www.fisicaexe.com.br É dado um plano áspero inclinado de 45º em relação ao horizonte, do qual AB é uma reta de maior declive. Um corpo é atirado no sentido ascendente, entra em repouso em B retornando ao ponto A. Admitindo-se que o coeficiente de atrito entre o móvel e o plano seja 2− 3 determinar a relação entre o intervalo de tempo empregado pelo corpo para ir de A até B e no retorno de B até A. Dados do problema • coeficiente de atrito entre o móvel e o plano: µ = 2− • inclinação do plano: θ = 45º. 3; Esquema do problema figura 1 r O corpo é lançado com uma velocidade inicial de subida v 0S e começa a sofrer uma r desaceleração a devido a componente da aceleração da gravidade na direção do plano, sua r velocidade diminui até ficar nula v S = 0 no ponto B (figura 1-A). A partir desse instante ele r começa um movimento de retorno, partindo do repouso ( v 0D = 0 ) e sob a ação da aceleração causada pela componente da gravidade na direção do plano e passa pelo ponto A com uma r velocidade final v D (figura 1-B). Solução Isolando o corpo e analisando as forças que atuam nele em cada uma das situações podemos aplicar a 2.ª Lei de Newton r r F = m .a • Corpo subindo Adotamos um sistema de referência xy com o eixo-x paralelo ao plano inclinado e r sentido para cima. No bloco agem a força peso ( P ), a força de resistência devido ao atrito r r ( FR ) e a reação normal da superfície ( N ), conforme a figura 2-A. r A força peso pode ser decomposta em duas, uma componente paralela ( PP ) ao eixo-x r e a outra normal ou perpendicular ( PN ). Da figura 2-B vemos que a força peso é perpendicular ao plano horizontal, forma um ângulo de 90º, o ângulo entre o plano inclinado, que contém a componente paralela, e o plano horizontal é dado como 45º, como os ângulos internos de um triângulo devem somar 180º o ângulo entre a força peso e a componente paralela deve ser 45º. 1 www.fisicaexe.com.br No triângulo à direita temos que a componente normal faz com o plano inclinado um ângulo de 90º então o ângulo entre a força peso e a componente normal deve medir 45º, é um ângulo complementar. figura 2 Desenhamos as forças num sistema de eixos coordenados, figura 2-C. Na direção y não há movimento, a reação normal e a componente normal do peso se equilibram, em módulo temos N = PN N = P cos 45° N = M g cos 45° (I) Na direção x escrevemos a 2.ª Lei de Newton em módulo para encontrar a aceleração do bloco subindo ( a S ) −FR − PP cos 45° = M a S −FR − M g cos 45° = M a S (II) A força de resistência devido ao atrito é dada por FR = µ . N (III) substituindo o valor da reação normal (I) em (III) e colocando o resultado em (II), temos a expressão para a aceleração do corpo durante a subida −µ N − PP sen 45° = M a S − µ M g cos 45° − M g sen 45° = M a S a S = −µ g cos 45° − g sen 45° (IV) • Corpo descendo Analogamente temos o mesmo sistema de referência da situação anterior. No bloco r agem as mesmas forças, apenas a força de resistência ( FR ) está no sentido contrário, figura 3A. Do mesmo modo a força peso pode ser decomposta em duas sendo válido o esquema da figura 2-B Desenhamos as forças num sistema de eixos coordenados, figura 3-B. Na direção y é válida a mesma expressão (I) encontrada anteriormente. 2 www.fisicaexe.com.br figura 3 Na direção x aplicamos a 2.ª Lei de Newton em módulo para encontrar a aceleração do bloco descendo ( a D ) FR − PP sen 45° = M a D FR − M g sen 45° = M a D (V) Usando a expressão para a força de resistência dada em (III) e a reação normal de (I) a expressão para a aceleração do corpo durante a descida fica µ N − PP sen 45° = M a D µ M g cos 45° − M g sen 45° = M a D a D = µ g cos 45° − g sen 45 ° (VI) Da Cinemática Escalar temos que as equações de movimento do bloco durante a subida e descida são S = S 0 + v 0S . t S + S − S 0 = v 0S . t S + aS t 2S 2 aS t 2S 2 e S = S 0 − v 0D . t D − aD S − S 0 = −v 0D . t D − Os intervalos percorridos na subida 2 aD 2 t D2 t D2 e descida do bloco são iguais S − S 0 = AB = BA = ∆ S , então temos ∆ S = v 0S t S + ∆S = − igualando as equações (VII) e (VIII) 3 aD 2 aS 2 t D2 t S2 (VII) (VIII) www.fisicaexe.com.br aS v 0S t S + t S2 = − 2 aD t D2 2 (IX) Escrevendo a função da velocidade para o bloco subindo, temos v S = v 0S + a S t S 0 = v 0S + a S t S v 0S = −a S t S (X) substituindo (X) em (IX), obtemos − a S .t S .t S + − a S . t 2S + aS 2 aS 2 t 2S = − t 2S = − − 2 a S . t 2S + a S . t S − 2 aS 2 t 2S = − 2 =− 2 2 aD 2 aD aD t D2 t 2D aD 2 t D2 t 2D simplificando o fator 2 e o sinal negativo, reescrevemos a S . t S2 = a D . t D2 t S2 t D2 = aD aS 2 tS a = D tD aS Substituindo as acelerações na subida e na descida pelas expressões encontradas em (IV) e (VI) respectivamente, temos 2 tS = µ . g . cos 45° − g . sen 45° tD − µ . g . cos 45° − g . sen 45° colocando a aceleração da gravidade g em evidência e substituindo cos 45° = sen 45° = 2 2 2 2 − g . µ. 2 2 tS = tD 2 2 − g . − µ. 2 2 2 2 2 2 µ. − tS 2 2 = tD 2 2 − µ. − 2 2 4 2 2 e www.fisicaexe.com.br tS tD 2 .( µ − 1 ) 2 2 .( − µ − 1) 2 2 = 2 tS = µ −1 tD − µ −1 substituindo o coeficiente de atrito µ pelo valor dado fica 2 tS = 2 − 3 −1 tD − 2 − 3 −1 ( ) 2 tS = 1− 3 tD − 2 + 3 −1 2 tS = 1− 3 tD −3+ 3 para racionalizar a expressão acima multiplicamos o numerador e o denominador por −3− 3 , então tS tD ( ( 2 = 1− 3 . − 3 − −3+ 3 −3− 2 tS = −3− tD tS tD 3 +3 3 +3 9−3 2 =2 3 6 2 tS = 3 tD 3 e finalmente tS tD 3 3 = 5 ) 3) 3