GESTÃO POR COMPETENCIAS: Aplicação e Visão de

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GESTÃO POR COMPETENCIAS: Aplicação e Visão de utilização em uma
Cooperativa de Credito localizada na região Noroeste do Paraná.
SCOTTEN, Paulo César
.
Resumo
Este artigo foi desenvolvido com base no tema central de Gestão por Competências tendo
como caso de analise a Cooperativa de Crédito Sicredi Rio Paraná, com sede localizada em
Nova Londrina, PR. O objetivo central foi pesquisar como é aplicada dentro de uma
cooperativa de crédito a gestão por competências e a visão dessa organização em relação ao
tema. Bibliograficamente foi explorado histórico e conceitos de competência, competências
individuais, competências organizacionais, gestão por competências, desenvolvimento de
competências e críticas propostas à gestão por competências. Enquanto pesquisa, classifica-se
esta como qualitativa, descritiva quanto ao seu objetivo e levantamento quanto à estratégia de
pesquisa utilizada. Em relação ao caso, foi evidenciado como a empresa pesquisada se
identifica nas gerações dos estudos de competências, quais as práticas gerenciais mais
valorizadas de gestão por competência, o uso da gestão por competências como diferencial
competitivo, plano de desenvolvimento de competências para colaboradores e a visão da
organização em relação ás criticas da gestão por competências. Finaliza-se com considerações
finais por destacar a importância da Gestão por Competências e, enquanto caso de estudo, a
empresa tem finco com a aplicação dos conceitos dentro de sua estrutura, possuindo critérios
próprios de valorização e avaliação e, além de demonstrar o conhecimento às criticas
levantadas contra a Avaliação por Competências, não considera que as mesmas minimizem
sua importância em relação ao melhor desempenho e competitividade para a organização.
Palavras chaves: Competência, competências organizacionais e competências individuais,
competitividade.
Abstract
This article was developed based on the central theme of Competency Management as a case
analysis with the Cooperative Credit Sicredi Parana River, with headquarters in Nova
Londrina, PR. The main objective was to investigate how it is applied within a credit union
management skills and vision for this organization over the issue. Bibliographically was
explored history and concepts of competence, individual skills, organizational skills,
competency management, skills development and the proposed critical competency
management. While searching, it is classified as qualitative, descriptive as to its purpose and
survey on the search strategy used. Regarding the case was evidenced as the company
searched to identify studies in the generations of expertise, which the management practices
most valued by management competence, the use of competency management as a
competitive, skills development plan and vision for employees the organization in relation to
criticism of competency management. Ends with concluding remarks by stressing the
importance of Competency Management, and as a case study, the company has to nail the
1
application of concepts within its structure, having its own criteria for assessment and
recovery, and to demonstrate knowledge criticisms leveled against the Competency
Assessment does not consider that they minimize its importance in relation to improved
performance and competitiveness for the organization.
Keywords: Competence, organizational skills and individual skills and competitiveness
1 Introdução
Conhecer os conceitos de gestão por competências, como tem evoluído ao longo do tempo e
sua aplicação dentro das organizações possibilita ao gestor adotar no todo ou em partes seus
conceitos em busca da eficiência e da eficácia organizacional.
Entende-se que as organizações são formadas por pessoas, conforme afirma Chiavenato
(2006), organização é um grupo de pessoas que se unem em prol do atingimento de objetivos
comuns. Aceitando essa concepção de que as organizações são formadas por pessoas e que as
pessoas são as organizações nada mais justo do que estudar como as competências individuais
das pessoas interferem ou ao menos se correlacionam com a organização formando então as
competências organizacionais.
Vários autores contemporâneos, conforme apontado por Fischer (2009) demonstram que o
que diferencia as empresas líderes em diferentes segmentos de mercado na atualidade é a
qualidade de seus recursos humanos e a forma como as competências individuais são
exploradas. Afirma ainda o autor que esse cenário tem levado as empresas e pessoas a
buscarem um novo referencial, uma nova conduta e novas competências que permitam a
manutenção e a melhoria da competividade.
Em relação a formação de competências, Baêta, Lima e Baeta-Lara (2009) afirmam que
representa um processo de aprendizagem e que nota-se que não se restringe, portanto, à
assimilação de conhecimentos específicos.
Dentro desse contexto, evidencia-se então o objetivo central desse trabalho de pesquisar como
é aplicado dentro de uma organização Cooperativa de Crédito a aplicação e a visão desse
tema.
2 Referencial teórico
2.1 Histórico e conceitos de competência
O conceito de competência, segundo Mascarenhas (2008) vem sendo utilizado para a
construção de uma abordagem alternativa às metodologias tradicionais de gestão do
desempenho – a gestão das competências. Nessa abordagem, o autor aponta que a noção de
competência individual surge em substituição ao tradicional conceito de qualificação para o
posto de trabalho como base para o desenvolvimento de modelos integrados de gestão de
pessoas que sejam mais abrangentes e flexíveis, pautados em valores e expectativas que
caracterizariam organizações em aprendizagem.
Para as empresas, as competências, passam a ser uma questão estratégica para garantir a sua
competitividade, aponta Fischer (2009) analisando Porter, 1990. Fischer (2009) desenvolveu
2
um estudo para identificar como e quanto a empresa investe no desenvolvimento de sua
competitividade, evidenciando que, para as empresas serem competitivas, as pessoas que
nelas trabalham devem desenvolver competências que promovam o aperfeiçoamento de seus
processos.
