86 Eliane Santos CAPÍTULO 8. GESTÃO E LIDERANÇA: UMA NECESSIDADE DE TRANSFORMAÇÃO COMPORTAMENTAL Eliane Santos (Faculdade Flamingo – SP – Brasil) [email protected] RESUMO O presente artigo propõe apresentar uma pesquisa bibliográfica sobre gestão liderança nas corporações com o objetivo de levar o pesquisar a rever a sua prática como coordenador de uma instituição de ensino ao identificar e avaliar os estilos de liderança, tomando como arcabouço teórico as teorias de liderança. No referencial teórico, foram focalizadas a Teoria das Relações Humanas, em que se constata a influência da liderança sobre o comportamento das pessoas, segundo três principais teorias: Traços da personalidade ou teoria dos traços, Estilos de liderança e Situações de liderança ou teoria contingencial. Os resultados apontam para uma preponderância em relação às tipologias Estilos de liderança e Situações de liderança ou teoria contingencial, em que os estilos efetivos de liderança são voltados para o relacionamento com as pessoas e os resultados das tarefas, respeitando a maturidade dos membros do grupo. Palavras-chave: Liderança, Estilos de liderança, Comportamento Organizacional. ABSTRACT This article proposes to present a review of literature on management leadership in corporations in order to bring the researcher to review its practice as a coordinator of an educational institution to identify and assess the leadership styles, taking as theoretical leadership theories. The theoretical framework has focused in the Theory of Human Relations, which found the influence of leadership on the behavior of people, according to three main theories: Personality Traits or trait theory, Leadership style and situations of leadership or Contingency Theory. The results indicate preeminence in relation to the types of Leadership Styles and situations of leadership or Contingency Theory, in which effective leadership styles are meant for the relationship with the people and the results of the tasks, respecting the maturity of the group members. Keywords: Leadership, Organizational Behavior. Leadership Styles, INTRODUÇÃO O assunto correspondente à liderança é alvo de discussões há bastante tempo não só entre os estudantes de administração, de pessoas ligadas à área de recursos humanos, quanto de teóricos que abordam o tema. São pessoas das mais variadas posições sociais e empresariais - desde o chão da fábrica à presidência - que buscam entender as necessidades de seus colaboradores, a fim de saber o que elas esperam para tentar responder a cada uma das necessidades: algumas esperam ser cuidadas, outras querem liberdade para assumir riscos, outras são mais ponderadas, outras ainda querem fugir da responsabilidade e assim por diante. Neste processo, situações de disputa, cooperação, união, intrigas, perseverança ou desistência são ocorrências suscetíveis ao dia a dia de uma empresa que interferem nas relações interpessoais. A administração desses fatos fica a cargo do líder, que tem a função de convergir as necessidades individuais e grupais, segundo as respostas dos envolvidos, motivando-os. Como afirma Chiavenato (1999): A motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais. A motivação depende da direção (objetivos), força e intensidade do comportamento (esforço) e duração e persistência. Uma necessidade significa uma carência interna da pessoa e que cria um estado de tensão no organismo. Daí o ciclo motivacional. As teorias de conteúdo da motivação procuram dar uma visão geral das necessidades. Dentre elas, a teoria da hierarquia das necessidades aponta para necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto realização. Assim, para tratar da questão de gestão e liderança, faz-se necessário definir o que é Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 87 ser líder para que possamos responder aos seguintes questionamentos: Quais são os atributos que um líder precisa desenvolver para que sua gestão seja considerada eficiente e eficaz? Qual é o modelo de gestão ideal para que não haja desgaste nas relações interpessoais, visto que as relações interpessoais podem afetar diretamente a gestão do líder, e consequentemente, interferir no andamento da organização? Segundo dicionário Houaiss (2009), líder é uma pessoa que apresenta “autoridade para comandar ou coordenar outras; pessoa cujas ações e palavras exercem influência sobre o pensamento e comportamento de outras”. Nessa acepção, o líder é quem deve mostrar o caminho adiante, alinhando o grupo segundo perspectivas