Halliday Fundamentos de Física Volume 2 www.grupogen.com.br http://gen-io.grupogen.com.br O GEN | Grupo Editorial Nacional reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacêutica, LTC, Forense, Método, E.P.U. e Forense Universitária O GEN-IO | GEN – Informação Online é o repositório de material suplementar dos livros dessas editoras www.grupogen.com.br http://gen-io.grupogen.com.br Capítulo 15 Oscilações 15.1 Movimento oscilatório Movimento oscilatório é um movimento periódico no tempo, ou seja, um movimento que se repete a intervalos regulares. Exemplos: • Uma linha de transmissão começa a oscilar quando é fustigada pelo vento. • As oscilações causadas por terremotos podem fazer edifícios balançarem. Às vezes as oscilações são tão fortes que provocam o colapso de sistemas. 15.2 Movimento Harmônico Simples A figura mostra uma sequência de instantâneos de um sistema oscilatório simples. Uma partícula se move repetidamente para um lado e para outro em relação ao ponto x = 0. O tempo necessário para completar uma oscilação é o período T. Em um intervalo de tempo T, o sistema passa de x = +xm para x = –xm e volta à posição inicial x = xm. O comprimento da seta do vetor velocidade é proporcional à velocidade escalar do sistema em cada ponto da oscilação. Em x = ±xm, a velocidade é zero. 15.2 Movimento Harmônico Simples A frequência de uma oscilação é o número de oscilações por segundo. O símbolo de frequência é f e a unidade de frequência do SI é o hertz (Hz). A frequência está relacionada ao período através da equação 1 T= f 15.2 Movimento Harmônico Simples Todo movimento que se repete a intervalos regulares é chamado de movimento periódico ou movimento harmônico. Se o movimento é uma função senoidal do tempo, é chamado de movimento harmônico simples (MHS). O MHS pode ser descrito pela função x (t ) = x m cos(ωt + φ ) onde • xm é a amplitude (deslocamento máximo do sistema) • t é o tempo • ω é a frequência angular • φ é a constante de fase ou ângulo de fase 15.2 Movimento Harmônico Simples A figura (a) mostra o deslocamento de dois sistemas em MHS com amplitudes diferentes e períodos iguais. A figura (b) mostra o deslocamento de dois sistemas em MHS com amplitudes iguais e períodos diferentes. O valor da constante de fase φ depende dos valores do deslocamento e da velocidade do sistema no instante t = 0. A figura (c) mostra o deslocamento de dois sistemas em MHS com amplitudes e períodos iguais e fases diferentes. 15.2 Movimento Harmônico Simples No caso de um movimento oscilatório de período T, x (t ) = x (t + T ) Como a função cosseno se repete quando o argumento aumenta de 2π, ω (t + T ) = ωt + 2π → ωT = 2π 2π →ω = = 2πf T no qualω é a frequência angular, cuja unidade no SI é o radiano por segundo (rad/s). 15.2 Movimento Harmônico Simples A velocidade do MHS é dada por O valor máximo (amplitude) da velocidade é ωxm. A velocidade está defasada de π/2 em relação ao deslocamento. A aceleração do MHS é dada por A amplitude da aceleração é ω2xm. A aceleração é proporcional ao deslocamento, mas tem o sinal oposto. 15.3 A Lei do MHS De acordo com a 2a lei de Newton, F = ma = −(mω ) x = −kx 2 O MHS é o movimento executado por um sistema submetido a uma força proporcional ao deslocamento do sistema, com o sinal oposto ao do deslocamento. 15.3 A Lei do MHS O sistema bloco-mola mostrado na figura constitui um oscilador linear que descreve um MHS. A constante elástica da mola, k, está relacionada à frequência angular ω e ao período T do oscilador por meio das equações Exemplo: Lei do MHS Exemplo: Lei do MHS (continuação) Exemplo: Lei do MHS (continuação) Exemplo: Lei do MHS (continuação) Exemplo: Lei do MHS (continuação) Exemplo: Lei do MHS (continuação) 15.4: A Energia do MHS A energia potencial de um oscilador linear está associada à mola. A energia cinética de um oscilador linear está associada à velocidade do bloco. A energia total é a soma das duas energias. Exemplo: Amortecedores de massa Exemplo: Amortecedores de massa (continuação) 