No âmbito organizacional, Godoy et al. (2008) afirma que o assunto competência aparece
associado à competitividade e vantagem competitiva, sendo tratados com diferentes
nomenclaturas, tais como competência essencial, competência distintiva, capacidade essencial
e capacidade organizacional. Afirma ainda a autora que embora haja diferença entre esses
termos, todos possuem um forte elo em comum: algo que confere competitividade a uma
organização e é um fator que desempenha relevante influencia dentre os componentes de uma
fonte de vantagem competitiva.
Em relação a utilização, Fischer (2009) aponta que as competências têm sido usadas como
ferramenta efetiva de negócios desde o inicio dos anos 80, mas recentemente têm sido
elemento essencial na estratégia de negócio em virtude de organizações sentirem a
necessidade de buscarem desempenho no seu sentido mais amplo e não meramente como
indicadores econômicos e financeiros. Aponta ainda que pesquisas realizadas no final da
década de 80 apresentaram uma forte correlação entre o desempenho dos negócios e o
desenvolvimento das competências das pessoas.
Já Mascarenhas (2008) afirma que o conceito de competência surge com a intensificação da
evolução tecnológica e da concorrência, principalmente após 1990, quando as organizações se
deparam com novas lógicas de trabalho, caracterizadas pela baixa previsibilidade das tarefas e
intensa informatização. Nesse caso, segundo o autor, a reestruturação produtiva nas últimas
décadas transformou os conteúdos dos postos de trabalho e os pré-requisitos para ocupá-los.
Em relação às necessidades de competências, vale destacar Lara-Baeta, Lima e Baeta (2009)
onde afirmam, considerando o papel fundamental que o individuo desempenha, que a
abordagem de competências representa uma alternativa para reflexão sobre as relações no
contexto do trabalho enquanto em outras organizações, a percepção sobre a necessidade de
formação de competências motivou a criação de arranjos orientados ao desenvolvimento dos
empregados.
Por outro lado, conforme aponta Sampaio (2009) a multiplicidade de significados e de
práticas sob o rótulo de competências, tem gerado muita confusão entre administradores e
pesquisadores brasileiros e busca esclarecer as origens do termo, remetendo a David
McClelland, um psicólogo da Universidade de Harvard, com trabalhos dentro da pesquisa
básica migrando para uma psicologia em fronteira com a administração, tendo sido, conforme
o autor, reconhecido como pai da noção de competência por muitos autores americanos.
Ainda Sampaio (2009) ao pesquisar sobre o assunto, McClelland criticou os critérios,
métodos e técnicas psicológicos utilizados então, afirmando que essas técnicas eram falhas,
apresentavam baixa predizibilidade e alta possibilidade de viés junto às minorias. Isso
comprova, segundo Sampaio, que o discurso de competências de Harvard nasceu na
Psicologia Organizacional, com a finalidade de reduzir problemas de viés na seleção
profissional e com o objetivo de identificarem-se características pessoais estatisticamente
associadas ao bom desempenho no trabalho ou ao sucesso na vida profissional.
3
Nessa linha de pensamento, Sampaio (2009) destaca a existência de quatro gerações nos
estudos da competência, conforme destacado na figura 01.
Figura 01 – Gerações nos estudos da competência.
Geração
Considerações
1ª geração Conceito artesanal e psicológico: aplicado através do emprego de métodos de
comparação com grupos critério e identificação de comportamentos operantes
causalmente relacionados com resultados de sucesso
2ª geração Em busca de competências universais: A McBer busca traçar competências
gerais, um quadro composto de competências e seus respectivos indicadores
comportamentais que pudesse ser mais facilmente operacionalizável pelas
empresas.
3ª geração A escola estratégica: uma alternativa às escolas clássicas que tem o posto de
trabalho como referencia para se pensar a produtividade e a competitividade das
organizações.
4ª geração Ajustando competências universais a realidades organizacionais considerandose a estratégia: após a consolidação dessas duas escolas de competências norteamericanas, consultores e autores vêm tentando fazer uma ponte entre as
competências individuais e as competências organizacionais ou a estratégia.
Fonte: Adaptado de Sampaio, 2009, p.86-96.
A definição de competência apresentada por Fleury (2000) identifica-a como um saber agir
responsável e reconhecido, que implica mobilizar integrar, transferir conhecimentos, recursos,
habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao individuo.
Há uma relação intima, conforme apresentado por Dutra (2001), entre as competências
individuais e as organizacionais e, portanto, o estabelecimento de competências individuais
deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais e as influências mútuas
entre elas.
2.2 Competências individuais
A competência individual, é identificada por Godoy (2008) através de estudos de McClelland,
Boyatzis, Spencer e Spencer e Mirable, como um conjunto de conhecimento, habilidade,
aptidão ou característica associada com alta performance no trabalho, como resolução de
problemas, pensamento analítico ou liderança. Nesse sentido, o autor destaca uma diferença
entre o conceito americano de competências, identificados como inputs de uma pessoa, em
contraponto com a escola francesa, que através de estudos de Le Boterf e Zarifian, afirmam
ser os outputs de uma pessoa. Para finalizar, aponta ainda que para alguns pesquisadores
como Parry e McLagan, a competência é a união dos conceitos norte-americanos e franceses.
Foi o que aconteceu com os pesquisadores brasileiros que, segundo Godoy (2008),
começaram a estudar as competências baseadas nos estudos norte-americanos, ou seja, nos
inputs, e depois introduziram os conceitos franceses de outputs.
