A SEGURIDADE SOCIAL NO BRASIL: UM DESAFIO PARA O NÚCLEO DE SEGURIDADE SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL DE SAÚDE DA UNIOESTE. Francieli Piva Borsato Vanice Martins Fedrigo Maria Edenice Borges Marcante Edinalva Julio Forma de apresentação: Mesas Coordenadas RESUMO Este trabalho é resultado da discussão do Núcleo temático de Seguridade Social, ministrado pela professora Vera Lúcia Martins. O objetivo do núcleo é que os alunos aprendam aspectos conceituais sobre a seguridade social, sobre a política de saúde no Brasil e a sua relação com o serviço social, além de desenvolver a atitude investigativa. A Política de Proteção Social no Brasil só vai se consubstanciar no formato de Seguridade Social a partir da Constituição Federal de 1988, o qual parte da fixação de um conjunto de necessidades que são considerados como básicos em uma sociedade. A Seguridade Social Brasileira compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Levando em consideração a importância da compreensão para o Assistente Social da Seguridade Social e a fim de responder os objetivos propostos pelo “Núcleo de Seguridade Social e Política Social de Saúde”, é que se propôs uma pesquisa bibliográfica na Revista Serviço Social e Sociedade e nas literaturas do Serviço Social sobre os temas de Seguridade Social, Saúde e Reforma Sanitária. Como resultado desta pesquisa, discutir-se-á neste artigo, o surgimento do Sistema de Seguridade Social no Brasil, a partir da contribuição do conteúdo dos artigos publicados na revista Serviço Social e Sociedade. PALAVRAS CHAVES: Política Social; Seguridade Social; Formação Profissional. INTRODUÇÃO: O Núcleo Temático de Seguridade Social e Política Social de Saúde tem como ementa entender a “Seguridade Social e a sua relação com a estrutura e conjuntura da sociedade brasileira; a evolução das Políticas Sociais de saúde no Brasil, determinações estruturais e cidadania; Reforma Sanitária no Brasil; análise do Serviço Social na área da saúde.” (Plano de Ensino da disciplina de Núcleo de Seguridade Social e Política Social, 2005). Baseado na ementa, o aluno ao sair deste núcleo deve ser capaz de: • Analisar aspectos conceituais e dispositivos legais em matéria de Seguridade Social; • Analisar a evolução da política de saúde no Brasil, identificando a proposta atual da política de Saúde (SUS); • Analisar o Serviço Social na saúde; • Desenvolver atitude investigativa, a partir da relação ensino/pesquisa/extensão, sistematizando o conhecimento através do contato com a realidade. A Política de Seguridade Social parte da fixação de um conjunto de necessidades que são considerados como básicos em uma sociedade. A Seguridade Social Brasileira compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Levando em consideração a importância da compreensão de seguridade Social para a formação profissional do Assistente Social, visto que é no tripé de políticas setoriais que a forma que o Assistente Social exerce suas principais atividades interventivas, se realizou uma pesquisa nas Revistas Serviço Social e Sociedade, disponíveis na biblioteca da Unioeste - Campus de Toledo, para que a compreensão dos conteúdos propostos pelo núcleo pudessem ser assimilados pelos alunos com maior concreticidade. OBJETIVOS: Este trabalho tem como objetivo identificar qual é a contribuição da Revista Serviço Social & Sociedade, disponível na biblioteca da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus de Toledo, às discussões referentes à Seguridade Social. METODOLOGIA: A metodologia utilizada pelo núcleo para a realização da pesquisa, está embasado nos procedimentos metodológicos propostos pela pesquisadora Maria Ozanira Silva e Silva, utilizado no artigo “Contribuições da Revista para a construção do serviço social brasileiro”. Foram pesquisadas as Revistas Serviço Social & Sociedade desde o número de sua publicação em 1979 a 2004, quando foi publicada a revista de número 80. Um dos critérios de pesquisa foi buscar por artigos que tenham como palavra chave ou título assuntos relacionados à seguridade social. Inicialmente dividimos os números publicados em quatro partes, contendo cada uma delas 20 números da revista a serem pesquisadas. Como na tabela abaixo: Número da revista 1 a 20 Período de publicação 1979 - 1986 Número de artigos encontrados Nenhum artigo encontrado 21 a 40 41 a 60 61 a 80 1986 - 1992 1993 - 1999 1999 - 2004 Nenhum artigo encontrado 03 artigos encontrados 03 artigos encontrados Depois de selecionados os textos, foi realizado uma leitura exploratória de todos os artigos publicados na Revista Serviço Social & Sociedade sobre a Seguridade Social. Em seguida foi realizado um estudo aprofundado de cada texto, objetivando entender /captar as dimensões configurativas do objeto de estudo, de forma a apresentar as contribuições mais relevantes em cada autor do objeto em estudo no que se refere: a) Contextualização do Objeto; b) Caracterização do objeto; c) Fundamentos histórico-conceituais; d) E indicações de rumos que a Seguridade Social vem assumindo na conjuntura brasileira. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O conceito de Seguridade social apenas começou a ser utilizado após a Segunda Guerra Mundial para designar o conjunto de ações governamentais na esfera da proteção social. Teve como paradigma às experiências dos países ricos em meados dos anos 40, que consolidou um conjunto de políticas sociais que se materializou no chamado Estado de Bem Estar-Social. A seguridade social, como uma Política Social, está relacionada historicamente a emergência da questão social e a função do Estado perante as varias manifestações da mesma. Por isso é importante compreender a Seguridade Social entendendo o papel e função do Estado, já que as condições para o surgimento e generalização de políticas sociais têm um referido tempo histórico, embasado num debate sobre o bem-estar na sociedade, bem como que ações tomar em relação ao enfrentamento da pobreza. As políticas de proteção social só começam a ser realizadas a partir do final do século XIX, quando se começa a discutir o papel do estado frente a “questão social”, especialmente frente a mobilização dos trabalhadores. Essas medidas de proteção social tinham caráter reativo frente aos movimentos sociais. Antes disso, a “questão social” era tratada como natural, e as formas de intervenção sobre a mesma eram basicamente pela caridade efetuada pela Igreja. No final do século XIX, a sociedade capitalista começa a viver um dilema face às diversas manifestações da questão social. De um lado, os socialistas lutando contra as injustiças da economia de mercado competitivo e vislumbrando o progresso social através do socialismo. De outro, os reformistas defendendo a eficiência produtiva do sistema capitalista, mas longe de ser eqüitativo na distribuição de bens. Estes sustentavam a idéia de que a intervenção compulsória do Estado poderia alterar e redimensionar as ações do mercado. E, por último, os conservadores que reivindicavam do Estado apoio e estímulo ao mercado e prestação de serviços sociais apenas às pessoas incapacitadas para o trabalho. (Silva, 2000). Como explicitado anteriormente, a “questão social” que eclodiu na segunda metade do século XIX, impôs-se como um fato perturbador da ordem e das instituições liberal-burguesas. Surge então, outra concepção de enfrentamento aos problemas sociais, através da regulação estatal. Após a Segunda Guerra Mundial, consolida-se então, o Estado de BemEstar social baseado pela teoria keynesiana de ação reguladora do Estado através de estratégias anticrise (Silva,... p. 59). John Maynard Keynes (1883-1946), rompe com a tradição do liberalismo clássico, ao declarar que o mercado não é auto-regulável. Além disso, a especulação reduz investimentos produtivos e gera desemprego. Neste sentido, a regulação do Estado na economia é indispensável frente à crise do capital. Ou seja, o princípio do Estado de Bem-Estar social é de que os governos são responsáveis pela garantia de um mínimo padrão de vida para os cidadãos, como direito social. A garantia dos mínimos sociais, vão se materializar através das políticas sociais. De acordo com Pereira, a “Política Social integra um complexo políticoinstitucional denominado de seguridade social (inaugurado na Inglaterra, na década de 40), o qual, por sua vez, constitui a base conceitual e política do Estado de Bem-Estar ou de Welfare State...” (Pereira, 1998, p.61). Impulsionado pela intensa miséria generalizada pós Segunda guerra Mundial, determinou, em parte, o surgimento da legislação social e de um conjunto de medidas de proteção social que passou a constituir, entre os anos de 40 e 70, os pilares do Welfare State. No Brasil, de forma geral, até década de 1960,o sistema de proteção social evoluiu de forma restrita e excludente. Isso porque se baseou na prestação de benefícios a setores mais organizados dos trabalhadores, deixando de fora uma grande parte da população, por exemplo, trabalhadores rurais e informais.