1 Boletim Informativo de Atualização Terapêutica

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Boletim Informativo de Atualização Terapêutica
Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis – Ano IX – N0 22 – Agosto de 2010.
INSÔNIA
INTRODUÇÃO:
A insônia é um sintoma que pode ocorrer isoladamente ou acompanhar uma doença. A prevalência geral de
insônia nas populações varia de 30 a 50%, já a prevalência de insônia crônica é de cerca de 10%. Provoca
adversidades na vida das pessoas por promover redução do desempenho diário, aumentar a propensão a distúrbios
psiquiátricos e déficits cognitivos, promover o surgimento e agravamento de outros problemas de saúde, aumentar
os índices de acidentes de tráfego e absenteísmo ao trabalho, e por comprometer a qualidade de vida.
São fatores predisponentes para insônia: o sexo feminino, o envelhecimento, a ocorrência de transtornos
mentais e outras ocorrências clínicas. O trabalho em turno, principalmente em turnos alternados ou não habituais,
também pode ser considerado fator de risco. Dentre os idosos, os aposentados e/ou inativos ou viúvos estão em
maior risco.
DEFINIÇÕES:
SONO NORMAL:
O sono normal apresenta variações conforme a faixa etária. Do recém-nascido até o idoso, o sono sofre
modificações quanto à distribuição dos diversos estágios e quanto ao próprio ritmo circadiano, passando de
polifásico para monofásico na idade adulta, podendo ainda ser mais fragmentado no envelhecimento. Além disso, o
idoso tem maior tendência aos cochilos diurnos. O adulto dorme em média sete a oito horas por dia.
Entretanto, alguns indivíduos necessitam normalmente de um número menor de horas de sono, denominados
dormidores curtos, e outros, que necessitam de mais horas, são considerados dormidores longos.
Estágios do sono:
Sono não-REM:
Estágio I: os pacientes estão sonolentos e podem manter algum grau de alerta ambiental, atividade motora
espontânea está diminuída. Representa 5% do sono normal.
Estágio II: a atividade eletromiográfica está ainda mais reduzida. Representa 50-60% do sono e aumenta com a
idade.
Estágios III e IV: é caracterizado pelo sono profundo e constitui 10-20% do tempo do sono e diminui com o
avanço da idade. Atividade eletromiográfica é menos ativa, não são vistos movimentos oculares e a respiração é
regular.
Sono REM:
Os movimentos oculares rápidos e abruptos são característicos. Os movimentos respiratórios são irregulares e há
uma ausência de atividade eletromiográfica (atonia muscular). Os REM ocupam 20-25% do tempo do sono.
DISSONIAS:
São transtornos do sono relacionados à iniciação ou manutenção do sono ou à sonolência excessiva, com
distúrbios na qualidade, quantidade ou regulação do ritmo do sono. São exemplos de dissonias: insônia, hipersonia
e transtorno do ritmo circadiano.
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INSÔNIA
Insônia é uma dissonia que pode ser definida como dificuldade em iniciar e/ou manter o sono, presença de
sono não reparador, ou seja, insuficiente para manter uma boa qualidade de alerta e bem estar físico e mental
durante o dia, com comprometimento do desempenho das atividades diurnas.
PARASSONIAS:
São alterações comportamentais ou fisiológicas que ocorrem em diferentes momentos do sono e formam o
segundo maior grupo de transtornos do sono. São exemplos de parassonias: sonambulismo, terror noturno,
pesadelos, bruxismo, enurese noturna.
CLASSIFICAÇÃO:
INSÔNIA PRIMÁRIA:
Caracterizada por não ocorrer durante o curso de outro transtorno físico ou mental, nem se dever aos efeitos
fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral.
INSÔNIA SECUNDÁRIA:
É causada por algum fator identificável, geralmente uma condição médica ou psicológica, e apresenta uma
prevalência significativamente maior do que a da insônia primária.
TABELA 01: Classificação da Insônia segundo outros critérios.