Quem também apresenta estudos de autores americanos como McClelland, Boyztzis, Spencer
e McBer é Andrade e Villas Boas (2009) indicando que entre os anos de 1970 a 1990 onde a
maioria deles classificavam competência como o conjunto de qualificações que permite à
pessoa uma performance superior em trabalho ou situação, além de apontar que no Brasil, na
década de 1980 e inicio de 1990, essas abordagens do conceito de competência foram
disseminados como sendo um “cluster de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas
4
que afetam a maior parte de um papel ou responsabilidade, que pode ser melhorada através de
treinamento e desenvolvimento. Finaliza apresentando estudos de Le Boterf que identifica que
a competência não é um estado ou conhecimento que se tenha nem é resultado de
treinamentos; na verdade, ser competente é mobilizar conhecimentos e experiências para
atender a demandas e exigências de um determinado contexto, marcadas geralmente pelas
relações de trabalho, cultura da empresa, imprevistos, limitações de tempo e de recursos, etc.
2.3 Importância e Competências individuais requeridas na atualidade.
O conceito de competência, conforme aponta Mascarenhas (2008), assimila novas dimensões
da qualificação, identificadas como a capacidade de pensar abstratamente, já que o trabalho
mediado pelo computador torna-se distante de referencias física, o raciocínio indutivo, uma
vez que a informatização impõe aos indivíduos a necessidade de se pensar analiticamente,
compreendendo relações potenciais entre os dados e usando-os para reflexão, construção e
teste de hipóteses e, por ultimo a concepção teórica dos processos aos quais os dados se
referem, ou uma espécie de roteiro sobre os processos.
Com relação às competências requeridas no mercado globalizado, Fischer (2009) aplicou um
questionário respondido por 94 executivos e profissionais predominantemente das áreas de
Recursos Humanos, Marketing e Administração de diversas organizações que atuam no
Brasil, demonstrando através da figura 02 as práticas gerenciais mais valorizadas pelas
organizações:
Figura 02 – Práticas gerenciais mais valorizadas pelas organizações
FATORES
CATEGORIAS
Impacto
Comprometimento
Solução de problemas
Criatividade
Estrutura de apoio
Participação
Credibilidade gerencial
Participação
Ambiente de trabalho
Criatividade
Relevância
Comprometimento
Valores gerenciais
Participação
Contexto social
Criatividade
Comunidade
Comprometimento
MÉDIA
3,59
3,37
3,36
3,36
3,13
2,98
2,68
2,68
2,65
Fonte: Fischer, 2009.
Por outro lado, embasado na pesquisa, Fischer (2009) destaca também qual o grau de
importância dos papéis desempenhados pelos líderes competentes, como pode ser visto na
figura 03.
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Figura 03 – importância dos papéis desempenhados pelos líderes competentes
PAPÉIS
MÉDIA
Alavancador de resultados
2,99
Agente de transformação
3,26
Administrador de processos e redes humanas
3,91
Energizador
4,01
Técnico Integrativo
4,19
Educador
4,44
Cidadão
5,18
Fonte: Fischer, 2009.
Quanto às competências requeridas, Sant’Anna (2009) afirma após três levantamentos de
dados empíricos, descritos como o primeiro realizado junto a 654 pós-graduandos da área de
Administração, um segundo compreendendo a investigação de 220 egressos pós-graduandos
de programas de pós-graduação lato sensu não área de telecomunicações e um terceiro estudo
abrangendo 129 graduandos em administração, que as novas competências individuais
requeridas são: o domínio de novos conhecimentos técnicos associados ao exercício do cargo
ou função ocupada; capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e tecnologias;
criatividade; capacidade de inovação; capacidade de comunicação; capacidade de
relacionamento interpessoal, capacidade de trabalhar em equipes; autocontrole emocional;
visão de mundo ampla e global; capacidade de lidar com situações novas e inusitadas;
capacidade de lidar com incertezas e ambiguidades; iniciativa de ação e decisão; capacidade
de comprometer-se com os objetivos da organização; capacidade de gerar resultados efetivos
e capacidade empreendedora.
Aponta ainda Mascarenhas (2008) que entre os traços comportamentais requeridos, o
questionamento e a investigação constante das possibilidades do sistema de produção exigem
atitudes e engajamento, já que os processos de interpretação, criação e comunicação de
significados requerem a mobilização efetiva do potencial individual, portanto requerem
expectativas comportamentais importantes, entre eles a autonomia, a iniciativa e o
comprometimento.
Em relação a importância, Mascarenhas (2008) afirma que o conceito de competência faz-se
importante ao ser a base para a construção de sistemas de gestão de pessoas integrados,
capazes de refletir as demandas por desempenho em organizações em aprendizagem. Em seus
estudos Fleury (2000) resume, conforme apresentado na figura 04 as competências requeridas
para o profissional e suas definições:
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Figura 04: Competências do profissional
Saber agir
Saber o que e por que faz. Saber julgar, escolher, decidir.
Saber mobilizar recursos de pessoas, financeiros, materiais, criando
sinergia entre eles.
Compreender, processar, transmitir informações e conhecimentos,
Saber comunicar assegurando o entendimento da mensagem pelos outros
Trabalhar conhecimento e a experiência. Rever modelos mentais. Saber
Saber aprender
desenvolver-se e propiciar o desenvolvimento dos outros.
Saber
comprometer-se Saber engajar-se e comprometer-se com os objetivos da organização.
Saber assumir
Ser responsável, assumindo os riscos e as consequências de suas ações e
responsabilidades ser por isso reconhecido.
Ter visão
Conhecer e entender o negócio da organização, seu ambiente,
estratégica
identificando oportunidades, alternativas.
Saber mobilizar
Fonte: Fleury, 2000.
2.4 Competências organizacionais
Considerando a significativa demanda pelo conjunto das competências, vale salientar
mediante os estudos de Sant’Anna (2009), uma maior ênfase naquelas diretamente
relacionadas à performance organizacional, como a capacidade de gerar resultados e de
comprometimento com os resultados da organização, o que vem ao encontro da própria noção
de competência.
