o perfil do tutor na percepção dos alunos do curso de

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O PERFIL DO TUTOR NA PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO
DE ESPECIALIZAÇÃO PRÁTICA EM TUTORIA
KLÉBIS, Augusta B. S. Oliveira1-UNOESTE-PP/SP.
ARANA, Alba Regina Azevedo2UNOESTE-PP/SP.
Grupo de Trabalho – Comunicação e Tecnologia
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Este artigo é parte de uma pesquisa que foi realizada com o objetivo de trazer para uma maior
discussão e reflexão o perfil e o papel do tutor na Educação a Distância (EAD). Para tanto,
busca destacar as atribuições e competências necessárias a esse profissional no
desenvolvimento de uma ação que contribua para a democratização de uma educação
emancipadora. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa que, além da análise sobre
a produção bibliográfica de autores que discorrem sobre o tema, realizou uma pesquisa de
campo com alunos do curso de Especialização da Unoeste “Prática em Tutoria”, visando
captar a percepção deles sobre o papel do tutor na EAD. O texto se constrói a partir de um
breve resgate histórico da origem da tutoria e do papel do tutor e suas diversas denominações
na trajetória da educação. Num segundo momento, procura discutir e analisar a importância
do tutor na Educação a Distância como elemento dinamizador de uma aprendizagem
autônoma e responsável, pautada na interatividade, no diálogo e na produção de
conhecimentos. Na terceira parte apresenta a percepção que os participantes do curso de
especialização, sujeitos dessa pesquisa, têm sobre a importância do tutor e qual o perfil
necessário às exigências da sociedade atual, bem como à diversidade de alunos que a EAD se
propõe a atender. Em sua conclusão o artigo ressalta que por ser o tutor quem estará mais
diretamente em contato com o aluno, não importando se de forma virtual ou presencial, a sua
ação influenciará, sobremaneira, o processo de aprendizagem discente. Para tanto, não se
pode desconsiderar a necessidade de ele estar inserido em um processo de formação contínua,
que lhe garanta as competências, habilidades e saberes necessários a uma ação pedagógica
efetiva, capaz de promover a emancipação social dos alunos atendidos pela EAD.
Palavras-chave: Educação a Distância. Concepções de Tutor e Tutoria. Perfil e Atribuições
do Tutor.
1
Doutora em Educação pela UNESP de Marília, Professora e coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade
de Ciências, Letras e Educação – UNOESTE – P. Prudente/SP, pesquisadora do Grupo de Pesquisa: "Gestão,
Políticas Públicas, Gestão e Espaço Escolar Inclusivo” - GPPGEI. E-mail: [email protected] .
2
Doutora em Geografia pela USP de São Paulo, Professora da Graduação e Pós Graduação da Unoeste; Diretora
da Faculdade de Ciências, Letras e Educação – UNOESTE – P. Prudente/SP. E-mail: [email protected]
4818
Introdução
A expansão da Educação a Distância (EAD) é uma realidade recente e crescente e
exige alterações significativas na forma de conceber, planejar e fazer educação. Não podemos
mais desconsiderar o papel da Internet na troca de ideias e na cooperação intelectual,
elementos de suma importância para o desenvolvimento cultural e social da humanidade.
Portanto, nós educadores, necessariamente, devemos estar preparados para saber dispor dessa
ferramenta em pró da democratização do conhecimento e fazer com que, cada vez mais, um
maior número de pessoas possa ter acesso a esse novo recurso que promove a comunicação
mundial interativa.
Para Levy (1998) quem tem acesso às novas mídias deve saber que a comunicação
interativa é um recurso que poderá ser usado para o seu desenvolvimento pessoal, para
estreitar laços sociais, para aprender novos conhecimentos, para aumentar seu grau de
autonomia, pois propicia muito mais liberdade de expressão do que em outras épocas, nas
quais os meios de comunicação eram bem limitados. Hoje a escrita não está mais presente
apenas só no suporte papel e passou a figurar amplamente no suporte eletrônico e digital, por
isso, se torna mais acessível, flexível e, sobretudo, mais compartilhável.
Nesse atual contexto, os novos sistemas de informática de imagem digitalizada
permitem transformar dados complexos em representações visuais que possibilitam um maior
grau de compreensão, ou seja, uma nova abertura no campo da percepção de fenômenos
complexos.