PELA COMORBIDADE
PELA DURAÇÃO
PELA GRAVIDADE
Relacionado com um transtorno Transitória (2 a 3 dias)
Leve, quase todas as noites,
psiquiátrico (insônia não-orgânica)
associado com pouca ou nenhuma
evidência de prejuízo social ou
ocupacional.
Relacionada com um fator orgânico A curto-prazo (menos de 3 semanas) Moderada, todas as noites, prejuízo
(e.g.,uma condição médica geral)
leve a moderado com sintomas
associados.
Relacionada com o uso ou abuso de A longo prazo (mais de 3 semanas)
Grave, todas as noites, prejuízo
substâncias
severo, inquietação significativa,
fadiga, irritabilidade e ansiedade.
Insônia primária
Insônia associada a transtornos do sono:
a) Transtornos respiratórios
b) Transtornos dos movimentos periódicos dos membros
c) Síndrome das pernas inquietas
d) Bruxismo
e) Parassonias
Insônia associada a fatores ambientais e higiene do sono inadequada
Insônia associada a transtornos psiquiátricos
Insônia associada a transtornos neurológicos
Insônia associada a outras doenças
Insônia associada a uso de substâncias
Insônia associada a transtornos circadianos
Insônia psicofisiológica ou insônia primária
Insônia idiopática
Má percepção do estado de sono
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PEDIATRIA:
No dia-a-dia do consultório, o pediatra cada vez mais se depara com queixas relacionadas ao sono.Muitas
vezes o distúrbio do sono na criança altera o sono de toda a família. O desempenho diurno de uma criança, seja na
área escolar ou na vida familiar, está intrinsecamente relacionada ao seu sono.
O pediatra precisa distinguir as alterações transitórias do sono de um distúrbio primário do sono.
Na abordagem inicial da criança em insônia deve-se sempre afastar as causas clínicas, apesar da principal
forma de insônia nesta faixa ser a “insônia comportamental”.
Em alguns casos, a alteração do sono pode ser sintoma de doenças do SNC, das vias aéreas ou de doenças
sistêmicas.
Sono normal da criança:
O recém-nascido dorme entre 16 e 18 horas por dia, acordando a cada 3 a 4 horas. Com 6 meses de vida, o
bebê dorme 14 horas e a partir desta idade o número de horas vai diminuindo progressivamente até chegar as 8
horas de sono de um adulto.
A insônia na infância, quando comparada à dos adultos, difere quanto à apresentação fisiopatológica e
tratamento.
Classificação:
A insônia faz parte da Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono e pode ser subdividada em:
a- insônia comportamental da infância
b- insônia devida à condições médicas.
As causas clínicas mais comuns de insônia são:
- dor / cólica do lactente;
- otites de repetição;
- refluxo gastroesofágico;
- medicações ( por exemplo: estimulantes);
- crises de asma noturna;
- obstrução das vias aéreas, entre outras.
Uma vez descartadas as causas clínicas, a primeira hipótese a ser aventada é a insônia comportamental, que
ocorre em 10 a 30% das crianças pré-escolares.
A característica essencial da insônia comportamental é a dificuldade de uma criança adormecer e/ou manter o
sono. Estes problemas estão associados com determinadas atitudes da criança ou dos pais e podem ser classificados
em 2 tipos:
-Insônia comportamental:
a- Distúrbio de associação:
Ocorre geralmente entre os 6 meses e 3 anos de idade. Nesta situação existem certas condições associadas com
o início do sono que são necessárias para que a criança adormeça e volte a adormecer após cada despertar
(chupeta, bichinho de pelúcia, etc), quando a condição associada do sono está presente, a criança adormece
rapidamente. Se está ausente, apresenta despertares noturnos freqüentes. Geralmente, a prevalência de
despertares noturnos reduz após os 3 anos de idade, porém o distúrbio de associação pode continuar em
crianças com transtornos de desenvolvimento.
b- Distúrbio ou falta de limites.
Caracteriza-se pela recusa em ir para a cama no horário de dormir. Quando os limites são definidos, as crianças
tendem a adormecer fácil e rapidamente; a qualidade do sono é normal e eles tendem a ter poucos despertares.