a serem alcançadas, a fim de garantir o comprometimento de todos para atingir o alvo. Dentro das suas atribuições, ele deve fornecer ferramentas e ao mesmo monitorar a realização dos trabalhos propostos para o grupo, acompanhando e cobrando as atividades de cada um, para garantir a qualidade do trabalho a ser realizado. Por fim, deve inspirar seus seguidores pelo exemplo, pois sua equipe o vê como um ídolo, confiante e a quem se pode confiar. Dessa forma, se o líder é um indivíduo que tem a habilidade de influenciar seus colaboradores a atingir metas, quanto maior o número de seguidores, maior será a sua influência, demonstrando assim, uma liderança bem sedimentada. De acordo com Chiavenato (1999: 91-92): A liderança é um tema importante para os gestores devido ao papel fundamental que os líderes representam na eficácia do grupo e da organização. Os líderes são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da organização. Liderar não é uma tarefa simples. Pelo contrário, liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um ser vivo dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos. Corroborando com Chiavenato (1999), Lacombe (2003), afirma que os líderes exercem influência sobre as pessoas devido ao seu poder, que pode ser legítimo, obtido com o exercício de um cargo, poder de referência, em função das qualidades e do carisma do líder ou poder do saber, exercido graças a conhecimentos que o líder detém. Mas como se tornar um líder? Uma das mais antigas explicações sobre liderança é a abordagem genética, pensamento alimentado pela realeza europeia, com a crença de que esta habilidade é transmitida geneticamente, ou seja, o indivíduo é um líder porque herdou genes de liderança de seus progenitores. Teorias sobre liderança Há pouco tempo, tinha-se uma visão distorcida sobre a ação de liderar, que apresentava um caráter negativo, ou seja, era sinônimo de mandar, exigir e até forçar as pessoas a obedecer – autocracia. Atualmente, estudiosos sobre liderança identificaram modos diferentes de liderar. Para Kotter (1999), liderança é um conjunto de processos que cria organizações em primeiro lugar ou as adapta para modificar significativamente as circunstâncias. Ele acredita, por um lado, que nem todos os líderes conseguem ter essa influência sobre seus liderados, pois afirma que esses são líderes apenas em razão de seu cargo, designados pelo poder legítimo, e por outro, assevera que existe o líder por referência, mesmo não ocupando um cargo de liderança, consegue influenciar a todos com seu carisma. Segundo Chiavenato (1999), a Teoria das Relações Humanas constatou a influência da liderança sobre o comportamento das pessoas, sob três principais teorias sobre a liderança: traços da personalidade ou teoria dos traços; estilos de liderança; situações de liderança (teoria contingencial). Traços da personalidade – de acordo com esta teoria o líder possui características marcantes de personalidade que o qualificam para a função. McClelland (apud MAXIMIANO, 1995), diz em seus estudos que as características de personalidade de um líder estão intrinsecamente ligadas às suas Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 88 atitudes, como o gosto pelo poder, interpretada como vocação para insistir e ocupar cargos considerados de poder. seus liderados ou colaboradores: a autocrática, a democrática e a liberal; cada uma delas se vale do modo de liderar. Tal vocação, segundo esses estudos, aponta um indivíduo que focaliza a satisfação pessoal, investindo sobre o comportamento de outras pessoas, e se caracteriza como um ser egocêntrico e autoritário, podendo ainda evocar a lealdade e inspiração de alguns de seus liderados. Sua liderança é regada como alto nível de energia, tolerância ao stress, maturidade emocional, integridade e autoconfiança. Conforme Dubrin (2003), a característica mais relevante na eficácia da liderança, é a inteligência emocional, intimamente ligada à forma como os indivíduos gerenciam a si mesmos e também como mantêm o relacionamento com os outros do grupo. Autocrático ou ditador: o líder é autoritário e centralizador, ele define as metas a serem alcançadas e o método de trabalho de seus subordinados, não lhes dando oportunidade para participarem do processo decisório das ações. Todavia, as proposições de Hunter (2004) contrariam os levantamentos realizados até o momento, em que afirma ser “a liderança inata”, e portanto, “pode ser desenvolvida”, ou seja, é uma habilidade aprendida, aperfeiçoada, adaptada e incorporada, Vergara (2003), determina que o líder já nasce feito, ou seja, alguns indivíduos já nascem líderes, eram possuidores de determinadas características, sendo físicas (aparência, estatura, força física,...), intelectuais (autoconfiança, entusiasmo, inteligência elevada,...) traços sociais (cooperação, habilidades administrativas e interpessoais) e traços relacionados com a tarefa (persistência, iniciativa, impulso de realização...). Nessa acepção, Hunter (idem) toma como base os estudos comportamentais que afirmam que as pessoas podem se tornar líderes. Tal abordagem focaliza o indivíduo e não a tarefa a ser realizada. Por conseguinte, a liderança parte do movimento das relações humanas, enfatizando que a liderança pode ser aprendida, realizada de modo flexível, e que não existe um estilo certo de liderança. Democrático ou participativo: o líder democrático tende a tomar decisões, embasado no consenso do grupo, incentivando-os a participarem de todos os processos de forma ativa, ou seja, o líder delega a autoridade e usa feedback para discutir os resultados no grupo. A decisão dos colaboradores está acima da sua opinião. A preocupação do líder é atender às aspirações e os pontos de vista dos subordinados que gozam de ampla liberdade para decidir, sugerir e implementar. Liberal, Laissez-faire ou permissivo: nessa gestão, o líder toma poucas decisões, deixando a cargo dos subordinados a maior parte das deliberações, pois eles possuem ampla liberdade, em virtude de ausência de controle ou avaliação do desempenho. Nesse estilo o líder procura deixar o grupo completamente à vontade. Para que se tenha uma maior visibilidade sobre o estilo de liderança – as tomadas de decisões – e as programações dos trabalhos, segue abaixo o grupo proposto por Chiavenato (2003, p. 125): Estilos de liderança - Pautando-se nos estudos de Kotter (1999), existem três estilos de liderança, os quais focalizam os Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 89 LIDERANÇA AUTOCRÁTICA LIDERANÇA DEMOCRÁTICA TOMADA DE DECISÕES Apenas o líder decide e fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado e assistido pelo líder PROGRAMAÇÃO DOS TRABALHOS ESTILOS DE LIDERANÇA O líder determina providências para a execução das tarefas, uma por vez, na medida em que são necessárias e de modo imprevisível para o grupo. O próprio grupo esboça providências e técnicas para garantir o alvo com o aconselhamento técnico do líder. As tarefas ganham novos contornos com os debates. LIDERANÇA LIBERAL Total liberdade para tomada de decisões grupais ou individuais, com participação mínima do líder. A participação do líder no debate é limitada, apresentand o apenas alternativas ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer informações desde que solicitadas. (CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 2003, p. 125) Situações de liderança (Teoria Contingencial) - Nesta teoria o líder pode assumir diferentes padrões de liderança de acordo com a situação e para cada um dos membros da sua equipe, ou seja, a situacionalidade é o fator determinante das atitudes: as habilidades, as aptidões e as necessidades dos colaboradores. Assim, os fatores situacionais - as características pessoais do gerente, a natureza do trabalho, a natureza da organização e as características do funcionário – também influenciam na eficácia da liderança, tornando-se uma via de mão dupla. A teoria contingencial foi denominada tomando como base o que Fiedler (apud BERGAMINI, 1994) determina de medida LPC da personalidade do líder (least prefered coworker ou colega de trabalho menos preferido). O maior desafio do estudioso nesse enfoque foi explicar como a situação na qual o líder está inserido pode interferir no uso eficaz do seu estilo de liderança. Para chegar à medida LPC, o líder é solicitado a descrever o profissional do seu grupo com o qual tenha maior dificuldade em trabalhar, supondo-se que aqueles elementos contidos nessa descrição encerrem características da própria personalidade de quem a faz. Dessa forma, a partir das tabulações realizadas nas descrições produzidas, distinguiram-se com propriedade dois tipos básicos de estilos de líder que são: aquele que pode ser considerado como orientado para tarefa e aquele que é orientado para o relacionamento. De acordo com Bass (apud SILVA, 2006), o líder voltado para as tarefas apresentam comportamentos autoritários, dominantes, diretivos, autocráticos e persuasivos. Concernentes ao líder orientado para as pessoas encontram-se os estilos denominados