CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA ADRIANO FELICIO Uma Análise Sobre as Funções Estratégicas dos Canais de Marketing LINS/SP 1ºSEMESTRE/2012 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA ADRIANO FELICIO Uma Análise Sobre as Funções Estratégicas dos Canais de Marketing Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra para obtenção do Titulo de Tecnólogo em Logística. Orientador: Prof. Me. Luiz Antônio Cabañas LINS/SP 1ºSEMESTRE/2012 Á minha esposa, Renata pelo incentivo. À minha mãe, Dirce e minhas irmãs Aline e Camily Vitória pelo estímulo. AGRADECIMENTOS No fluxo da vida há várias etapas e nesta fase conclusiva de mais uma, que é a graduação, quero expressar meus sinceros agradecimentos primeiramente a Deus por ser a razão da minha existência e por ter dado pelo teu Espírito a sabedoria, entendimento e persistência para alcançar este titulo. Ao professor Me. Luiz Antônio Cabañas, que se dispôs a orientar este trabalho fazendo com que o mesmo atingisse seu objetivo. Aos demais professores e amigos que me deram apoio, força, sugestões, incentivo, atenção e pela paciência tida comigo. À minha esposa que com muito amor e carinho sempre me ajudou nas horas mais difíceis da vida e na realização deste presente trabalho também. RESUMO Com as inúmeras mudanças que vem ocorrendo no mercado de consumo e serviço, os clientes estão se tornando cada vez mais exigentes e a concorrência ainda mais acirrada, fazendo com que as empresas procurem um diferencial frente aos concorrentes. Com o fácil acesso às novas tecnologias, esse diferencial é difícil de ser conseguido, pois hoje existe uma infinidade de produtos similares e informações recebidas pelos clientes a todo o momento, em forma de propagandas e estratégia de preços. Este trabalho traz informações sobre as funções estratégicas dos canais de marketing, com o intuito de estabelecer estratégias que atendam as necessidades dos clientes e sejam lucrativas para fabricantes e intermediários. Sendo assim, foram levantados dados de duas empresas com segmentos diferentes através de questionário, o qual foi respondido pelos responsáveis pelas empresas. Além da apresentação dos casos, foi necessário levantar informações teóricas como: marketing e seus conceitos, seguido dos canais de marketing e suas estratégias ao qual deram embasamento aos casos apresentados. Também foram feitas correlações entre a teoria estudada sobre as funções estratégicas dos canais de marketing com cada caso proposto, acompanhado de uma discussão final que também faz correlação entre a teoria, o caso um e o caso dois para verificar quais funções estratégicas de canais de marketing foram adotadas pelas empresas e os benefícios relacionados em cada caso analisado. Palavras-chave: Marketing. Canais de marketing. Estratégia. ABSTRACT With many changes occurring in the consumer market and service, customers are becoming more demanding and competition increasingly fierce, making companies increasingly seek a differential against competitors. With easy access to new technologies, this gap is increasingly difficult to achieve, because today there is a plethora of similar products and information received by customers at any time, in the form of advertising and pricing strategy. This paper provides information on the strategic functions of marketing channels, in order to establish strategies that meet the needs of customers and are profitable for manufacturers and intermediaries. Therefore, data were collected from two companies with different segments through a questionnaire which was answered by responsible companies. Besides the presentation of cases, it was necessary to raise theoretical information as: Marketing and its concepts, followed by Marketing Channels and strategies which gave foundation to the cases presented. Correlations were also made between the theory studied on the strategic functions of marketing channels in each case proposed, accompanied by a final discussion which is also a correlation between the theory and a case where two functions to see which strategic marketing channels were adopted by companies and related benefits in each case analyzed. Keywords: Marketing. Marketing channels. Strategy. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1: A Hierarquia das necessidades ............................................................... 16 Figura 1.2: Os 4P do mix de marketing ..................................................................... 20 Figura 2.1: Os Cinco Fluxos no Canal de Marketing ................................................. 30 Figura 2.2: Canais de Marketing de Bens de Consumo ............................................ 31 LISTA DE QUADROS Quadro 3.1: Análise da Estratégia de Canais de marketing – Empresa A ................ 38 Quadro 3.2: Análise da Estratégia de Canais de marketing – Empresa B ................ 41 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................... 10 1 MARKETING ..................................................................................... 13 1.1 CONCEITOS-CHAVE DE MARKETING ............................................................. 13 1.1.1 Clientes ............................................................................................................ 14 1.1.2 Necessidades ................................................................................................... 14 1.1.3 Valor ................................................................................................................. 16 1.1.4 Troca ................................................................................................................ 17 1.1.5 Mercado ........................................................................................................... 18 1.2 COMPOSTOS DE MARKETING ......................................................................... 19 2 CANAIS DE MARKETING ................................................................ 22 2.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO............................................................................... 23 2.1.2 Tipos de distribuição......................................................................................... 23 2.2 SISTEMAS DE CANAL ....................................................................................... 24 2.2.1 Sistema Vertical de Marketing .......................................................................... 24 2.2.2 Sistema Horizontal de Marketing...................................................................... 24 2.2.3 Sistema Multicanal de Marketing...................................................................... 