Focando a competência organizacional, Prahalad e Hammel, apud Mascarenhas (2008)
definem como uma articulação de recursos organizacionais, um aprendizado da organização,
um saber-fazer coletivo e complexo, especialmente no que diz respeito à coordenação de
diversas habilidades de produção e integração de múltiplas correntes de tecnologia. Nesse
caso, segundo Mascarenhas 2008, uma competência organizacional é mais que a soma de
competências individuais, pois é constituída por uma complexa harmonização de múltiplos
recursos (humanos, tecnológicos, organizacionais) em rotinas que contribuam para a
consecução da visão estratégica da organização.
Os conceitos existentes dentro do conceito de competência organizacional são identificados
por Mascarenhas (2008), apoiado em estudos de Le Boterf com os seguintes componentes:
um saber elaborar representações compartilhadas; um saber comunicar-se; um saber cooperar
e; um saber aprender coletivamente da experiência.
Quando se refere a competências organizacionais, Godoy (2008) refere-se como o resultado
de uma combinação estratégica de recursos, habilidades e processos organizacionais, os quais
são orientados e integrados para o atendimento de uma ou mais necessidades de clientes; e
que em virtude de suas propriedades únicas, contribui de forma relevante para a geração de
valor e para a formação de vantagem competitiva sustentável.
Outro estudo que corrobora com esse pensamento é Fleury (2000) que aponta que no mundo
do trabalho, a palavra competência vem assumindo diversos significados, alguns mais ligados
às características da pessoa: conhecimentos, habilidades e atitudes (variáveis de inputs) e
outros à tarefa, aos resultados (variáveis de outputs)
7
As diferentes abordagens sobre o tema competências organizacionais podem ser observados
na figura 05, extraído de Andrade e Villas Boas (2009) fundamentada em estudos de
Schewes, Nakayama e Pilla de 2004.
Figura 05 – Diferentes abordagens sobre o tema Competências Organizacionais
Autor
Conceitos
Vasconcelos e
Pagnonceli
Qualidade e/ou habilidade marcante que, efetivamente, cria
(2001)
benefícios, conquistando e fidelizando o cliente.
Conjunto de habilidades, tecnologias, culturas e valores,
percebido pelos clientes e pelo acionista e que faz a diferença em
relação à sociedade. Materializa-se num conjunto peculiar de
Ruas (2001)
Know-how, o qual é atemporal, duradouro, porém dinâmico e
que constitui fonte para vantagem competitiva (mais do que ser
vantagem competitiva), servindo de base para a capacidade de
expansão da empresa.
Saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar,
Fleury e
integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que
Fleury (2001) agreguem valor econômico à organização e valor social ao
indivíduo.
Conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma
Hamel e
empresa oferecer um determinado benefício aos clientes. Três
Prahalad
características marcantes: 1º ) valor percebido pelo cliente; 2º)
(1995:229)
diferenciação entre concorrentes; 3º) capacidade de expansão
para a empresa.
Conjunto de características que marcam o sistema de crenças
Goddard
(valores), o estilo de comportamento e o desenho estrutural da
(1997)
empresa.
Ênfase
Competência
competitiva
Competência
organizacional
Competência
essencial
Competência
essencial
Competência
essencial
Ulrich (2000)
Aprendizado coletivo na organização, especialmente no que diz Competência
respeito a como coordenar as diversas habilidades de produção e essencial
integrar as múltiplas correntes de tecnologia.
Lei et al.
(2001)
Conjunto central de insights de definição e de solução de
problemas que possibilitará à empresa criar alternativas de Competência
crescimento estratégico potencialmente idiossincráticas e para essencial
lidar, ao menos parcialmente, com seu ambiente.
Tampoe
(1994)
Subsistema técnico ou de gerenciamento que integra diversas
tecnologias, processos, recursos e conhecimentos para gerar Competência
produtos e serviços sustentáveis, vantagem competitiva única e essencial
valor agregado para uma organização.
Fonte: Andrade e Vilas Boas, 2009.
2.5 Gestão por competências
A gestão por competências permite à empresa, segundo apontado por Andrade e Vilas Boas
(2009) captar, desenvolver e avaliar as competências necessárias à consecução de seus
objetivos, seja por meio da seleção de profissionais adequados para cada cargo, da formulação
de treinamentos ou da tomada de outras decisões estratégicas.
8
Definindo Gestão por Competências, Andrade e Vilas Boas (2009) consideram que a gestão
de competências trata-se de uma prática estratégica que tem como objetivo melhorar o
desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho individual dos
funcionários, afirmando ainda que alguém ou alguma empresa só é competente quando tem
capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade para fazer algo.
O sistema de gestão de pessoas por competências de acordo com Mascarenhas (2008) trata-se
de uma sistemática alternativa à analise e à gestão da atuação dos relacionamentos e da
contribuição dos indivíduos à organização segundo critérios de desempenho, com base no
conceito de competência. Esse sistema, ainda segundo o autor, eleva o desenvolvimento de
competências ao status da preocupação básica da função gestão de pessoas, sendo que isso
acontece pela articulação fundamental entre competências organizacionais e competências
individuais.
O desempenho de uma organização é amplamente influenciado pelo comportamento e pelas
competências dos seus funcionários, é o que afirma Andrade e Villas Boas (2009). Os autores
afirmam que os estudos de competência se desenvolveram nos diversos meios e nas
organizações como um todo, ganhando destaque a partir da década de 1990 com a proposta do
conceito de competências essenciais formulados por Prahalad e Hamel que identificaram que
as competências organizacionais compõem um conjunto de recursos na forma de
conhecimento, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que a
organização possui.