Silva (2002) ressalta que a Internet, além de permitir o compartilhamento e o acesso a
um universo de informações, favorece a integração de equipes para trabalho cooperativo,
estejam elas em qualquer tempo ou lugar - fator que a diferencia de qualquer outra inovação
tecnológica surgida nos últimos tempos e que vem alavancando a Educação a Distância
(EAD).
Nas duas últimas décadas, mais especificamente a partir de 1990, muitas instituições,
universidades e empresas iniciaram a produção de sistemas gerenciadores de cursos,
chamados LMS - Learning Management System, para o oferecimento de cursos online. Esses
sistemas têm evoluído muito, embora, do ponto de vista pedagógico, os cursos ministrados
persistam no modelo tradicional de ensino, subutilizando a Internet (SILVA, 2002). Dessa
forma, segundo o autor, a educação à distância se apresenta como um grande desafio para o
professor acostumado ao modelo clássico de ensino da sala de aula presencial. Esta se baseia
4819
no paradigma comunicacional unidirecional "um-todos", que separa emissão ativa e recepção
passiva, enquanto que a sala de aula online está inserida na perspectiva da interatividade
entendida como colaboração "todos-todos" e como "faça você mesmo".
No entanto, sabemos que não é fácil sair de um paradigma de ensino baseado no falarditar do mestre e na repetição do que foi dito por ele, para a interatividade da Internet. Esta
mudança requer uma nova postura frente aos processos de ensino e aprendizagem, de modo a
propiciar e incentivar a participação e a cooperação dos aprendizes na construção do
conhecimento.
A incorporação da EAD pelas instituições de ensino que demonstram um
compromisso com a qualidade da educação que oferece, passa, necessariamente, pela
formação diferenciada do quadro de profissionais para essa modalidade de ensino. Os
profissionais que nela atuam devem estar preparados para oferecer aos estudantes distantes
um atendimento personalizado, atuando como participantes ativos de um processo
colaborativo de construção do conhecimento do público ao qual atende.
Não podemos contestar o fato de que o surgimento da EAD vem responder a uma
necessidade imposta pela contemporaneidade, tendo em vista a chamada revolução
tecnológica e da qual a escola não pode se manter alheia.
Diante do atual cenário, o curso de formação de tutores em EAD da Unoeste visa
contribuir para a expansão responsável dessa modalidade de ensino, por meio do investimento
na formação de profissionais capazes de utilizar toda a estrutura tecnológica disponível como
ferramenta que possibilita novas formas de interação, de diálogo e de construção de
conhecimentos, sem abrir mão da qualidade pedagógica do ensino ofertado. Trata-se de uma
proposta que exige a formação de um profissional com um perfil docente voltado para a
atuação nos ambientes virtuais de aprendizagem, característicos da educação a distância.
Dessa forma, destaca-se a função mediadora da tutoria nos processos de ensino-aprendizagem
do aluno distante.
Em seu desenvolvimento, este artigo se propõe a trazer para discussão a função da
tutoria e do tutor, bem como as atribuições e competências necessárias ao exercício dessa
importante função na educação a distância, com o objetivo de contribuir para a ressignificação
dos processos de ensino-aprendizagem, que devem estabelecer um diálogo constante com a
contemporaneidade. Para uma maior reflexão sobre o papel desse profissional, buscou
também apreender qual a percepção que os docentes, alunos do curso de especialização
4820
“Prática em Tutoria” da Unoeste, têm sobre o papel e perfil do tutor na EAD. Com esse
intuito, a fala dos participantes nos chats e nos fóruns, durante o curso, se constituíram um
rico material para a análise desejada.
Antes de mais nada, para uma maior compreensão do tema, faz-se necessário um
resgate histórico da tutoria e da figura do tutor e os seus significados.
Tutor e Tutoria: Origem e Significados
Segundo o Houaiss Dicionário da Língua Portuguesa (2003, p. 523) a origem
etimológica da palavra tutor, vem do latim tútor óris e seu significado é “guarda, defensor,
protetor, curador”. Da mesma origem o verbo tutorar (tuèo,és,ére) aparece com o significado
de “ter debaixo da vista, defender, proteger”. No Houaiss on line consta que “tutor” significa
“indivíduo que exerce uma tutela (tb. dita tutoria); quem ou o que supervisiona, dirige,
governa; em algumas instituições de ensino, aluno a quem se delega a instrução de outros
alunos”.
