos
possibilitar o que aquela pessoa a quem somos pagos pra ensinar filosofia
possa por si apenas, descobrir o que é a filosofia, pois acredito que o ato de
filosofar não pode ser explicado de modo definitivo ou cientifico, pode apenas
ser julgado pelo individuo que atua e apenas no momento que atua.
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