CUIDADOS À CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: ATUAÇÃO DE CUIDADORES INFORMAIS Jaiane de Melo Vilanova1 Ava Fabian dos Anjos Lima2 Francidalma Soares Sousa Carvalho Filha3 Rosângela Nunes Almeida da Silva4 Raimundo Nonato Silva Gomes5 RESUMO O Transtorno do Espectro Autista caracteriza-se por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação, que provoca comportamentos obsessivos e ritualísticos, além de dificuldade na aceitação a mudanças. Este estudo teve como objetivo avaliar o cuidado de crianças que estão no espectro autista sob a perspectiva de seus cuidadores informais. Trata-se de uma pesquisa avaliativa, descritiva e exploratória com abordagem quantitativa e qualitativa. O cenário de investigação foi a cidade de Caxias-MA, utilizou-se como campo de pesquisa a Associação de Amigos do Autista; a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e o Centro de Atenção Psicossocial infantil, os três localizados no referido município. Elaboraram-se três Categorias: Entendimento dos cuidadores sobre o Autismo; Comportamento da criança que mais incomoda/agrada; e Dificuldades enfrentadas no cuidado da criança autista. Constatou-se que 80,64% dos cuidadores entrevistados são as mães das crianças que estão no espectro autista e 64,52% não desenvolvem atividade ocupacional. Por fim, percebeu-se que os as maiores dificuldades enfrentadas no cuidado diário estão relacionadas a problemas em estabelecer comunicação verbal e não verbal, a dependência em relação ao cuidador e hábitos alimentares restritos. Sugere-se investir na capacitação dos profissionais de saúde, sobretudo atuantes na Atenção Primária, a respeito dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, com vistas a qualificar a atenção e facilitar a disseminação do conhecimento. Palavras-chave: Cuidador; Criança; Transtorno Autístico. ABSTRACT Autism Spectrum Disorder is characterized by qualitative shifts in communication, social interaction and the use of imagination, which causes obsessive and ritualistic behaviors, as well as difficulty in accepting the changes. This study aimed to evaluate the care of children who are on the autism spectrum from the perspective of their informal caregivers. It is an evaluative, descriptive and exploratory research with quantitative and qualitative approach. The research scenario was the city of Caxias, MA, was used as a research field the Association of Friends of Autistic; the Association of Parents and Friends of Exceptional Children and the Psychosocial Care Center children, three located in the municipality. Is elaborated three categories: Understanding caregivers about autism; Child's behavior that bothers / appeals; and adverse developments in the care of autistic children. It was found that 80.64% of respondents caregivers are mothers of children who are on the autism spectrum and 64.52% do not develop occupational activity. Finally, it was noted that the major difficulties faced in daily care are related to problems in establishing verbal and nonverbal communication, dependence on the caregiver and restricted eating habits. It is suggested to invest in the training of health professionals, especially working in primary care, about the Global Development Disorders, in order to qualify attention and facilitate the dissemination of knowledge. Keywords: Caregiver; Child; Autistic Disorder. 1 Enfermeira. Especialista em Saúde da Família. Docente da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Email: [email protected] 2 Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão (FACEMA). 3 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão (FACEMA) e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). 4 Enfermeira. Especialista em Saúde da Família. Docente da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). 5 Acadêmico do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). INTRODUÇÃO O autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano que vem sendo estudado há quase seis décadas, porém ainda são explicitas, mesmo dentre os cientistas, as divergências, dúvidas e questões acerca deste transtorno do desenvolvimento humano, sobretudo no que diz respeito à sua etiologia. Desta maneira, apesar de atualmente ser bem mais conhecido, o espectro autístico ainda surpreende pela diversidade de características que pode apresentar e pelo fato de, na maioria das vezes, a criança que tem autismo ter uma aparência totalmente dentro dos padrões (MELLO, 2005). Para Nettina (2012), o autismo compreende um complexo distúrbio do desenvolvimento neurobiológico, que apresenta seus sinais normalmente nos primeiros 2 anos de vida. Para que se faça o diagnóstico é necessária a presença de características centrais, tais como: alteração social, na comunicação verbal e não verbal e padrões de comportamento característicos, que