15.4: Um Oscilador Harmônico Angular A figura mostra um exemplo de oscilador harmônico angular, o chamado pêndulo de torção, formado por um disco que gira em um plano horizontal sustentado por um fio. O torque associado a um deslocamento angularθ é dado por τ = −κθ na qual κ é a constante de torção, que depende do comprimento, diâmetro e material do fio. O período T das oscilações é dado por T = 2π I κ , na qual I é o momento de inércia do disco. Exemplo: Oscilador angular 15.6: Pêndulos Em um pêndulo simples, uma partícula de massa m está suspensa por uma das extremidades de um fio de comprimento L, cuja outra extremidade está fixa. O torque associado a um deslocamento angular θ é dado por τ = − L( Fg sen θ ) = Iα em que α é a aceleração angular da partícula. Assim, mgL α =− I θ L T = 2π g Essas equações valem apenas para pequenos deslocamentos. 15.6: Pêndulos Um pêndulo físico pode ter uma distribuição complicada de massa. Se o centro de massa C está a uma distância h do ponto fixo, como na figura, temos, para pequenas amplitudes de oscilação, um movimento harmônico simples. O período T das oscilações é dado por I T = 2π mgh sendo que I é o momento de inércia do pêndulo em relação ao ponto O. 15.6: Pêndulos A aproximação usada para calcular a aceleração angular do pêndulo simples consiste em supor que sen θ ≅ θ. Vamos investigar até que valor de θ essa aproximação é razoável. θ (graus) θ (radianos) sen θ 5 0,087 0,087 (erro < 1%) 10 0,174 0,174 (erro < 1% 15 0,262 0,259 (erro ≈ 1%) 20 0,349 0,342 (erro ≈ 2%) Conclusão: O erro é menor que 1% para θ < 10°. Exemplo: Pêndulo Exemplo: Pêndulo (continuação) 15.7: MHS e movimento circular uniforme Considere um ponto P' que descreve um movimento circular uniforme com velocidade angular ω. A projeção do ponto P' no eixo x é um ponto P cujo movimento pode ser descrito pela equação x(t ) = xm cos(ωt + ϕ ), que é a equação do MHS. O MHS é, portanto, a projeção do movimento circular uniforme no diâmetro da circunferência na qual acontece o movimento circular. 15.8: MHS Amortecido Em uma oscilação amortecida, o movimento do oscilador é reduzido por uma força externa. Exemplo: Um bloco de massa m oscila verticalmente preso a uma mola de constante elástica, k. Uma barra liga o bloco a uma placa imersa em um líquido. O líquido exerce uma força de arrasto sobre a placa e, portanto, sobre todo o sistema. 15.8: MHS Amortecido A força de amortecimento, Fa, é muitas vezes proporcional à velocidade v, ou seja, Fa = − bv De acordo com a 2a lei de Newton, temos: dx d 2x m 2 +b + kx = 0 dt dt cuja solução é x (t ) = x m e − bt 2m cos(ω ' t + φ ) onde ω’ é a frequência angular, dada por k b2 ω' = − m 4m 2 15.8: MHS Amortecido x (t ) = x m e − bt 2m cos(ω ' t + φ ) A figura mostra a função deslocamento x(t) de um oscilador amortecido. A amplitude das oscilações diminui exponencialmente com o tempo. Exemplo: MHS amortecido Exemplo: MHS amortecido (continuação) Exemplo: MHS amortecido (continuação) 15.9: Oscilações forçadas e ressonância Quando um oscilador é submetido a uma força externa que é periódica, passa a apresentar oscilações forçadas. Exemplo: Um balanço empurrado por uma força periódica de frequência angular ωe. O comportamento de um oscilador submetido a oscilações forçadas envolve duas frequências: Ι. ω, a frequência angular natural do oscilador; ΙΙ. ωe, a frequência angular da força aplicada. 15.9: Oscilações forçadas e ressonância A ressonância acontece quando a frequência das oscilações forçadas, ωe, é igual à frequência natural ω. Essa é a situação na qual a amplitude da velocidade é máxima e também, aproximadamente, a amplitude para a qual o deslocamento é máximo. A figura ao lado mostra a amplitude do deslocamento em função da razão entre as duas frequências. Exemplo: Em setembro de 1985, muitos edifícios da Cidade do México desabaram quando a cidade foi sacudida por um terremoto. Isso aconteceu porque a frequência natural desses edifícios estava próxima da frequência das ondas sísmicas.