A ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS: UMA REFLEXÃO DA TEORIA. VIEIRA, André Cantieri1 NOGUEIRA, Andréia Pereira1 TEIXEIRA, Elaine Ap. Santiago1 OLIVEIRA, Everton Martins1 REIS, Gislaine Cr. Souza dos Reis1 CATANEO, Luciana Caldas R.1 NUNES, Marcelo S. Macedo1 OLIVEIRA, Silvano Talarico1 UTIDA, Wilson Takeshi1 SICILIANO, Antônio2 Faculdade da Fundação Educacional de Araçatuba RESUMO Os estudiosos da Teoria das Relações Humanas, como os psicólogos, acreditavam que os problemas nas organizações eram evidentemente de cada indivíduo. O presente trabalho procura aprofundar o nosso conhecimento na Escola das Relações Humanas, partindo de um levantamento de diversos livros pesquisados tais como Teoria Geral da Administração e outros. Observamos que esta Teoria teve o seu surgimento logo após as conclusões da Experiência de Hawthorne e o seu nascimento ocorreu pela necessidade de corrigir a tendência à desumanização do trabalho, tendo como principal objetivo visar o Comportamento Humano nas organizações, dando ênfase na organização informal que é um conjunto de relações sociais não previstas em regulamentos. Observou-se também que os operários mais produtivos eram os que se inteiravam socialmente com o grupo e não simplesmente por sua satisfação com o trabalho. Os administradores do futuro serão bons líderes se aprofundarem seu conhecimento nesta Teoria, pois os ajudará em seu desempenho profissional com relação aos seus subordinados. Palavras-chave: Comportamento humano. Relações sociais. Humanização. INTRODUÇÃO As empresas vêm enfrentando um grande desafio principalmente quando se tratam de formação de líderes eficazes, vemos que os grandes causadores das transitoriedades de funcionários são as lideranças más formadas; para que se tenha um bom líder é preciso que ele saiba lhe dar com a diversidade que existe no grupo. 1 2 Alunos da Faculdade da Fundação Educacional de Araçatuba. Orientador e professor da Fundação Educacional de Araçatuba. 1 Portanto é importante conhecer a teoria das relações humanas, porque é o estudo do comportamento humano nas organizações. Esse estudo ajuda a desenvolver o relacionamento interpessoal (Habilidades Humanas) que um líder deve ter para poder agir de forma correta com seus subordinados, sempre enfatizando os relacionamentos (Homem Social). Nesse estudo o homem não é tratado como máquina ou pela sua capacidade física e fisiológica, ele tem um tratamento mais humano dentro da organização. O objetivo deste estudo é mostrar aos administradores como é importante saber que quando falamos em administrar, não é administrar coisas, mas sim pessoas e para isso precisamos conhecer a teoria das relações humanas que enfatiza as pessoas. Desenvolvemos nossa pesquisa utilizando os livros da Teoria Geral da Administração dos anos de l999 e 2009 com seus respectivos autores Chiavenato e Lacombe, Introdução à Teoria Geral da Administração de Chiavenato do ano de 2004 e o livro Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração de Vergara do ano 2003. Estudamos e nos aprofundamos nos capítulos que compõem a Teoria das Relações Humanas para o desenvolvimento deste artigo. Segundo Vergara (2003, p.48), “pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral”. Existem outros livros e autores que falam sobre esse assunto, mas procuramos nos basear nestes quatro citados acima. DESENVOLVIMENTO Na década de 30, partindo do desenvolvimento das ciências sociais e da psicologia no trabalho, deu inicio a escola das relações humanas no qual a ênfase seria nas pessoas e não na tarefa ou na estrutura como afirma Chiavenato (2004, p.98): Com a abordagem humanística, a teoria administrativa passa por uma revolução conceitual: a transferência da ênfase antes colocada na tarefa (pela Administração Científica) e na estrutura organizacional (pela Teoria Clássica) para a ênfase nas pessoas que trabalham ou que participam nas organizações. A teoria das Relações Humanas visa entender como os processos psicológicos e sociais interagem com a situação de trabalho para influenciar o desempenho. Os autores Gilbreths, Bernard e Follet influenciaram o desenvolvimento das Relações Humanas entre 1930 e 1955, mas foi Elton Mayo, partindo dos estudos em Hawthorne, que fundamentou em 2 grande parte esta teoria. Nessa abordagem, os administradores voltam suas atenções ao bemestar (well-being), a motivação e a comunicação dos empregados. Portanto a administração deveria ganhar a cooperação do grupo, promover a satisfação no trabalho e fazer normais grupais consistentes com os objetivos da organização, ou seja, a remuneração não era suficiente para motivar as pessoas, como segundo Chiavento (2004, p.108) diz que “o ser humano é motivado pela necessidade de ‘estar junto’, de ‘ser reconhecido’, de receber adequada comunicação.” Em 1927, o conselho Nacional de pesquisas começa os estudos na fabrica em Hawthorne, na Western Electric Company, supervisionado por Elton Mayo e que terminou no final da década de 30. Esse estudo pretendia encontrar a relação existente entre iluminação e eficiência dos operários. Lacombe descreve bem em seu livro as características dessa experiência, Os especialistas em produtividade “sabiam”, na época, que a melhor forma de aumentar a produção seria encontrar a medida ideal de luminosidade, temperatura, ventilação, altura da bancada de produção etc. e estimular os empregados pela remuneração. (LACOMBE, 2009, p.124). A 1ª fase desse estudo dividiu em dois grupos, sendo um de observação e o outro de controle para conhecer o efeito