A palavra tutor tem sua origem no século XIII e possui diferentes significados de
acordo com a área que é empregada. Em direito, tutor significa indivíduo que exerce uma
tutela aquele que ampara e protege. Na Administração, tutor é quem ou o que supervisiona,
dirige, governa. Para algumas instituições de ensino, tutor é o aluno e/ou profissional a quem
se delega a instrução de outros alunos.
É interessante lembrar que na História do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva
teve um papel marcante como tutor, nomeado por D. Pedro I para cuidar da formação de seu
filho, D. Pedro II, após abdicar do trono e partir para a Europa. José Bonifácio foi considerado
um homem de caráter forte que exerceu importante influência na educação e formação do
caráter do príncipe. Evidencia também a importância dada à escolha da pessoa com as
respectivas qualidades exigidas para o desempenho da função de tutor, uma vez que este
exerceria influência direta na formação da criança ou do jovem.
Preti (2003) ressalta que desde o final do século XV a figura do tutor aparece no
campo acadêmico, no interior das universidades inglesas de Oxford e Cambridge, com a
função de assessorar grupos de alunos, de modo individualizado, cuidando do comportamento
e dos estudos do grupo que lhe fora determinado, sempre sob a coordenação de um professor
titular.
4821
A valorização da metodologia tutorial pôde ser confirmada também na quantidade de
trabalhos sobre educação publicados na Inglaterra, no século XVI, atingido o índice de 73%
as publicações que discorriam sobre esse método (SEMIÃO, 2009).
Convém ainda destacar a importância dada ao tutor durante todo o processo de
formação da criança e do jovem no período renascentista. Era comum o jovem das classes
mais abastadas realizar um “Grand Tour”, ou seja, uma viagem pelas grandes capitais da
Europa em companhia do seu tutor. Este, além de ampliar os conhecimentos dos pupilos,
exercia o papel de confidente e conselheiro (SEMIÃO, 2009).
Dessa forma, o tutor que exercia uma ação pedagógica centrada no indivíduo e nas
suas necessidades, acabou marcando o pensamento educativo do século XVII, inclusive
influenciando Locke.
Segundo Semião (2009), ao final do século XVII, Locke trabalha com os
princípios da educação tutorial e ressalta as qualidades que um tutor deveria ter: “sobriedade,
temperança, sensibilidade, empenhamento e discrição”, além de ter uma boa formação, ser
educado e conhecedor profundo dos hábitos e costumes da sociedade. Colocava que o tutor
deveria ter como grande objetivo ensinar ao seu pupilo bons hábitos, o gosto pelos princípios
da virtude e da sensatez, imprescindíveis para uma formação humanística.
No século XIX, em virtude da eficácia do modelo tutorial de apoio à aprendizagem, o
tutor passou a ser institucionalizado nas universidades e a fazer parte da composição do
quadro docente. Assim, o tutor era uma figura comum nas diversas universidades do Reino
Unido e era o responsável por ensinar e orientar, tendo o objetivo de zelar pelo cumprimento
do programa do curso, além de buscar as metas pessoais do aluno.
Esse mesmo modelo tutorial presencial teve grande influência sobre o sistema de
tutoria implantado pela primeira universidade à distância, a “Open University”, em 1969, na
Inglaterra e que serviu de “modelo” às demais universidades abertas (ou a distância) que
surgiriam depois dela, como a “UNED da Espana”, em 1972, a “Anadolu University da
Turquia”, em 1978, a “University of South África”, em 1973 e a “Indira Gandhi National
Open Univesity da Índia”, em 1985 (PRETTI, 2003).
De acordo com Preti (2003), nessas Universidades, as funções do tutor consistiam em:
- observar o que o estudante conseguiu realizar sozinho numa determinada disciplina,
assegurando-se de que ele fosse capaz de escrever e argumentar sobre o assunto;
4822
- esclarecer as dúvidas, corrigir os erros, aprofundar a compreensão do estudante,
mediante o diálogo e a realização de exercícios práticos;
- motivar o estudante a fazer outras leituras e a realizar trabalhos práticos que lhe
facilitassem a compreensão dos conteúdos teóricos;
- assessorar sobre os conteúdos que deveriam ser trabalhar durante a semana para
apresentação na sessão tutorial seguinte;
- realizar função avaliativa formativa permanente, buscando comprovar os avanços
dos alunos bem como e detectar as possíveis dificuldades no desenvolvimento da
aprendizagem.
