VESTIBULAR: RESUMOS PROFESSOR: WALTER TADEU MATEMÁTICA I MATRIZES e DETERMINANTES Definição: Matriz m x n é uma tabela de m, n números reais dispostos em m linhas (filas horizontais) e n colunas (filas verticais). Exemplos: 1. 1 2 3 é uma matriz 2 x 3; A 4 2 0 2. 4 0 é uma matriz 2 x2; B 1 1 Como podemos notar nos exemplos 1 e 2 respectivamente, uma matriz pode ser representada por colchetes, parênteses ou duas barras verticais. 2. Representação de uma matriz: As matrizes costumam ser representadas por letras maiúsculas e seus elementos por letras minúsculas, acompanhadas de dois índices que indicam, respectivamente, a linha e a coluna ocupadas pelo elemento. a 11 a 12 a 21 a 22 Uma matriz A do tipo m x n é representada por: A a 31 a 32 a m1 a m 2 Exemplo 1: Seja a matriz A= a ij 2 x 2 , a 13 a 1n a 23 a 2 n a 33 a 3n , a m3 a mn onde a ij 2i j : Genericamente, temos: 1 i m . 1 j n a 12 a . A 11 a 21 a 22 2 x 2 a11 2(1) 1 3 3 4 . Utilizando a regra de formação, temos: a21 2(2) 1 5 A a12 2(1) 2 4 5 6 a22 2(2) 2 6 3. Matrizes especiais: 3.1 Matriz linha: É toda matriz do tipo 1 x n, isto é, com uma única linha. Exemplo: A 4 7 3 11x 4 . 4 . 3.2 Matriz coluna: É toda matriz do tipo n x 1, isto é, com uma única coluna. Exemplo: B 1 0 3x1 3.3 Matriz quadrada: É toda matriz do tipo n x n, isto é, com o mesmo número de linhas e colunas. Neste caso, dizemos que a matriz é de ordem n. 4 7 ordem 2 Exemplo: C 2 1 2 x 2 4 1 D 0 2 7 0 3 ordem 3 3 3x3 Seja A uma matriz quadrada de ordem n. Temos: i) Diagonal principal é o conjunto de elementos dessa matriz, tais que: i = j. ii) Diagonal secundária é o conjunto de elementos dessa matriz, tais que i + j = n + 1.. 3.4 Matriz nula: É toda matriz em que todos os elementos são nulos. Notação: 0 0 0 O m x n . Exemplo: O 2 x 3 0 0 0 1 3.5 Matriz diagonal: É toda matriz quadrada onde só os elementos da diagonal principal são diferentes de zero. 2 0 Exemplo: A 2 0 1 4 0 0 B3 0 3 0 . 0 0 7 3.6 Matriz identidade: É toda matriz quadrada onde todos os elementos que não estão na diagonal principal são nulos e os da diagonal principal são iguais a 1. Notação: I n onde n indica a ordem da matriz identidade. 1 0 0 1, se i j I 3 0 1 0 ou : I n a ij , a ij 0, se i j 0 0 1 1 0 Exemplo: I 2 ; 0 1 3.7 Matriz transposta: Chamamos de matriz transposta de uma matriz A a matriz que é obtida a partir de A, trocando-se ordenadamente suas linhas por colunas ou suas colunas por linhas. 2 1 2 3 0 t Notação: A . Exemplo: Se A então A = 3 2 1 2 1 0 1 t t 3.8 Matriz simétrica: Uma matriz quadrada de ordem n é simétrica quando A= A . t OBS: Se A = - A , dizemos que a matriz A é antissimétrica. 