Uma criança com tempo insuficiente de sono pode apresentar-se irritadiça, mal humorada, sonolenta, agressiva, ter
comportamento hiperativo. Os problemas de sono da criança também atuam negativamente nos pais e cuidadores
pois levam à privação do sono.
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Tratamento:
- Abordagem comportamental: a principal intervenção é feita no sentido que as crianças tenham um
horário regular para dormir e para as atividades diurnas, apropriadas para a idade. Para que isto
aconteça, o ritual para dormir deve ser instituído, ser curto, agradável e relacionado a elementos de
associação que auxiliem as crianças a aprenderem a dormir sozinhas no próprio berço/cama.
- Tratamento farmacológico: deve ser considerado quando a abordagem comportamental sozinha não
foi eficaz. Em casos específicos podem ser utilizados benzodiazepínicos (clonazepam, clobazam,
midazolam, diazepam), zolpidem, zopiclona, hidrato de cloral, levomepromazina, prometazina,
carbamazepina. Sempre levar em conta a idade da criança e o benefício/risco associado ao uso
destas drogas.
ASPECTOS EM ODONTOLOGIA:
Bruxismo
Bruxismo durante o sono é uma parassonia caracterizada por movimentos involuntários e estereotipados com
ranger dos dentes durante o sono. É classificado como primário quando não se evidencia causa médica,
sistêmica ou psiquiátrica, apresentando, portanto, fatores de predisposição genética ou psicológica, má oclusão
dentária, disfunção leve dos gânglios da base e combinação desses fatores. É classificado como secundário
quando está associado a um transtorno clínico, neurológico ou psiquiátrico.
O diagnóstico não é simples quando realizado somente no consultório médico, sendo necessário ser
complementado com avaliação odontológica. O portador dessa parassonia pode apresentar sintomas como
sonolência diurna, sono de má qualidade, cefaléia, mialgia do masseter e temporal, cervicalgia, dor de garganta,
dores torácica-abdominais, dor e hipersensibilidade dentária a estímulos quentes ou frios. Já os sinais mais
comuns são ranger dos dentes com desgastes dentários, hipertrofia de masseteres, temporais e pterigóides
mediais e laterais, cortes na língua e exacerbação de doenças periodontais.
Não existe tratamento específico, logo, é preciso avaliar cada caso para estabelecer tratamento odontológico,
comportamental, farmacológico ou combinações para obter melhor resultado.
DIAGNÓSTICO
A anamnese deve conter dados sobre hábitos de sono, noturnos ou diurnos, possível associação com fatores
ambientais, desempenho no trabalho e atividades diárias, presença de fadiga e sonolência diurna. Deve ser
investigada a presença de condições clínicas, especialmente quadros dolorosos, história positiva para depressão ou
transtornos de ansiedade e presença de pânico noturno. Deve também ser identificada a presença de fatores
desencadeantes e perpetuantes da insônia.
Um exemplo de roteiro de perguntas pode ser realizado durante os atendimentos:
1. Início da insônia
2. Fator desencadeante
3. Fatores de piora e melhora
4. Tratamentos já realizados
5. Horário que vai para cama
6. Atividades na cama antes de adormecer
7. Tempo que demora para adormecer
8. Despertares durante a noite
9. Presença de ronco ou sono agitado
10. Horário que acorda e horário que se levanta
11. Como se sente ao despertar
12. Ambiente em que dorme (luminosidade, ruídos, conforto da cama, entre outros)
13. Como passa durante o dia: cansaço, sonolência, irritabilidade
14. Dores no corpo
15. Atividade física: freqüência e horário
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16. Trabalho: tipo e horário
17. Refeições, café, refrigerantes, uso de álcool
18. Medicamentos: tipo e horário
19. Ansiedade e Depressão
20. Relacionamento familiar e social e antecedentes familiares
21. Demais doenças
POLISSONOGRAFIA:
Método de diagnóstico que consiste no monitoramento poligráfico do sono, com eletroencefalograma,
eletrocardiogramal, eletromiograma e parâmetros respiratórios.
Indicações: sonolência excessiva diurna, apnéia do sono e síndrome das pernas inquietas.
TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO:
-
HIGIENE DO SONO:
A higiene do sono apresenta como foco os hábitos de vida e os fatores ambientais que podem interferir
positiva ou negativamente no sono.
Atividades diárias que são inconsistentes com a manutenção de uma boa qualidade de sono e com o alerta
diurno podem ser a única causa da insônia e devem ser investigadas.
As medidas de higiene do sono são:
- Deitar-se e levantar-se todos os dias a mesma hora.
- Limitar o tempo diário na cama ao tempo necessário de sono.
- Suspender a ingestão de substancias com efeito ativador ou estimulador do SNC.(café, chá, chocolate,
refrigerante).
- Evitar dormir durante o dia.
- Realizar exercício físico, evitando a proximidade com a hora de dormir, por seu efeito estimulante.
- Evitar atividades excitantes nas horas que antecedem deitar-se, como jogos, brincadeiras agitadas, etc.)
- Tomar banho com temperatura semelhante à corporal, por seu efeito relaxante.
- Alimentar-se em horários regulares e evitar grandes refeições antes de dormir.
- Praticar relaxamento antes de deitar-se, ou realizar um tempo de silêncio.
- Manter condições ambientais adequadas para dormir (temperatura, ruídos, iluminação, cama confortável).
- Não usar álcool e não fumar antes de ir para a cama.
-
CONTROLE DE ESTÍMULOS:
Tem como objetivo associar o quarto e a cama ao rápido início do sono. Para isso é necessário:
Retirar do quarto de dormir objetos e atividades incompatíveis com o sono. Ex: televisão, comida, livros,
telefone.
Evitar rever os acontecimentos do dia e planejar as tarefas diárias do dia seguinte.
Não cochilar ou deitar durante o dia, exceto idosos e adolescentes que pode ser recomendado apenas um
cochilo à tarde.
Procurar se levantar todo dia no mesmo horário, independente do tempo de sono á noite.
Evitar o uso crônico de medicamentos para insônia;
TERAPIA COGNITIVA:
O objetivo da terapia cognitiva é eliminar as crenças e as atitudes errôneas relacionadas ao sono. Consiste em
dar orientações gerais, identificar atitudes e pensamentos inadequados, promovendo mudanças.
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-
RESTRIÇÃO DE SONO E DE TEMPO NA CAMA:
O objetivo desta terapia é consolidar o sono por meio da restrição do tempo que o paciente passa na cama.
Os horários de sono e vigília são definidos individualmente, limitando-se o tempo na cama para uma
quantidade de horas próximas à média que o paciente realmente dorme.
Apesar de criar um estágio transitório de privação de sono, esta técnica pode propiciar facilitação para
adormecer, melhorar a eficiência do sono e diminuir a variabilidade entre as noites.
-
TÉCNICAS DE RELAXAMENTO:
O treinamento de relaxamento está indicado para os portadores de insônia que se apresentam hiperalertas e
ansiosos durante o dia, e precisam reduzir este alerta diurno para ajudar a adormecer.
Independente do tipo de relaxamento utilizado, o paciente é orientado a utilizar a técnica em qualquer
situação e local.
- EXERCÍCIO FÍSICO:
A prática de exercícios físicos, entre outras terapias, é sugerida para melhorar a qualidade do sono, embora o
tipo, a intensidade e a duração do exercício ainda não estejam bem definidos.
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
Inicialmente, deve-se identificar a etiologia da insônia. Quando necessário iniciar terapêutica
medicamentosa, utilizar a menor dose efetiva, ficar atento para sinais de abuso, dependência ou tolerância, e ter
atenção especial com pacientes idosos, nos quais deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos pelo aumento no índice
de quedas e risco de alterações cognitivas.
Quando necessário, usar benzodiazepínicos de meia-vida intermediária, evitar os de meia-vida prolongada
para a população idosa.
No idoso, prescrever sempre a metade da dose do adulto.
