HEPATITES AGUDAS E CRÔNICAS - Inflamação do fígado caracterizada por necrose focal ou difusa afetando os ácinos. -Etiologia: -Virais: (A, B, C, D, E, G; mononucleose, febre amarela, CMV etc) -Tóxicas: (álcool, clorofórmio, metais pesados, tetraciclinas,Fósforo, cloranfenicol, halotano, isoniazida - Infecciosas: (leptospirose, tuberculose, etc) HEPATITES VIRAIS: - universal, ↑ freq, endêmica, pode causar surtos epidêmicos, ♀ = ♂ Vírus – A - Incubação: 15-45 dias. Infectividade das fezes vai de 3 dias antes à 14 dias do início dos sintomas. - Idade: qualquer idade, + em < 15 anos - Transmissão: fecal-oral (homem, moscas, baratas), alimentos (leite, saladas, frutas, mariscos, ostras) e água - Ausência de portador crônico, não evolui para cronicidade Vírus – B: - Incubação: 40-180 dias. Infectividade: semanas antes dos 1º sintomas, continua na fase aguda, pode durar anos com o portador crônico. Tendência p/ cronicidade. - Transmissão: via parenteral (inoculação em iatrogênicas, barbeiros, manicures,tatuagem, acupuntura, leite, saliva, Lágrima, secreção nasal ou vaginal, ascite, esperma), via sexual (homossexuais e prostitutas), via maternal ( +3º tri, via transplacentária, sangue ingerido p/criança no parto, aleitamento), via oral: alimentos/água contaminados; beijo. Vírus – C: -Incubação: 15-180 dias. Presente no sangue 1-2 meses antes dos sintomas. Tendência alta p/cronicidade. -Transmissão: via parenteral. Controvertida a via sexual. Possibilidade de transmissão intra-uterina. 90% das hepatites pós-transfusionais, 48-90% via EV nos drogados, 65% nos hemofílicos e talassêmicos. -Evolução: 60% cronifica e desses, 50% evolui p/cirrose em 20-25 anos Vírus – D: -Altamente patogênico por sua ação citopática. Depende do VHB para sua síntese e replicação. Depende de infecção simultânea ou de superinfecção pelo VHD em portadores ou com hepatite VHB. - Transmissão: via parenteral (toxicômanos, politransfundidos, homossexuais, hemodialisados - grupos de risco HB) Uso de objetos pessoais (barbeador, manicure) Vírus – E: - Responsável por surtos epidêmicos (enchentes) - Incubação: 14-36 dias. Não evolui para cronicidade. - Transmissão: fecal-oral. Alta mortalidade em gestantes, + no 3º trimes. Vírus – G: -Transmissão: via parenteral -tendência para cronicidade, porém, de pouca repercussão. PROPRIEDADES DOS VIRUS DAS HEPATITES HUMANAS: A B C D E G Propriedades Transmissão Cronicidade Oncogenicidade Curso Fulminan Vacina Oralfecal Não Não Raro Sim Parenteralsexual Sim Sim Raro Sim Parenteral Parenteral Sim Sim Raro Não Sim ? Incomum Sim Oralfecal Não Não Gestação Não Parent Sim Não Não Não MARCADORES VIRAIS: VIRUS ANTÍGENO ANTICORPO MARC. REPLICAÇÃO A----------------------- -------------------------- ------------- Anti-VHA-IgM e G B------------- HBs Ag------------ Anti-HBs----------------------------------------------------------- Anti-HBc-IgM-----------VHB-DNA PCR ------ ------- Anti-HBc-IgG----------- (reação em cadeia da polimerase) HBe Ag----------- Anti-Hbe----------------------------------------------C------------------------------ -----Anti-VHC--------------- VHC-RNA D------------------------------ -----Anti-VHD-IgM-----------------------------------------------Anti-VHD-IgG----------------------------------------E --------Anti-VHE-IgM----------------------------------------G----------------------------------------------------------------VHG-RNA QUADRO CLÍNICO DAS HEPATITES AGUDAS: 1-FORMA INAPARENTE OU ASSINTOMÁTICA: -sem sintomatologia clínica, mas exames com alterações hepáticas -descobertas casuais em contactantes, transfundidos, doadores, pré-cirúrgicos. -pode evoluir para a cronicidade nos portadores de VHC 2-HEPATITE ICTÉRICA: **Período pré-ictérico:(3-7 dias): # Sint. gerais: febre ↓, astenia, mialgias, artralgias, cefaléia, “rash” urticariforme (VHB) # Sint.dispépticos: anorexia, náuseas, vômitos, plenitude, dor ↓ epigástrio **Período ictérico:(+-30 dias, ou 6m ou +): #icterícia de grau variável, precedida de colúria e/ou hipocolia fecal; desaparece a febre como também os sintomas gerais e dispépticos 3-HEPATITE ANICTÉRICA: -apenas os sintomas gerais e dispépticos -freqüente nos surtos epidêmicos -risco de evolução para a cronicidade nos casos dos vírus B e C EXAME FÍSICO: -incaracterístico e de acordo com a resposta do doente, achados gerais (acima) -pode haver discreta hepatomegalia dolorosa à palpação EXAMES COMPLEMENTARES: - Diagnosticar as alterações hepatocelulares: transaminases (TGO e TGP),biópsia hepática (quando indicada) - Avaliar as funções hepáticas: bilirrubinas, TAP, proteinograma eletroforético - Estudar as condições do fluxo biliar: colesterol total, FA, gama-GT - Identificar o tipo de vírus: marcadores virais FORMAS CLÍNICAS DE EVOLUÇÃO: 1-Hepatite aguda benigna: (95%), ictérica ou anictérica, evoluindo para a cura em 1-2 m 2-Hepatite aguda prolongada: clínica benigna, cura após 3 m, biópsia hepática indispensável p/ caracterização e exclusão de forma crônica 3-Hepatite recorrente: acentuação da icterícia quando tudo caminhava para a normalidade, ou pela repetição do quadro em surtos aparentemente independentes;necessário a biópsia hepática para excluir cronicidade 4-Hepatite colestática: icterícia com prurido, fezes acólicas; necessário US ou CPER para diag.dif com as colestases obstrutivas nos pcts idosos, evolução habitual para a cura. 5-Hepatite fulminante ou grave: (1-5%); ↑ progressivo dos sintomas gerais e icterícia, vômitos, sonolência, torpor, agitação; sinais de: asterixis ou flapping tremens, Babinski +, ↓ do fígado, ↑progressivo das bilirrubinas e ↓ das transaminases, ↑ TAP, leucocitose e hiperamoniemia; Mtos óbitos p/coma, hemorragia, s. hepato-renal. 