11 PROVA ESPECÍFICA – Cargo 62 QUESTÃO 26 Em relação à hemorragia digestiva aguda alta (HDAA) e baixa (HDAB), podemos afirmar, EXCETO: a) O hemosuccus pancreaticus, habitualmente, surge no curso de uma pancreatite aguda biliar edematosa. b) As principais causas da HDAA são úlceras pépticas, lesões agudas da mucosa gastroduodenal e varizes esofagogástricas. c) Em casos de HDAB por angiodisplasias colônicas, as opções terapêuticas e profiláticas envolvem os métodos endoscópicos, uso de hormônios ou octreotida, e cirurgia. d) A aparência do sangramento é útil no esclarecimento de sua origem, mas pode induzir a erros. Como exemplo, sabe-se que lesões distais ao ligamento de Treitz podem se manifestar como hematêmese. QUESTÃO 27 O câncer do esôfago, atualmente, apresenta taxas de incidência crescentes no Ocidente, especialmente em função do aumento do subtipo adenocarcinoma. Em relação ao câncer esofagiano, podemos afirmar: a) O tabagismo e a ingestão de alimentos defumados têm forte relação com seu aparecimento. b) Entre os sintomas causados pelo câncer de esôfago, destacam-se a disfagia, odinofagia, perda ponderal e dor torácica. c) Em seu estadiamento, o tumor é avaliado quanto ao grau de invasão nas diferentes camadas do órgão, quanto à extensão longitudinal e quanto à obstrução luminal. d) Dadas as altas taxas de incidência do carcinoma de células escamosas de esôfago em nosso meio, deve-se montar um amplo programa de vigilância populacional para a detecção precoce de tumores, permitindo maiores taxas de cura. 12 QUESTÃO 28 A doença por refluxo gastresofágico (DRGE) é uma condição bastante prevalente na população geral. Em relação à DRGE, NÃO podemos afirmar: a) Em sua fisiopatologia, a falha dos mecanismos anti-refluxo, especialmente do esfíncter esofagiano inferior, tem papel crucial na maior parte dos casos de DRGE. b) O diagnóstico do esôfago de Barrett de segmento curto (<3cm) nem sempre é fácil. Para facilitar essa missão, pode-se usar a magnificação endoscópica e a cromoendoscopia. c) Clinicamente, a presença de sintomas típicos de DRGE (pirose e regurgitação), permite estabelecer o diagnóstico presuntivo da doença e propor o início do tratamento sem exames complementares em pacientes jovens sem sinais de alarme. d) Na estratégia terapêutica anti-secretora, pilar do tratamento medicamentoso, deve-se optar pelos inibidores de bomba de prótons ou antagonistas dos receptores H2. Não há nenhuma justificativa clínica conhecida para associar as duas classes de medicamentos QUESTÃO 29 Cerca de 95% das úlceras pépticas duodenais e 80% das úlceras gástricas têm relação com a infecção pelo Helicobacter pylori. Em relação a essa bactéria, podemos afirmar, EXCETO: a) A presença de metaplasia gástrica no bulbo duodenal não tem relação com o desenvolvimento de úlceras nessa topografia. b) Um dos esquemas de erradicação do H. pylori envolve o uso de um inibidor de bomba de prótons, claritromicina e amoxicilina, por sete dias. c) Entre os mecanismos patogenéticos da úlcera péptica relacionada ao H. pylori, cita-se o aumento da liberação de gastrina pelas células G do antro. d) Como opção de retratamento em caso de falha numa primeira tentativa, tem-se, entre outros, o uso de inibidor de bomba de prótons, sal de bismuto, furazolidona e amoxicilina, por até 14 dias. QUESTÃO 30 Em relação às parisitoses intestinais, é INCORRETO afirmar: a) Na oxiuríase, podem ocorrer sintomas ginecológicos. b) O tratamento da criptosporidíase deve ser realizado com a espiramicina. c) A hiperinfecção na estrongiloidíase pode apresentar elevada taxa de mortalidade, apesar de tratamento adequado. d) A ascaridíase tem ciclo pulmonar e pode assumir formas extra-intestinais graves, como acometimento de vias biliares e sistema porta. 