Constituem procedimentos importantes:
- Escolher medicamentos que tenham pouca interferência na arquitetura do sono, que sejam rapidamente
absorvidos ou eliminados, e que tenham poucos efeitos residuais durante a vigília;
- Após controlar os sintomas, a descontinuidade do uso pode ser estimulada e feita de maneira gradual;
- Estar atento ao reaparecimento dos sintomas durante a retirada da medicação;
- Dar preferência para medicamentos de meia-vida intermediária;
- Para pacientes com insônia crônica não responsivos aos tratamentos não-farmacológicos, deve-se avaliar a
utilização de indutores de sono por períodos mais prolongados.
- Os indutores de sono devem ser prescritos somente na hora natural de dormir do indivíduo.
Classificação dos Hipnóticos:
1. Hipnóticos de primeira geração (em desuso pelos riscos): barbitúricos, hidrato de cloral, glutetimida.
2. Hipnóticos de segunda geração: benzodiazepínicos:
a) Ação rápida - meia vida < 6 h:(insônia de conciliação – dificuldade para iniciar o sono) :
midazolam, clorazepato, triazolam, diazepam.
b) Ação intermediária - meia vida de 6 a 24 h: (insônia de manutenção – dificuldade de manter o
sono): clonazepam, flunitrazepam, nitrazepam, alprazolam, clordiazepóxido, lorazepam,
bromazepam.
c) Ação prolongada - meia vida >24 h: (insônia do despertar precoce): flurazepam, diazepam,
clobazam.
Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, imipramina, nortriptilina.
3. Hipnóticos de terceira geração (agonistas do receptor GABA – receptor dos benzodazepínicos):
ciclopirrolidonas: zopiclona;
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imidazopiridina: zolpiden e zaleplona 5-10 mg .
4. Outros hipnóticos: anti-histamínicos (doxalamina e difenidramina); gabapentina.
FIGURA 01 : Fluxograma Controle da Insônia.
Fluxogram a C ontrole da Insônia
( Adaptado de N IM H - C onsensus)
A gente hipnótico
Insônia
D escontinuar
m edicam ento
Insuficiente
Insônia crônica
M odificação
com portam ental am biental
SIM
encam inham ento
para especialista.
NÃO
C ontinuar
prescrevendo.
A insônia foi
resolvida?
BOM
R esultado?
E xcluir ou
tratar causas
reversíveis
R esultado da
descontinuação
NÃO
S IM
E ncoraje m elhorias
no estilo de vida
habitual
M edicação usada so
conform e
necessidade.
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TABELA 02: USO TERAPÊUTICO PADRONIZADO - INSÔNIA
MEDICAMENTO
DOSAGEM /DIA
Intervalo entre
Mínima
Máxima
doses
Clonazepam
0,5mg
4mg
1 a 2 vezes ao dia
Nitrazepam
5mg
10mg
1 vez ao dia
Flurazepam
15mg
30mg
1 vez ao dia
Diazepam
2mg
40mg
1 a 2 vezes ao dia
Valeriana
50mg
120mg
1 vez a noite
Amitriptilina
25mg
300mg
1 a 2 vezes ao dia
Imipramina
25mg
300mg
1 vez ao dia
Nortriptilina
25mg
150mg
1 a 3 vezes ao dia
Apresentação
farmacêutica
Comprimido 2mg
Comprimido 5mg
Comprimido 30mg
Comprimido 10mg
Comprimido 50mg
Comprimido 25mg
Comprimido 10 e 25mg
Cápsula 25 e 50mg
MEDICAMENTOS PADRONIZADOS:
Valeriana officinalis
Classificação: ansiolítico-hipnótico
Indicação de uso: para o tratamento de insônia e ansiedade leve a moderada. È aconselhável o seu uso apenas
como indutor do sono, já que quatro horas após a administração parece não haver mais substância ativa na corrente
sanguínea. Ou seja, a valeriana não é uma boa opção para aqueles pacientes que acordam no meio da noite, apenas
para aqueles que têm dificuldade de iniciar o sono.
INICÍO DO EFEITO: É IMPORTANTE ORIENTAR O PACIENTE QUE OS EFEITOS DA VALERIANA SE
INICIAM APENAS APÓS 2 A 3 SEMANS DE USO.
Farmacocinética: pico de concentração plasmática (do ácido valerênico, que é o marcador ativo) ocorre 1 hora
após a administração e 4 h após este marcador já não é mais detectado na corrente sanguínea.