6-Hepatite subaguda: rara, necrose submaciça multilobular e formação de pontes entre os espaços porta e as veias centrolobulares, ao lado de sinais de regeneração hepática; ascite e hemorragias;evolui para forma crônica ativa, cirrose e/ou morte em 4 meses PROFILAXIA: -Medidas gerais: a) p/ transmissão fecal-oral: sistema de água e esgoto; higiene individual; cuidados c/ alimentos; controle de insetos b) p/ transmissão parenteral: ↓ transfusões, seringas descartáveis, esterilização de instrumentos, educação hospitalar; seleção de doadores (excluir os HbsAg e Anti-HBc+, HCV+ ou os c/ TGP >45 U) -Medidas Específicas: Hepatite A: imunização passiva com Imunogl. humana normal (dá imunidade por 5 meses) e imunização ativa com vacina anti-VHA (prot. durad.) Hepatite B: imunização passiva com imunogl específica p/ Hep B (IGHB) na prevenção da transmissão vertical, perinatal, contato sexual com portador de VHB, após acidente de trabalho na saúde; imunização ativa com vacina plasma-derivada e DNA recombinante TRATAMENTO: -Repouso: ficar em casa e com repouso discreto;pequenos trabalhos de estudos ou burocráticos -Dieta: normal e de acordo com a fase de queixas gerais (abster-se de álcool) -Medicamentos: para controle dos sintomas gerais e dispépticos HEPATITES CRÔNICAS - Reação inflamatória do fígado que persiste sem melhoras pelo prazo mínimo de 6 meses. - Etiologia: -Viral: B,C,D,G -Medicamentosa: metildopa, isoniazida, aspirina, nitrofurantoina, fenilbutazona, etc -Metabólica: d.de Wilson, deficiência de alfa-1 anti-tripsina -Alcoólica -Idiopática: criptogenética, Auto-imune -Patogenia: --Ação tóxica direta: ação citopática (VHB) --Resposta imunológica: resposta do pct aos Ags virais dependente de ↓↑ da membrana do hepatócito e da produção de Ac. Estímulo dos LT (imunidade cel) e LB (imunidade humoral). -ausência de resposta imunitária: vírus se reduplica e parasita novos hepatócitos sem gerar necrose e manf clinicas - resposta imunitária normal: lise dos hepatócitos parasitados com manif. clínicas,e imunidade duradoura diante do Ag hepatite aguda; - resposta imunitária deficiente: agressão aos hepatócitos é insuficiente para a destruição de todos = equilíbrio entre hepatólise e agressão de novos hepatócitos perpetuando-se o processo: hepatite crônica. CLASSIFICAÇÃO HISTOPATOLÓGICA: - Hepatite crônica persistente - Hepatite crônica ativa ASPECTOS GERAIS E TIPO DO VÍRUS: ## Hepatite B: -+-90% evolui para a cura, + se evoluir p/ cronicidade, a > parte é p/ crônica persistente e +-3% é p/ crônica ativa, - 20-40% dos doentes tiveram manifestação clínica aguda; cronificação em +-90% quando infecção em RN - (Silva), o VHB foi responsável por 24,5% das hepatites crônicas. - Persistência do antígeno “e” (HbeAg) prenuncia evolução para hepatite crônica ativa; - pouco comum evolução p/ cirrose - regressão do processo pode ocorrer após soro-conversão do HbeAg para o seu Ac (anti-HBe) até em 20% dos casos ## Hepatite C: - Hep aguda C pode evoluir nos jovens para hepatite crônica persistente e nos > 40 anos, p/ hepatite crônica ativa - difícil estabelecer o início da infecção; +-60% das hepatites crônicas são VHC positivas ## Hepatite D: - 95% do superinfectados (portador de VHB infectados pelo VHD) progridem para cronificação - Infecção crônica pelo VHD: principal causa de cirrose na Amazônia e em outras regiões, em cçs e adultos jovens ## Hepatite Criptogênica: - provavelmente depende de um vírus ainda não identificado - apresenta-se com hepatite crônica persistente ou ativa QUADRO CLÍNICO: ## Hepatite Crônica Persistente lobular: - assintomático ou astenia, anorexia, e sintomas vagos, com ex. físico c/ discreta hepatomegalia - laboratório: transaminases +/- de 200 U e a albumina, globulinas e TAP são normais ## Hepatite Crônica Ativa: - assintomática - icterícia insidiosa ou súbita como nas agudas, sintomas de insuf. Hepática (ascite, edemas,astenia, anorexia, emagrecimento, desconf. Abdominal), artralgias, erupções cutâneas - exame físico: hepatomegalia e em 50%, esplenomegalia - laboratório: ↑ bilirrubinas, gamaglobulinas e transaminases > 200 U. Pode haver hipoalbuminemia e ↑do TAP ASPECTOS CLÍNICOS DIFERENCIAIS ENTRE PERSISTENTE E ATIVA: Aspectos: Icterícia Esplenomegalia Transaminases Gamaglobulina Persistente: Quase sempre ausente Não Inferior a 200 U Nos limites do normal Ativa: Quase sempre presente Em 50% dos casos Superior a 200 U Aumento nítido DIAGNÓSTICO: Deve ser suspeitado:- persistência de alterações bioquímicas > de 3 meses e ↑ transaminases em exame rotineiro - clínica aguda com hipoalbuminemia, hipergamagl., TAP> // Laparoscopia e Biópsia * TRATAMENTO: -Medidas gerais -Medicamentoso: Interferon-alfa e Peguilado: controla a replicação viral, é uma proteína com efeitos antivirais, antiproliferativos e imunomoduladores, ↑ capacidade d combate à bactérias, parasitas e vírus. -contra-indicações: cirrose hepática descompensada, leucopenia e/ou plaquetopenia acentuada, história recente de infec.bacteriana repetida,distúrbios psíquicos evidentes, hepatite auto-imune,dose eficaz: 3-9 SC ou IM, 3 x sem.durante 3-6 meses -efeitos colaterais: 1ºs dias: febre, calafrios, mialgias e cefaléia/ + tarde: indisposição, alopécia, tremores ## Tratamento da Hepatite crônica B: - todos pcts, c/ Hpt B persistente ou ativa, com sinais de replicação viral devem ser tratados p/ evitar evolução para cirrose ou hepatocarcinoma, como também evitar ser contaminante - deve-se fazer o diagnóstico de replicação viral pela presença de HbeAg + ou PCR-DNA do VHB - medicamento: Interferon-alfa:.dose: 6-9 MU 3 x semana por 3-6 meses Lamivudina: 100 mg/dia (risco de mutação viral) Adefovir: 10 mg/dia Entecavir: 0,5-1,0 mg/dia -os pacientes são classificados: a) não respondedores: quando os marcadores de replicação viral não se alteram b) respondedores: desaparecimento dos marcadores c) transitórios: com a suspensão reaparecem os marcadores virais d)parciais: negativação com persist. de HbsAg e)completos ## Tratamento da Hepatite crônica C: - + sensível ao Interferon do que a B - INF STANDARF 3 MU 3 x semana por 6 meses. Se boa resposta, usar 1/2 da dose por +6 meses p/ reduzir a possibilidade de recidiva nos genótipos 2 e 3. - INF-PEG – 180 ug/SC/ semana no genótipo 1. - RIBAVIRINA 250mg: 1gr/dia (<70kg) 1,2gr (>70kg) - o diagnóstico de replicação viral é feito pela presença de PCR- RNA do VHC - o monitoramento do tratamento é feito pela TGP: considera-se: .resposta completa: normalização da TGP .resposta parcial: TGP cai abaixo de 50% em relação ao inicial .resposta ausente: não há modificação nos níveis de TGP -nas verificações a longo prazo (TGP): .ausência de resposta (usar outro antiviral). É ineficaz aumentar o Interferon. . resposta completa com recaída persistente ou temporária (reavaliar e repetir o tratamento c/Interferon .resposta completa e persistente ( repetir TGP e se possível, o PCR-RNA do VHC, de 3/3 meses e biópsia hepática 6 e 12 meses após o Interferon) ##Tratamento da Hepatite crônica D: Interferon-alfa: 9-10 MU 3 x semana por 1 ano ou até desaparecimento do HbsAg no soro e/ou de anti-VHD-IgM. ICTERÍCIA **Metabolismo das bilirrubinas: - destruição das hemácias - Bilirrubina Indireta: lipossolúvel e é convertida em Direta no hepatócito, vai para os canalículos biliares e é hidrossolúvel **Hiperbilirrubinemia • Superprodução de bilirrubina • Déficit na captação, conjugação ou excreção de bilirrubina • Regurgitação de bilirrubina (I ou D) por hepatócitos ou ductos biliares danificados **Diagnóstico diferencial: analisar laboratório - ↑ BI: superprodução ou déficit de conjugação - ↑ BD: d.genética que ↓ de bilirrubina; pode ter colestase intra-hepática, extra-hepática ou lesão dos hepatócitos HIPERBILIRRUBINEMIA INDIRETA ISOLADA: • Eritropoiese inefetiva: deficiências de ferro, ácido fólico, B12, talassemia • Doenças Hemolíticas – Congênitas: esferocitose, eliptocitose, deficiência de G6PD, anemia falciforme – Adquiridas: anemias microangiopáticas adquiridas, hemoglobinúria paroxística noturna Drogas: Rifampicina, probenecid e Ribavirina Condições congênitas: Crigler Najar I e II e Gilbert Crigler Najar I deficiência completa UDP- glucoronil-transferase, neonatos, BT > 20 mg/dl,Kernicterus: paralisia oculomotor, surdez central, convulsões, ataxia, RM, espasticidade,Transplante,Terapia gênica? II Deficiência parcial UDP-glucoronil-transferase (< 10%),Induzida por fenobarbital, BT 6-25 mg/dl Kernicterus em doenças, cirurgia,Transplante,Terapia gênica? Gilbert Atividade reduzida da UDP-glucoronil-transferase (~30% normal),BT < 6 mg/dl,melhora com fenobarbital 7% população, maior em homens,aumentada em jejum, stress HIPERBILIRRUBINEMIA DIRETA ISOLADA Condições congênitas: Rotor e Dubin Johnson Dubim Jhonson icterícia intermitente, autossômica recessiva, alteração gene “multiple drug resistance 2”(MDR2) Rotor Falha captação? Estocagem?Autossômica,Ausência de pigmentação nos hepatócitos,benigno -Enzimas hepatocelulares: ALT, AST, fosfatase alcalina e gama GT -US normal: colestase intra-hepática -Pedir anticorpo -Colangite esclerosante 1ªria: + em homens e em doença de Crohn Exames: -Hep A – HAV IgM -Hep C – Anti HCG -Hemocromatose -- ferritina - Hep auto immune – eletroforese de proteína, FAN, biópsa -d. Wilson – Cobre urinário de 24h CASOS • 1) ♂, 32 anos, astenia e icterícia há 5 dias, piora progressiva. Sem história de colúria ou acolia fecal. Nega história prévia de hemotransfusão, uso de drogas. Etilista de 1 lata de cerveja/d por 10 anos. Ex físico:REG, hipocorado ++/4+, ictérico ++/4+, hidratado.AC: RCR 2T SS BNF,AP: MV+, SRA,Abd: flácido, RHA+. Sem massas ou visceromegalias.Sem estigmas de hepatopatia crônica. Exames laboratoriais:Hb: 8,1 g/dl Ht: 24,3% Leucocitos: 6000 (dif nl) Plaquetas: 240000;BT: 5,1 mg/dl;BD: 0,5 mg/dl;BI: 4,6 mg/dl;AST: 34 UI/ml;ALT: 32 UI/ml;Fosfatase Alcalina: 108 mg/dl;Gama-gt: 32 UI/ml R: tem cirrose