participativos, democráticos, estimuladores, apoiadores e todos os que dedicam suporte e consideração aos seguidores. Nesse sentido, é de suma importância diferenciar esses dois grupos de estilos ligados à caracterização da eficácia da ação do líder, pois a eficácia depende da relação entre os resultados do teste de LPC e a situacionalidade que Fidler (apud BERGAMINI,1994) denomina de “favorabilidade situacional” também designada de “controle situacional”, que inclui três aspectos: o relacionamento do líder com seus subordinados (lealdade, amizade, cooperação); a posição de poder (autoridade na administração de recompensas e punições); o estruturação da tarefa (detalhada descrição de como a tarefa está sendo feita). Esse mesmo pesquisador atribui um enorme relevo às qualidades pessoais do líder isto é, àquelas características comportamentais sobre as quais pode interferir. Assim, Fidler (ibidem) afirma: A função motivacional do líder reside nas crescentes recompensas pessoais dos subordinados no sentido da chegada aos objetivos do trabalho, fazendo com que o caminho para essas recompensas se torne mais fácil de ser percorrido ao deixá-lo mais evidente, reduzindo os bloqueios do percurso Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 90 e as armadilhas, bem como aumentando as oportunidades de satisfação pessoal em curso. vontade sobre o comportamento de outras pessoas”. Tomando como base essa teoria e os pressupostos teóricos de Dessler, House (apud BERGAMINI, 1994) sugeriu quatro tipos de liderança: líder apoiador, que trata os subordinados igualmente e se preocupa com seu bem-estar; líder diretivo, extremamente objetivo, se comunica para dizer exatamente o que pretende. Os planos e padrões são objetos de seu trabalho e bases do seu comportamento; líder participativo, que valoriza e encoraja os subordinados para que participem na tomada de decisão e deem sugestões; e líder orientador para objetivos ou resultados, que formula objetivos desafiadores, preocupa- se com o desempenho de alta qualidade e com as melhorias contínuas do desempenho atual. - Corrêa (1977): “Poder social é uma força que exerce influência na conduta das pessoas” . Sendo assim, é possível afirmar que a liderança está atrelada a estímulos e incentivos que possam provocar a motivação nos colaboradores para a realização da missão, da visão e dos objetivos propostos pelo líder. Em decorrência dos pesquisadores acreditarem que uma pessoa motivada traduz alguém que apresenta alto grau de disposição para executar uma atividade de qualquer natureza, estudos sobre a motivação relacionada ao trabalho desperta interesse entre administradores e pesquisadores, para que possam entender, e monitorar o estado de disposição dos seus pares para realizar tarefas. Tipos de poder Ao procurar definir a palavra poder, identificou-se que a lexia apresenta diversos significados, dentre eles, podemos conceituála como a capacidade de exercer influência. Ainda assim, segundo Diniz e LimongiFrança1(2005), os seguintes autores definemna de forma semelhante: - Max Weber (1982) e Galbraith (1989): “Poder é a capacidade de alguém impor sua 1 http://www.facef.br/facefpesquisa/2005/nr1/2_DINIZ _LIMONGI.pdf - Etzioni (apud CORRÊA, 1977): “Poder é habilidade de um ator para induzir outro a seguir sua orientação”. - Aguiar (1989), conceito da Psicologia Social: “Poder social é a capacidade potencial do indivíduo de influenciar uma ou mais pessoas para agir em determinada direção ou para mudar a direção da ação. Poder social é, portanto, a capacidade de exercer influência interpessoal”. - May (1981): “Poder é a capacidade de causar ou impedir mudanças”. - Hampton (1992): “Poder é a capacidade de exercer influência”. - Robbins (1999): “Poder refere-se a uma capacidade que A tem de influenciar o comportamento de B, de modo que B haja de acordo com os desejos de A.” Sendo assim, é possível afirmar que “aquele que tem poder, possui, em algum nível, a capacidade de influenciar” (DINIZ; LIMONGI-FRANÇA, 2005). Para o presente estudo, fez-se necessário realizar delimitar o conceito de poder à questão da relação humana, visto ser o propósito maior da pesquisa, ou seja, identificar que tipo de poder está associado à posição de liderança. Para prosseguir com a investigação, segue abaixo os seis tipos de poder organizacional, segundo teoria de Robbins (1999): O poder legítimo: aquele inerente à estrutura organizacional, atribuído a um indivíduo que ocupa uma posição específica dentro da organização. Todavia, caso o indivíduo abandone o cargo, o poder, que está legitimado pela organização associado a um título oficial e não no indivíduo, continuará a existir na posição. Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 91 O poder de recompensa: este poder também é inerente à estrutura organizacional, pois a motivação dos subordinados está relacionada ao fato de eles serem influenciados pela possibilidade de recompensa, segundo desempenho de cada um. Se o lidere não puder disponibilizar a recompensa desejada, ou ainda se as recompensas disponíveis não forem as desejadas, o líder terá o seu poder diminuído. O poder coercitivo: este poder está atrelado à habilidade do líder em punir um liderado de diversas maneiras, desde uma simples advertência, até uma suspensão ou o desligamento efetivo do subordinado. Assim, a punição ou ameaça em si não desenvolve o desempenho desejado do funcionário, apenas intimida as ações indesejadas. O poder de especialização: este poder refere-se às habilidades do gestor, com relação ao seu grau de conhecimento, das habilidades e das experiências anteriores dele, ou seja, o líder tem seu poder assegurado por uma educação avançada e a organização tanto precisa dele, quanto o valoriza. O poder de referência: este poder também é denominado de carisma pessoal, pois o líder tem o poder de influenciar seus liderados devido à força de seu caráter. Dessa forma, o líder ganha admiração por uma característica pessoal específica, criando a oportunidade para a influência interpessoal. O poder de informação: é o poder derivado da apropriação de informações importantes em um momento delicado quando esta é necessária ao funcionamento da organização. Esse tipo de poder não apresenta relação à posição do líder na organização ou mesmo ao poder atribuído a um indivíduo. Qualquer sujeito que detenha determinada informação estará dotado de poderes, desde que ela não esteja ultrapassada, caso contrário, o poder organizacional diminuirá. organizações imposta por diversos fatores, dentre eles: o avanço tecnológico, o processo de globalização e a competição acirrada no mercado de trabalho. Juntamente com essa proposta, é inevitável invocações também nas formas de liderar/motivar as pessoas para produzirem mais, trabalharem mais e atenderem com uma qualidade maior o cliente cada vez mais exigente. Nunca se precisou tanto da interação humana para se obter resultado. Para Rocha & Salles (2005), as transformações que estão ocorrendo no mundo com certa velocidade tem promovido adaptações imediatas nas organizações, frente a esses novos desafios: cenário competitivo, proveniente da globalização, desregulamentação, privatização, entre outros, fazem com que as corporações repensem suas estratégias num movimento contínuo, focalizando a excelência e melhores níveis de competitividade. Por conseguinte, essa busca por novas técnicas de realização e melhoria das atividades nessas mesmas organizações estão forçando-as a realinharem suas práticas de gestão e suas estratégias, exigindo uma nova postura nos estilos pessoais e gerenciais voltados para uma realidade diferenciada e emergente. Nessa acepção, cabe à pessoa responsável por exercer a liderança a responsabilidade de influenciar e motivar seus subordinados continuamente. Todavia, essa ação não é uma tarefa fácil, pois cada indivíduo possui suas aspirações, e que por vezes seus objetivos não vão ao encontro dos visados pelas organizações. Diante desse cenário, Maslow (1954, apud CHIAVENATO, 1999) propôs uma pirâmide com o intuito de auxiliar os líderes na tentativa de influenciar os indivíduos. Para tanto, considerou na base de sua pirâmide as necessidades menos significativas e no topo, as mais relevantes. Liderança e motivação A necessidade de mudança é algo que tem sido condição sine qua non nas Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 92 Figura 1 – Pirâmide da hierarquia das necessidades Auto realização Estima Sociais Segurança Necessidades fisiológicas (CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas: o passo decisivo para a administração participativa. 