Física I -2010/2011 7a Série - Oscilações - Resolução Questões: Q1 - Será que a amplitude e a constante na fase de um oscilador, podem ser determinadas, se apenas for especificada a posição no instante = 0? Explique. Q2 - Uma massa ligada a uma mola tem um movimento harmónico simples com amplitude A. Será que a energia total varia se a massa duplicar mas a amplitude se mantiver? As energias cinética e potencial dependem da massa? Explique. Q3 - Uma massa é pendurada numa mola segundo a vertical e é posta em oscilação. Porque é que o seu movimento acaba por parar? Q4 - Um relógio de pêndulo está atrasado. Como se deveria ajustar o comprimento do pêndulo para acertar as horas? Problemas: P1 - Uma partícula move-se ao longo do eixo dos com movimento harmónico simples, tendo partido da origem no instante = 0 deslocando-se para a direita. A amplitude do movimento é 200 cm e a frequência é 150 Hz. a) Escreva a equação para o deslocamento. b) Determine a velocidade máxima e o primeiro instante em que a partícula atinge essa velocidade; faça o mesmo para a aceleração. c) Qual a distância total percorrida no intervalo de tempo entre = 0 e = 100 s. a) A equação do movimento, que exprime a coordenada de posição em função do tempo, é do tipo = cos ( + ) em que é a amplitude, é a frequência angular e a constante de fase. = 2 = 2 × 150 Hz = 9 42 rad s; = 200 cm. Como (0 s) = 00 cm, vem (0) = cos = 0 3 ou = . A escolha entre estes dois valores para a constante de fase é determinada pela 2 2 indicação de que no instante inicial, a velocidade é positiva (se para = 0 a partícula se desloca para a direita, a velocidade nesse instante tem o sentido positvo dos eixo dos e é, portanto, positiva). A velocidade, em função dotempo, é dada por e= = = − sin ( + ) e, para = 0, (0) = − sin 1 3 Se (0) 0, então sin 0 e portanto, = . A equação do movimento é assim, 2 µ ¶ 3 = 200 × cos 942 rad s × + cm. 2 b) Como a velocidade é ¶ µ 3 = (−200 × 94) sin 942 + cm s 2 o valor máximo da velocidade é max = (200 × 942) cm s = 188 × 10 cm s O 1 instante em que a partícula atinge este valor corresponde à primeira passagem pela origem com velocidade positiva (sem contar o instante inicial). Esse instante corresponde a um intervalo de tempo igual a um período, isto é, 1 = 1 15 Hz = 067 s. = A aceleração é = − 2 cos ( + ) = sendo o seu valor máximo dado por max = 2 ¢ ¡ = 200 × 9 422 cm s2 = 177 × 102 cm s2 Este valor é obtido quando ¶ 3 = 2 2 ¶ 3 = −1 2 3 942 rad s × + = 3 2 15 = 942 = 050 s µ − cos 942 rad s × + µ cos 942 rad s × + 2 c) Durante um período a partícula percorre uma distância igual a 4 vezes a amplitude, durante 10 s percorrerá 1 = 4 × µ ¶ 1 = 4 × 200 × cm 067 = 12 cm. 2 P2 - Uma bola deixada cair de uma altura de 400 m colide de uma forma perfeitamente elástica com o solo. Presuma que não há perda de energia devido à resistência do ar. a) Mostre que o movimento é periódico. b) Determine o período do movimento. c) O movimento é harmónico simples? Explique. a) Na descida, e com origem do referencial no ponto em que a bola bate no solo, a equação do movimento é 1 = − 2 2 A velocidade da bola ao atingir o solo é dada por p = 2 O tempo de descida é dado por desc , em que 1 0 = − 2desc 2 ou s desc = 2 A equação para a subida é 1 = 0 − 2 2 √ em que é igual ao valor da velocidade da bola ao atingir o solo, isto é, 0 = 2. Utilizando esta última equação, podemos obter o tempo de subida, sub : = e sub p 1 2 − 2 2 √ √ 2 ± 2 − 2 = s 2 = = desc Para que o movimento seja efectivamente periódico é necessário que todas as suas características (neste caso, posição e velocidade) se repitam em intervalos de tempo iguais (dos quais o menor será o período). Sabemos que efctivamente isto acontece no movimento que estamos a estudar e por isso ele é periódico. b) O tempo de subida é igual ao tempo de descida. Este resultado sugere que o período do movimento será = 2sub . c) a equação do movimento é = 2 = 2 ou, com o eixo dos dirigido para cima, 2 2 = − 2 + = 0 2 3 e o movimento não é harmónico simples (porque a respectiva equação não é do tipo 2 + = 0, 2 com = const.). P3 - Um corpo com massa 200 kg está ligado a uma mola e encontra-se