Hoje podemos definir tutoria como um conjunto de ações educativas que contribuem
para desenvolver e potencializar as capacidades básicas dos alunos, orientando-os no
desenvolvimento intelectual e ético, de forma a promover a autonomia para o exercício de
uma cidadania crítica.
Quanto a figura do tutor, temos observado nas últimas décadas que, com o
crescimento da EAD, diferentes denominações lhe são atribuídas, de acordo com as
concepções e necessidades das instituições. Uma dessas denominações a que Preti (1996, p.
41) se refere é a diferenciação entre “tutores presenciais” e “tutores a distância”. Estes últimos
mantêm contato com os estudantes apenas por meio de tecnologia nos ambientes virtuais de
aprendizagem, telefone, e-mail, etc. Os tutores presenciais são aqueles que desenvolvem
funções de tutoria em cursos nos quais os alunos se encontram em um mesmo espaço físico e
têm acesso aos conteúdos por meio de transmissões televisivas (ao vivo ou gravadas).
Além dessas duas, outras denominações são utilizadas, como é o caso da Universidade
Federal de São Paulo (UNIFESP) com os termos “tutores online”, que possui a função de
mediar os processos de aprendizagem e “tutores técnicos“ com a função de dar suporte a
alunos e professores nas dificuldades para lidar com as ferramentas tecnológicas.
Podemos ainda encontrar várias outras denominações que se reportam ao tutor, dentre
as quais: docente-tutor, tutor virtual, professor online, orientador acadêmico, assessor
pedagógico, professor orientador (BORTOLOZZO, BARROS e MOURA, 2009, p. 6162 6163).
Na realidade o tutor vem ocupando um espaço bastante significado na EAD, pois ele é
o elemento que tem um papel de extrema relevância com a sua atuação direta na promoção da
4823
aprendizagem dos alunos. Dessa forma, o item a seguir se propõe a refletir sobre o papel do
tutor nessa “nova” modalidade de ensino.
O Papel do Tutor na EAD
Conforme vimos, a figura do tutor em educação não é novidade, porém o termo
necessita de ressignificação quando se trata de educação a distância. Na educação a distância
as características gerais de todo processo educativo estão presentes, mas ao mesmo tempo
possui determinadas peculiaridades que determinam uma forma específica de interatividade.
Esse processo de interação, mediatizado pelo uso das tecnologias de informação e
comunicação, tem como preocupação central a superação do modelo de educação formal
tradicional, organizado na lógica da transmissão, para um modelo de educação interacionista,
pautado na autonomia cognitiva e na aprendizagem colaborativa. Dessa forma, exige que o
tutor vá além do papel de animador ou facilitador do processo de ensino e aprendizagem.
Oliveira et al (2004) ressalta que embora não exista um protótipo universal de tutor,
para atuar em qualquer situação de ensino-aprendizagem a distância, a tríade aluno, tutor e
objeto de conhecimento necessita de estratégias diferenciadas das que usualmente se utilizam
do ensino presencial. Segundo Preti (1996, p. 40) é importante que cada instituição busque
construir um modelo tutorial que atenda as diversidades regionais e dos seus alunos, bem
como as especificidades dos cursos e programas propostos.
O mesmo autor ressalta que, de modo geral, nos sistemas de EAD a função de
professor possui características diferentes da função de tutor. Ao professor cabe organizar o
conteúdo e elaborar o material a ser utilizado nos cursos, ao passo que o tutor desempenha um
papel de mediador entre o material didático e o cursista, promovendo o contato do aluno com
a instituição de ensino. Nessa perspectiva é o tutor que realmente irá garantir que a
aprendizagem dos alunos ocorra.
Cabe a ele promover o contato, motivar e prover os recursos para que o cursista
tenha meios para aprender. Nesse sentido, o uso sistemático e contínuo das diversas formas de
interação (fórum, chat, e-mail, diários de bordo, etc.) são fundamentais para instigar, provocar
e promover a reflexão diante de situações-problema, dilemas e dúvidas necessárias ao
desenvolvimento de uma maior autonomia de estudos do aluno.