Em relação aos tipos de competências organizacionais, Andrade e Villas Boas (2009).
Afirmam que pode-se trabalhar com quatro tipos de competências: diferenciais, consideradas
estratégicas, pois estabelecem vantagem competitiva da empresa; essenciais, são aquelas
identificadas e definidas como as mais importantes para o sucesso do negócio e devem ser
percebida pelos clientes; Básicas, as necessárias para manter a organização funcionando e;
Terceirizáveis, as que não estão ligadas à atividade fim e que podem ser repassadas a fontes
externas com maior competência e valor agregado.
2.6 Desenvolvimento de competências
Segundo Mascarenhas (2008), a gestão de competências é um referencial que busca alinhar
competências individuais e organizacionais às estratégias. Identifica também que uma
competência organizacional pode formar-se progressivamente à medida que as pessoas
mobilizam suas capacidades em interdependência com outros recursos, interagem
criativamente umas com as outras, compartilham conhecimentos utilizando-os para resolver
problemas e aproveitar oportunidades. Nesse caso, ao articularem a tecnologia às suas
capacidades, formulam proposições criativas e experimentam soluções, repensam rotinas e
sistemas gerenciais, questionam valores e procedimentos característicos da cultura
organizacional, (re)construindo coletivamente competências organizacionais. Em muitas
organizações, segundo o autor, esses processos recebem o nome de desenvolvimento por
competências.
Desenvolver competências requer, segundo Mascarenhas (2008), a integração de práticas
capazes de dar apoio aos processos de aprendizagem dos indivíduos e grupos. Entre essas
9
práticas, o autor destaca a avaliação das competências, as práticas de coaching e mentoring e
as universidades corporativas.
Para desenvolver as competências em uma organização, Fleury (2000) aponta que é
necessário percorrer o caminho que vai da aprendizagem individual para a aprendizagem em
grupo, para a aprendizagem na organização, indicando o processo de desenvolvimento de
competências que pode ser visto na figura 06.
Figura 06 – Processo de desenvolvimento de competências
TIPO
FUNÇÃO
COMO DESENVOLVER
Conhecimento teórico Entendimento, interpretação
Educação formal e continuada
Conhecimento sobre os
procedimentos
Saber como proceder
Educação formal e experiência
profissional
Conhecimento
empírico
Conhecimento social
Saber como fazer
Saber como comportar
Experiência profissional
Experiência social e profissional
Conhecimento
cognitivo
Saber como lidar com a
informação, saber como
aprender.
Educação formal e continuada, e
experiência social e profissional.
Fonte: Fleury, 2000.
2.7 Críticas propostas à gestão das competências
A discussão sobre o emprego da noção de competências nas organizações, na visão de
Mascarenhas (2008) é extensa e controversa, destacando que são diversas as dimensões desse
conceito possíveis de críticas, citando como exemplo a existência de autores como Brandão e
Guimarães (2001) que questionam o caráter inovador da gestão de competências, destacando
as premissas comuns que esse sistema compartilharia com a gestão do desempenho. Além
disso, esses mesmos autores alertam que ambos os sistemas pressupõem instrumentos capazes
de considerar a interdependência entre os atos de planejar, acompanhar e avaliar a atuação das
pessoas.
Outra crítica é apontada por Mascarenhas (2008) onde o otimismo que marca as discussões
sobre o conceito de competência é questionado. Destaca o estudo de Freyssenet (1994) e
Coriat (1988) como exemplos de autores que assumem essa perspectiva. Além disso, apontam
que o otimismo de alguns em relação ao processo de requalificação deve-se, talvez, as
características das relações de trabalho mais observadas em países desenvolvidos, onde é mais
relevante o jogo dos interesses e forças sociais divergentes capazes de interferir na evolução
das empresas em direção a culturas mais democráticas, indicando estudos de Vieira e Garcia,
2002, em corroboração com essa ideia. Para finalizar, o autor, amparado em estudos de Pagès
et. al, aponta outra critica onde dois sistemas são propostas que reforçam o controle social
sobre os indivíduos no ambiente.
Aponta-se também pesquisa de Sarsur (2009), onde apresenta após estudo de caso, críticas aos
sistemas de Gestão por Competências indicando que o mesmo mostra-se elitista e excludente
em termos de privilegiar aqueles que já se destacam na empresa. Apresentam também uma
dicotomia entre discurso e prática na empresa evidenciada em diversas situações na adoção do
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Sistema de Gestão por Competências. Apresenta também dificuldades de equilíbrio entre a
vida pessoal e profissional apesar de propalado discurso de que a introdução do sistema de
competências geraria impactos sobre o trabalho fragmentado e parcelado, com atividades
mais complexas e enriquecidas para o trabalhador, percebendo-se pressões mais intensas,
disputas entre trabalhadores, insegurança, e a permanente ansiedade quanto ao futuro com
prejuízo da visa social, familiar e do lazer, além do uso do tempo livro consumido em
atividades de capacitação.
3 Metodologia
Classifica-se esta pesquisa quanto ao tipo de pesquisa qualitativa identificada basicamente
como aquela que busca entender um fenômeno específico em profundidade. Ao invés de
estatísticas, regras e outras generalizações, a qualitativa trabalha com descrições, comparações
e interpretações. A pesquisa qualitativa é mais participativa e, portanto, menos controlável. Os
participantes da pesquisa podem direcionar o rumo da pesquisa em suas interações com o
pesquisador. (Ibope, on-line, 2010).