Biotransformação: hepática
Eliminação: renal
Risco na gravidez: Não deve ser usado (não há estudos em grávidas).
Precauções: gravidez, lactação, uso de outras drogas depressoras do SNC. Para aqueles pacientes que já fazem
uso de benzodiazepínicos a mais de 4 semanas é recomendável, primeiro, a retirada gradativa do
benzodiazepínico para depois a introdução da valeriana.
Interações: Com outras drogas depressoras do SNC e álcool (possibilidade de potencialização dos efeitos
sedativos).
Contra-indicações: gestantes, usuários de outras drogas depressoras do SNC e álcool.
Reações adversas: tontura, náusea, vômito.
CLONAZEPAM
Classificação: Benzodiazepínico de ação intermediária.
Farmacocinética: absorção rápida pelo trato gastrointestinal. Os alimentos não alteram absorção.
Biotransformação:hepática.
Eliminação: renal.
Risco na gravidez: categoria D.
Não usar durante a amamentação.
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Precauções: Terapia prolongada requer monitoramento hematológico e função hepática. Retirada abrupta do
medicamento pode provocar estado epiléptico.É necessário fazer desmame. Clonazepam pode aumentar a
incidência de pensamentos suicidas.
Interações: Uso concomitante com ácido valpóico pode causar crise de ausência.
Contra-indicações: doença pulmonar, glaucoma, miastenia grave, insuficiência hepática grave, gravidez.
Reações adversas: ataxia, sonolência, tonteira, fala enrolada, confusão e depressão mental. Hipersalivação.
NITRAZEPAM
Classificação: Benzodiazepínico de ação intermediária.
Farmacocinética: Lipossolúvel, meia vida de até 29h . Absorção pelo trato gastrointestinal. Os alimentos não
alteram absorção.
Biotransformação: hepática
Eliminação: renal.
Risco na gravidez: Categoria D.
Precauções: miastenia, função renal e/ou hepática comprometida, idosos; evitar álcool. Pode levar a convulsões se
suspensão abrupta.
Interações:
- Diminui efeito terapêutico: uso concomitante com levodopa
- Pode causar hipotensão excessiva: bloqueadores dos canais de cálcio
- Podem ter seu efeito potencializado: neurolépticos, tranqüilizantes, antidepressivos, hipnóticos.
Contra-indicações: hipersensibilidade a benzodiazepínicos, insuficiência respiratória.
Reações adversas: Hipotonia muscular, irritabilidade, agressividade, superexcitação e síndrome onírica.
FLURAZEPAM
Classificação: Benzodiazepínico de ação prolongada.
Farmacocinética: absorção pelo trato gastrointestinal. Os alimentos não alteram absorção.
Biotransformação: rapidamente metabolizado,
Eliminação: renal.
Risco na gravidez: categoria C
Precauções:.não administrar nos 3 primeiros meses de gravidez.
Interações:
- Podem causar euforia: analgésicos narcóticos
- Tem seu efeito sedativo intensificado: álcool, anti-histamínicos, antidepressivos hipnóticos
Contra-indicações: doença pulmonar, glaucoma, miastenia grave, apnéia do sono, gravidez.
Reações adversas: ataxia, sonolência, tonteira, fala enrolada, confusão e depressão mental.
DIAZEPAM
Classificação: Benzodiazepínico de ação prolongada.
Farmacocinética rapidamente absorvido por via oral.
Biotransformação: hepática
Eliminação: urinária
Risco na gravidez: categoria D
Precauções: psicoses, depressão respiratória, glaucoma.
Interações:
- Aumento dos efeitos dos benzodiazepínicos: etanol, propranolol, metoprolol, fluoxetina.
- Aumenta os níveis séricos do diazepam: cimetidina, ranitidina, cetoconazol, fluconazol, itraconazol
Contra-indicações: miastenia, glaucoma de ângulo fechado, hipersensibilidade a diazepínicos, disfunção hepática
grave. Antídoto: flumazenil.
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Reações adversas: ataxia, sonolência, tonteira, transtorno da fala, depressão respiratória.