alcoólica e a icterícia é indireta • 2) ♀, 17 anos, evoluindo há 7 dias com astenia, vômitos, dor em hipocôndrio direito, icterícia, colúria e acolia fecal. Sem episódios de icterícia prévia, hemotransfusão e uso de drogas EV. REG, corada, hidratada, ictérica +++/4+;AC e AP normais;Abd: flácido. RHA+. Fígado palpável a 5 cm de RCD, doloroso à palpação;Sem estigmas de hepatopatia crônica. Anti-HAV IgM +;Anti-HAV IgG +;HbsAg –;Anti-HBc IgM –;Anti-HBc IgG +;Anti-HBs +;Anti-HCV – R: tem bilirrubina direta CIRROSE HEPÁTICA -Processo hepático difuso, onde há alteração estrutural do fígado, com formação de nódulos envoltos por fibrose -Cels estreladas em vez de sofrerem apoptose, permanecem ativas, levando a quimiotaxia de leucócitos e fibrose -Fígado cirrótico: capilarização dos sinusóides hepáticos, diminui fluxo sg, retenção de bile e colestase e aumento na resistência intra hepática (hipertensão portal) CLASSIFICAÇÕES: Morfológica: #Micro nodular: > 3 mm,menor capacidade de regeneração,alcool, desnutrição, ↑ idade #Macro nodular: grandes septos fibrosos # Mista Etiológica: # viral: B, C, D # alcoólica # metabólica: hemocromatose, Wilson, Def de alfa anti tripsina, galactosemia, tirosinase congênita, esteatohepatite ñ alcoólica, bypass intestinal # Colestase prolongada: cirrose biliar 1ªria, colangite esclerosante 1ªria e 2ªria # Auto imune # Cirrose infantil da Índia (chás) # Obstrução do fluxo venoso: d.veno oclusiva, Budd Chiare, pericardite constritiva # Drogas: metotrexate, amiodarona, metildopa Clínica: #Compensada #Descompensada:Falência hepática,Hipertensão portal,Sinais de descompensação,Ascite, HD, Encefalopatia, Colestase DIAGNÓSTICO -Anátomo-patológico -Clínico-laboratorial:Icterícia, ascite, aranhas vasculares, hepatomegalia,Varizes esofágicas,Hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia,USG, TC, RNM,Laparoscopia, cirurgia aberta MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -Icterícia: hepatite alcoólica, hemólise, infecção bacteriana, drogas, hepatocelulares / colestáticas,Falência hepatocelular - Febre: infecção (ITU, PBE, empiema, meningite, sinusite),Inflamação (citocinas),Hepatocarcinoma - DM, esteatorréia (pancreatite, redução na secreção de sais biliares),desnutrição,redução da ingesta,aumento no metabolismo basal -Supercrescimento bacteriano:Ascite,Idade avançada,Uso de IBPs ou bloqueadores H2 - Úlcera péptica:70% assintomáticos,H. pilory - Colelitíase:Cálculos pigmentares - Cardiovasculares:menor incidência doença coronariana,Aumento no débito cardíaco e FC, ↓na RVP e PA, Vasodilatação esplâncnica e disautonomia - Pulmonares:hidrotórax, Síndrome Hepato-pulmonar (hipoxemia) - Hematológicas:hiperesplenismo,deficiência de vitamina B12, ácido fólico,coagulopatia (ñ responsiva à vit K) - Renais: síndrome hepato-renal ,vasoconstricção renal - Child-Pugh (classificação) TERAPÊUTICA ANTI-FIBRÓTICA -Cura da doença primária, reduzir a inflamação e resposta imune,Aumentar a degradação da fibrose - inibir atuação das cels estreladas, bloquear resposta fibrogênica, proliferativa, contrátil e pró-inflamatórias e estimular apoptose ________________________________________________________________________________________ HIPERTENSÃO PORTAL - Causas: infra hepáticas (veia porta e veia esplênica) e supra hepáticas NO CIRRÓTICO: - resistência ao fluxo portal - proliferação de miofibroblastos - desenvolvimento de colaterais sistêmicas (cabeça de medusa) - pct com varizes esofágicas, hemorroidárias e gástricas, e gastropatia hipertensiva e cabeça de medusa, ascite, encefalopatia hepática (desvio da circulação –shunt portosistemico, falência hepatocelular) TTO: ** HDA por varizes de esôfago: - manter hematócrito 25 – 30% - antibioticoterapia p/ profilaxia de infecções (quinolonas) - profilaxia de encefalopatia hepática (lactulose) laxante osmótico - 1ª linha: EDA (ligadura elástica, escleroterapia), associada a drogas (somatostatina, terlipressina) - 2ª linha: TIPS (stent dentro do fígado, mto $) - 3ª linha: balão esofágico Sangstoken (2 partes: esôfago/estômago, com SNG, encher parte gástrica 200ml ar e tracionar o balão) -Tto cirúrgico: porto-cava (ñ + usada), derivação espleno-renal (melhor) Profilaxia de ressangramento - 1ª linha: Beta bloqueador (propranolol) ou ligadura endoscópica - 2ª linha: ligadura + drogas (beta – bloqueador) - 3ª linha: TIPS / cirurgia shunt ASCITE - Diagnóstico por piparote, macicez móvel e US Causas: - cirrose (80 – 85%) hepatopatia crônica - neoplasia (10%) - ICC (3%) - TB (1%) - nefrogênica –diálise - Insuf. Hepat. Aguda (<1%) - pancreática (<1%) - biliar (<1%) - rompimento linfático ASCITE EM CIRRÓTICOS: Cirrose hepática compensada: 30% em 5 anos;Cirróticos com ascite: 50% sobrevida em 1 ano (sem ascite: 90%);Mau prognóstico em ascite refratária e síndrome hepato-renal Diagnóstico diferencial: - GASA (Gradiente Albumina Soro Ascítico) -- ≥ 1.1: hipertensão portal: cirrose, PBE, ICC -- ≤ 1.1: CA peritoneal, TB peritoneal, síndrome nefrótica, ascite pancreática TTO - balanço Na negativo - reduzir hipertensão sinusoidal - remover fluido intra peritoneal e expandir volume intra vascular - diuréticos: -- espironolactona: reabsorção Na TD e DC, hiperaldosteronismo