ALUNA:NATHACHA SILVA DOS SANTOS O CONDICIONAMENTO DO COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES Os princípios do Taylorismo estão fundamentados no pressuposto do homem como um ser condicionado. Taylor desenvolveu um sistema de controle, determinando um tempo padrão de execução das tarefas que eram fragmentadas. O sistema de Taylor retira do indivíduo a sua capacidade de pensar e propõe um comportamento padronizado pelas contingências ambientais condicionantes, ou estímulos a priori planejados sobre o trabalho. As tarefas são esvaziadas da atividade de pensar, restando os executores tão somente a execução dentro do moldes esperados, impostos pelos dirigentes organizacionais, independentemente das condições físicas de cada trabalhador. Os tempos e os movimentos do trabalho são predeterminados. A produtividade é garantida por meio de recompensas e punições sobre a força de trabalho. O condicionamento do comportamento humano nas organizações de trabalho é realizado por meio de técnicas de reforçamentos, punição e extinção de comportamentos, que fazem parte das proposições básicas do Behaviorismo. O Behaviorismo é uma abordagem psicológica clássica e que desenvolveu a partir do determinismo filosófico de James, do funcionalismo de Dewey e do método experimental da psicologia de Yerkes, além das pesquisas sobre condicionamento, propostas pelo fisiologista russo Pavlov Ivan Petrovitch. É uma escola de psicologia cujo nome se origina da palavra inglesa behavior, que significa comportamento. Outro precursor do Behaviorismo foi Lee Edward Thorndike, que considera a conexão resultante da associação entre as impressões dos sentimentos e os impulsos para ação, ou seja, associação entre o estímulo(s) e resposta(s). Estímulo seria qualquer estado de coisas ou fatos que influenciam uma pessoa, a resposta seria qualquer condição ou estado de coisas dentro do organismo. Segundo o Behaviorismo Metodológico, a sociedade poderia atingir, com a tecnologia do comportamento, um grau de sofisticação em que o planejamento da pessoa humana se tornaria possível. O comportamento respondente, de acordo com Behaviorismo, é a resposta que o organismo dá a um estímulo específico. O estímulo este, diretamente relacionado às respostas. O comportamento respondente abrange todas as respostas que dependem do sistema nervoso autônomo e são eliciadas (produzidas) por modificações especiais de estímulos do ambiente. O comportamento operante é aquele de reação do indivíduo ao meio externo, em que se possam identificar os estímulos que provocam a resposta emitida. De acordo com esses dois tipos de comportamento, podem ocorrer dois tipos de condicionamento: respondente e operante. O processo de condicionamento respondente, que também é uma forma simples de aprendizagem, é um dos processos pelos quais os behavioristas metodológicos explicam a formação dos comportamentos, nesse tipo de condicionamento, um estímulo neutro ocorre de maneira constante e persistente e é seguido por um estímulo incondicionado, isto é, um estímulo que, em circunstâncias normais, provocaria uma resposta específica. O estímulo neutro passa a ser associado ao estímulo incondicionado e se torna um estímulo condicionado, no momento em que provoca a resposta condicionada, ou seja, a mesma resposta que estímulo incondicionado provocaria. Há fatores que influenciam o condicionamento respondente: o estímulo neutro deve ser apresentado sempre antes do estímulo incondicionado e o estímulo neutro e o incondicionado deve ser o menor possível, para ocorrer associação entre ambos. Um fator que aumenta a possibilidade de uma resposta ocorrer em determinada situação é por meio do reforço. O reforço poder ser positivo e negativo. Positivo é um estímulo que aumenta a frequência da resposta quando ocorre contingentemente a ela, enquanto o negativo é um estímulo que aumenta a frequência da resposta, quando eliminado contingentemente à sua emissão. O reforço pode, ainda, ser identificado como primário e secundário. Reforço primário é aquele que, pela sua própria natureza, independentemente de aprendizagem, possui a capacidade de ser condicional. Reforço secundário é um estímulo que, por ter sido associado a um reforço primário, adquiriu a capacidade de condicionar. Quando um estímulo é associado a vários reforços primários, passa a ter a capacidade de atuar quando da existência de diferentes estados de privação, e é chamado reforço secundário generalizada. Um exemplo reforço secundário generalizado seria, por exemplo, a atenção dada a uma pessoa. Para que um organismo humano ou infra-humano obtenha alimento, sexo e outros reforços, atenção de quem os fornece a uma condição usualmente presente. Por ser associada a esses reforços, ela se torna um estímulo reforçador generalizado. As respostas reflexas como as operantes que foram condicionadas nos organismos podem ser extintas, se forem deixados de emparelhar o estímulo condicionado com o incondicionado. A extinção operante, ou seja, a que pretende extinguir comportamentos instalados pelo condicionamento operante, ocorrerá quando uma resposta de um organismo, apesar de emitida, deixa de ser reforçada, quer positiva, quer negativamente, quer reforços primários ou secundários. Outro tipo de contingência que produz efeitos sobre uma resposta é a punição. A punição consiste na apresentação de um estímulo aversivo para aquele organismo, ou na retirada de um estímulo positivo a ele, após a emissão de uma resposta inadequada. O verdadeiro estímulo não é a recompensa, mas o significado