RELÓGIO BIOLÓGICO Como a energia elétrica afeta o sono N © SHUTTERSTOCK/ LARISSA KULIK ão é novidade que estamos dormindo menos. Há um século, dormia-se cerca uma hora a mais por noite. Um dos fatores que reduziram o tempo na cama é o acesso à energia elétrica. Pesquisadores do Brasil, do Reino Unido e da Suécia decidiram estudar até que ponto a luz artificial pode interferir nos padrões de sono. Para isso, analisaram os hábitos de uma população de cerca de 700 seringueiros no município de Xapuri, no Acre, residentes na Reserva Extrativista Chico Mendes. Observaram que os seringueiros que tinham eletricidade em casa dormiam 30 minutos a menos por dia do que aqueles que não tinham – o que equivale a uma perda de 2,5 horas de sono por semana. Publicada na Nature, a pesquisa reforça os resultados de outros estudos que alertam sobre a influência da luz – tanto elétrica como a da tela de dispositivos eletrônicos – sobre a produção de melatonina, o hormônio regulador do sono, cuja secreção é sincronizada com a luz solar. LONGEVIDADE Estudar ajuda a manter o cérebro “jovem” ão parar os estudos é uma prevenção eficaz contra as perdas cognitivas decorrentes do envelhecimento. É a conclusão de um estudo da Universidade do Minho, em Portugal, que relacionou tempo de educação formal à saúde cognitiva. Estudos de neuroimagem com jovens e idosos já haviam mostrado que, com o passar dos anos, ocorre uma queda de eficiência na rede cerebral das regiões frontal e temporal do cérebro. Esse impacto, de acordo com o estudo português, é atenuado pela chamada “reserva cognitiva”, isto é, a capacidade de ativar circuitos cerebrais alternativos em substituição a outros. E a reserva cognitiva decorreria do exercício contínuo das habilidades mentais, por isso a relação com o nível educacional. Os resultados foram divulgados pela Scientific Reports, da Nature. © SHUTTERSTOCK/ PATHDOC N NEUROEDUCAÇÃO 6-11_notas_Neuro5.indd 9 9 20/10/15 20:08