13 QUESTÃO 31 Na investigação de quadros diarréicos crônicos, devem-se observar os seguintes aspectos, EXCETO: a) Tentar diferenciar padrões de diarréia alta e baixa. b) Considerar primeiro a possibilidade de doença funcional. c) Na dependência de determinados aspectos clínicos, valer-se da pesquisa de gordura fecal. d) Estabelecer um algoritmo detalhado, orientado predominantemente a partir de parâmetros laboratoriais. QUESTÃO 32 Em relação à Doença de Crohn, pode-se afirmar: a) O tratamento medicamentoso envolve o uso de corticosteróides, imunomoduladores, aminossalicilatos e antimicrobianos. b) O estudo genético contribui de forma significativa para a caracterização da doença e seu manejo terapêutico. c) Seu quadro clínico é marcado pela diarréia, sendo mais raro o surgimento de dor abdominal. d) Acomete quase todo o tubo digestivo, poupando apenas a boca, o estômago e o ânus. QUESTÃO 33 Em relação à litíase biliar, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO: a) A lama biliar é considerada precursora da litíase biliar. b) Mais de 60% dos portadores de cálculos biliares são considerados muito sintomáticos e irão necessitar de intervenções terapêuticas. c) Entre as complicações da litíase da via biliar principal, citam-se a colangite, a pancreatite aguda, o abscesso hepático e a cirrose biliar secundária. d) A colecistectomia videolaparoscópica é o tratamento de eleição da colelitíase sintomática para os pacientes que não apresentam contra-indicações ao procedimento. 14 QUESTÃO 34 Em relação aos tumores gástricos, podemos afirmar: a) A gastrectomia parcial com anastomose à Billroth II é considerada uma condição precursora do adenocarcinoma gástrico. b) A classificação morfológica de Borrmann do tipo III refere-se aos tumores infiltrativos e vegetantes, com grande projeção intraluminal. c) Pólipos adenomatosos não apresentam correlação com desenvolvimento de neoplasia gástrica, diferentemente do que é observado nos tumores colorretais. d) O diagnóstico de adenocarcinoma gástrico precoce implica em lesão restrita à mucosa e submucosa, sem atingir a camada muscular própria e sem acometimento metastático linfonodal. QUESTÃO 35 A retocolite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal crônica, com manifestações clínicas diversas. Em relação a essa doença, podemos afirmar: a) Os derivados aminossalicílicos contendo o 5-ASA são menos tóxicos que a sulfassalazina, mas não podem ser usados topicamente na proctite. b) O megacólon tóxico é uma complicação grave, mas raramente leva a perfuração ou toxemia. O tratamento é baseado na aplicação de enemas de prednisona e jejum. c) A sulfassalazina é formada pela união de sulfapiridina e 5-ASA. A maior parte de uma dose oral chega intacta ao cólon, onde as moléculas são separadas e a ação antiinflamatória local é exercida. d) Entre as manifestações extra-intestinais, as complicações oculares são as mais freqüentes. QUESTÃO 36 Em relação aos tumores colorretais, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO: a) Para pacientes operados com tumores em Estágio I da classificação TNM (T1 ou T2; N0; M0), a quimioterapia adjuvante habitualmente não é recomendada. b) A dosagem do antígeno carcinoembriogênico (CEA) tem utilidade na avaliação de resultados terapêuticos e detecção precoce de metástases após cirurgias. c) Em pacientes com risco habitual, o rastreamento deve ser iniciado aos 60 anos de idade, valendo-se de pesquisa de sangue oculto nas fezes a cada dois anos. d) A sede mais comum de metástases do câncer colorretal é o fígado. A ressecção dessas metástases aumenta as taxas de sobrevida em grupos selecionados. 15 QUESTÃO 37 A síndrome do intestino irritável (SII) é bastante prevalente e demanda freqüente atenção do sistema de saúde. Em relação a essa síndrome, podemos afirmar, EXCETO: a) Os principais fatores desencadeadores e perpetuadores dos sintomas são a dieta e o estresse psicológico. b) A SII com predominância de diarréia costuma apresentar excelente resposta terapêutica aos agentes serotoninérgicos agonistas dos receptores 5HT4, como o tegaserode. c) Os antiespasmódicos têm papel importante no manejo terapêutico medicamentoso da SII, seja por agir na musculatura lisa, seja por modular a sensibilidade visceral. d) Caracteristicamente, envolve