sobre uma superfície horizontal. É necessária uma força horizontal de 200 N para manter o corpo em repouso quando este é puxada 0200 m da posição de equilíbrio (a origem do eixo dos ). O corpo é largado do repouso com um deslocamento inicial 0 = 0200 m, e subsequentemente realiza oscilações harmónicas simples. Determine: a) a constante de força da mola; b) a frequência das oscilações; c) a energia total do sistema; d) a velocidade, a aceleração, a energia cinética e a energia potencial, quando o deslocamento é igual a um-terço do seu valor máximo. a) A constante da mola obtem-de de = , em que é o valor absoluto da força que um agente exterior tem de efectuar sobre a mola quando esta é puxada de da posição de equilíbrio. Assim 200 N = 0200 = 100 N m = p b) A frequência das oscilações é = 2, em que = . Portanto, p = 2 r 100 N m 200 kg = 2 = 113 Hz c) A energia total do sistema é dada pela soma da energia cinética da massa com a energia potencial da mola, isto é, C = = = = = = 1 2 1 2 + 2 2 1 1 2 2 sin2 ( + ) + 2 cos2 ( + ) 2 2 ¢ 1 2 ¡ 2 sin ( + ) + cos2 ( + ) 2 1 2 2 1 × (0200 m)2 × 100 N m 2 200 J d) A posição e a velocidade da massa são dadas, respectivamente, por = cos ( + ) = − sin ( + ) No instante inicial ( = 0), temos = e = 0, de onde cos = − sin = 0 4 e = 0 rad e a equação do movimento é = cos = (0200 cos 226) m Se o deslocamento é igual a um terço do seu valor máximo então 0200 m 3 = 0200 m × cos 226 1 3 = 0173 s. 226 = arccos Nesse instante a velocidade é = − sin = −0200 m × (226) rad s × sin [(226) rad s × 0173 s] = −1 34 m s. e a aceleração = − 2 cos = −0200 m × [(226) rad s]2 cos [(226) rad s × 0173 s] = −339 m s2 . A energia cinética é 1 × 200 kg × (−1 34 m s)2 2 = 180 J C = e a enrgia potencial P 1 × 100 N m × = 2 = 0222 J. µ ¶2 1 × 0200 m 3 P4 - Um corpo de massa oscila livremente estando pendurado numa mola vertical, como se mostra na figura. Quando = 0810 kg o período é 0910 s. Outro corpo de massa desconhecida pendurado na mesma mola tem um período de 116 s. Determine: a) a constante da mola; b) a massa desconhecida. 5 a) Com uma massa suspensa, a mola oscila em torno r da posição de equilíbrio (obtida de = ) com frequência angular dada por = , em que é a constante da mola. O 0 , isto é 0 = 2 2 =p . A constante da mola obtem-se a partir desta última relação: período é, portanto, = p = 2 µ ¶2 2 = µ ¶2 2 = = 0810 kg × = 38 6 N m µ 2 0910 s ¶2 b) A massa desconhecida, 0 , obtem-se agora de 0 = µ 0 2 ¶2 = 38 6 N m × = 132 kg. µ 116 s 2 ¶2 P5 - Um pêndulo simples tem 50 m de comprimento. Qual o período do movimento harmónico simples deste pêndulo se ele estiver pendurado num elevador que se desloca: a) Para cima com aceleração de módulo 50 m s2 , b) Para baixo com aceleração de módulo 50 m s2 . a) Considere-se a figura. As forças que actuam no corpo são o seu peso e a tensão do fio . A equação que exprime a 2. lei de Newton é, neste caso, ¢ ¡ + = = 0 + e em que 0 é a aceleração do corpo quando a aceleração do elevador (e ) é nula. Esta equação pode ser escrita na forma + − e = 0 6 cujas componentes segundo a direcção radial (dirigida para o centro da trajectória) e segundo a direcção tangencial são − sin 0 − e sin 0 = 0t − cos 0 − e cos 0 = 0n e obtemos − ( + e ) sin 0 = 2 0 2 ou 2 0 ( + e ) sin 0 = 0 + 2 Aqui, é o comprimento do pêndulo. Para valores de 0 pequenos, sin 0 ' 0 e atingimos uma equação de oscilador harmónico simples 2 0 ( + e ) 0 = 0 + 2 A frequência angular da oscilação será r ( + e ) = = 2 = 2 = 2 s s s 0 + e 50 m (10 + 5) m s2 = 363 s. b) = 2 = 2 = 2 s s s = 63 s 00 − e 50 m (10 − 5) m s2 P6 - A roda de uma balança de relógio tem um período de oscilação de 0250 s. A roda tem massa de 200 g concentrada num aro com raio 0500 cm. Determine: a) o momento de inércia da roda; O momento de inércia da roda é = 2 ¡ ¢2 = 20 × 10−2 kg × 500 × 10−3 m = 50 × 10−7 kg m2 b) a constante de torção da mola associada. 7 Utilizamos a equação 2 = −K 2 em que K é a constante de torção da mola associada. A expressão da frequência angular do movimento é r K = pelo que o período é r = 2 K A constante de torção é, então, 4 2 2 4 2 50 × 10−7 kg m2 = (0250 s)2 = 316 × 10−4 N m K = 8