Todas essas características inerentes à função do tutor, nos permite afirmar que estão
pautadas na função docente, uma vez que media os processos cognitivos de ensino
4824
aprendizagem,
articulando
teoria
e
prática,
motivando,
esclarecendo,
instigando,
acompanhando, redefinindo e avaliando aprendizagem dos alunos. Portanto, é perfeitamente
compreensível o fato de muitas instituições optarem pelo termo tutor-professor. Para
Machado (2004) algumas características são fundamentais na ação do tutor, dentre as quais:
[...] deve conhecer com profundidade os assuntos relacionados com a matéria e área
profissional em foco. A habilidade para planejar, acompanhar e avaliar atividades,
bem como motivar o aluno para o estudo, também são relevantes. Na formação
pessoal, deve ser capaz de lidar com o heterogêneo quadro de alunos e ser possuidor
de atributos psicológicos e éticos: maturidade emocional, empatia com os alunos,
habilidade de mediar questões, liderança, cordialidade e, especialmente a capacidade
de ouvir (MACHADO, 2004).
No entanto, o aumento da oferta de cursos à distância, tem levado profissionais a
assumirem a função de tutor sem preparo pedagógico específico para a EAD, atuando apenas
como estimulador de leituras e debates, observador do cumprimento do prazo de entrega de
trabalhos e informante administrativo. Nessa perspectiva, a ação do tutor fica limitada a
atuação de “porta-voz” de professores e coordenadores de curso (PRETI, 2009).
Para Arétio (2001, p. 9) a consolidação da EAD exige que se coloque no centro do
debate sobre educação a formação profissional dos que trabalham em sistemas de
ensino/aprendizagem abertos e a distância. Para o autor é fundamental que esta formação
contemple conhecimentos que propiciem um desenvolvimento exitoso dos alunos. Exige
assumir compromissos sociais bem mais complexos do que os relacionados à utilização e
domínio das tecnologias da informação e comunicação. Tais compromissos necessitam de um
olhar mais crítico e uma reflexão sistemática sobre as práticas em EAD.
Nesse sentido, é fundamental que a ação do tutor se paute no compromisso ético com
o seu aluno e propicie um ensino humanizador, capaz de livrar o cidadão da massificação. O
seu foco deve estar centrado na aprendizagem e sua finalidade primeira deve ser superar a
visão de tecnologia como fim e passar a utilizá-la como um meio. Deverá também partir do
pressuposto que a Internet não é apenas mais um novo meio no qual ele precisa saber
interagir, mas parte de uma nova proposta pedagógica que ele precisa ajudar a construir e, ao
mesmo tempo, estabelecer sua vivência prática como tutor.
Nessa concepção, a EAD credita ao tutor um papel de grande significado e cuja visão
de educação deverá estar pautada no paradigma emergente (BEHRENS, 2002). Ou seja, uma
visão que considere a necessidade: a) do desenvolvimento de novas habilidades:
comunicação, colaboração e criatividade; b) do professor e gestores derrubarem barreiras que
4825
segregam o espaço e a criatividade de alunos e professores; c) da aprendizagem ser
significativa, desafiadora, problematizadora e instigante, levando os alunos a buscarem as
soluções possíveis para serem discutidas e refletidas à luz dos referenciais teórico-práticos; d)
da relação professor/aluno e aluno/aluno estar assentada num processo de aprendizagem
colaborativa.
Schmid (2004) afirma que o tutor deve ter uma formação que lhe garanta conhecer em
profundidade: (a) a disciplina que vai tutorar; (b) as possibilidades de intervenção didática
específicas para a modalidade à distância, o que significa domínio de estratégias de ensinoaprendizagem; e (c) as diferentes tecnologias que serão usadas no processo, particularmente
suas possibilidades e limitações.
Concordamos com a autora quando coloca a necessidade de uma capacitação inicial,
acompanhada de um processo de formação contínuo que propicie o desenvolvimento dos
saberes e competências básicas para o exercício da tutoria.
É justo também que seja ressaltada uma questão relevante e que precisa ser debatida: a
desvalorização do profissional que atua na tutoria dos cursos de EAD. Os motivos para essa
ocorrência podem ser diversos: inadequação ou ausência de formação; recrutamento e seleção
aleatórios; baixos salários; condições de trabalho deficientes; falta de informações e
orientações necessárias para promover estratégias diferenciadas exigidas pela EAD; material
didático inadequado, dentre outros.
Será preciso ter claro que ser tutor vai além de um simples animador. Na verdade, ele
deve favorecer uma relação dinâmica com o conhecimento e, para tanto, não bastam
estratégias interativas. É preciso que o tutor possua conhecimentos consistentes da disciplina
na qual atua. Assim, podem ser identificadas três dimensões na tutoria: a dimensão docente, a
pedagógica e a tecnológica. Cada uma dessas dimensões apresenta características específicas
que interagem entre si.