no cirrótico, 100-400mg/dl, ginecomastia, encefalopatia hepática, ↓ vol intravascular -- furosemida: 40-160mg/dl, ↓vol intravascular, encefalopatia hepática, ↓Na OS: fazer Na urinário 24h: se <20 ou > 40 = 100mg (espironolactona) -paracentese abd: flanco esquerdo, retirada <5l, expansores plasmáticos coloidais Retirada >5l albumina (6-8g/l removido), só repõe albumina qdo tirar >5l Complicação: - peritonite bacteriana espontânea -- diag: polimorfonucleares >250mg/dl, cultura + -- bacteriologia: 70% intestinal (E.coli, Streptococus) --tto: domiciliar, s/ encefalopatia ou disfunção renal: quinolona; hospitalar; profilaxia: episódios de HDA (7dias), episódios prévios, proteínas totais no liquido ascítico - ICC: Congestão hepática – fibrose – hipertensão portal, Proteínas totais ↑,Eritrócitos elevados -Peritonite bacteriana secundária: Perfuração, proteína > 1,0 g/dl,Glicose < 50 mg/dl,LDH > que soro ENCEFALOPATIA HEPÁTICA - Espectro de anormalidades neuro-psiquiátricas em pacientes com doença hepática após exclusão de outras causas de doença neurológica FISIOPATOLOGIA - Amônia :Desaminação hepática dos aminoácidos e Degradação da uréia por bactérias colônicas - Mercaptanos: Derivados da metionina (bactérias colônicas) - Ácidos graxos: Cadeias curta e média - neurotransmissores: aminoácidos de cadeia curta - GABA - Zinco: co-fator de enzimas no ciclo da uréia - Manganês: impregnação nos núcleos da base (hipersinal em T1) SUBTIPOS - A (aguda) - B: associada à by pass - C: associada à d.hepática crônica: encefalopatia mínima ** Encefalopatia associada a cirrose: --- episódica: com fator precipitante, sem fator recorrente --- persistente: leve, severa e com tto dependente --- mínima 5 GRAUS: 0, subclínico, 1 (inversão do sono), 2 (letargia), 3 (sonolência e confusão) e 4 (coma) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: • Metabólico: Hipoglicemia,Distúrbio eletrolítico,Hipóxia,Narcose,Uremia,cetoacidose • Tóxica:Drogas psicotrópicas,Salicilatos,Metais pesados,Álcool (intoxicação aguda,abstinência ,WernickeKorsakoff--- deficiência de tiamina) • Lesões intra-cranianas:hemorragia intra-craniana,Infarto cerebral,Abscesso cerebral,Tumor cerebral, Meningite,Encefalite,Epilepsia ou encefalopatia pós-epilepsia • Distúrbios neuro-psiquiátricos FATORES PRECIPITANTES: • Aumento na produção de amônia: excesso de proteína na dieta,Constipação,Hemorragia gastrointestinal, Infecções,Transfusão de sangue,Uremia,Hipocalemia • Metabolismo reduzido de toxinas (hipóxia hepática):Hipoxemia,Hipotensão arterial ,Anemia,Desidratação, restrição de líquidos, Diuréticos,Paracentese abdominal, Diarréia • Alcalose metabólica (difusão facilitada de amônia na barreira hemato-encefálica) • Uso de benzodiazepínicos (ativação GABA) • Shunts porto-sistêmicos (cirúrgico, TIPS, espontâneo) • Falência hepato-celular e Hepatocarcinoma TTO **insuficiência hepática aguda -Ventilação Mecânica -Sedação – fentanil -Bloqueio neuro-muscular -Manitol -Acetilcisteína (grau IV) -Epoprostenol (PgI2) -Transplante Hepático **hepatopatia crônica: - restrição protéica na dieta (20g) - proteínas vegetais preferencialmente - catárticos osmóticos, ↓ pH colônico: lactulose, lactitol - Atb: neomicina, metronidazol - Mudar flora: Lactobacillus acidophillus - Erradicar H. pilory - aumento no metabolismo de amônia tecidual: • Substrato para reações enzimáticas no ciclo da uréia:Zinco • Substrato na conversão de amônia: Aspartato → uréia // Ornitina → glutamina - redução no nº de falsos neurotransmissores: • Aminoácidos de cadeia ramificada: Leucina, isoleucina, valina -Inibição de receptores do complexo benzodiazepínico-ácido γ-amino-butírico: flumazenil LITÍASE BILIAR - Sais biliares diminuídos ou colesterol aumentado = formação de vesículas lamilares que passam por nucleação, cristalização, e formam o calculo FATORES DE RISCO: cálculos de colesterol -Idade >40 anos -Gestação e multiparidade -Raça -Obesidade - Jejum prolongado, NPT - TG e HDL - Perda sais biliares (íleo) - Drogas: anti-lipidêmicas (fibrato), ceftriaxone, octreotide - Dismotilidade vesicular FATORES DE RISCO: cálculos pigmentados: - d. hemolítica - cirrose hepática - Sexo feminino (4 F’s) - Estrógenos exógenos - História familiar - Perda rápida de peso - Inatividade física - Dieta pobre em fibras, rica em gorduras - DM, fibrose cística -estase biliar -infecção biliar ESPECTRO: - Assintomático: 2% ao ano por 5 anos, diminuindo posteriormente,Gravidez, perda de peso – dissolução espontânea? -- tto expectante:Indicações discutíveis: Cálculos > 3 cm (câncer),DM,d. hemolíticas,Jovens - Sintomático: Cólicas biliares,Colecistopatia crônica calculosa,Colecistite,Coledocolitíase,Colangite aguda,Pancreatite aguda, Íleo biliar, Câncer de vesícula. complicações: 3-10% nos sintomáticos **CÓLICA BILIAR -Relacionada ou não à alimentação, dor no epigástrico, HCD com irradiação para ombro D e interescapular -Início insidioso, pico em 15 minutos, pode durar 3 horas -Náuseas, vômitos, sudorese - eructações, intolerância a comidas gordurosas, dor crônica, < 15 minutos, fraca-moderada intensidade, dispepsia, pirose, náuseas ou vômitos sem cólica, plenitude pós-prandial, distensão abdominal Pode NÃO ser