Condicionamento reflexo Prof. Ana Raquel Karkow Disciplina Psicologia Experimental I 2011/1 Reflexo, estímulo e resposta • Estímulo = parte ou mudança em uma parte do AMBIENTE • Resposta = mudança no ORGANISMO • Reflexo = relação entre estímulo e resposta, na qual o estímulo elicia a resposta. S R Intensidade e Magnitude • Referem-se ao “quanto de estímulo” (intensidade) e ao “quanto de resposta”(magnitude). – Ex.: Quando entramos em uma sala muito quente, começamos a suar. – Nesse exemplo de comportamento reflexo, o estímulo é o calor (temperatura), e a resposta é o ato de suar. A intensidade do estímulo, nesse caso, é medida em graus Celsius (25, 40, 30 graus, etc.) e a magnitude da resposta é medida pela quantidade de suor produzido (10 mililitros, 15 mililitros...). Leis do reflexo • Lei da intensidade-magnitude A intensidade de um estímulo é uma medida diretamente proporcional à magnitude da resposta. Leis do reflexo • Lei do Limiar Para todo reflexo, existe uma intensidade mínima do estímulo necessária para que a resposta seja eliciada. Leis do reflexo • Lei da latência Quanto maior a intensidade do estímulo, menor a latência entre a apresentação desse estímulo e a ocorrência da resposta. Efeitos de eliciações sucessivas da resposta HABITUAÇÃO POTENCIAÇÃO • Quando um mesmo estímulo é apresentado várias vezes em curto intervalo de tempo, na mesma intensidade, podemos observar um decréscimo na magnitude da resposta. • Ex. barulho alto • Efeito oposto ao da habituação que ocorre para alguns reflexos • À medida que novas eliciações ocorrem, a magnitude da resposta aumenta • Ex.: Professor dizendo “tá?” EMOÇÕES • Muitas são respostas reflexas a estímulos ambientais. • Nascemos preparados para ter repostas emocionais quando determinados estímulos surgem no nosso ambiente. • Não sentimos medo, alegria ou raiva sem motivos – Pode ser um pensamento, uma música, uma palavra • Boa parte daquilo que entendemos como emoção diz respeito à fisiologia do organismo. – Reações fisiológicas Resumo A descoberta do reflexo aprendido • Ivan Petrovich Pavlov – Fisiologista russo – Observou que os cães aprendiam novos reflexos • Estímulos que não eliciavam respostas, passavam a eliciá-los • Descobriu que outros estímulos, além da comida, estavam eliciando salivação do cão • A simples visão da comida e o barulho dos passos de Pavlov faziam o cão salivar • Pavlov EMPARELHOU a carne e o som de uma sineta, medindo gotas de saliva produzidas Aparato experimental de Pavlov Estímulo (comida) Registro salivação EXPERIÊNCIA DE PAVLOV • Cães salivam naturalmente por comida. Pavlov chamou a correlação entre o estímulo incondicionado (comida) e a resposta incondicionado (salivação) de reflexo incondicionado. Quando um estimulo não provoca qualquer tipo de resposta, denomina-se de estimulo neutro (som da campainha). A experiência de Pavlov consistiu em associar um estimulo não condicionado (comida) com a apresentação de um estimulo neutro (som de uma campainha). Após a repetição desta associação de estímulos (60 vezes, aproximadamente) verificou que o cão aprendeu a salivar perante o estimulo que antes não provocava qualquer resposta (neutro) mesmo na ausência do estimulo incondicionado (comida). Assim este comportamento seria denominado de resposta condicionada (aprendida). 1. Som da campainha (E. neutro)-----> ausência de resposta 2. Comida (E. incondicionado) -----> Salivação (R. incondicionada) = Reflexo Incondicionado 3. Som da Campainha (E. Neutro) + Comida (E. Incondicionado) ----> Salivação (Resposta incondicionda) 4. Som da campainha (E. Condicionado) -----> Salivação (Resposta Condicionada) Experimento de Pavlov Estímulo neutro E. incondicionado Estímulo condicionado Estímulo condicionado Resposta incondicionada Resposta condicionada Condicionamento pavloviano e emoções • Se organismos podem aprender novos reflexos, podem aprender a sentir emoções – Experimento de Watson com o pequeno Albert • Emparelhou um estímulo incondicionado (som alto) com estímulo neutro (rato) para a resposta de medo – Albert APRENDEU a ter medo do rato • O motivo pelo qual “respondemos emocionalmente” de formas diferentes a mesmos estímulos está na história de condicionamento de cada um de nós. • Passamos por diferentes emparelhamentos ao longo da vida. • Dirigir na chuva e sofrer acidente – ter medo de dirigir na chuva • Comer costela de porco com molho estragado – nausear quando sentir cheiro de carne de porco Generalização • Após um condicionamento, estímulos que se assemelham fisicamente ao estímulo condicionado podem passar a eliciar a resposta condicionada. – Ex.: Pequeno Albert passa a temer coelhos, ursos de pelúcia, barba de papai Noel • A magnitude da resposta depende da semelhança entre os estímulos Extinção • A resposta reflexa condicionada pode desaparecer se o estímulo condicionado (som) for apresentado sem a presença do estímulo incondicionado (carne). • Pode-se aprender a não ter mais medo! – Através da exposição • Recuperação espontânea: a resposta pode voltar a acontecer (com magnitude mais fraca) Na prática... • O condicionamento pavloviano é utilizado para tratar fobias – Contraondicionamento: condicionar uma resposta contrária àquela produzida pelo estímulo condicionado • Tomar um xarope de Ipeca depois de fumar – Dessensibilização sistemática: dividir o processo de extinção em pequenos passos • Escala crescente da intensidade de estímulo (pensar em cães, ver fotos de cães, tocar em cães de pelúcia, observar cães diferentes...) Condicionamento de ordem superior • Parear, por exemplo, o som da campainha a um quadro negro para eliciar a salivação. Fatores que influenciam o condicionamento pavloviano Frequência de emparelhamentos: Quanto mais frequente é o emparelhamento do estímulo incondicionado com o estímulo condicionado mais forte é a resposta condicionada. Intensidade do estímulo incondicionado: Um estímulo incondicionado forte tipicamente leva a um condicionamento mais rápido. Tipo de emparelhamento: Respostas condicionadas mais fortes surgem quando o estímulo condicionado aparece antes do estímulo incondicionado e permanece quando o estímulo condicionado aparece. Grau de predição do estímulo condicionado: Um estímulo neutro que sempre é apresentado junto ao estímulo incondicionado gera um condicionamento com facilidade do que um estímulo que as vezes é apresentado e as vezes não é. • Leitura básica – Cap 2 de Moreira, M. B. (2007). Princípios básicos de análise de comportamento. Porto Alegre: Artmed.