Apesar de muitas semelhanças entre o professor e o tutor, algumas diferenças de
ordem institucional levam a consequências pedagógicas importantes. As intervenções do tutor
na educação a distância, demarcadas em um quadro institucional, distinguem-se das do
docente na modalidade presencial em função de três dimensões de análise (LITWIN, 2001,
p.102), ou seja, tempo, oportunidade e risco.
Quanto ao tempo, quase sempre escasso, o tutor deverá ter a habilidade de aproveitá-lo
bem. Ao contrário do docente, o tutor não sabe se o aluno assistirá à próxima tutoria ou se
4826
voltará a entrar em contato para consultá-lo, portanto, aumentam o compromisso e o risco da
sua tarefa.
Já com relação à oportunidade, em uma situação presencial, o docente conta com o
retorno do aluno e sabe que caso ele não entenda algo poderá lhe perguntar ou a seus colegas.
Entretanto, o tutor, por não ter essa certeza, precisa oferecer a resposta específica no momento
que surge a oportunidade, pois não consegue precisar quando ou se haverá outra chance de
esclarecer a dúvida.
Por fim o risco aparece como consequência da preocupação excessiva com a dimensão
tempo que leva ao não aproveitamento das oportunidades. Com isso, o tutor acaba permitindo
que os alunos sigam com uma compreensão parcial, que pode se converter em uma
construção errônea sem que seja advertido para o fato.
Para Niskier (1999), o tutor a distância, necessariamente, deverá reunir as qualidades
de planejador, pedagogo, comunicador e técnico de informática. É importante que participe da
produção dos materiais, selecione os meios mais adequados para sua multiplicação e
mantenha uma avaliação permanente a fim de aperfeiçoar o próprio sistema. Além disso,
deverá prever as possíveis dificuldades e buscar se antecipar aos alunos na sua solução. No
entanto, isso só será possível se o tutor possuir uma base teórica consistente, bem como uma
clara concepção dos objetivos da aprendizagem e da metodologia a ser utilizada.
Rezende (2000) ressalta uma série atribuições que cabem ao tutor: realizar
acompanhamento do desempenho mensal de seus alunos; procurar resolver ou encaminhar
para resolução todas as dúvidas e questionamentos dos alunos; indicar recursos e materiais
adicionais para auxiliar os alunos na realização de atividades; encorajar os alunos a buscarem
outros pontos de vista e a desejarem aprender e entender; propiciar a análise de experiências
significativas e a sua reflexão crítica; promover a comunicação entre os alunos e grupos de
alunos e o intercâmbio de experiências.
Nessa perspectiva, a ação do tutor envolve uma série de responsabilidades e
atribuições com relação aos seus alunos que englobam desde os aspectos mais técnicos como
aplicar avaliações e manter registros exatos acerca do trabalho de cada aluno, incluindo as
avaliações; até os de ordem didáticopedagógica, tais como: ajudar os alunos a desenvolverem
capacidades específicas; detectar os principais problemas dos alunos, diagnosticando suas
causas e procurando saná-los; propiciar uma visão globalizada do conteúdo estudado,
4827
situando-o no conjunto das disciplinas; auxiliar os alunos na aquisição de conceitos e
habilidades, dentre outras atribuições.
O tutor deverá ainda participar do processo de avaliação do curso. Portanto, espera-se
que seja um profissional participativo, que estuda junto com seus alunos caminhos que
possam transformar a atividade de aprendizagem em um ato significativo, para engajá-los
ativamente no processo de aquisição da informação e da sua transformação em conhecimento.
Reconhece a necessidade de estar atento à diversidade cultural e social dos estudantes e
respeita, acima de tudo, o ritmo de cada um.
Em alguns sistemas de EAD podemos encontrar o tutor presencial e o tutor a distância,
conforme
dito
anteriormente,
cada
um
possuindo
especificidades
próprias
no
acompanhamento e atendimento dos alunos (PRETI 1996).
O tutor deve ainda estabelecer uma relação junto aos alunos que preze pelo clima
cordial, humano e mobilizador de aprendizagens, que os auxiliem nas dúvidas durante o
processo de aprendizagem. É ainda aquele que analisa e avalia os trabalhos acadêmicos
realizados, sem nunca esquecer de valorizar as conquistas e motivá-los diante dos desafios.
Portanto, deverá colaborar para a compreensão do material instrucional, por meio de
discussões e questionamentos que irão ampliar ou aprofundar os temas das Unidades
Didáticas, além de intermediar, quando necessário, as relações entre os estudantes e a
coordenação do curso.