2 3 1 Exemplo: Se A 3 2 4 1 4 5 3x 3 2 3 1 A 3 2 4 1 4 5 3x 3 t 3.9 Matriz oposta: Chamamos de matriz oposta de uma matriz A a matriz que é obtida a partir de A, trocando-se o sinal de todas os seus elementos. Notação: - A Exemplo: Se 3 0 3 0 então A = A 4 - 1 4 1 3.10 Igualdade de matrizes: Duas matrizes, A e B, do mesmo tipo m x n, são iguais se, todos os elementos que ocupam a mesma posição são idênticos. Notação: A = B. Exemplo: Se 2 0 A 1 b 2 c B e A = B, então c = 0 e b = 3 1 3 OPERAÇÕES COM MATRIZES Adição de Matrizes: Dadas as matrizes A= a ij a matriz C = c ij mxn , mxn e B = b ij mxn , chamamos de soma das matrizes A e B tal que c ij a ij b ij , para todo 1 i m e todo 1 i n . Notação: A + B = C Subtração de Matrizes: Dadas as matrizes A= a ij mxn e B= b ij mxn, chamamos de diferença entre as matrizes A e B a soma de A com a matriz oposta de B Notação: A - B = A + (-B) OBS: A + B existe se, e somente se, A e B são do mesmo tipo (m x n). Exemplo: 0 1 2 3 0 1 - 2 3 1 0 2 2 2 3 4 7 0 - 2 4 7 0 2 4 0 7 2 4 5 2 Multiplicação de um número real por uma matriz: Dados um número real x e uma matriz A do tipo m x n , o produto de x por A é uma matriz do tipo m x n, obtida pela multiplicação de cada elemento de A por x. Notação: B = x.A OBS.: Cada elemento b ij de B é tal que b ij = x a ij Multiplicação de matrizes: O produto de uma matriz por outra não pode ser determinado através do produto dos seus respectivos elementos. A multiplicação de matrizes não é análoga à multiplicação de números reais. Assim, o produto das matrizes A= a ij mxp e B= b ij p xn é a matriz C= c ij mxn , onde cada elemento c ij é obtido através da soma dos produtos dos elementos correspondentes da i-ésima linha de A pelos elementos da j-ésima coluna de B. Decorrência da definição: A matriz produto A.B existe apenas se o número de colunas da primeira matriz (A) é igual ao número de linhas da segunda matriz (B). Assim: A m x p e B p x n A.Bm x n 2 3 1 2 e B= , vamos determinar A.B e B.A e comparar os resultados: 4 1 3 4 Exemplo 1. Sendo A= 2 3 1 2 . = 4 1 2 x 2 3 4 2 x 2 2.1 3.3 2.2 3.4 2 9 4 12 11 16 4.1 1.3 4.2 1.4 4 3 8 4 7 12 2x 2 1 2 2 3 . = 3 4 2 x 2 4 1 2 x 2 1.2 2.4 1.3 2.1 2 8 3 2 10 5 3.2 4.4 3.3 4.1 6 16 9 4 22 13 2x 2 i) A.B = ii) B.A = Comparando os resultados, observamos que A.B multiplicação de matrizes não vale. 2 0 Exemplo 2. Seja A= 1 2 3 0 1 . 1 2 A.B = 2 0 1 4 B.A, ou seja, a propriedade comutativa para 3 1 2 3 , determine A.B. ( 1 eB 2 0 4 2 x 3 4 3 x 2 2.2 3.0 2.3 3.4 4 4 18 2.1 3.(2) 3 0.1 1.(2) 0.2 1.0 0.3 1.4 2 0 4 4 1.1 4.(2) 1.2 4.0 1.3 4.4 9 2 13 3 x 3 Matriz Inversa: Dada uma matriz A, quadrada, de ordem n, se existir uma matriz, de mesma ordem, tal que ' A. A = A ' .A = I n , então A ' é matriz inversa de A. (Em outras palavras: A. A ' A ' . A I n . Isto implica que A ' é a matriz inversa de A, e é indicada por A 1 ). Notação: A 1 . 1 2 Exemplo. Sendo A = , vamos determinar a matriz inversa de A, se existir. 2 1 2 x 2 Existindo, a matriz inversa é de mesma ordem de A. 1.b 2.d 1 0 1 2 a b 1 0 1.a 2.c A.A ' = I n . = 2.a 1.c - 2.b 1.d 0 1 2 1 c d 0 1 a 2c 1 1 2 1 i) a 2.(2a) 1 a e c 2 a c 0 c 2 a 5 5 . Logo, A 1 5 2 b 2d 0 b 2d 1 2 ii ) 2.