investigação clínica, citogenética e molecular em uma paciente com

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SÍNDROME DE MARFAN EM UMA PACIENTE COM TRANSLOCAÇÃO COMPLEXA
COM PERDA DE UM SEGMENTO GENÔMICO INCLUINDO O GENE FBN1
COLOVATI, Mileny Esbravatti Stephano1; DA SILVA, Luciana Rodrigues Jacy1 ; TAKENO, Silvia S2 ;
MANCINI, Tatiana I2; DUTRA, Ana RN2; MELARAGNO, Maria Isabel2 ; PEREZ, Ana Beatriz Alvarez1.
1
Centro de Genética Médica, Departamento de Morfologia e Genética; 2Disciplina de Genética, Departamento de Morfologia
e Genética, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP. [email protected]
RESUMO
A síndrome de Marfan (SFM) é uma doença de herança autossômica dominante e expressividade
variável. Aproximadamente 30% dos casos são esporádicos. Suas principais manifestações clínicas
concentram-se em três sistemas: o esquelético, o cardiovascular e o ocular. A doença é caracterizada
por mutações no gene FBN1, localizado em 15q21, que codifica a proteína fibrilina. Aberrações
cromossômicas relacionadas à SMF são raras. Apresentamos o caso de uma menina de 15 anos de
idade com fenótipo marfanóide, deficiência intelectual, hiperatividade, cranioestenose e
hipotiroidismo. A análise citogenética sob bandamento G mostrou uma translocação complexa,
aparentemente balanceada, envolvendo os cromossomos 6, 12 e 15. Os cariótipos dos pais são
normais. O estudo molecular do DNA pela técnica de array, utilizando a plataforma Cytogenetics
Whole-Genome 2.7M Array (Affymetrix®), revelou o resultado arr 15q21.1(45,466,73347,335,104)1X dn. Desta forma, a paciente apresenta uma microdeleção de cerca de 2 Mb em
15q21.1, em hemizigose. A técnica de hibridação in situ por fluorescência (FISH) permitiu a
determinação mais precisa dos pontos de quebra envolvidos na translocação e definiu um rearranjo
ainda mais complexo. Era esperado que o ponto de quebra do cromossomo 15 fosse em 15q21.1 e que
a região proximal a esse ponto estivesse no cromossomo derivado do 15. No entanto, as sondas de
FISH proximal (RP11-2O16) e distal (RP11- 96N3) à região deletada mostraram sinais de hibridação
tanto no cromossomo 15 normal quanto no cromossomo derivado do 12, indicando que houve um
outro ponto de quebra no cromossomo 15 mais proximal ao da deleção, em 15q14 e não em 15q21.1.
Assim a paciente apresenta o cariótipo
46,XX,t(6;12;15)(6pter6q22::12q2412qter;12pter12q24::15q1415q21.1::15q21.2::15qter;15p
ter15q14::6q226qter)dn. Na paciente, a microdeleção, identificada por meio da técnica de array,
incluiu o gene FBN1, responsável pelo fenótipo marfanóide. Trata-se de um achado inédito, pois não
encontramos na literatura nenhum caso de uma deleção de novo ocasionando a SMF.
Apoio financeiro: FAPESP
Palavras-chave: síndrome de Marfan, translocação complexa, deleção 15q21.1, array.
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