para cada indivíduo, conforme a sua história de reforçamento, o que poderá gerar respostas até mesmo antagônicas aquelas esperadas pela empresa. Aqui, a dificuldade está em que geralmente quem dá o reforço, não pode prever os diferentes significados que este vai ter para cada individuo, pois eles possuem diferentes repertórios de comportamentos adquiridos ao logo de suas vidas. Um indivíduo, condicionado a emitir certa resposta em uma dada situação, tende a responder da mesma forma em situações semelhantes. Quanto mais similares os estímulos, maior a probabilidade de generalização das mesmas respostas para outras situações. A discriminação de estímulos ocorre quando o organismo aprende a dar respostas diferentes a estímulos similares. O estímulo que passa a controlar o comportamento do organismo é chamado de estímulo discriminativo. Para os behavioristas da atualidade, a motivação é entendida como um evento privado, que pertence ao mundo interno do sujeito, ou seja, um evento encoberto, não acessível ao público, que é acessível ao próprio indivíduo, pela auto-observação e pelo autoconhecimento. O behaviorismo rejeita a idéia de motivação como um agente interno para explicar o comportamento. O comportamento ou a motivação de um indivíduo é uma função das consequências daquele comportamento: se formos recompensados por nos comportarmos de certo modo, começaremos a fazer a ligação entre o comportamento apropriado e a recompensa, e continuaremos a apresentar aquele comportamento. Nas organizações um comportamento, para ser modificado, precisa ser analisado sob dois aspectos complementares: o que vem antes e o que vem depois dele. Quando se procura modificar comportamentos alterando os antecedentes, refere-se ao controle de estímulos (estímulos discriminativos ou sinalizadores), e quando se procura alterar as consequências, refere-se aos conceitos de reforçamento e punição ou consequências positivas e negativas. Para os behavioristas os sentimentos não são causas dos comportamentos. A hipótese atual é que eles têm uma função especial, que difere da função do comportamento público. Considera-se possível que os sentimentos e outras formas de comportamentos encobertos sejam os mecanismos que o organismo possui para perceber os processos comportamentais e sua história de reforçamento. É a comunidade verbal que tem se encarregado de torná-los mais precisos, se interessado e considerado importantes os sentimentos, pensamentos, intuições e sonhos pessoais. Para Skinner, a personalidade é um repertório de comportamento partilhado por um conjunto organizado de contingências. O comportamento que um jovem adquire no seio de sua família compõe um “eu”, o comportamento que adquire no serviço militar compõe outro “eu”, e os dois “eu” podem coexistir na mesma pele sem conflito pelo menos até as contingências conflitarem. O behaviorismo é uma abordagem psicológica amplamente aplicada ao estudo do comportamento humano nas organizações, por profissionais de diversas formações, que conhecem e estudam os princípios da ciência psicologia. Na situação experimental em pesquisas com sujeitos infra-humanos em laboratórios, rigorosamente controlados por pesquisadores, é perfeitamente possível controlar o comportamento dos animais submetidos aos experimentos, no entanto, não é possível transpor as conclusões de uma situação experimental para o contesto da organização. Na situação experimental, as variáveis são controladas com rigor, o que não é possível na situação organizacional. Tampouco é possível controlar, na situação organizacional, a interferência de outros fatores, quer seja em nível de estímulos, quer seja no reforçamento. Estratégias de mudança no comportamento organizacional são possíveis de serem implementadas de forma adequada, com base no Behaviorismo radical. Uma forma é ensinar os supervisores a medir a frequência e a ocorrência dos comportamentos e perceber o momento em que eles ocorrem, o momento antes do comportamento (antecedentes) e o momento após (consequentes). O Behaviorismo tem como pressuposto básico o condicionamento. Esse pressuposto está presente em todas as suas vertentes e formas de aplicação. O controle do comportamento humano nas organizações pela manipulação de estímulos e respostas pode entrar em conflito com o desenvolvimento da criatividade e das lideranças na organização. Os dirigentes organizacionais que se apropriam dos princípios do Behaviorismo para controlar, manipular e reduzir o comportamento humano a um processo de condicionamento que venha a inibir a capacidade do indivíduo de pensar, de se expressar, de ser ele mesmo, estarão inibindo o seu potencial criativo, negando a autodeterminação e o livre arbítrio da natureza humana. Ao adotar exclusivamente o modelo Behaviorista do padrão estímulo-resposta para propiciar o condicionamento do comportamento humano nas organizações, incrementado com a punição (tal como ocorre no sistema taylorista e seu similares), a organização nega a si mesmo o desenvolvimento e a utilização das forças, dos recursos e do potencial humano de que dispõe que viriam contribuir para a produtividade da própria organização e para o desenvolvimento socioeconômico num contexto social mais amplo. É importante ressaltar que a adoção dos princípios e estratégias do condicionamento humano nas organizações impede o desenvolvimento da consciência crítica, da consciência moral e bloqueia, consequentemente, a inserção dos indivíduos membro da organização como cidadãos responsáveis na própria organização e na sociedade.