litíase! --historia natural: padrão inicial preservado (crises freqüentes ou espassadas), complicações 1-2%/ano Após complicação: colecistite/pancretite 30% em 3 meses de recorrência ** LITÍASE BILIAR SINTOMÁTICA TTO: #1º episódio expectante: 30% não apresentarão novos episódios; #Cirúrgico (Individualizar) --COLECISTECTOMIA LAPAROSCÓPICA: mortalidade ~ à aberta, < complicações, alta 1-2 dias, retorno ao trabalho “sedentário” em 1 semana, contra-indicado em coagulopatia severa, cicatriz ou inflamação impedindo acesso ao HCD, peritonite difusa; Complicações: lesão ducto hepático ou biliar -- COLECISTECTOMIA ABERTA: morbidade > (5-15%), infecção em 5% casos (10-15% cirurgia de emergência) #Clínico: - sais biliares orais (CDCA, UDCA-ursodesoxicólico), em cálc.colesterol, < 1 cm, < 40%,6-12 m, 50% falha de tto, 25-50% recorrência - LEOC: em cálculos < 2 cm, solitários, usar com UDCA , sucesso 95% (34-71% se múltiplos ou maiores), passagem de microcálculos dolorosa (20%), pancreatite (1%), hematúria, icterícia, recorrência 15-50% casos -Dissolução química (éter metil-tetrabutil): punção percutânea trans-hepática, melhores resultados em cálculos de colesterol pequenos e com calcificação periférica; contra indicado em cálculos calcificados, cirrose com hipertensão portal, coagulopatia, EC: anemia hemolítica, duodenite, PN aspirativa **COLECISTITE AGUDA -90% relacionadas à litíase (impactação cístico), maioria com cólicas prévias - Dor > 3 horas, epigástrico HCD, febre baixa, Murphy +,massa palpável (30%), icterícia (15%) - Analgesia (AINE, opióides), ATB amplo espectro (cefalosporina 2a. Geração) – infecção 2ªria, colecistectomia na mesma internação, colecistostomia percutânea c/ USG ou TC, + colecistectomia (inabilidade, idosos, más-condições clínicas) ---pouco usado **COLECISTOPATIA CRÔNICA - Litíase, ataques repetidos de cólica ou colecistite aguda, VB espessada e fibrótica - Poucos sintomas relacionados à VB // Pancreatite recorrente, coledocolitíase, colangite **COLEDOCOLITÍASE -Assintomática, cólica/colangite/pancreatite,Icterícia se obstrução completa e prolongada -Vesícula não-palpável, não-sensível, fibrótica -Complicações mais freqüentes e severas que litíase assintomática -Cirrose biliar secundária (~5 anos) --Suspeita: ducto biliar comum dilatado (> 6 mm), níveis de bilirrubina ou enzimas hepáticas ↑recentemente, História de pancreatite aguda, História de icterícia obstrutiva --tto: CPRE (com ou sem esfincterotomia) + colecistectomia laparoscopia ou Colecistectomia (laparoscópica ou aberta) com exploração de vias biliares **COLANGITE AGUDA -CHARCOT (dor em HCD, febre e calafrios, icterícia) -REYNOLD (confusão mental, hipotensão,Charcot) -Impactação colédoco estase infecção translocação sepse - Choque, múltiplos abscessos hepáticos, FMOS --Tto: Ureidopenicilinas (piperacilina) + aminoglicosídeo + metronidazol Piperacilina/tazobactam ou ampicilina/sulbactam Drenagem endoscópica (stent, esfincterectomia), cirúrgica ou percutânea (ñ resposta ao tto clínico) **PANCREATITE AGUDA -Múltiplos e pequenos cálculos e ducto cístico dilatado -Comunicação entre colédoco e ducto pancreático **ÍLEO BILIAR Aderência entre vesícula e duodenoFístulaImpactação + obstrução delgado (mais na árvore biliar) **CA VESÍCULA -80% com litíase vesicular -Litíase? Química alterada bile? (tratamento clínico previniria???) -Náuseas/vômitos, emagrecimento, icterícia, hepatomegalia; Estadio terminal PANCREATITE AGUDA -Pancreatite aguda: inflamação aguda pâncreas --P.A. leve: disfunção mínima órgão responsiva à volume --P.A. severa: complicações locais (necrose, pseudocisto, abscesso),falência órgão, Ramson 3, APACHE 2 8 Coleção aguda de fluídos: coleção no ou peri-pâncreas, que ocorre precocemente e sem parede definida - Necrose pancreática: tecido pancreático não-viável, diagnóstico por TC com contraste - Pseudocisto agudo: coleção de fluido contendo secreção pancreática com parede definida - Abscesso pancreático: pus no ou peri-pâncreas - EPIDEMIO: 40-60 anos, 20-30% necr. Pancr., 25% compl.c/ risco de vida (mort.30%), mortalidade global 10% -ativação zimogênio MECANISMO - inibição da secreção de enximas -Obstrução ductal / isquemia/ tóxica/ metabólica/ imunológica - geração de mediadores inflamatórios (TNF, IL8, PAF, MCP-1) Danos locais (células acinares, endotélio),Danos em tecidos vizinhos, sistêmicos,Ativação outras vias Inflamatórias - perpetuação da doença: inflamação, dano vascular, edema, isquemia ETIOLOGIA - até 60%das causas por litíase vesicular - microlitíase: 50-73% das “pancreatites idiopáticas”, microscopia biliar, endossonografia, Lama biliar? - US endoscópico: sens.88-100% (CPRE 79-90%), valor pred.negativo 97%.Eleo evitaria CPRE ou colangiografia intra-operatória;Em pancreatite: 96% sensibilidade em microlitíase vesicular x 67% aspirado biliar pós-CCK ** Alcoólica: Controverso (exacerbação de pancreatite crônica ou ataques recorrentes de pancreatite aguda?),30%, espasmo ou relaxamento anormal esfincter Oddi, obstrução pequenos ductos por substância proteinácia, efeito tóxico/metabólico ** Hiperlipidemia: 1,3-3,8%, geralmente associado a TG > 1000 mg/dl, DM, alcoolistas ** Hiperparatireoidismo: 8-19%. Outras