AMITRIPTILINA
Classificação: Antidepressivo
Farmacocinética: rapidamente absorvido pelo trato gastrointestinal.
Biotransformação: hepática
Eliminação: renal.
Risco na gravidez: Categoria C
Precauções: glaucoma, retenção urinária, doença renal, asma brônquica.
Interações:
- Aumento dos efeitos colaterais: ácido valpróico, etanol, hipoglicemiantes, lítio, neurolépticos
- Reduz efeito terapêutico: clonidina
- Associação contra-indicada: com cisaprida
- Aumenta concentração plasmática: fluoxetina, paroxetina
- Reduz concentração plasmática: barbitúricos, carbamazepina.
Contra-indicações: infarto agudo do miocárdio, associação com inibidores da monoamino-oxidase.
Reações adversas: sonolência, cefaléia, tontura, boca seca, aumento do apetite, constipação.
IMIPRAMINA
Classificação: antidepressivo
Farmacocinética: rapidamente absorvido após administração oral.
Biotransformação: hepática
Eliminação: renal
Risco na gravidez: Categoria D
Precauções: glaucoma, retenção urinária, doença hepática, doença renal, asma brônquica.
Interações:
- Aumenta efeitos colaterais: hipoglicemiantes, antitireoidianos, clonidina, etanol, lítio.
- Reduz concentração plasmática: barbitúricos, carbamazepina
- Aumenta concentração plasmática: bloqueadores dos canais de cálcio, fluoxetina, paroxetina, ritonavir,
indinavir, venlafaxina.
Contra-indicações: recuperação de infarto do miocárdio
Reações adversas: tontura, sonolência, cefaléia, alteração do paladar, boca seca, constipação, vômitos.
NORTRIPTILINA
Classificação: antidepressivo
Farmacocinética: absorção pelo trato gastrointestinal é pouco conhecida.
Biotransformação: hepática
Eliminação: renal.
Risco na gravidez: Categoria C
Precauções: doença renal, história de retenção urinária, asma brônquica, doença cardíaca.
Interações:
- Aumenta efeitos colaterais: ácido valpróico, clonidina, etanol, hipoglicemiantes, lítio, neurolépticos.
- Reduz concentração plasmática: barbitúricos, carbamazepina.
- Aumenta concentração plasmática: fluoxetina, paroxetina, ritonavir, indinavir.
Contra-indicações: recuperação de infarto do miocárdio, associação com inibidores da monoamino-oxidade
Reações adversas: sonolência, cefaléia, tontura, boca seca, aumento do apetite, constipação, alteração da libido,
sudorese excessiva.
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USP DI Drug Information for the health care professional. 17th ed. Maryland: United States Pharmacopeial
Convention, 1997. 2v.
Expediente:
A padronização de medicamentos é feita baseada nos princípios adotados pela OMS para política de medicamentos
essenciais, respeitando os limites orçamentários da Secretaria Municipal de Saúde.
Prefeito Municipal: Vladimir de Faria Azevedo
Secretário Municipal de Saúde: Rosenilce Cherie Mourão Gontijo de Resende
Diretor da Atenção Primária: Paulo Sérgio dos Prazeres
Referência Técnica da Assistência Farmacêutica: Thais Bueno Enes dos Santos
Comitê Científico:
Farmacêuticos: Aline Resende Oliveira, Ariane Garrocho de Faria, Dirécia Cardoso Silva, Ivan Eder Sales,
Janaina de Sousa Dias, José Carlos Soares, Rose Amaral Dias Ribeiro, Thais Bueno Enes dos Santos.
Médicos: Antônio Carlos de Sousa, João Henrique Gomes Camargos, Juliano Gonçalves Resende.
Enfermeira: Maria Ângela de Souza Alvarenga.
Cirurgiã Dentista: Isabela Costa Carvalho.
Agradecimentos especiais: Vanina Melo Duarte.
Dr. Alexandre do Amaral
Diagramação:
Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis - MG
Rua Minas Gerais, 900 – Centro. Divinópolis – MG CEP 35500-007
Telefone: (37) 3229 - 6800
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