Quanto ao objetivo da pesquisa essa pesquisa classifica-se como descritiva identificada por
Gil (2006, p. 42) como aquela que têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e
uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Em relação à estratégia de pesquisa utilizada é classificado como Levantamento, que visa a
corrigir e a integrar conhecimentos pré-existentes, como conceituado por Gil, 2006:
“levantamento é um conjunto de regras básicas para desenvolver uma experiência a fim de
produzir novo conhecimento bem como corrigir e integrar conhecimentos pré-existentes”.
Para o nível de análise foi escolhido a Cooperativa de Crédito SICREDI RIO PARANÁ, com
sua sede localizada em Nova Londrina (PR) e atuação com unidades de atendimentos na
região noroeste do Paraná e pontal do Paranapanema no Estado de São Paulo.
A fonte de coleta de dado é primária, ou seja, os dados foram coletados com interesse
exclusivo dessa pesquisa. Operacionalmente, foi encaminhado para o setor responsável da
central da empresa um questionário com esclarecimentos das perguntas e sugerido analises
em cima de dados apresentados. Essas informações foram coletadas na segunda quinzena de
maio de 2012. De posse das respostas dos dados coletados a partir do questionário aplicado,
os mesmos foram analisados e apresentados em ordem sequencial atendendo aos objetivos da
pesquisa.
4 Analise do Caso
4.1 Identificações do Caso
A pesquisa foi aplicada na Cooperativa de Crédito Sicredi Rio Paraná, cuja sede é localizada
no município de Nova Londrina (PR)
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4.2 Identificações do Caso em relação à geração de estudos de competências.
Segundo informações obtidas junto à empresa pesquisada, foi informado que para a
construção do atual Modelo de Gestão de Pessoas em relação às competências, houve a
influência de todas as gerações, ou seja, desde o conceito artesanal e psicológico, passando
pela busca de competências universais, porém a identificação atual da gestão por
competências está alinhado com base na 3ª geração, conhecida como a escola estratégica e 4ª
geração onde há a busca pelo ajuste das competências universais à realidades organizacionais
considerando-se as estratégias.
Ao ser questionado sobre como o modelo SICREDI de Gestão por competência se identifica
com as gerações acima, a resposta por parte da empresa esclareceu que no Sicredi sempre que
se fala em competência, busca-se desenvolver o atual colaborador ou fazer um recrutamento
externo visualizando o que a função proposta necessita, com o objetivo de agregar resultado à
cooperativa e o profissional conquistar excelência e qualidade de vida no trabalho. Ou seja, os
objetivos da gestão de competências no Sicredi atrelam o desenvolvimento profissional com a
estratégia da organização numa proposta de ganho mútuo.
4.3 Práticas gerenciais mais valorizadas pelo modelo SICREDI de gestão por
competência.
Na visão da empresa todas as competências são importantes para os cargos da mesma,
principalmente aqueles de caráter estratégico, assim elencadas de acordo com a importância,
apesar de essa classificação variar um pouco de cargo para cargo.
1º - Capacidade de gerar resultados efetivos e capacidade empreendedora;
2º - Capacidade de relacionamento interpessoal, capacidade de trabalhar em equipes;
3° - O domínio de novos conhecimentos técnicos associados ao exercício do cargo ou
função ocupada;
4º - Capacidade de lidar com situações novas e inusitadas;
5º - Visão de mundo ampla e global;
6º- Capacidade de comprometer-se com os objetivos da organização;
7º - Capacidade de inovação;
8º - Capacidade de comunicação;
9º - Iniciativa de ação e decisão;
10º - Autocontrole emocional;
11º - Capacidade de lidar com incertezas e ambiguidades;
12º - Criatividade;
13º - Capacidade de aprender rapidamente novos conceitos e tecnologias;
Em ordem de relevância considerando-se fatores e categorias, a empresa aponta a seguinte
classificação em relação às competências:
12
Quadro 01 – Fatores e categorias de competência
Fator
Categoria
Contexto Social
Criatividade
Comunidade
Comprometimento
Relevância
Comprometimento
Impacto
Comprometimento
Solução de problema
Criatividade
Credibilidade Gerencial
Participação
Valores Gerenciais
Participação
Ambiente de trabalho
Criatividade
Estrutura de apoio
Participação
Relevância
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
Fonte. Pesquisador, 2012.
Em relação à competência de liderança, ao ser questionado quais aspectos tem mais
relevância para o SICREDI, ficou assim demonstrada em ordem de relevância:
Quadro 02 – Competência de liderança
Técnico integrativo
Energizador
Educador
Cidadão
Agente de transformação
Administrador de processos e de redes humanas
Alavancador de resultados
1
2
3
4
5
6
7
Fonte: Pesquisador, 2012.
Considerando-se estudos de Fleury (2000), em relação às competências requeridas para o
profissional e suas definições, segundo as informações obtidas, o SICREDI trabalha cada uma
da seguinte forma:
 Saber agir: trabalha-se através de treinamentos/desenvolvimento constantes, com
imersões entre colaboradores e reuniões de alinhamento de ações, atitudes e postura;
 Saber mobilizar: através de treinamentos/desenvolvimento constantes e reuniões de
alinhamentos;
 Saber comunicar: através de treinamentos/desenvolvimento constantes, principalmente
com o Programa denominado Jeito Sicredi de Ser que “ensina” o colaborador desde
seu primeiro dia de trabalho como se relacionar com o cliente interno, com os
associados e com a comunidade em geral;
 Saber aprender: através de incentivos constantes ao estudo e desenvolvimento, buscase que os colaboradores tenham “sede” por conhecimento, onde estimula-se com ajuda
de custo para especializações, MBAs, mestrados, viagens ao exterior e programa de
desenvolvimento pessoal e profissional;
 Saber comprometer-se: dentro do cooperativismo percebe-se que os colaboradores
possuem e demonstram uma responsabilidade maior para com a empresa, eles
realmente se sentem parceiros e dono do negócio;
 Saber assumir responsabilidades: o Sicredi é uma cooperativa que atrai muitos
profissionais, devido perceberem que há crescimento e desenvolvimento interno, o que
depende muito do engajamento, interesse, vontade e pró-atividade do colaborador para
13
que o mesmo cresça internamente, assim normalmente assumem mais
responsabilidades e atitudes desejáveis para conquistar o objetivo desejado.