A percepção do papel do tutor na voz dos participantes do Curso de Prática em Tutoria
da Unoeste
Com o grande avanço das novas tecnologias de informação e comunicação a EAD tem
se configurado como uma modalidade de ensino que busca atender às demandas educativas
atuais de uma parcela da população que, por motivos diversos, se encontra excluída do ensino
regular. Implica em tempos e espaços educativos diversos que permitem maior respeito às
particularidades dos sujeitos em processo de aprendizagem formal.
Nessa perspectiva é importante que se estabeleça nos cursos em EAD um equilíbrio
entre: a proposta pedagógica, as estratégias de ensino, as atividades avaliativas, o tempo para
a sua realização, os recursos didáticos, o funcionamento das ferramentas de comunicação e
uma presença efetiva do tutor com o objetivo de estimular, colaborar, questionar, motivar e
4828
desafiar os alunos a ampliar cada vez mais seus conhecimentos, em suma, a sentir prazer no
aprender.
Dessa forma, a função do tutor precisa ser debatida visto que a EAD necessita deste
profissional para desenvolver um trabalho que atenda às necessidades formativas dos alunos,
tanto pessoais quanto profissionais.
Assim, o Curso de Especialização “Prática em Tutoria”, promovido pelo Núcleo de
Ensino a Distância da Unoeste, em 2010, teve como objetivo ampliar as oportunidades
formativas dos docentes da Instituição que demonstraram interesse em atuar nos cursos em
EAD como tutor, bem como compromisso com essa nova forma de democratização do ensino
superior.
Pode-se afirmar que a fala dos participantes do referido Curso de Especialização,
sujeitos dessa pesquisa, tanto nos fóruns quanto nos chats realizados, deixa transparecer a
compreensão sobre a importância do papel do tutor, que deverá, de acordo com a maioria, ser
guiado pelo compromisso com a aprendizagem dos seus alunos. Significa também, que a
qualidade da sua ação está vinculada ao compromisso com a sua própria formação. Alguns
trechos da fala dos professores participantes do fórum sobre a Prática de Tutoria comprovam
essa percepção:
•
O tutor necessita estar vinculado à área de atuação para melhor conduzir e se conduzir
no processo. Sem conhecimento, leituras e experiências, os discursos tendem a ficar
vazios o que ocasionam muitos conflitos na EAD, inclusive evasão dos cursistas. (aluno
1)
•
O tutor tem um papel fundamental no processo mediação da aprendizagem dos alunos,
portanto, é fundamental que tenha o conhecimento teórico sobre o tema que irá
trabalhar, aliado à competência pedagógica para conduzir esse processo de forma que
todos construam novos conhecimentos . (aluno 2)
•
O perfil do tutor vai além do domínio das novas tecnologias e das ferramentas virtuais,
não se pode desconsiderar a importância do domínio da área de conhecimento e a
familiaridade com os temas que terá que trabalhar com os alunos.
Também ficou evidenciada nas falas de outros docentes, participantes do curso, o
quanto é significativa a função do tutor para o sucesso da EAD:
•
Ele é a pedra angular do processo de EAD. (aluno 3).
4829
•
O tutor é aquele que mantém contato direto com o aluno, logo, ele deve ser visto como
um elemento primordial para aprendizagem do aluno e o sucesso do curso. Nessa
perspectiva, é fundamental que ele esteja inserido em um processo de formação
contínua. (aluno 4)
Cabe aqui ressaltar a responsabilidade das Instituições formadoras em garantir que o
seu quadro de profissionais que atuam na EAD, incluindo os tutores, estejam em constante
processo de formação para que a qualidade dos seus cursos atendam as demandas dos alunos
e da sociedade atual.
Nesse sentido, constata-se ainda que os cursistas valorizam muito no perfil do tutor a
capacidade mediadora e interrelacional:
•
Ser tutor, tal qual como ser professor, exige uma postura que se alinhe com a audiência.
Essa audiência é a figura do aluno. (aluno 5)
•
Mais do que conhecer os materiais de ensino que são disponibilizados aos alunos, o tutor
administra situações de conflito, situações de euforia, desânimos e rotinas (aluno 4).
