1 Hélio Sandro www.editoraferreira.com.br Depois de algum tempo

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Hélio Sandr o www.editor afer r eir a.com.br Depois de algum tempo sem contato, para resolver assuntos de ordem pessoal, retomo nossas aulas sobre Comércio Internacional voltado ao concurso de auditor fiscal da Receita Federal do Brasil. Isso mesmo, surge uma nova instituição: a Receita Federal do Br asil (RFB), resultado da fusão das antigas Secretaria da Receita Federal (SRF) e Secretaria da Receita Previdenciária (SRP). O novo órgão vive um momento turbulento, comum quando duas estruturas diferentes se juntam, mas chama a atenção a reestruturação de unidades, a redistribuição de cargos de confiança (FG e DAS) e questões relativas à remoção de servidores (que, aliás, devem acirrar a disputa pela lotação nas capitais). Permanecem, contudo, velhos problemas; especialmente a falta de pessoal para realizar todas as atribuições legais da administração tributária­aduaneira. Portanto, a RFB certamente retomará a discussão sobre a elaboração de novo concurso público que deverá ser implementado no primeiro semestre de 2008. Dando prosseguimento aos nossos estudos, discutiremos um assunto que não sai do noticiário televisivo: a queda da taxa de câmbio. Primeiramente, devemos lembrar que taxa de câmbio é o preço da moeda estrangeira, isto é, taxa de câmbio é a quantidade de unidades de moeda nacional necessária para adquirir uma unidade de moeda estrangeira. Claro, considerando que o Brasil adota a convenção do incer to ou método dir eto, por meio do qual fixamos a quantidade de reais para comprar 1 dólar (ex: U$ 1,00 = R$ 2,02), por exemplo, e não quantos dólares para comprar 1 real (ex: R$ 1,00 = U$ 0,50). Se a taxa de câmbio é preço, então deve obedecer à Lei da Ofer ta e da Procur a, isto é, se aumenta a disponibilidade (oferta) de dólares no mercado cambial brasileiro, diminui o preço ou a taxa de câmbio. Neste caso, preciso de menos reais para comprar 1 dólar, logo haverá valorização do real ou valor ização cambial. Se, por outro lado, diminui a oferta (ou aumenta a demanda) de dólares no mercado cambial brasileiro, aumenta o preço ou a taxa de câmbio. Neste caso, preciso de mais reais para comprar uma unidade de dólar, logo, teremos uma desvalor ização cambial ou desvalorização do real. Ora, o Brasil vive um momento muito bom do ponto de vista dos indicadores macroeconômicos: inflação baixa; juros em queda, mais ainda os maiores do mundo; risco­ país, que mede a confiança dos investidores estrangeiros, em alta; exportações batendo recordes históricos de superávit da balança comercial e grandes reservas em dólares junto ao Banco Central (reservas internacionais). Portanto, tudo leva a crer que a taxa de câmbio continuará caindo. Façamos uma breve análise: 1)inflação baixa não provoca perda de poder aquisitivo da moeda nacional e o investidor estrangeiro pode aplicar seus dólares no mercado financeiro ou na produção (obviamente o valor em dólar é convertido em reais, já que no Brasil a única moeda de curso forçado é o real) e ficar tranqüilo, pois quando quiser levar o valor investido de volta ao exterior (trocar os reais por dólares), ele não estará corroído pelo processo inflacionário; 2) Os juros altos, comparados com a média internacional (Libor e Prime Rate), atraem os investidores estrangeiros que trazem mais dólares para o Brasil; 3) aumento de exportações gera aumento de recebimentos em dólares, aumentando a entrada da moeda estrangeira; 4) As reservas internacionais do país nunca estiveram tão altas.
1 Claro, a valorização é boa para uns e ruim para outros. Por exemplo, os exportadores freqüentemente pedem intervenção do BACEN para conter a queda da taxa de câmbio, pois quanto menor a taxa, menor a quantidade de reais que receberão pelos dólares obtidos por seus produtos (menor ganho em real). Por outro lado, se esta mesma empresa exportadora possuir dívidas em dólares, gastará menos reais para liquidá­las. De outra forma, observando pelo campo das importações, a queda da taxa de câmbio barateia as importações de mercadorias, pois a despesa em reais para adquiri­las é menor. Contudo, se esta mesma empresa importadora possuir créditos em dólares a receber, a quantidade de reais que obterá na sua conversão será menor. Perceba então que a queda da taxa de câmbio não pode ser vista como um fenômeno unicamente negativo. Cabe à industria brasileira tornar­se mais competitiva, aproveitando o momento, por exemplo, para importar bens de capital (máquinas e equipamentos) para modernizar o parque industrial; reduzindo custos e aplicando ganhos de escala, além de obter transferência de tecnologia. Até nosso próximo encontro. Aproveito para desejar um feliz dia das mães, especialmente às concurseiras, que além do exercício maternal ainda encontram tempo para estudar para concurso, demonstrando que o sonho de obter a aprovação deve ser vivido intensamente. Hélio Sandr o www.editor afer r eir a.com.br
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