1992 p.70.) A teoria das necessidades originou-se com os estudos do psicólogo americano, Abraham Maslow (ibidem), que tem como princípio que os motivos do comportamento estão dentro no próprio indivíduo, de forma consciente ou não. Em seus estudos, ele apresentou as necessidades humanas dispostas numa pirâmide de importância e de influenciação do comportamento humano, distintas por dois tipos de necessidades: as primárias e as secundárias. As primeiras formam a base da hierarquia, denominadas fisiológicas, biológicas ou ainda básicas, que dizem respeito à sobrevivência das pessoas, como fome, sede, sono. Tais necessidades dizem respeito à subsistência do ser humano, norteando a sua vida desde o nascimento. Ainda nessa base, Maslow (ibidem) relaciona a necessidade de proteção ou de segurança contra alguma ameaça real ou imaginária, como perda de emprego, problemas com salário dentre outros. Já as necessidades secundárias são as relacionadas a questões afetivo-sociais, de estima e de auto realização, localizadas no topo da hierarquia. As necessidades de afetivo-sociais tratam do desejo de amar e de ser amado, de fazer parte de um grupo, são as chamadas necessidades sociais; estas aparecem quando as necessidades mais baixas - fisiológica e de segurança – estão relativamente supridas, conduzindo o indivíduo à falta de adaptação social e à solidão. As necessidades de autoestima relacionam-se à maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia, pois pauta-se na auto apreciação, autoconfiança, necessidade de aprovação social, de reconhecimento, de status, prestígio e de consideração. A frustração dessas necessidades produz sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desânimo. E por fim, no ápice da hierarquia, encontram-se as necessidades de auto realização, atingidas pelo indivíduo quando lhe proporcionam trabalhos gratificantes e interessantes, os quais permitem o autodesenvolvimento desse subordinado. Sendo assim, o líder tem a função motivadora, ligada às crescentes recompensas pessoais dos seus liderados, onde o caminho para essas recompensas seja o menos tortuoso possível, pois o foco estará centrado nas necessidades dos subordinados, proporcionando uma maior satisfação não só do grupo, mas de maneira individual, e será uma tendência natural devolver ao líder seu reconhecimento e aceitação como forma de lhe conferir a autoridade da qual necessita para desempenhar seu papel. A motivação pode ser conceituada como o “[...] esforço e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcançar algo, é um dos inúmeros fatores que contribuem para o bom desempenho do trabalho, e que a motivação é a mais facilmente influenciável do que as demais características das pessoas”. (CHIAVENATO, 1999: 165) Esta concepção tradicional de liderança e motivação ficou conhecida como Teoria X, em que os métodos conservadores de gerenciamento recomendavam controle e direção do ser humano, tendo como alicerce as necessidades fisiológicas e de segurança nas pessoas já estão satisfeitas razoavelmente, só então é que as necessidades sociais de Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 93 estima e auto-realização despontar. começariam a Opondo-se a esta concepção, Mc Gregor (apud Póvoa Filho et al. 1995, Hersey e Blanchard 1986 e Chiavenato 1999) propõe uma nova alternativa que denominou de Teoria Y. Nessa teoria, os líderes apresentam um estilo dinâmico e aberto, altamente democrático, com oportunidades para liberar potencialidades; não há obstáculos que não possam ser superados, e seus liderados são encorajados à iniciativa pessoal. Nessa proposta, o autor acredita que desenvolve um progresso profissional por meio de orientação para alcançar objetivos. Para maior esclarecimento entre as duas concepções, segue quadro abaixo: A Teoria X e a Teoria Y como diferentes concepções sobre a natureza humana. PRESSUPOSTOS DA TEORIA X PRESSUPOSTOS DA TEORIA Y As pessoas são preguiçosas e As pessoas são esforçadas e indolentes gostam de ter o que fazer As pessoas evitam o trabalho O trabalho é uma atividade e procuram o menor esforço tão natural como brincar ou possível descansar As pessoas evitam a responsabilidade, a fim de se sentirem mais seguras. As pessoas procuram e aceitam responsabilidades e desafios As pessoas preferem ser controladas e dirigidas As pessoas podem ser automotivadas e autodirigidas As pessoas são ingênuas e sem iniciativa As pessoas são criativas e competentes As pessoas têm pouca imaginação e pouca ambição A imaginação, a criatividade e a engenhosidade são comuns (CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando Pessoas. 