tendem a ser repetitivos e ritualísticos. Comportamentos que podem variar quanto ao grau de acometimento, o que caracteriza um espectro de severidade (espectro autístico). A este respeito, convém ressaltar que as dificuldades na interação social em Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID), como o autismo, podem manifestar-se como isolamento ou comportamento social impróprio; ausência de contato visual; dificuldade em participar de atividades em grupo; indiferença afetiva ou demonstrações inapropriadas de afeto; e falta de empatia social ou emocional. Quando chegam a idade adulta, geralmente há uma melhora do quadro de isolamento, mas a pobre habilidade social e a dificuldade em estabelecer amizades persistem. Adolescentes e adultos com autismo permanecem com ideias equivocadas quanto a como são vistos e percebidos por outras pessoas, com tendência a isolar- se mesmo possuindo habilidades cognitivas adequadas (GADIA et al., 2004). O diagnóstico precoce está diretamente relacionado ao inicio do tratamento e a implantação das intervenções, que são baseados na melhora do desenvolvimento funcional e diminuição de comportamentos vistos como inadequados. Para isso, são utilizados técnicas e métodos fundamentados em princípios comportamentais, tais como: a Classificação dos transtornos mentais e de comportamento da CID-10, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM- IV), e o Checklist for Autism in Toddlers. Dessa forma, os médicos especialistas (psiquiatra e neuropsiquiatra infantil), são os únicos profissionais habilitados para realizar o diagnóstico, já que possuem competência nos aspectos clínicos e de diagnósticos relativos aos distúrbios mentais (SILVA; GAIATO; REVELES, 2012; SURIAN, 2012). Todavia, para que se obtenha uma linha de cuidado excelente é necessária à integração de uma equipe multiprofissional, incluindo o provedor de cuidados primários, também chamado cuidador informal; subespecialidades médicas (psiquiatra e pediatra); terapeuta ocupacional; terapeuta da fala (fonoaudiólogo); fisioterapeuta e especialista educacional (NETTINA, 2012). A pessoa que está no espectro do autismo é um cidadão como qualquer outro e precisa ter todos os seus direitos resguardados, por isso, lutas travadas por profissionais de saúde e educação, pais e familiares de autistas e da sociedade civil organizada, impulsionaram a criação da Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Tal lei busca assegurar: a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer e a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração. No que diz respeito aos aspectos familiares, na maioria dos casos, os pais notam que existe algo de estranho com o filho, mas não conseguem determinar o que, sobretudo quando não possuem outros filhos para comparar marcos de desenvolvimento. Portanto, comumente quando são alertados por parentes e amigos sobre a existência de algum distúrbio com seus filhos, reagem com raiva (WILLIAMS; WRIGHT, 2008). Segundo Assumpção e Kuczynski (2009), a reação dos pais diante do diagnóstico e o que fazem a partir daí tem extrema importância, pois poderá influenciar consideravelmente no desenvolvimento da criança, diante da possibilidade de lidar com sua realidade, mesmo possuindo limitações. Compreende-se que o espectro do autismo é um distúrbio que não possui cura, porém existem tratamentos que podem melhorar e diminuir a severidade das manifestações clínicas, bem como melhorar a qualidade de vida das pessoas que apresentam o transtorno, tais como: o Tratamento e Educação de Crianças Autistas e com Desvantagens na Comunicação (TEACCH), a Análise Aplicada do Comportamento (ABA) e o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (PECS). Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o cuidado de crianças que estão no espectro autista sob a perspectiva de seus cuidadores. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa avaliativa, descritiva e exploratória com abordagem quantitativa e qualitativa. Hartz (1997) define a pesquisa avaliativa como o procedimento que consiste em fazer um julgamento ex-post de uma intervenção tendo como base métodos científicos. Concretamente, refere-se à analise de pertinência, os fundamentos teóricos, a produtividade, os efeitos e o rendimento de uma intervenção, assim como as relações existentes entre a intervenção, e o contexto no qual ela se situa, geralmente com o objetivo de ajudar na tomada de decisões. Deslandes e Assis (2002) citam que a articulação entre abordagens e combinações metodológicas tem reconhecida importância para pesquisar o complexo saúde-doença-atenção, indicando as diversas modalidades de diálogos. Nesse contexto, o quantitativo e o qualitativo traduzem cada um na sua definição, as conexões entre o individual e o coletivo, presentes no cotidiano das práticas de saúde. O cenário