causas de hipercalcemia: d.metastática óssea, sarcoidose, intox. por vit.D ** Anormalidades estruturais: lesões ducto biliar (cisto coledociano, colangite esclerosante, junção bíleopancreática anômala),anomalias ducto pancreático( pancreas divisum, CA pancreático ou ampular, divertículo duodenal, disfunção esfíncter Oddi --15-57% pancreatite idiopática) **Pós CPRE:1-10%, amilase em assintomáticos: 50%, disfunção esfíncter Oddi (stent temporário) manometria esfíncter, esfincterotomia, jovem, obesidade **HIV: 14% em 1 ano; litíase, drogas EV, pentamidina, infecção por P. carinni e M. avium, CD4 < 500cél/mm3 **Traumática: + em cças, independe do tipo e severidade, relacionado à cirurgias abds. **Outras:Drogas (ddI, azatioprina, 6-mercaptopurina, pentamidina, iECA, paracetamol, furosemida, etc.) Infecção: Coxsakie, caxumba, HIV, Áscaris Auto-imune: LES, Sjögren deficiência -1 anti-tripsina QUADRO CLÍNICO - DOR: fraca ou severa. Indolor (diálise peritoneal, pós-operatório, Tx renal) - NÁUSEAS/VÔMITOS - FEBRE: 1ª semana (inflamatória), 2-3a. (infecção local ou à distância) - HIPOTENSÃO / TAQUICARDIA - Diminuição/ausência de RHA --laboratório amilase: produzida no pâncreas, eleva em 24-72h após sintomas Lipase: eleva após 96h dos sintomas Peptídeo de ativação do trispsnogênio urinário: em pancreatite leve Proteína C reativa: >150mg/l após 72h IL-6, IL-8: ativam a pCR. Precede a elevação em 24 horas DIAGNÓSTICO: - TC -Pct com pancreatite severa na avaliação inicial (APACHE 2, Ranson) sem melhora após 72 h de tto conservador (riscos contraste, sensibilidade maior neste período) -Pct que melhorou, mas apresentou queda abrupta - complicação (febre, dor, intolerância a medicação oral, hipotensão, queda do hematócrito, etc.) Qto + puder postergar a Tc, melhor, pois o contraste pode piorar o quadro Severidade: • APACHE 8 na admissão • Derrame pleural • IMC > 30 • Evidência de necrose à TC • pCR > 150 mg/l 48h após COMPLICAÇÕES - Ins.respi/ins.renal - HDA - Confusão mental - coagulopatia - necrose gordurosa Mortalidade: < 3: 0% 3-5: 15% 6: 50% COMPLICAÇÕES TARDIAS - fistulas(ruptura duct pancr) - abscesso - pseudocisto - vasculares RESSUSCITAÇÃO -S.F. 0.9% ou Ringer - cateter venoso central em pctite severa, ou d.CV - KCl: 100 mEq/d, insulina se glicose > 250 mg/d - Hematócrito entre 30-35% -Se vômitos, Rx e SNG -IBP ou bloqueador H2 -Saturação O2 > 95% ATB PROFILÁTICO: -Imipenem-cilastina 500 mg 3x/d por 2 semanas se necrose pancreática documentada - não há indicação de anti-fúngico profilático - Se infecção, aspiração por agulha fina guiada por TC. Se infecção (gram, cultura, odor): debridamento cirúrgico (percutâneo ou aberto) SUPORTE NUTRICIONAL -Doença leve a moderada (80%): não necessitam de nutrição enteral ou jejunal, pode ser iniciada em 4 dias (fome) ---- Doença severa: SNE (SNG) guiada no 3-4º dia, dieta semi-elementar dieta enteral: custo e morbidade < NPT **PANCREATITE BILIAR –tto endoscópico -CPRE com papilotomia quando litíase suspeita ou confirmada + Critérios de severidade,Colangite,Icterícia,Ducto biliar comum dilatado,Deterioração clínica em pancreatite leve -Esfincterotomia: pancreatite biliar severa + Complicações locais ou sistêmicas, ducto biliar dilatado sem litíase Demonstrada, Litíase vesicular, se colecistectomia não é possível Obs: risco de colecistite pós-esfincterotomia é de 1-11% Colecistectomia deve ser feita na internação!! PANCREATITE CRÔNICA - ↑ proteínas (acinares), ↓ bicarbonato (ductais) Plugs de proteínas Precipitação CaCO3 (cálculos intraductais) - 90% é por ÁLCOOL - Dieta hiperprotéica, anormalidades anatômicas (estenose, pseudocistos, lesões peri-ampulares). Em cças dá fibrose cística FATORES DE RISCO: - tabagismo, hiperparatireoidismo, desnutrição, hereditariedade, obstrução QUADRO: - dor abdo (por acometimento do ducto), náuseas, vômitos, mal absorção, DM DIAGNÓSTICO: - RX (quando há mtos cálculos), TC (fácil de ver), Colangiio RM (vê no estágio precoce), CPRE e US. - testes de fção pancreática exócrina: • Direta: Lundh (refeição), CCK, Secretina • Indireta (fezes, urina) Bentiromida (PABA), Quimotripsina ,Elastase COMPLICAÇÕES: - Ascite pancreática - Trombose de v.esplênica - Fístula pancreática - Pseudocistos TTO: Dor: (da ↓ p/ ↑): Analgesia, opióides,Enzimas pancreáticas, Antagonistas de CCK, somatostatina, ↓ de secreção ácida, Bloqueio neurológico, Stent em CPRE, Cirurgia Malabsorção: dieta pobre em gorduras, TGl de cadeia média, enzimas pancreáticas DM: hipoglicemiantes orais, insulina (doses menores) Pseudocisto: só trata se passar de 6 semanas: Ressecção (cauda, perda tecido funcional); Drenagem interna (cirúrgica/endoscópica); Drenagem externa (cirúrgica/catéter percutâneo, fístulas, infecções) ESQUISTOSSOMOSE - Platelminte Schistossoma mansoni - distribuição de acordo com a história - pessoa infectada evacua perto de rio, ovos de S.mansoni saem nas fezes miracídeo cercáreas penetração ativa FISIOPATO -O verme adulto é um parasita platelminto extraintestinal, que induz lesões hepáticas mínimas, porém, as principais lesões no hospedeiro ocorrem pela carga antigênica dos ovos ( 200 a 300 / dia/ fêmea). -Esses ovos são depositados na circulação porta e “encalham” nos