1997, p.33.) Sendo assim, as pesquisas apontaram que as pessoas reagem de diferentes maneiras de acordo com a situação em que se encontram. Vroom (apud Chiavenatto, 1999) salienta que a empresa precisa estar atenta a três fatores essenciais para obter a motivação de seus funcionários: Expectativas: desejo de atingir objetivos. Os objetivos podem incluir dinheiro, segurança no cargo, aceitação social, reconhecimento e outros. Recompensas: relação percebida entre a produtividade e o alcance dos objetivos. Relação entre as expectativas e recompensas: capacidade percebida de influenciar sua produtividade para satisfazer suas expectativas com as recompensas, ou seja, relação entre investimento pessoal e retorno. Ou seja, o grau de produtividade individual depende da inter-relação entre esses três fatores determinantes. Dessa forma, ao considerar a motivação como o estímulo que um indivíduo recebe a fim de realizar alguma atividade, e a liderança como a capacidade de influenciar pessoas, nota-se a relação intrínseca entre os termos, na qual o líder provoca estímulos que geram motivação nos seus seguidores. Para Bergamini (1994: 57) “[...] quanto mais se aprofunda o estudo da liderança e da motivação humana relacionada com o trabalho, mais se percebe que esses dois temas se cruzam com frequência cada vez maior. Já se está chegando a um momento no qual falar de um assunto implica necessariamente abordar também o outro”. No advento da Revolução Industrial, não havia uma preocupação com as questões relacionadas à motivação dos trabalhadores, pois as unidades de produção eram relativamente pequenas e as técnicas de produção simples, ou seja, apesar de ter um dia de trabalho longo, mas se discutia acerca da utilização dos esforços humanos, muito menos da motivação. À medida que a indústria foi se desenvolvendo, houve aumento significativo de capitais, fábricas, maquinários, vislumbrando-se um aumento da produtividade; o trabalhador passou a ser Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 94 outro elemento do processo de produção. Nesse momento, acreditou-se que o dinheiro seria um incentivo essencial, assim surge à concepção tayloriana: todos os colaboradores são vistos como standart, são todos iguais e a administração científica vai aumentar a satisfação destes trabalhadores. Esses começaram a ser remunerados em função da produção, com salários adicionais. Todavia, constatou-se após certo período que os colaboradores conseguiam produzir até certo nível, pois não podiam exceder as demandas do mercado para que não fosse demitida - a necessidade de segurança – surgindo assim um número crescente de fracassos. Diante deste cenário, desponta Elton Mayo (apud Chiavenato, 1999) com estudos para resolver os fracassos numa indústria. Mayo (idem) realizou uma série de experiências, constatando que os colaboradores buscavam mais do que dinheiro no trabalho, eles necessitavam de outros estímulos. Uma das necessidades dos colaboradores estava pautada no desejo de pertencer a um grupo e ser considerado como membro significativo, o qual possuísse mais do valor pessoal e que pudesse participar das decisões que afetavam o seu trabalho – trabalho de relações humanas. Como resultado, os trabalhos de Mayo (idem) demonstrou que a produtividade de uma determinada empresa aumentou porque, foram compartilhadas com os trabalhadores as decisões que os afetavam diretamente no trabalho, proporcionando-lhes um envolvimento maior com o próprio trabalho, um sentimento de segurança, devido ao tratamento permissivo e amistoso do experimentador, e a oportunidade de ganhar mais dinheiro, devido ao sistema de recompensa como incentivo ao grupo. Nessa abordagem, pode-se estabelecer que a motivação refere-se a forças que energizam, dirigem e sustentem os esforços de uma pessoa, afirmando que todo comportamento do ser humano, exceto os reflexos involuntários como o piscar de olhos, é motivado. Contudo, numa sociedade voltada para a produção em massa, o empreendimento de motivar as pessoas a trabalhar não se constitui numa tarefa fácil, visto que muitas apresentam pouca satisfação pessoal em seus empregos. Assim, como motivar os colaboradores? Segundo Chiavenato (1992): A motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais. A motivação depende da direção (objetivos), força e intensidade do comportamento (esforço) e duração e persistência. Para Chiavenato (1992), a responsabilidade da motivação fica a cargo do líder, ele argumenta que a motivação está contida dentro de cada indivíduo e pode ser amplamente influenciada por fontes externas, inclusive pelo seu próprio trabalho na empresa. O líder deve saber como extrair do ambiente de trabalho as condições externas para elevar a satisfação profissional de seus liderados. Corroborando com as ideias apresentadas por Chiavenato (1992), Robbins (1999) ratifica que a função