desta investigação foi o Município de Caxias, de área de 5.150.647 km², situado na região leste do estado do Maranhão, a 374 quilômetros da capital São Luís, e a 70 quilômetros da capital piauiense, Teresina. Apresenta uma população aproximada de 155.129 habitantes. Para tanto, utilizou-se como campo de pesquisa a Associação de Amigos do Autista (AMA); a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e o Centro de Atenção Psicossocial infantil (CAPSi), os três localizados no referido município (IBGE, 2012). A coleta de dados ocorreu por meio da realização de uma entrevista com os genitores e/ou cuidadores das crianças acompanhadas. De acordo com Dyniewicz (2009), a entrevista pode ser realizada de diversas formas e com abordagens distintas, tendo por finalidade obter informações verbais de uma parcela representativa da população estudada, devendo ser implementada em local adequado, com boas condições de iluminação, aeração e deixando o participante à vontade para expressar suas opiniões Quanto às entrevistas implementadas com os pais e/ou cuidadores, as informações coletadas, com perguntas abertas acerca do cuidado às crianças autistas foram submetidas à Análise de Conteúdo, proposta por Bardin (1997), que tem como propósito a compreensão do significado das falas dos sujeitos para além dos limites daquilo que é descrito. E dentre as técnicas de Análise de Conteúdo, optou-se pela Análise Temática, que busca os núcleos de sentido, os quais constituíram a comunicação e cuja expressão revelou algo importante para o objeto estudado. Assim, de posse do material oriundo desta, procedeu-se a categorização, inferência, descrição e interpretação minuciosa de todo o conteúdo. Para tanto, de acordo com Gomes (2010) após a leitura compreensiva das respostas/falas, foi feita a exploração das mesmas, e, portanto, a análise propriamente dita, e, por fim, elaborou-se uma síntese interpretativa por meio de uma redação que proporcionou um diálogo do tema com objetivos, questões e pressupostos da pesquisa. Ressalta-se que, para facilitar a compreensão das informações, os dados mais importantes estão fielmente descritos e, em seguida, cada sujeito responsável pelas mesmas, estão, apresentados no texto como Cuidador (1 a 31, de acordo com a ordem de realização das entrevistas). No que se refere aos aspectos éticos, o projeto de pesquisa foi submetido à Plataforma Brasil, e, em seguida, direcionado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do CESC-UEMA com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) de n°. 42337414.7.0000.5554. As pesquisadoras comprometeram-se com as normas preconizadas pela Resolução CNS 466/12 e suas complementares, que tratam dos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos onde a referida resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades, referenciais da bioética, tais como, autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade, dentre outros, e visa a assegurar os direitos e deveres que dizem respeito aos participantes da pesquisa, à comunidade científica e ao Estado. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dados quantitativos A tabela 1 refere-se aos dados dos sujeitos da pesquisa, coletados durante as entrevistas com pais/cuidadores de crianças que estão no espectro autista e aborda os seguintes aspectos: sexo, estado civil, escolaridade e grau de parentesco com as criança. Conforme apresentados a seguir: Tabela 1 – Distribuição dos dados pessoais dos pais/cuidadores de crianças que estão no espectro autista. Caxias-MA, 2015. VARIÁVEIS n % nnnn Escolaridade Analfabetos 0 0 Ensino fundamental completo 4 12,90 Ensino médio completo 16 51,61 Ensino superior incompleto 3 9,68 Ensino superior completo 8 25,81 Total 31 100,0 Estado civil Solteiro 4 12,90 Casado 26 83,87 Divorciado 1 3,22 Total 31 100,0 Atividade laborativa Sim 11 35,48 Não 20 64,52 Total 31 100,0 Grau de parentesco com a criança Pai 3 9,68 Mãe 25 80,64 M Avó 1 3,22 Tia 2 6,46 Total 31 100,0 A primeira variável refere-se ao nível de escolaridade dos entrevistados e verificou-se que 4 (1,24%) possuem ensino fundamental completo, 16 (51,61%) médio completo, 3 (9,68%) superior completo e 8 (25,81%) superior completo. Este dado demonstra que a maior parte da população estudada possui ensino médio completo e nenhum dos cuidadores é analfabeto, que difere dos dados encontrados por Barbosa e Fernandes (2009), os autores concluíram que das 150 mães estudadas 59 (39%) são analfabetas e 51 (34%) possuem ensino médio completo. Quanto estado civil dos cuidadores observou-se 26 (83,87%) são casados, 4 (12,90%) solteiros e 1 (3,22%) divorciado. Portanto, percebe-se a maioria dos cuidadores são casados, assim acredita-se que o cuidado com a criança é compartilhado com o companheiro(a). Confirma este dado Nunes e Santos (2010), que referem que dos 