 Ter visão estratégica: todos os colaboradores devem estar voltados ao resultado, tanto
que um de valores da organização é eficácia e transparência na gestão, onde transmitese aos colaboradores todo o planejamento e os objetivos à serem alcançados pela
cooperativa para que estejam alinhados e seguindo a mesma direção.
4.4 Uso da Gestão por Competências como diferencial competitivo
Na opinião da organização, com certeza o uso da Gestão por Competências é sim um
diferencial competitivo. O Sicredi sabe que para atrair e reter talentos deve focar no
desenvolvimento de pessoas e a alocação da pessoa certa ao cargo certo, pois no mercado
atual de grande transição e competitividade acirrada o único diferencial que existe é o
humano. Assim, o Sicredi desenvolveu o Programa de Educação Corporativa, o programa de
formação Básica, o programa Continuada, de formação Funcional, Programa de Formação de
lideranças, o Programa de Sucessão e principalmente a ferramenta Evolução que hoje é o
portal online de gestão por competências, feedback, formação de planos individuais de
desenvolvimento e Remuneração Variável.
4.5 Plano de desenvolvimento de competências para colaboradores.
A empresa apresenta um plano de desenvolvimento de competências baseados nos seguintes
programas:
 Programa de Educação Corporativa: é o processo que permite formar e
desenvolver seres humanos na gestão de negócios, promovendo a geração,
assimilação, difusão e aplicação do conhecimento organizacional através do ensinoaprendizagem ativo e contínuo. E para melhorar a performance da educação
Corporativa a Área de Gestão de Pessoas da Confederação criou outro programa, o
chamado EAD – Educação a Distância, este foi batizado pelo Sistema com o nome de
“Sicredi @prende”;
 Programa de Formação Básica: É o nível que recebe, introduz e acultura o
colaborador no ambiente organizacional, disponibilizando o conhecimento sobre a
empresa, sua estrutura, sua cultura e seus produtos e serviços, suas regras e seus
padrões de comportamento e ação. A grade de capacitação desse nível é semelhante
para todos os colaboradores, independente da empresa ou da posição em que
trabalham;
 Programa de Formação Funcional: É o nível que visa desenvolver as competências
relacionadas à função ocupada pelo colaborador na estrutura organizacional. Esse
nível é composto pelos programas de formação específicos por área.
 Formação Continuada: É o nível que visa ampliar os conhecimentos e a cultura
geral. Oportuniza conhecimentos mais avançados quanto a processos, métodos e
técnicas utilizados no mercado.
Entram na formação continuada aqueles
colaboradores que terminaram a formação básica e funcional, fazem parte do Sistema
há mais de um ano e já estão na otimização de suas funções, ou seja, já possuem
todos os conhecimentos necessários para a realização de suas responsabilidades e
estão buscando a excelência. Este nível está intimamente relacionado à valorização e
reconhecimento do desempenho dos profissionais e pode ser percebido, também,
como mais uma forma de retenção.
 Programa de Formação Sucessão: É o nível que visa desenvolver os colaboradores
14
mapeados como sucessores para as posições estratégicas da organização, capacitandoos para uma atuação com foco em resultado.
 Programa de formação de Lideranças: É o nível que visa desenvolver os gestores
do Sicredi em suas responsabilidades gerenciais e no papel de líder, capacitando-os
para uma atuação estratégica, com foco em pessoas, processos e resultados.
 Evolução Sicredi: é o Programa que estrutura o processo de gestão de desempenho,
disponibilizando uma ferramenta para acordar e acompanhar a performance dos
colaboradores. Seu foco principal é promover o desenvolvimento das pessoas e
equipes por meio de uma avaliação do desempenho resultante da soma de dois
elementos – o que o colaborador entrega e como ele faz o trabalho.
4.6 Visão da Organização em relação às críticas da Gestão por Competências.
Como ultimo ponto de discussão com a empresa em relação à gestão por competências foi
abordado o assunto relacionado ao item 2.7 deste artigo que trata das críticas em relação à
gestão por competências e, ao ser abordado a empresa posicionou-se afirmando acreditar que
realmente a gestão de competências esteja totalmente atrelada à gestão do desempenho, pois é
desenvolvendo competências que consegue-se gerir o desempenho das pessoas. No Sicredi
investe-se muito em treinamento e programas de formação para poder desenvolver, planejar,
acompanhar e avaliar o profissional.
Afirmam ainda que o mercado competitivo e a era da informação exigem que as empresas
deem mais “prestigio” a colaboradores que façam a diferença. Assim, dentro da organização
realmente dá-se mais credibilidade, promoção e salários à colaboradores que se destacam em
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, agregando resultado ao negócios e consecutivamente
ao associado e a comunidade que ele pertence.