(2d ) d 1 d e b 5 5 5 2b d 1 2 5 1 5 2x 2 3 DETERMINANTES Definição: Determinante é um número associado a uma matriz quadrada. a Determinante de primeira ordem: Dada uma matriz quadrada de 1 ordem M= determinante associado à matriz M o número real a 11 , chamamos de a 11 . Notação: det M ou a 11 = a 11 a 11 a 21 a 12 , de ordem 2, por definição, temos que o a 22 a 11 a 12 determinante associado a essa matriz é dado por: det M a 11a 22 a 12 a 21 a 21 a 22 Determinante de segunda ordem: Dada a matriz M= Menor Complementar: Chamamos de menor complementar relativo ao elemento a ij de uma matriz M, quadrada e de ordem n > 1, o determinante MC ij , de ordem n – 1, associado à matriz obtida de M quando suprimos a linha e a coluna que passam por a ij . Cofator: Chamamos de cofator (ou complemento algébrico) relativo ao elemento a ij de uma matriz quadrada de ordem n o número A ij , tal que A ij (1) i j MC ij . Matriz Adjunta: A matriz transposta da matriz dos cofatores de uma matriz A é chamada adjunta de A. Assim: adjA A t Teorema de Laplace: O determinante de uma matriz quadrada M a ij mx m m 2 pode ser obtido pela soma dos produtos dos elementos de uma fila qualquer (linha ou coluna) da matriz M pelos respectivos cofatores. Assim, fixando j N, tal que 1 j m , temos: det M m a i 1 todos os termos de índice i, variando de 1 até m, m ij A ij ,onde, é o somatório de i 1 m N e A ij é o cofator ij. Teorema de Cauchy: A soma dos produtos dos elementos de uma fila qualquer de uma matriz M, ordenadamente, pelos cofatores dos elementos de uma fila paralela, é igual a zero. Regra de Sarrus: Dispositivo prático para calcular o determinante de a 11 a 12 D= a 21 a 22 a 31 a 32 a 13 a11 a12 a 23 = a 21 a 22 a 33 a 31 a 32 a 3 ordem. a13 a11 a12 a 23 a 21 a 22 = a 33 a 31 a 32 D a11a 22 a 33 a12 a 23 a 31 a13 a 21a 32 a13 a 22 a 31 a11a 23 a 32 a12 a 21a 33 Matriz de Vandermonde: Chamamos de matriz de Vandermonde toda matriz quadrada de ordem n 2 , com a seguinte forma: 1 a 1 a 12 3 V a 1 n 1 a 1 1 a2 a 22 a 32 a n2 1 1 a n a 2n a 3n . a nn 1 Observe que cada coluna dessa matriz é formada por potências de mesma base com expoentes inteiros, que variam de 0 até n-1. O determinante da matriz de Vandermonde é dado por: det V a 2 a 1 a 3 a 2 a 3 a 1 a 4 a 3 a 4 a 2 a 4 a 1 a n a n 1 a n a 1 4 PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES P1 - Quando todos os elementos de uma fila (linha ou coluna) são nulos, o determinante dessa matriz é nulo. P2 - Se duas filas paralelas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo. P3 - Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então o seu determinante é nulo. P4 - Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos correspondentes de filas paralelas, então o seu determinante é nulo. OBS.: Definição de combinação linear: Um vetor v é uma combinação linear dos vetores v1, v2, ... ,vk, se existem escalares a1, a2, ... ,ak tal que: v= a1. v1+...