20 cuidadores de crianças autistas investigadas 18 (90%) são casados e 1(5%) declarou união consensual e outra separada (5%). Em se tratando do questionamento sobre atividades laborativas, 20 (64,52%) cuidadores não trabalham, disponibilizando seu tempo somente para cuidar dos filhos e da casa. Devido ao alto nível de dependência e necessidade de cuidados que crianças que estão no espectro autista detêm, muitos cuidadores precisam se abster de vínculos empregatícios para poder direcionar seu tempo para o cuidado da criança. Ribeiro (2011), afirma que geralmente as mães ao receberem o diagnóstico de autismo dos seus filhos largam seus empregos para cuidar exclusivamente dos mesmos. Corroborando com isso Monteiro et al. (2008), concluíram que a maioria dos cuidadores investigados eram mães que não exerciam atividade ocupacional fora de casa, pela necessidade de cuidados que a condição do filho requer. Elas têm uma rotina diária que inclui os afazeres domésticos, cuidados pessoais e familiares e prioritariamente os cuidados que envolvem o filho, acarretando assim em acúmulos de responsabilidades, que terminam por contribuir para o afastamento ou abandono de seus sonhos e desejos pessoais. O último item da Tabela 1, refere-se ao grau de parentesco que os entrevistados possuem em relação a criança, constatando-se que 25 (80,64%) são mães. Essa informação é confirmada pela investigação realizada por Vieira et al. (2012), na qual concluiu que o principal cuidador das crianças autista era a mãe caracterizando 88,9% da amostra utilizada o que aponta para o padrão tradicional familiar do Brasil, onde o papel de cuidar dos filhos, sobretudo aqueles portadores de cuidados especiais. Ainda a este respeito, conforme Torres (2012) e Serra (2010), a mãe de crianças com TEA necessitam de atenção especial, visto que o cuidado é primordialmente exercido por ela. Desse modo, sua saúde mental deve ser priorizada uma vez que, ela assume múltiplas responsabilidades nos cuidados físicos, cognitivos, psicológicos do filho que necessita de zelo, disponibilidade, tempo, paciência, além do seu papel no âmbito familiar: outros filhos, marido, tarefas domésticas e sociais. Outro fator importante é que fica a cargo da mulher a paralisação da vida profissional e a manutenção das tarefas dos demais membros da família. Dados qualitativos Após a leitura detalhada dos dados provenientes dos formulários, procedeuse a organização do conteúdo e interpretação dos achados, que, posteriormente foram organizados em três Categorias, nas quais discutem-se: a) Entendimento dos cuidadores sobre o Autismo; b) Comportamento da criança que mais incomoda/agrada; e c) Dificuldades enfrentadas no cuidado da criança autista. a) Categoria 1: Entendimento dos cuidadores sobre o Autismo. Na primeira categoria verificou-se o entendimento de pais e cuidadores de crianças que estão no espectro autista, sobre a síndrome. Nas falas expostas a seguir, observam-se as definições dos entrevistados sobre o Autismo: É uma síndrome que é acometida por genética onde a criança pode ter problemas motores, na fala e entre seus sistemas neurológicos. (C5) Autismo (TEA), é um transtorno do desenvolvimento que atinge as áreas de interação social, comunicação e comportamento. (C8) Compromete a socialização em se relacionar com outras pessoas, impedindo que há a interação social, dificuldade na comunicação e comportamento. (C10) A criança tem dificuldade na fala, dificuldade de atenção ela tem dificuldade em socialização são várias características das quais a pessoa se enquadra. (C11) Afeta a criança na parte da fala, da socialização e do aprendizado. (C12) Transtorno de comportamento, sociedade. (C24) dificuldade de interação na É o transtorno global do desenvolvimento no qual a criança/pessoa apresenta em níveis diferentes (leve, moderado e severo) dificuldades na comunicação e interação social, e ainda apresenta movimentos estereotipados. (C28) Diante das falas expostas, é possível perceber que os interlocutores citados, possuem conhecimento sobre os principais conceitos e comprometimentos provenientes do autismo. Principalmente no que concerne as dificuldades na interação social, comunicação e comportamento, sendo estas as principais áreas afetadas pelo espectro autista. A este respeito, uma definição interessante de Autismo é abordada por Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008), que o caracteriza como o desenvolvimento anormal ou alterado, que se se manifesta antes dos três anos de idade, apresentando perturbação do funcionamento nas áreas de interação social e comunicação além de comportamento repetitivo. Apesar de não abordarem todos os aspectos do autismo nota-se que os cuidadores supracitados, possuem conhecimento teórico sobre peculiaridades do transtorno. Acredita-se que por ser uma síndrome complexa, que possui