vasos sinusóides hepáticos e nos pequenos vasos intestinais. Os antígenos desses ovos provocam a reação inflamatória de intensidade variável de acordo com o sistema imunológico do hospedeiro. FORMAS CLÍNICAS -Fatores determinantes: genéticos, nutricionais, imunológicos, intensidade das infestações 1) Aguda inaparente e septicêmica (febre alta) 2) Crônica a) intestinal b) hepatointestinal c) hepatoesplênica d) ectópica e) vasculopulmonar f) pseudotumoral *pessoa desnutrida vai ter mais chance de ter esquissomose. As + comuns são hepatointestinal e vasculopulmonar DIAGNÓSTICO - Anamnese (sinais, sintomas e epidemiologia) e exame físico (hepatoesplenomegalia) - Laboratório: hemograma (anemia e eosinofilia), e exame parasitológico de fezes Sorologia: IgG e IgM anti schistossoma - Imagem: US abd superior (hipertensão portal) e Retossigmoidoscopia com biópsia de mucosa DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - febre tifóide (hepatomegalia) -amebíase TTO - Prazinquantel: 60mg/kg DU cças <15 anos / - Oxamniquine: 20mg/kg em cças / -Leishmaniose visceral -mononucleose -TB miliar 50mg/kg DU adultos 15mg/kg adultos MEGACÓLON CHAGÁSICO -É o aumento do colo em todas as dimensões - Zonas endêmicas: NE Brasil na área rural. Brasil +/- 4,5% ETIOLOGIA -Congênito ( Hirschsprung) -Infecciosa Doença de Chagas, megacolo tóxico -Constipação intestinal severa -Pseudo obstrução intestinal -Doenças neurológicas: D de Parkinson,distrofia miotônica, neuropatia diabética -Doenças da musculatura intestinal: esclerodermia -Doenças metabólicas *Infestação pelo Trypanosoma cruzzi transmitido pelo barbeiro (triatoma) com o Sinal de Romana (edema palpebral) FISIOPATOLOGIA - reação inflamatória pelo hospedeiro leva à destruição dos plexos nervosos disfunção do segmento acometido - Aguda: a) inaparente b) sinal de Romana - Crônica: a) inaparente b) digestiva c) cardíaca d) mistas DIAGNÓSTICO - História clinica: disfagia progressiva, constipação e alterações cardíacas (ver dados epidemiológicos) - Laboratório: reação de Machado Guerreiro, IgG e IgM para tripanossomíase e reação de imunofluorescência - Imagem: Rx simples abd (estase fecal, fecaloma), RX tórax (cardiomegalia) e enema opaco COMPLICAÇÕES - Esôfago: pneumonia de aspiração - Intestinal: fecaloma, volvo de sigmóide TTO - dietas adequadas, laxantes (raro), exercícios intestinais, colectomia segmentar, rebaixamento do sigmóide - Forma aguda: Benzonidazol (80mg/kg por 60 dias) ou Nifurtimox (60-90 dias) MANIFESTAÇÕES DA AIDS NO APARELHO DIGESTÓRIO **Sistema imunológico do aparelho digestivo: - defesa contra bactérias, vírus, fungos e parasitos - controle da população microbiana da flora normal - amadurecimento do sistema imunológico humoral linf B e T Mecanismos de ação: 1) Imunoglobulinas: IgA (mucosas), IgG e IgM (d.em atividade), IgD e IgE (alergias). IgA(secretória) é + importante das mucosas. Possui tolerância aos Ags da dieta, e da maioria da flora habitual 2) Tecido linfóide: intraepiteliais, agregados nodulares ou agregados foliculares na submucosa **AIDS -Pela profunda depressão da imunidade celular (+ linf T) há muitas doenças gastroenterológicas associadas Etiopatogenia: 1) infecções oportunistas 2) infecções de outros órgãos fora do controle imunol[ogico biológico 3) infecção direta pelo HIV nos tecidos do sistema digestório (liq livre entre alças reação do intestino) 4) agravamento das infecções comunitárias 5) predisposição de agravamento de d. neoplásica Sintomas: - gerais: anorexia, emagrecimento, náuseas, vômitos, febre - específicos: - boca, orofaringe e esôfago: disfagia e odinofagia - estômago: náuseas, vômitos e HDA - duodeno: dor abd ou assintomático (raramente) - delgado e colo: diarréia, cólica e enterorragia - reto e ânus: prurido, dor à evacuação, fissuras, fístulas, ulceras e micoses perianais - fígado: dor em HD, icterícia, náuseas, vômitos (hepatotoxidade dos medicamentos) - vias biliares e VB: dor em HD, icterícia, náuseas e vômitos (incomum), VB com salmonelas e criptosporidiuns Achados mais comuns no TGI - boca: aftas, úlceras, estomatites, tu de Kaposi, candidíase, faringite - esôfago: esofagite, cândida, ulceras (CMV), Kaposi, TB (órgãos vizinhos) - estômago: gastrite erosiva, s. de Kaposi, linfomas, treponema - intestino: diarréia aguda e crônica, úlceras, linfomas, sarcoma de Kaposi, criptosporidium, strongiloides Agentes mais envolvidos: - micobacterias, CMV, compilobacter jejuni, criptosporidium, cândida albicans Evolução de outras doenças com AIDS - D. hepática geralmente é 2ªria a infecção (TB, CMV, herpes, Epstein barr) VHA: há interferência com a evolução natural VHB: lesões menores menos cirrose, 30% das evoluções são mais rápidas para cirrose VHD: Hepatite D fulminante - neoplasias geralmente tem seu processo acelerado Tto das infecções: 1) infecções são raramente curáveis. Fazer terapêutica prolongada específica 2) exceto TB, > das infecções resulta da reativação endógena de microorganismos previamente adquiridos 3) infecções raramente decorrem de 1 único agente etiológico 4) distribuição geográfica de certos microorganismos pode ser indicador de diagnóstico de algumas infecções 5) infecções com HIV são geralmente graves!