5 Considerações finais
O presente artigo abordou considerações conceituais e históricas da gestão por competência
partindo do objetivo de pesquisar conceitos históricos e a aplicabilidade da gestão por
competência nos meios organizacionais. Dentro desse contexto, dentre os autores
pesquisados, evidencia-se a participação de duas escolas de estudos que tiveram influencia
mais direta sobre o desenvolvimento e inserção do conceito no Brasil, a escola norteamericana, considerando as competências como inputs e a escola francesa, a qual considerava
as competências como outputs. Fica evidente que a formação do conceito brasileiro vem da
junção dos conceitos dessas duas escolas.
Continuando, o estudo apresenta também às definições de competências, separando-as entre
competências organizacionais e individuais, destacando as na opinião dos autores pesquisados
as competências individuais que são requeridas, tecendo comentários sobre o processo de
desenvolvimento de competências.
Tendo isso, vale ressaltar conteúdo do texto que apresenta a importância do estudo de gestão
de competências, visto que organizações são formadas por pessoas e as competências das
pessoas interferem diretamente nas competências organizacionais. Os estudos da
competência, segundo apresentado no artigo podem ser classificados por gerações, sendo a
primeira geração o conceito artesanal e psicológico, a segunda geração a busca de
competências universais, a terceira geração voltada a escola estratégica e por fim, a quarta
15
geração, onde busca-se o ajustamento das competências universais a realidades
organizacionais considerando-se a estratégia.
Em relação às competências individuais, identificada por citação de Godoy, 2008, como
conjunto de conhecimento, habilidades, aptidão ou características associadas às performances
na resolução de problemas, pensamento analítico ou liderança, são apresentadas por estudos
de Fisher (2009), como comprometimento, criatividade e participação, destacando que os
principais papéis esperados dos líderes competentes são os papéis de alavancador de
resultados, agente de transformação, administrador de processos e redes humanas,
energizador, técnico integrativo, educador e cidadão. Por outro lado, Fleury (2000), resume as
competências requeridas como saber agir, saber mobilizar, saber comunicar, saber aprender,
saber comprometer-se, saber assumir responsabilidades e ter visão estratégica.
Voltado a questão da competência organizacional, foca-se os estudos apresentados nesse
artigo como a capacidade de gerar resultados e de comprometimento com os resultados da
organização ou até mesmo como uma articulação de recursos organizacionais, um saber-fazer
coletivo e complexo, especialmente no que diz respeito à coordenação de diversas habilidades
de produção e integração de múltiplas correntes de tecnologia.
A gestão por competências é apresentada como a pratica estratégica que tem como objetivo
melhorar o desempenho global da organização por meio do incremento do desempenho
individual dos funcionários ou também como uma sistemática alternativa a analise e à gestão
da atuação dos relacionamentos e da contribuição dos indivíduos à organização segundo
critérios de desempenho, com base no conceito de competência.
O estudo traz, também na opinião de autores, criticas a Gestão de Competências e quanto a
sua aplicabilidade nas organizações, destacando principalmente o caráter inovador da gestão
de competências em comparativo com as premissas comuns da gestão do desempenho, a
questão do otimismo que marca as discussões sobre o conceito de competência bem como o
caráter elitista e excludente da gestão de competências, em termos de privilegiar aqueles que
já se destacam na empresa.
Em contrapartida a essa evolução conceitual, o caso estudado apresenta que a organização
tem como finco a aplicação dos conceitos dentro de sua estrutura e que, além de trabalhar com
o conceito da forma como foi desenvolvida, o programa prático interno vem de encontro com
essa necessidade.
Evidencia-se também que a organização estudada possui critérios próprios de valorização e
avaliação de competências, estando ciente de sua evolução e apresentando argumentações
convincentes de seus objetivos e clareza no plano de aplicação e avaliação dos desempenhos.
Nota-se também que a organização valoriza competências individuais e deixa transparecer
que embora tenham uma linha geral de competências apresentada neste artigo, há uma
diferenciação em relação à cargos diferentes, diferenciação esta que poderá ser fruto de nova
pesquisa na área.
A empresa apresentou também conhecimentos das críticas em relação a avaliação por
competências, mas isso não minimiza a importância desse processo no meio organizacional,
visto que essas criticas são trabalhadas, o que fica evidente nas respostas desse artigo, em prol
do melhor desempenho e competitividade para a organização.
16
4 Referencias
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centros de pesquisa: um oximoro? In: Paula, Claudio Paixão Anastácio de et al.
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2009.
DUTRA, Joel Souza. Gestão de pessoas com base em competências. In: Gestão por
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FISCHER, André Luiz et al. Gestão de pessoas: desafios estratégicos das organizações
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FLEURY, Afonso. FLEURY, Maria Tereza Leme. Competência e Aprendizagem
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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. – 8ª reimp. – São Paulo:
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GODOY, Arilda Schmidt Godoy... et al. Gestão do fator humano: uma visão baseada nos
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MASCARENHAS, André Ofenhejm. Gestão Estratégica de Pessoas: evolução, teoria e
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SAMPAIO, Jáder dos Reis. Uma “arqueologia” do conceito de competência na realidade
norte-americana. In: Paula, Claudio Paixão Anastácio de et al. Administração
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SANT’ANNA, Anderson de Souza. Profissionais mais competentes, políticas e práticas de
gestão mais avançadas? In: Paula, Claudio Paixão Anastácio de et al. Administração
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SARSUR, Amyra Moyzes. Sistema de Gestão por Competências: A assimetria de Percepções
entre Trabalhadores e Organizações. – Artigo apresentado no XXXIII Encontro da ANPAD,
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VILAS BOAS, Ana Alice. ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. Gestão Estratégica de
Pessoas. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2009.
Sites consultados:
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/tipos_pesquisas.html
Acesso em: 05/2012.
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