graus e características que se diferenciam por portador, alguns cuidadores tem dificuldade em determinar um conceito mais organizado sobre o assunto. Para Silva (2009), a maior compreensão da família sobre o TEA, favorece o desenvolvimento do filho e permite que ele adquira independência e se sinta valorizado. Dessa forma, entende-se que existe estreita relação entre o conhecimento acerca das características do autismo pelos familiares como fator facilitador da saúde emocional do filho com autismo. Ademais é possível perceber que alguns cuidadores conceituam o autismo de acordo com as experiências e traços desenvolvidos pelas crianças, não citando todas as características da síndrome, como se observa: Acho que com a convivência com a M eu aprendi só que é o mundo dela é diferente do nosso é do jeito dela, é na hora dela e tem que ser assim porque ouvi dizer que é um mundo particular. (C4) A gente entende mais sobre as coisas que ele faz. O autista gosta de coisa colorida e tem dificuldade na socialização. (C21) É uma doença que a cada dia você vai aprendendo e descobrindo coisas novas, boas e ruins. (C6) Verifica-se na fala dos sujeitos citadas anteriormente, que os mesmos possuem pouco ou nenhum conhecimento a respeito do espectro autista. Fato que pode ser explicado pela ausência de interesse no assunto ou dificuldade no acesso a informação. Visto que os entrevistados relatam que o entendimento que detêm sobre TEA são provenientes das características das crianças as quais são cuidadores. Nogueira e Rio (2011) enfatizam que uma das reclamações dos familiares de pessoas autistas é a escassez de informações sobre o transtorno. Afirmam ainda que nem sempre são disponibilizadas informações sobre o tema e de como lidar com os sintomas, fato que dificulta a compreensão da família a respeito do TEA. Reitera-se que todas as crianças nas quais seus cuidadores foram entrevistados, frequentam alguma instituição de apoio a pessoa autista nas quais são desenvolvidas palestras a respeito do tema, e todos cuidadores são convidados a participar das mesmas. Para o melhor desenvolvimento da criança é fundamental que seus pais e cuidadores conheçam as características, evolução e terapias disponíveis para que assim tenham maior controle em relação ao comportamento da criança. b) Categoria 2: Comportamento da criança que mais incomoda/agrada. Nesta Categoria serão abordados os comportamentos das crianças que mais incomodam e que mais agradam seus cuidadores, como se constata nas seguintes interlocuções: A automutilação. (C1) Quando ela tá agressiva demais. (C2) O que mais me incomoda nele é essa parte do comportamento que as vezes ele não para, ele fica andando de um lado para o outro. (C3) Presença de birra constante. (C5) Hiperatividade. (C6) O que mais me incomoda é a hiperatividade. (C12) Quando ele fica zangado. (C16) Quando ele se bate. (C17) É na hora que ele tá se batendo. (C20) Agressividade com ele mesmo. (C21) A birra. (C23) No que se refere aos comportamentos que mais causam incomodo para os cuidadores percebeu-se que apesar de haver uma variação nas respostas, existem alguns aspectos em comum, que é o caso de birras, irritação, autoagressão e hiperatividade. Vale ressaltar que apesar de situações como estas acontecerem constantemente, os entrevistados aparentemente não sabem como lidar diante destas reações das crianças. Diante das falas, pode-se observar que a agressividade, é um fator que incomoda demasiadamente cuidadores de crianças autistas, pois não se trata apenas de uma ação que causa prejuízos sociais ou comportamentais, atinge a saúde física do próprio autista ou pessoas de sua convivência. Tal comportamento pode ser manifestado durante quando são contrariados ou em momentos que não conseguem expressar seus desejos, se agravando quando se trata de autoagressão uma vez que é mais difícil de controlar. Este dado coincide com os resultados de Segeren e Françozo (2014), em que uma dificuldade enfrentada por mães de autistas está relacionada à agressividade. No qual apontaram comportamentos como agitação, gritos, agressividade ou autolesão como dificuldades referentes ao comportamento, fato que impõe obstáculos no acesso da família a locais públicos. Nunes e Santos (2010), sugerem que manifestações de agressividade e agitação psicomotora, constituíram as principais queixas maternas em relação aos filhos. De acordo com Martins (2012), as pessoas com TEA podem tentar se comunicar através dos seus comportamentos, que muitas vezes parecem inadequados, são interpretados de maneiras diferentes daquelas que elas querem transmitir, por exemplo, uma bofetada, embora possa parecer uma agressão, poderá ser apenas um sinal para iniciar a comunicação ou uma brincadeira para iniciar a interação. Conclui-se que vários comportamentos que ocorrem provenientes do autismo são