Não há o que segure O mercado interno do câmbio não tomou conhecimento da decisão do governo que dobrou o IOF na entrada de moeda estrangeira destinada a aplicações em renda fixa. Em vez de subir, as cotações caíram 1,24%. É preciso esperar mais uns dias para avaliar melhor o impacto desse aumento do pedágio sobre o afluxo de dólares. Em todo o caso, dá para dizer que o governo não ataca as causas do problema e trata mal dos sintomas. O diagnóstico do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é o de que o Brasil está sendo alvo dos especuladores que tomam dinheiro emprestado lá fora a juros insignificantes, trazem os dólares para cá, os convertem em reais e os aplicam no mercado financeiro para embolsar, no mole, os juros mais altos do mundo. O principal fator que varre dólares para dentro do País é a forte liquidez existente lá fora, que deve ser ampliada. Outro fator que atrai dólares são os bons resultados da economia brasileira, cujo consumo está crescendo mais de 10% ao ano graças ao doping da expansão das despesas públicas; e é o próprio governo que vai atraindo capitais porque precisa deles para o pré-sal, para as obras da Copa e da Olimpíada, para o trem-bala, para os projetos do PAC, para a capitalização das empresas brasileiras. Para crescer em torno de 5% ao ano, a economia precisa investir de 22% a 24% do PIB e isso exige poupança de igual tamanho. Em, 06-10-2010.