quadros de dor abdominal com alterações do hábito intestinal, distensão ou sensação de distensão abdominal, mucorréia, além de sintomas digestivos não-colônicos e sintomas não-digestivos. QUESTÃO 38 Todas as condições clínicas estão relacionadas ao acometimento digestivo na AIDS e infecção pelo HIV, EXCETO: a) b) c) d) Leucoplasia pilosa. Infecção pelo Clonorchis sinensis. Lesões aftóides idiopáticas do esôfago. Infecção hepática pelo Pneumocystis carinii. QUESTÃO 39 Em relação à etiopatogenia da cirrose hepática, todas as afirmativas estão corretas EXCETO: a) A síndrome de Budd-Chiari se instala de forma aguda ou crônica e pode levar ao desenvolvimento de cirrose hepática. b) Alfa-metildopa, isoniazida e diclofenaco são exemplos de drogas capazes de induzir lesão hepática que pode evoluir para cirrose. c) Entre as causas metabólicas de cirrose, citam-se a doença de Wilson, hemocromatose hereditária e porfiria cutânea tarda. d) A colangite esclerosante primária é uma causa biliar de cirrose que acomete, preferencialmente, mulheres jovens, com altos títulos de anticorpos antimitocôndria. 16 QUESTÃO 40 São achados fisiopatológicos, clínicos e laboratoriais habitualmente presentes na cirrose hepática, EXCETO: a) Alterações de mecanismos de defesa imunológica, com depressão funcional do sistema reticuloendotelial e dos granulócitos, queda dos níveis de complemento sérico e deficiência de imunidade celular. b) Eritema palmar, ginecomastia e atrofia testicular. c) Hipertensão porta, redução do débito cardíaco e aumento da resistência vascular arteriolar esplâncnica. d) Elevações de aminotransferases, habitualmente até cinco vezes o limite superior da normalidade, geralmente predominando valores de AST sobre ALT. QUESTÃO 41 As hepatites virais têm ganhado maior relevância clínica nas últimas décadas, com o advento de modernos métodos diagnósticos e o surgimento de medicamentos comprovadamente eficazes. Em relação a esse grupo de doenças, podemos afirmar: a) A detecção do anti-HCV por ELISA na hepatite C é bastante específica, mas pouco sensível. b) Em pacientes com hepatite aguda e icterícia, é comum o prolongamento do tempo de protrombina. c) Na hepatite B, a presença do anti-HBs e a ausência do HBsAg indicam infecção resolvida ou vacinação bem-sucedida. d) Entre os diagnósticos diferenciais das hepatites virais agudas, devem-se considerar infecções por vírus não-hepatotrópicos, como Epstein-Barr, poliovírus e o vírus JC. QUESTÃO 42 A hepatite aguda fulminante tem alto índice de mortalidade, se não tratada. Em relação a essa síndrome, podemos afirmar, EXCETO: a) Entre as causas metabólicas, citam-se a síndrome de Reye e a esteatose hepática aguda da gravidez. b) Conceitualmente, só ocorre em pacientes com fígado previamente normal. Doença hepática prévia afasta diagnóstico de hepatite aguda fulminante. c) O surgimento de coma na encefalopatia hepática no curso da hepatite aguda fulminante é um fator decisivo para a indicação do transplante hepático de emergência. d) Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na evolução clínica grave relacionam-se à insuficiência hepatocelular, com desenvolvimento de falência de múltiplos órgãos, hipoglicemia, coagulopatia e distúrbios neurológicos centrais. 17 QUESTÃO 43 Em relação às colecistites agudas, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO: a) O sinal de Murphy é considerado patognomônico de colecistite aguda. b) Na maioria dos casos, deve-se optar pelo tratamento cirúrgico precoce, reservando as operações tardias para casos selecionados. c) A síndrome de Mirizzi pode ocorrer em função de compressão coledociana ou do ducto hepático comum (tipo I) ou de fistulização colecistocoledociana (tipo II). d) A colecistite aguda acalculosa pode estar relacionada a obstruções do ducto cístico e a situações clínicas graves, como politraumatismos e queimaduras extensas. QUESTÃO 44 Em relação à pancreatite aguda, podemos afirmar, EXCETO: a) Na pancreatite aguda necrotizante grave, geralmente as duas primeiras semanas