estressantes para quem os presencia, podendo ser inclusive perigosos para o indivíduo. Como é o caso de reações graves de auto agressão, que devem ser coibidos, trabalhados e modificados (AMA, 2011). Em conformidade com Vila, Diogo e Sequeira (2009), pessoas que estão no espectro autista podem apresentar respostas agressivas a estímulos sensoriais, tais como hipersensibilidade a sons e contato físico, reações exageradas à luz ou a cheiros. Podem também haver comportamentos auto agressivos e auto lesivos como bater a cabeça, morder as mãos, dedos e pulsos. Neste ínterim, ressalta-se que segundo Novaes, Pondé e Freire (2008), existem drogas psicotrópicas que atenuam os sintomas associados ao autismo tais como a agitação psicomotora e o comportamento agressivo. No que se refere à hiperatividade, esta é uma característica marcante das crianças autistas, que cursa com agitação e inquietude; incomodando demasiadamente aos pais e cuidadores, que em muitos momentos necessitam que a criança mantenha a concentração e a sobriedade. Além disso, soma-se a esta problemática o fato de muitos pais não aceitarem que seus filhos estão no espectro autista; preferindo acreditar que as crianças são apenas hiperativas, o que pode atrasar o diagnóstico e, consequentemente, iniciar tardiamente as terapias indicadas às pessoas com TEA, dificultando o desenvolvimento dos mesmos. Ainda a este respeito, segundo Silva, Gaiato e Reveles (2012), a hiperatividade apresentada em crianças autistas mantém características diferentes daquela manifestada em portadores de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), pois de uma maneira geral, os movimentos exercidos por autistas, como a agitação exacerbada ou o excesso de movimentos não tem função. O prazer está na agitação em si, o movimento é feito de modo aleatório, sem função. Já no TDAH, cuja característica principal, a criança busca incessantemente se envolver em atividades diferentes, com propósitos definidos, pois no caso de pessoas com TDAH a hiperatividade física é consequência direta da hiperatividade mental. Por fim, destaca-se que de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de transtornos Mentais, DSM-IV-TR IV (DSM, 2002), pessoas que estão no espectro autista, podem apresentar além das caraterísticas comuns do autismo, outros sintomas de caráter comportamental, que incluem hiperatividade, desatenção, impulsividade, agressividade, comportamentos auto agressivos e, principalmente em crianças mais jovens, acessos de raiva. No que se refere aos comportamentos que mais agradam aos cuidadores, as respostas mais citadas relacionaram-se à formação de vínculos afetivos, como se observadas falas: Sempre quando a gente fala alguma coisa pra ele, como meu filho eu te amo, ele vem e me abraça. (C7) O comportamento do meu filho que mais me agrada é o carinho, ele adora abraçar, beijar e isso me faz sentir bem. (C8) Ele é carinhoso. (C11) É a forma carinhosa e meiga que ela me trata. (C12) Quando ele começa a rir, sorrisos o dia a dia alegre dele. (C19) Quando ele ta perto de mim porque ele gosta muito de me beijar. (C20) Minha filha é carinhosa. (C21) Ele é carinhoso. (C29) Conforme se constata, os interlocutores relatam que o comportamento das crianças que mais os agradam são demonstrações de afeto e carinho. Acredita-se que um fator que influencia nessas respostas é que uma das características do TEA é a dificuldade em estabelecer vínculos afetivos; por isso, no princípio os cuidadores acreditavam que seria impossível manter um relacionamento de carinho com as crianças, porém em alguns casos com acompanhamento terapêutico adequado os aspectos comportamentais do autismo são alterados e atenuados. Em consonância com Marteleto et al. (2011), em um estudo sobre problemas de comportamento de crianças autistas constataram que mães de crianças com transtorno autista afirmaram que as crianças gostam de estar com elas e com outras pessoas próximas, mas preferem não ter intimidade com indivíduos com os quais têm pouco contato, circunstância que pode minimizar a característica de isolamento social de pessoas com TEA. Os autores perceberam tal evidência como uma adaptação dos pais à dificuldade de socialização dos filhos, no qual conseguem descobrir facetas amáveis de seu filho, centrando-se em maneiras de ajudá-los a enfrentar os problemas. c) Categoria 3: Dificuldades enfrentadas no cuidado da criança autista. Nessa categoria buscou-se identificar as maiores dificuldades enfrentadas no cuidado diário de crianças que estão no espectro autista. Notou-se que algumas dificuldades são as mesmas para vários cuidadores, das quais uma bastante comum está relacionada a problemas em estabelecer comunicação verbal e não verbal como se pode observar nas falas a seguir: Necessidades fisiológicas dela, eu tenho que adivinhar a hora que ela quer ir além