+ ak. vk P5 - Teorema de Jacobi: O determinante de uma matriz não se altera quando somamos aos elementos de uma fila uma combinação linear dos elementos correspondentes de filas paralelas. P6 - O determinante de uma matriz e o de sua transposta são iguais. P7 - Multiplicando por um número real todos os elementos de uma fila em uma matriz, o determinante dessa matriz fica multiplicado por esse número. P8 - Quando trocamos as posições de duas filas paralelas, o determinante de uma matriz muda de sinal. P9 - Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal principal são todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal. P10 - Quando, em uma matriz, os elementos acima ou abaixo da diagonal secundária são todos nulos, o determinante é igual ao produto dos elementos dessa diagonal, multiplicado por 1 nn1 2 . detA.B det A. det B . 1 1 Observação: Como A A-1 = I, na propriedade acima, temos: det A. . det A P11- Para A e B matrizes quadradas de mesma ordem n, temos: P12- Se k , então det (k.A) = kn.detA. P13-) det (A+B) detA + detB. ab bc c a Exemplo. Se abc ≠ 0, então o determinante b c c a a b é zero. Utilizando (P5) e (P1), temos: c a ab bc a b b c c a b c c a 0a b c c a bc c aab c a ab 0 c a ab 0 . c aabbc ab bc 0 ab bc Regra de Chió: A regra de Chió é mais uma técnica que facilita muito o cálculo do determinante de uma matriz quadrada de ordem n ( n 2 ). Essa regra nos permite passar de uma matriz de ordem n para outra de ordem n – 1, de igual determinante. 2 Exemplo: Calcular o determinante associado à matriz A 5 2 3 1 4 4 3 com o auxílio da regra de Chió: 6 Passo 1: Para podermos aplicar essa regra, a matriz deve ter pelo menos um de seus elementos igual a 1. 2 3 4 Assim fixando um desses elementos, retiramos a linha e a coluna onde ele se encontra. 5 1 3 2 4 6 Passo 2: Em seguida subtraímos do elemento restante o produto dos dois correspondentes que foram eliminados (um da linha e outro da coluna): 2 (5 3) 2 (5 4) 4 (3 3) 2 (15) 6 (4 3) 2 (20) 4 (9) 13 6 (12) 18 5 . 6 5 Passo 3: Multiplicamos o determinante assim obtido por a a retiradas (neste caso, 2 linha e 2 coluna). 1i j , onde i representa a linha e det A ( 1) 22 j a coluna 13 5 ( 1) 4 78 90 12 . 18 6 Inversão de matrizes com o auxílio da teoria dos determinantes A inversa de uma matriz quadrada de ordem n pode ser calculada pela aplicação do seguinte teorema: A matriz inversa por: A 1 A 1 de uma matriz A (quadrada de ordem n) existe se, e somente se, det A 0 e é dada 1 t adjA , onde adj A é a matriz transposta da matriz dos cofatores: adj A = A . det A 2 3 A . 1 4 Solução: Determinante da matriz A: det A 24 3(1) 8 3 5 0 . Existe a inversa. Exemplo: Calcular, se existir, a inversa da matriz A 11 ( 1)11 4 4; i) Calcular os cofatores dos elementos de A: 4 3 ii) Matriz dos cofatores é dada por: A iii) Cálculo da matriz inversa: A 1 A 12 ( 1)12 1 1 A 21 ( 1)21 3 3; A 22 ( 1)22 2 2 4 3 adjA . 1 - 2 1 4 3 4 5 3 5 . 5 1 - 2 15 2 5 1 . Logo, adjA A - 2 1 adjA A 1 det A T OBS: Para encontrar um elemento da inversa, não é necessário calcular toda a matriz inversa: Exemplo: Calcular o elemento a 23 A 32 ( 1) 32 A ji det A . 1 2 3 da matriz inversa de A 4 1 1 . 2 0 3 det A (1).( 3) 2(10) 3(2) 3 20 6 23 Solução: a ij1 .(1 12) ( 1).( 11) 11 1 a 23 11 . 23 (Adaptado do material elaborado pela Profª. Viviane Carla Fortulan - Faculdade de Tecnologia de Jaboticabal) 6