cursam com síndrome da resposta inflamatória sistêmica. Infecções sobre a necrose habitualmente se estabelecem mais tardiamente. b) O abscesso pancreático costuma ser menos grave que a necrose infectada, em função da presença de parede limitando uma loja e facilitando a drenagem cirúrgica daquele. c) A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica com papilotomia realizada nas primeiras 72 horas reduz a morbidade e mortalidade de pacientes com pancreatite e sinais de obstrução da via biliar principal. d) A antibioticoterapia profilática tem auxiliado a reduzir as taxas de mortalidade em pacientes com pancreatite edematosa. QUESTÃO 45 São consideradas complicações da pancreatite aguda, EXCETO: a) b) c) d) Hipercalcemia. Necrose colônica. Nódulos subcutâneos. Retinopatia de Purtscher. 18 QUESTÃO 46 A pancreatite crônica é uma doença cuja etiologia está freqüentemente associada ao elevado consumo de álcool. Em relação à pancreatite crônica, podemos afirmar: a) A pancreatite crônica obstrutiva é a forma mais comum de pancreatite crônica. b) A pancreatite crônica hereditária ou familial é um subtipo de pancreatite crônica inflamatória. c) O principal determinante de indicação cirúrgica na pancreatite crônica é o controle da insuficiência exócrina; d) Trombose da veia esplênica e desenvolvimento de varizes gástricas podem ocorrer em pacientes com pancreatite crônica. QUESTÃO 47 Sobre os tumores pancreáticos, estão corretas as afirmativas, EXCETO: a) A pancreatite crônica é um fator de risco para o desenvolvimento de câncer pancreático. b) Diarréia e sintomas depressivos são achados clínicos descritos em pacientes com câncer pancreático. c) A combinação das dosagens de CA 19-9 e CA 494 é útil no rastreamento de populações de alto risco para câncer pancreático, com valores preditivos positivos superiores a 98%. d) O sinal de Courvoisier e o gânglio de Troisier são sinais físicos possíveis de serem encontrados em pacientes com adenocarcinoma do pâncreas. QUESTÃO 48 Em relação às gastrites, podemos afirmar: a) A gastrite eosinofílica costuma entrar em remissão clínica e histológica após erradicação do H. pylori. b) A gastrite crônica auto-imune, geralmente, atinge o corpo e fundo gástricos e cursa com hipocloridria e hipovitaminose B12. c) A gastrite flegmonosa aguda, geralmente, surge como complicação de uma úlcera gástrica e evolui de forma insidiosa, com tendência à cronificação. d) A gastrite crônica associada ao H. pylori é, habitualmente, responsável por sintomas dispépticos, que são aliviados, na grande maioria dos pacientes, após erradicação do agente etiológico 19 QUESTÃO 49 Em relação à doença diverticular do cólon, podemos afirmar, EXCETO: a) A complicação mais comum da doença diverticular do cólon é a hemorragia digestiva baixa. b) A principal indicação de tratamento cirúrgico na doença diverticular são as crises de diverticulite aguda. c) Em casos de diverticulite aguda, a perfuração livre é mais rara que casos de microperfuração tamponada. d) Os divertículos podem ocorrer ao longo de todo o intestino grosso, mas predominam maciçamente no descendente e sigmóide em nosso meio. QUESTÃO 50 Em relação às hepatites virais crônicas, podemos afirmar: a) O surgimento de mutantes YMDD durante tratamento da hepatite B com interferon pode ser abordado com a troca de tal fármaco pela lamivudina. b) Na hepatite C, presença de genótipo tipo 1 e viremia baixa são fatores preditivos de boa resposta terapêutica ao interferon alfa 2a ou 2b. c) Púrpura de Henoch-Schönlein e glomerulonefrites são possíveis manifestações extra-hepáticas da infecção crônica pelo vírus da hepatite B. d) No tratamento da hepatite C, o uso de interferon peguilado associado à ribavirina deve ser mantido por 48 semanas, independente do genótipo do VHC. ATENÇÃO COM SUA ESCRITA HABITUAL, TRANSCREVA, PARA O ESPAÇO RESERVADO PELA COMISSÃO, NA FOLHA DE RESPOSTAS, A SEGUINTE FRASE: Responsabilidade social: é prioritário que todas as empresas sejam responsáveis pelo bem-estar de sua comunidade.