de usar fralda. (C4) Dificuldade em que ele tem que se expressar, iniciativa. (C5) Na se comunica, pois só fala palavras soltas. (C6) Eu ainda não aprendi a entender o que ele quer. (C17) Ela não pede as coisas, tem que adivinhar. (C21) Embora ele esteja apresentando uma ótima evolução na expressão de seus sentimentos e desejos, a maior dificuldade é a comunicação verbal direta. (C29) De acordo com as interlocuções, percebe-se que a ausência ou dificuldade em manter comunicação verbal é algo que apresenta um impacto bastante negativo no que diz respeito ao cuidado diário da criança, uma vez que nesses casos os cuidadores precisam tentar adivinhar e/ou interpretar a necessidade da criança, levando a um alto nível de estresse para ambos. Esses dados corroboram com os encontrados por Rodrigues, Fonseca e Silva (2008), nos quais obtiveram vários relatos das mães de crianças autistas sobre a dificuldade na utilização da linguagem verbal e não-verbal, que segundo as mesmas prejudica, sua interação com outras pessoas. A alteração na comunicação compõe a tríade de comprometimentos relacionados ao autismo, juntamente com dificuldade na interação social e comportamentos estereotipados e ritualísticos. Assim, algumas pessoas autistas não conseguem falar ou utilizar as palavras de maneira coerente, pois ao aprenderem uma palavra costumam utilizar em momentos inadequados, além de apresentarem também problemas na comunicação não verbal; deixando de expressar exatamente o que quer, levando a crises de choro e irritabilidade por não conseguir ter suas necessidades. Em concordância com Marinho e Merkle (2009), a linguagem e a comunicação verbal e não verbal das pessoas autistas apresentam deficiência e são bem diferentes dos padrões habituais, pois possuem uma linguagem repetitiva e estereotipada, não conseguindo iniciar e manter uma conversa. A ecolalia, ou seja, repetição de sons diversas vezes e em momentos inoportunos, também é uma característica referente à comunicação de indivíduos que estão no espectro autista. Na ecolalia imediata, a criança autista repete quase que imediatamente aquilo que acabara de escutar após a verbalização de outra pessoa. Gikovate e Mousinho (2004) acrescenta que em casos de acometimento leve da comunicação, o autista apresenta vocabulário e gramática intactos, porém com tom estranho (prosódia), dificuldade para manter diálogo e com prejuízo na compreensão da linguagem figurada (metáforas, piadas, provérbios). No entanto, quando se trata de alteração severa, há completa ausência de linguagem funcional (verbal e não verbal). Ademais, outra dificuldade é a dependência que os autistas apresentam em relação ao seus cuidadores, conforme a seguir: Dá comida na boca dela, ela ainda depende de mim pra comer, beber e tudo, a dependência. (C2) tudo, A dependência. Ele não tem noção de perigo e precisa estar acompanhado 24 horas. (C8) Nas necessidades fisiológicas ela precisa de mim. (C10) A maior dificuldade é na hora da comida tem que ter bastante cuidado porque ele não come com a mão dele. (C20) Ele precisar de mim pra tomar banho, comer e colocar pra dormir. (C30) Percebe-se que a dependência que as crianças possuem em relação ao cuidador incomoda este último e pode ser uma fonte constante de estresse, uma vez que o cuidador precisa estar sempre à disposição da criança, o que interfere na manutenção da vida social e impede o desenvolvimento e atividades laborativas fora do ambiente doméstico. Desta forma, segundo Martão (2009), as mães que na maioria dos casos é a cuidadora das crianças autistas, sofrem com a sobrecarga proveniente das características do transtorno e com o nível de dependência do filho. Acrescenta-se ainda, a constante busca por estratégias de adaptação familiar, a fim de conciliar os cuidados ao portador de Autismo e favorecer a convivência da família. O portador de Autismo requer acompanhamento e cuidados por toda vida, sendo que são constantemente oferecidos pelas suas mães, principalmente quando há escassez nos serviços especializados oferecidos pelo Estado. Vale ressaltar também que hábitos alimentares restritos foram citados como outro aspecto que dificulta o cuidado e acarreta uma série de transtornos e preocupações para o cuidador: Eu acho mais é na alimentação que ele não se alimenta bem essa é uma dificuldade muito grande que eu tenho com ele é a questão da alimentação.” (C7) Alimentação nem sempre ele quer aquilo que você quer dá isso ai é o mais difícil. (C14) Ele não gosta de muitos tipos de comida, isso dificulta muito. (C28) Diante do exposto, nota-se que a alimentação é um fator que dificulta o cuidado da criança autista, sobretudo porque apresenta restrição em relação às preferências da criança por um grupo de alimentos ou de um alimento específico, como é o caso do entrevistado C1 que relatou que sua filha come farinha