da iluminação sobre o rendimento na produtividade. A 2ª fase consiste em fazer mudanças nas condições de trabalho como: estabelecendo metas de produção; variar os horários e as quantidades de intervalos variando entre 5 e 10 minutos e colocando 3 intervalos de 5 minutos de manhã e de tarde; trocava os horários de saída passando para as 16:30 h., depois para as 16 h. e por ultimo voltando para as 17 h; semana com 5 dias, mas com o sábado livre; por ultimo volta as condições normais do 3º período. A 3ª fase iniciou o programa de entrevistas visando entender o que sentiram durante a experiência. Na 4ª e ultima fase finalizou a experiência analisando a organização informal do grupo. Foi muito observado que em ambos os grupos a produção subia sem estímulos monetários o que deixou a empresa sem saber o porquê ocorria isso. No final da experiência ocorre a volta exata das condições iniciais, onde os pesquisadores visaram que a produção iria cair drasticamente, o que não ocorreu, pois a produção cresceu a níveis superiores. Como 3 conclusão desse estudo, o que motiva os trabalhadores era a atenção que era dada a todos, ou seja, a integração social. Segundo Lacombe (2009, p. 125-126): 1. O homem se acha motivado basicamente por suas necessidades sociais e obtém seu sentido básico de identidade mediante suas relações com os demais. 2. Como resultado da revolução industrial e da racionalização do trabalho, desapareceu o significado deste último e devemos buscá-lo, portanto, nas relações sociais dentro do emprego. 3. O homem responde mais às forças sociais do grupo de companheiros do que a incentivos e controles da direção. 4. O homem responde à direção na medida em que um supervisor pode satisfazer as necessidades sociais de seus subordinados. Em 1920, Mary Parker Follet iniciou alguns estudos e logo em seguida fazendo palestras sobre a importância da união do grupo no qual se utilizava da liderança e motivação para saber como tratar as pessoas. Estudou a importância da maneira mais adequada de dar ordens e a importância da coordenação dos funcionários até nos dias de hoje. A sua maior preocupação foi com o comportamento dos indivíduos em um grupo com a sociedade. Em 1945, Hebert Simon publicou um livro chamado Administrative bahavior, que estuda a abordagem comportamental, onde fala sobre a racionalização do comportamento administrativo e como se manifesta em um processo de decisão, no papel da autoridade, na comunicação, nas lealdades e na identificação com a organização. Faz restrições sobre o comportamento racional do administrador e mostra sob esse aspecto como se diferencia do economista, que supõe a racionalização do comportamento em escolhas de alternativas. A teoria das Relações Humanas nasce para humanizar o ambiente de trabalho, o homem foi esmagado pela industrialização e pela tecnologia, isso acarretou problemas humanos, sociais e políticos. Enquanto a eficiência material aumentava a capacidade humana do trabalho coletivo não teve o mesmo ritmo. Mayo diz que a solução desse problema de cooperação não é a volta das formas tradicionais de organização, mas requer uma nova concepção das relações de trabalho. Segundo Chiavenato (1999, p. 226), “Mayo afirma que a solução do problema de cooperação não pode surgir apenas pelo retorno às formas tradicionais de organização. O que deve haver é uma nova concepção das relações humanas no trabalho.” 4 Enfim, a Teoria das Relações Humanas vem para dar novos métodos ao trabalho, vem para humanizar, dar sentido de cooperação ou trabalho em grupo. A ênfase é na pessoa, no trabalhador, a tarefa e a estrutura são deixadas mais de lado, onde a justificativa é que isso estava massacrando o ser humano e perdendo os seus valores. CONCLUSÃO A teoria das Relações Humanas traz um novo modo de ver o trabalho, diferentemente de como era na Administração científica ou na Teoria Clássica, a partir da Escola das Relações Humanas procura-se entender os processos psicológicos e sociais de cada indivíduo em seu ambiente de trabalho, o tratamento com o empregado passou a ser mais humano ele já não é tratado mais como máquina, e que o homem não pode substituir a máquina pelo simples motivo que o homem pensa e a máquina apenas executa o que é mandado. Este estudo nos mostra que o ser humano tem a necessidade de se sentir realizado com o seu trabalho e isso não ocorre simplesmente por terem uma boa remuneração, mas por desenvolverem um bom relacionamento com o grupo e por sentir motivado pelo seu líder. Nos dias atuais nos deparamos com muitas empresas que não se baseiam nesta Teoria e podemos observar que os funcionários de tais empresas não se vêem trabalhando por muito tempo nela, por que não se sentem motivados pelos seus superiores que os enxergam simplesmente como “operários” e não como seres humanos que tem necessidade de se relacionar e de se motivar. Verificamos que as empresas que agem assim são as que mais existem transitoriedades de funcionários. É de muita importância os administradores tomarem conhecimento desta Escola das Relações Humanas principalmente para formarem líderes, pois vemos que hoje há necessidade de líderes que saibam se relacionar com os seus subordinados. E as conseqüências que virão através deste conhecimento com certeza serão benéficas para as empresas, pois terão empregados mais motivados e satisfeitos. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. LACOMBE, Francisco José Masset. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Saraiva, 2009. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 6