•
O tutor deve ter conhecimento pedagógico, tecnológico e saber interagir com o aluno,
fortalecendo o aspecto social.(aluno 6)
•
O tutor em EAD deve ser um orientador, um mediador, deverá estar plenamente
envolvido com o aluno, facilitando seu estudo. (aluno 7)
•
O tutor precisa aproximar-se do aluno, fazendo com que ele se sinta único, atendido e
respeitado. (aluno 8)
Por fim, também as falas denotam que o tutor deve ter um perfil condizente com as
atuais demandas educativas e que saiba utilizar as novas tecnologias em prol de uma
aprendizagem significativa:
• O tutor tem que ser um profissional muito flexível e resiliente, para suportar tantas
demandas. (aluno 9)
• O tutor é o autor de um ambiente de aprendizagem personalizado, atua como intérprete,
como motivador, cuja ação exige um grau alto de interação e comunicação para que haja
aprendizagem significativa. (aluno 10)
• O tutor deve estar sempre atento a todo o ambiente virtual e dar feedback rápido aos
alunos a fim de que eles sintam que existe o estar junto virtual (aluno 11).
• O tutor pode ser um mobilizador
de aprendizagens ao disponibilizar aos alunos as
diversas ferramentas interativas, bem como o acesso à informação e à pesquisa,
4830
propiciando
o envolvimento
na busca de soluções para os problemas reais que a
sociedade atual enfrenta. (aluno 12)
Considerando todas essas falas, podemos afirmar que nos cursos de EAD o tutor é um
elemento, extremamente importante, pois é ele que irá garantir que o aluno se perceba num
ambiente colaborativo de aprendizagem, de pertencimento a uma comunidade aprendente,
capaz de ultrapassar os limites do espaço físico da sala de aula.
Certamente, vivenciar essa era digital exige novas formas de lidar com as informações
e de construir o conhecimento. Isso não significa que será preciso descartar as formas
tradicionais de acesso ao conhecimento por meio da linguagem oral e escrita. Contudo, é
preciso reconhecer que quando o docente ou o tutor colocam as tecnologias digitais como um
instrumento a serviço de uma ação pedagógica qualificada, os horizontes dos alunos se
ampliam significativamente.
Considerações Finais
Ao finalizar esse artigo convém ressaltar que a Educação a Distância contemporânea
exige uma releitura dos modelos de educação que ainda vigoram. Portanto, a busca pela
ressignificação de todos agentes envolvidos nos processos de ensino aprendizagem, em
especial da categoria de tutor, merece destaque.
Ao tutor deverá ser atribuída, dentre outras habilidades: formação docente sólida,
pautada na relação teoria e prática; habilidades comunicacionais que atendam as exigências da
sociedade atual; domínio e reconhecimento das tecnologias emergentes enquanto ferramentas
de aprendizagem; capacidade de aliar a formação ético-humanística às necessidades do
mercado.
Hoje, mais do que nunca, educar para autonomia exige processos participativos,
interativos, libertadores, que respeitem as diferenças. Para uma maior qualidade na EAD será
também
necessário
educadores
maduros
intelectual
e
emocionalmente,
curiosos,
entusiasmado, abertos ao diálogo e que saibam motivar. Também que sejam humildes e
confiantes para poder mostrar ao aluno a complexidade do aprender e a provisoriedade do
conhecimento. Tais exigências voltam-se mais ainda para a figura do tutor, uma vez que é ele
que estará diretamente em contato com o aluno, não importa se de forma virtual ou presencial,
a sua ação influenciará, sobremaneira, o processo de aprendizagem discente.
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Para tanto, não se pode desconsiderar a necessidade de o tutor estar inserido em um
processo de formação contínua, que lhe garanta as competências, habilidades e saberes
necessários a uma ação pedagógica efetiva, capaz de promover a emancipação social de seus
alunos.
Nessa perspectiva, o tutor “ideal” é aquele que possibilita ao aluno sair da condição de
espectador, reduzido a olhar, ouvir, copiar e prestar contas, para a de sujeito participativo que
cria, modifica, constrói e se torna autor da sua aprendizagem. É também aquele que deve
cuidar das condições que favoreçam o desenvolvimento de colaborações entre os alunos,
fazendo com que cada um se sinta autorizado a exprimir seu ponto de vista, a confrontá-lo
com o de outros e a acatar as diferentes visões.
Enfim, o tutor deverá ser o arquiteto de percursos, o mobilizador das inteligências
múltiplas e coletivas. O desafio é grande, mas o compromisso com uma educação de
qualidade para todos nesse país deverá ser maior ainda.
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