láctea e leite desnatado em todas as refeições diárias. Em consonância Klin (2006), relata que distúrbios alimentares podem ser muito esgotantes na vida familiar de crianças autistas, particularmente durante a infância, pois podem envolver rejeição a certos alimentos, devido à textura, cor ou odor, ou insistência em comer somente um a pequena seleção de alimentos e recusa de provar alimentos novos. Em crianças com prejuízo cognitivo mais grave, pode haver a alotriofagia, também conhecida como pica que se caracteriza pela vontade de comer coisas não-comestíveis, fato que pode colocar um conjunto de questões de segurança, incluindo o risco à toxicidade por chumbo. Outro fator relacionado a hábitos alimentares de crianças autistas é descrito no estudo de Silva (2011), revelou que no grupo de crianças autistas estudas houve elevada ocorrência de comportamentos inadequados durante as refeições, tais como: comer rapidamente e consumo exagerado de alimentos, o que exerce influência direta sobre a ingestão de alimentos. Diante do cálculo do consumo de nutrientes, evidenciou um elevado consumo de calorias, carboidratos e proteínas. O fator que mais preocupa os cuidadores é o prejuízo que esses problemas com alimentação pode ocasionar para as crianças, visto que geralmente têm consciência dos riscos impostos por uma alimentação desequilibrada e pobre em nutrientes, podendo interferir negativamente nas condições de saúde e na qualidade de vida da criança. CONSIDERAÇÕES FINAIS O espectro do autismo é um transtorno global do desenvolvimento que apresenta três características principais: comunicação, dificuldade em estabelecer comunicação verbal e não verbal; socialização, que pode interferir na formação de vínculos afetivos levando ao isolamento social; e comportamentos repetitivos e ritualísticos. O termo espectro autista é utilizado por se tratar de uma síndrome pode se manifestar em diferentes graus e sintomas em cada pessoa. Para a realização desta pesquisa foram entrevistados 31 pais/cuidadores de autistas que fazem acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial infantil, na Associação de Amigos de Autistas e na Associação de Amigos e Pais de Excepcionais. Constatou-se que a grande maioria dos cuidadores de crianças que estão no espectro autista são as mães e as mesmas não desenvolvem atividade ocupacional, portanto as mesmas dedicam seu tempo exclusivamente para os cuidados da casa e de seus filhos. Na análise da categoria entendimento dos cuidadores sobre autismo, observou-se que a maioria dos entrevistados demonstrou algum conhecimento sobre as características centrais do TEA. No entanto, um pequeno grupo somente conseguiu descrever o transtorno a partir do convívio e dos comportamentos da criança. Quando questionados sobre comportamentos da criança que mais os incomodam, verificou-se que hiperatividade, agressividade e presença de birras foram os mais citados. No que concerne a comportamentos que agradam, pode-se observar que o carinho da criança em relação ao cuidador é um fator que confere segurança em relação aos sentimentos da criança, sobretudo por se tratarem de autistas, que mantém características de isolamento sócio-afetivo. Na categoria referente às dificuldades no cuidado diário, notou-se que a maioria das respostas envolve três aspectos: problemas em estabelecer comunicação verbal e não verbal, a dependência em relação ao cuidador e hábitos alimentares restritos. Sugere-se que, investir na capacitação dos profissionais de saúde, sobretudo atuantes na Atenção Desenvolvimento, Primária, tornando-os a aptos respeito a dos identificar Transtornos sinais de Globais do atrasos no desenvolvimento infantil, com vistas a realizar o diagnóstico precoce do Autismo, uma vez que estes estão diariamente em contato com crianças de todas as faixas etárias. Para tanto, é fundamental o envolvimento das três esferas de governo (municipal, estadual e federal) na disponibilização de cursos e/ou palestras sobre a temática em questão. Destaca-se ainda que a sensibilização da população em relação ao Autismo influenciaria de forma positiva para desmistificação do tema, melhorando a vida de pessoas que estão no espectro autista e de seus familiares, que sofrem preconceito e falta de informação dos indivíduos. Para isso, é necessário a mobilização de membros de associações e dos próprios familiares, além dos gestores e profissionais da saúde no desenvolvimento de ações e atividades informativas. REFERÊNCIAS AMA. Associação de Amigos do Autista. História da AMA. [s.l.:s.n.], 2011. Disponível em: < http://www.ama.org.br/historia >. Acesso em 11 de novembro 2014. ASSUMPÇÃO JÚNIOR, F. B.; KUCZYNSKI, E. Autismo Infantil: novas tendências e perspectivas. São Paulo: Atheneu, 2009. BARBOSA, M. R. T.; FERNANDES, F. D. M. 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