( BEHRING, 2003) No Brasil, a partir da década de 40, passou-se a ter o seguro apenas às pessoas empregadas que contribuíam diretamente com desconto na folha de pagamento. Para as pessoas que não possuíam nenhum vínculo empregatício, e que não possuíam condições de subsistência, passaram a receber auxílio em dinheiro ou em serviços gratuitos como o acesso à educação, saúde, assistência social, etc. Neste período, as Políticas de proteção social tinham caráter estratificado, porque ficavam centralizados apenas na ação dos sindicatos e Partidos Políticos, atendendo sempre a mesma clientela: os trabalhadores com carteiras registradas. Nas décadas de 1960 e 1970, durante período militar, prevalece um reformismo centralizador e burocrático que pretendia resolver os problemas da Seguridade Social de forma tecnocrática. O resultado foi a criação de um grande sistema da Seguridade, que unia a baixa eficiência com a falta da participação popular na gestão. Ampliou-se a cobertura aproximando-se da universalização, mas também acelerou a privatização e a centralização das decisões. ( NOGUEIRA M., 2001) Na década de 1980, com a crise financeira e administrativa, redução de gastos e sucateamento dos serviços, inicia-se o processo de racionalização e reforma do Sistema de Proteção Social. Porém, a partir da segunda metade da década, com o fim do autoritarismo e a luta pela redemocratização do país, na qual novos atores sociais entram em cena, resulta na formulação da “Constituição Cidadã” de 1988. Assim, é somente com a Constituição de 1988 que o Sistema de Proteção Social só vai se consubstanciar no formato de Seguridade Social. (NOGUEIRA M., 2001) Para a autora SPOSATI (1997), a Seguridade Social é composta a partir da fixação do conjunto de necessidades que são considerados como básicos em uma sociedade. No caso brasileiro, deferente de Beverich,o Sistema de Seguridade Social se limita a assegurar os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social.É necessário extremar que cada uma das áreas da Seguridade Social tem princípios próprios e diferentes objetivos. A Saúde vem garantida pela Carta magna como direito de todos e dever do Estado, que deve ser garantida mediante ações que visem reduzir os riscos de doença e seus agravamentos. O acesso aos programas de Saúde Pública necessariamente deve seguir os princípios da igualdade e universalidade do atendimento. Logo neste campo o acesso deve ser garantido a todos e de forma igual, sem qualquer tipo de contribuição, de forma que o atendimento público à saúde deve ser gratuito. A Assistência Social, por sua vez, tem como princípios formativos a gratuidade da prestação e basicamente a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, bem como aos deficientes e a reintegração ao mercado de trabalho daqueles que necessitarem. Nota-se que a diferença primordial entre as atividades da saúde e da assistência social, é que esta tem um aspecto menor, ou seja, a saúde tem o caráter de universalidade mais amplo do que o previsto para a assistência social. (CORREA, 2005). Logo a assistência social visa garantir meios de subsistência às pessoas que não tenham condições de suprir o próprio sustento, dando especial atenção às crianças, velhos e deficientes, independentemente de contribuição à seguridade social. (CORREA, 2005). A mais autêntica forma de assistência social é a prevista no art. 203, Capítulo V da Constituição Federal, o qual fica garantido o valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e a idosos que comprovem não ter meios de prover a própria subsistência, ou tê-la provida por sua família. (CORREA, 2005). A Previdência Social, por sua vez, tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de manutenção, por motivo de incapacidade, idade avançada, tempo de serviço, desemprego involuntário, encargos de família e reclusão ou morte daqueles de quem dependiam economicamente. Os princípios e diretrizes da Previdência Social são baseados na universalidade de participação nos planos previdenciários, mediante contribuição; valor da renda mensal dos benefícios, substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado, não inferior ao do salário mínimo; cálculo dos benefícios considerando-se o salário-de-contribuição, corrigidos monetariamente; preservação do valor real dos benefícios e previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional. Segundo SPOSATI (1997), o grande objetivo da Seguridade é oferecer uma renda mínima, não em dinheiro, mas um conjunto de benefícios sociais como moradia, alimentação, saúde, educação, entre outros. Esses benefícios devem assegurar a cobertura de riscos. Os riscos por sua vez, são maiores para pessoas mais vulneráveis. Neste sentido a Constituição Federal admite a seletividade e a distributividade dos serviços prestados. Ao colocar como abrangência da Seguridade Social a Saúde, a Previdência e a Assistência Social, a Assembléia Nacional Constituinte apontou para a viabilidade de mecanismos mais eqüitativos de financiamento, de modelos mais ágeis de gestão democrática e popular e forneceu instrumentos que dariam conta da implementação destas políticas. Assim, ficam explícitos, em termos constitucionais direitos que pretendiam ampliar a cidadania social brasileira.