do líder é motivar seus subordinados de modo individualizado, segundo as necessidades apresentadas por cada um deles. Acredita que devem ser estabelecidas metas e, ao final de cada processo, os respectivos feedback sobre o progresso individual deve ser compartilhado, pois crê que os empregados devem participar de decisões que os afetem, focalizando motivá-los a aumentar a produtividade, o compromisso de trabalhar metas, a motivação em si e a satisfação do empregado no trabalho, vinculando recompensas a desempenho. Segundo esse mesmo autor, "a motivação é o resultado da interação entre o indivíduo e a situação." Ele diz que a motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza por meio das necessidades humanas, também designadas desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. Certas necessidades são basicamente semelhantes quanto à maneira pela qual fazem as pessoas Revista Inovação Tecnológica, São Paulo, v.3, n.1, p. 86 -96 , Jan./Jun.2013 ISSN 2179-2895 95 organizarem seu comportamento para obter satisfação. Considerações finais Com o objetivo de verificar os atributos que um líder da atualidade precisa desenvolver para que sua gestão seja considerada eficiente e eficaz, tendo como referência os novos pressupostos sobre liderança, foi possível identificar nas diversas teorias pesquisadas uma convergência a respeito de que o seguidor não é um indivíduo simplesmente passivo à ação do líder como até então se pensava, pois expressa seus desejos, bem como suas expectativas a serem atendidas. Nesse contexto, o novo paradigma de liderança envolve habilidade de adaptação às novas mudanças na gestão, e que o líder é aquele que indica o caminho correto, visto que a liderança tem a necessidade de estar pautada numa relação humana e interpessoal, e não meramente voltada para os resultados ou para os negócios. Assim, para liderar o contingente organizacional rumo à transformação comportamental da corporação, é de suma importância um criar um canal de comunicação eficaz. Faz-se necessário ainda compreender que os líderes nos dias atuais buscam não só a condução dos negócios rumo aos objetivos e metas, mas também a conquista da confiança dos seus liderados, em que o líder possa ser vislumbrado como alguém que tem o poder trazer benefícios tanto numa dimensão individual quanto grupal. Dessa maneira, cada membro do grupo identificará aspectos positivos no líder, e haverá uma tendência natural em devolver ao líder seu reconhecimento e aceitação como forma de lhe conferir a autoridade, a qual necessita para desempenhar seu papel eficientemente. Nesse sentido, torna-se relevante para o líder conhecer cada integrante do grupo que coordena, identificando seus pontos fortes e fracos, para poder desenvolvê-los com mais eficiência. Com tal atitude os liderados tendem a se sentirem importantes e apoiados pelo líder, fazendo com que todos direcionem os esforços a mesma direção. O líder se apoiará num estilo efetivo de liderança voltado para o relacionamento com as pessoas e os resultados das tarefas, respeitando a maturidade dos membros do grupo, mesmo compreendendo, a partir da pesquisa, que não há um estilo ideal, ainda assim este pesquisador reconhece que a abordagem da contingência-situação, como o mais adaptável e flexível. Como se pode caracterizar, as teorias que valorizam a motivação dos seguidores representam um passo fundamental no reconhecimento de que a ligação entre líder o subordinado faz-se em dupla direção, pois dessa forma admite-se a importância das manifestações dos seguidores junto a seus líderes. Em suma, consideraram-se neste estudo alguns aspectos fundamentais que delimitaram o assunto em pauta: a) O êxito da liderança está intrinsecamente relacionado às relações interpessoais, com o desenvolvimento dos conhecimentos, habilidades e atitudes adequadas ao grupo, à situação e aos propósitos comuns. b) não se identificou um estilo único de liderança que fosse considerado o melhor, cada estilo é provavelmente eficaz sob um dado conjunto de condições subjugado aos requisitos da realidade percebida pelos líderes, mas sem dúvida, o mais adequado está focado em pessoas, por apresentar grande perspectiva de atingir melhores resultados. BIBLIOGRAFIA AGUIAR, M. A. F. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Atlas, 1989. BERGAMINI, C. W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. CORRÊA, J. S. O. O exercício do poder na administração. Rio de Janeiro: Documentário, 1977. 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