(NOGUEIRA V., 2001) NOGUEIRA V. (2001) aponta ainda algumas garantias e perdas da Constituição. Uma delas foi à sinalização apenas da Seguridade Social e não sua operacionalização, visto que a integração prevista entre saúde jamais poderia ficar restrita apenas à proposta orçamentária, mas sim a exigência de uma gestão unificada. No plano jurídico, a garantia de proteção integral enquanto direito de todos e dever do Estado ficou restrito apenas à Saúde, continuando a Previdência a ser contributiva e a Assistência não contributiva, mas a quem dela precisar. No plano da gestão e da Seguridade ha um acento na democratização e participação popular com o processo da descentralização. Os municípios passaram a ter maior poder de legislação e autonomia na esfera tributaria e fiscal, assim como maiores atribuições e responsabilidades na condução das Políticas Sociais. . (NOGUEIRA V., 2001) Parece ser, no molde brasileiro, campos isolados os programas de Seguridade Social, na qual de um lado encontram-se contributivos e de outro os distributivos. Enquanto se pretendiam por parte dos douto-doutrinadores unificar essa complexidade - a Seguridade Social - os governos com suas políticas peculiares fragmentavam mais o campo da seguridade A década de 1990 ficou marcada pela tensão entre as demandas sociais. Com o neoliberalismo, os Direitos Sociais passam a ser visto mais como problemas do que uma obrigação do Estado. As conquistas sociais de 1988, passam a ser apenas expectativas, a qual a Constituição é responsabilizada pelos excessos com gastos públicos. Neste contexto, a Seguridade Social passa por uma grande crise financeira, a qual é discutida a todo o momento sua reformulação. Para BEHRING (2003), com a reestruturação do capitalismo de forma a criar estratégia de estruturação de super lucros e a flexibilização do trabalho, observa-se a estruturação da reforma do Estado, e que rebate na redução dos direitos, transformando as Políticas Sociais em ações pontuais e compensatórias. O Estado deixa de ser responsável pela execução das Políticas Sociais, repassando essa tarefa à sociedade civil e a filantropia. Desta forma, a proteção social na década de 1990, foi anticonstitucional, antidemocrática, privatizante e focalista. As inovações tecnológicas e informacionais descartam trabalhadores, desenvolvem as formas de terceirização e segmentam a classe trabalhadora. O Estado no que diz respeito à organização e o financiamento de políticas sociais destinadas à população sugerem o desmonte das políticas universalistas e o retorno do velho assistencialismo como único objeto da ação social. O enfrentamento da desigualdade passa a ser tarefa da sociedade ou de uma ação estatal tímida, suficiente apenas para minimizar as conseqüências negativas dos programas de ajuste estrutural. O reconhecimento do direito não vem se constituindo atributo efetivo das políticas sociais e da Seguridade Social no país. São administradas como favores nas classes subalternas. Neste sentido, o sistema de Seguridade Social brasileiro vem apresentando um desempenho limitado e excludente. Esse sistema tendeu sempre a excluir ou proteger inadequadamente os segmentos sociais mais desorganizados e pobres. A noção de Seguridade supõe universalidade de cobertura no âmbito da proteção social. Um direito como sendo universal, é o que a Constituição estabelece, além de prevê que deve ser financiada para a sociedade por meio de recursos orçamentários dos municípios, dos Estados e da União. (BEHRING, 2003). As principais tendências de reorganização institucional no âmbito da Seguridade Social brasileira, vêm sendo a privatização e a descentralização, assumindo características na área da Saúde, na Previdência e na Assistência Social. Sendo inserida no campo dos direitos, da universalização dos acessos e a explicitação da responsabilidade estatal em sua oferta traz para a Assistência Social a possibilidade de transitar “do assistencialismo clientelista para o campo da política social”. (BEHRING, 2003) Segundo BEHRING (2003), as políticas sociais nos tempos neoliberais são fortemente tencionadas por algumas tendências em operação; extração de super lucros, supercapitalização com a privatização, e a burguesia gerando um ambiente ideológico. Como tendência geral, a autora traz a redução dos direitos, transformação das políticas sociais em ações pontuais e compensatórias resultante das ações do Estado neoliberal. Ainda segundo BEHRING ( 2003), o quadro de retrocesso social da “nova” pobreza, acompanhada de pauperização das políticas sociais; aumento da demanda vinculado ao estado como uma resultante da redução/limitação/desintegração da seguridade na América Latina. Assim, não há consumos coletivos e direitos sociais e sim assistencialismo focalizado com o mercado livre. A privatização gera discriminação entre os que podem e os que não podem pagar pelos serviços. A focalização assegura acessos aos comprovada e extremamente pobres. Pobres e indigentes são transformados em dado bruto, lamentável e inevitável da natureza. Há também um retorno à família e as organizações não governamentais substituindo a política pública. Há, dessa forma, um redesenho institucional, sob argumento de equilíbrio fiscal, a qual o Estado transfere suas funções as entidades não governamentais e filantrópicas. (BEHRING, 2003) CONCLUSÃO A compreensão de Seguridade Social para o Assistente Social é de suma importância. Isso porque é no tripé das políticas setoriais que a forma Previdência Social, Assistência Social e Saúde que o serviço Social faz a maior parte de suas intervenções. E como uma profissão que intervem na realidade é imprescindível que conheça todo a política em que está envolto esta ação: sua história, a correlação de forças, os agentes envolvidos, a demanda, e assim por diante. Aqui está o desafio para o Núcleo de seguridade social, fazer com que o aluno saia compreendendo minimamente o que é a seguridade social, o movimento que possibilitou a sua implantação no Brasil, a reforma sanitária, a saúde e a vinculação da assistência social à política de saúde. Fazer a pesquisa baseado na Revista Serviço Social & Sociedade é importante porque é uma Revista que discute diversos assuntos correlacionados à profissão do Assistente Social. Segundo a Editora Cortez ao longo de 25 anos, a Revista Serviço Social & Sociedade vem registrando parte significativa da história do Serviço Social. Em mais de duas décadas, a cada quatro meses, de forma ininterrupta sai um número da Revista, somando mais de 550 artigos publicados em aproximadamente 15 mil páginas. Mesmo não havendo um estudo mais aprofundado sobre os diversos tema discutido na Revista, pôde-se perceber um baixo número de artigos publicados que traz a discussão da Seguridade Social como central. O resultado da Pesquisa demonstra um número relativamente baixo de artigos que trazem o debate do assunto por alguns motivos. Primeiro, como assinalado acima, a revista aborda temas variados, o que diminui a possibilidade de discussão deste tema específico, já que todos os temas têm um mesmo grau de importância e necessidade de discussão para a profissão. E segundo, porque a discussão de seguridade social se efetiva com mais ênfase á partir da Constituição Federal de 1988, quando ela se legitima. O que se pode perceber ao analisar os artigos elencados, é que embora os autores possuam a mesma concepção da origem, formulação e importância sobre o assunto, este é demonstrado na revista sobre diferentes aspectos, ou seja, trazem os assuntos correlacionados com outros temas e em períodos distintos, o que caracteriza a sua diferenciação no tratamento. A iniciativa de realizar esta pesquisa bibliográfica, responde a esta necessidade que a formação profissional tem de possibilitar que os alunos tenham as informações mais relevantes para que as suas ações profissionais venham afirmar o Projeto Político Profissional. Ou seja, que as suas ações sejam suficientemente capazes de atender as necessidades de seus usuários com a maior qualidade possível. Isso só acontecerá, se as ações tiverem uma fundamentação. Aí está o papel dos núcleos temáticos. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BERING, E. R. Principais Abordagens Teóricas da Política Social e da Cidadania. In: Capacitação em Serviço Social, módulo 3. Brasília: UnB, Centro de educação Aberta, Continuada a Distancia, 2000. BEHRING, E. R. Contra-reforma do Estado, Seguridade Social e o lugar da filantropia. In: Serviço Social e Sociedade, 73. São Paulo: Cortez, 2003. BOCHETTI, I. Seguridade Social e Projeto Ético-Político do Serviço Social: que direitos para qual cidadania. 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