25 2.3 CANAIS DE MARKETING ELETRÔNICOS ........................................................ 25 2.4 CANAIS DE COMUNICAÇÃO ............................................................................. 26 2.4.1 Tipos de canais de comunicação ..................................................................... 26 2.5 VENDA ................................................................................................................ 26 2.5.1 Tipos de venda ................................................................................................. 27 2.6 FLUXOS DO CANAL DE MARKETING............................................................... 28 2.7 NÍVEIS DE CANAL .............................................................................................. 30 2.8 PARTICIPANTES DO CANAL............................................................................. 31 2.9 AMBIENTES DOS CANAIS DE MARKETING .................................................... 32 2.10 CONCORRÊNCIA ............................................................................................. 34 2.10.1 Tipos de concorrência .................................................................................... 34 2.11 SERVIÇOS AOS CLIENTES ............................................................................. 34 3 ESTUDO DE CASO .......................................................................... 36 3.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 36 3.2 ANÁLISE DO CASO DA EMPRESA A ................................................................ 37 3.3 ANÁLISE DO CASO DA EMPRESA B ................................................................ 40 3.4 DISCUSSÃO FINAL DO CASO........................................................................... 43 CONCLUSÃO ...................................................................................... 45 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 46 APÊNDICE ........................................................................................... 48 10 INTRODUÇÃO Toda evolução surge de acordo com a necessidade de mudança, portanto conhecer a evolução e a estrutura dos canais de marketing é de suma importância no desenvolvimento de estratégias organizacionais para melhorar o desempenho do canal. As estruturas do canal de marketing mudaram ao longo do tempo, essas mudanças concentram-se em dois fatores, primeiro por parte da demanda e segundo por parte da oferta. Nos fatores por parte da demanda os canais de marketing que contem intermediários (atacadistas, varejistas e outros produtores) aparecem para facilitar a busca dos clientes por produtos proporcionando melhor distribuição, apresentação e serviços prestados. A busca é caracterizada pela incerteza dos usuários finais e dos vendedores, que não sabem ao certo onde encontrar determinados serviços ou produtos. Portanto se não existissem intermediários, vendedores que não trabalhassem com marcas conhecidas não conseguiriam gerar muitas vendas. E os consumidores finais não saberiam se deveriam acreditar nas afirmações dos fabricantes sobre a qualidade dos produtos oferecidos. Os empresários não teriam certeza se estavam alcançando o tipo certo de usuário final com suas atividades. Já com relação aos fatores por parte da oferta, o comprador e o vendedor devem chegar a um acordo sobre quantidade, o modo e o prazo de pagamento. O custo de distribuição pode ser minimizado se as transações forem transformadas em rotinas, a rotina gera padronização dos serviços tornando eficientes as atividades do canal. Sem os intermediários de canal os produtores teriam que interagir com cada possível comprador em potencial. Assim à medida que aumenta a necessidade do intercâmbio em uma sociedade, aumentam também as dificuldades para manter as interações. (COUGHLAN, ANDERSON, STERN et al. 2002). Pode-se dizer com base nesses fatores que a evolução na estruturação dos canais surgiu conforme a expansão do mercado. O surgimento de novas marcas e a competitividade faz com que as organizações busquem maneiras de se posicionar melhor no mercado. 11 Com as inúmeras mudanças que vem ocorrendo no mercado de consumo e serviço, os clientes estão tornando exigentes e a concorrência cada vez mais acirrada, fazendo com que as empresas procurem um diferencial frente aos concorrentes. Com o fácil acesso às novas tecnologias, esse diferencial está ficando difícil de ser conseguido, pois hoje existe uma infinidade de produtos similares e informações recebidas pelos clientes a todo o momento, em forma de propagandas e estratégia de preços. Porém, a busca dos clientes por uma maior qualidade e existência da oferta de produtos similares faz com que a estratégia de preços não seja tão eficaz no mercado. Nesse contexto é que surge a necessidade da busca de competitividade, aonde ações de canais de marketing vêm tornando-se ferramentas importantes na procura por um diferencial competitivo, pois permite colocar o produto no lugar certo, na hora certa e na quantidade certa, de uma forma eficaz, buscando aproximação e diminuição de custos. (KOTLER, 2005). Acredita-se que estudar o estabelecimento dos canais de marketing auxilia na compreensão do contexto mercadológico em que as empresas que objetivam vender produtos e serviços devem estabelecer meios de disponibilizar, comunicar, financiar, garantir e entregar tais produtos. Em muitas estratégias de canal, fabricantes delegam funções de contatos a intermediários, porém isso dependerá da estratégia empresarial adotada. Sendo assim, entender as vantagens do estabelecimento da estratégia nos canais de marketing é relevante para o contexto atual. O objetivo desse trabalho, portanto, é analisar a utilização estratégica dos canais de marketing e apresentar casos sobre o tema. O trabalho será ilustrado através de uma pesquisa qualitativa, pretendendo analisar o enfoque por meio de uma metodologia de conotação qualitativa. A justificativa do tratamento qualitativo dos problemas a serem levantados é baseada na necessidade de entender a relação de causa e efeito do fenômeno e consequentemente resultarem sua verdade ou razão. Segundo Oliveira (1997) a pesquisa qualitativa tem o poder de descrever a complexidade da hipótese ou problema, analisar interação entre as variáveis, compreendendo e classificando os processos dinâmicos experimentados pela empresa, apresentando contribuições para o processo de mudança, interpretado as particularidades dos comportamentos das pessoas. 12 As técnicas de coleta de dados serão determinadas por questionários semiestruturados, a partir de uma pesquisa exploratória, para viabilizar uma análise mais real das variáveis do fenômeno, estabelecendo com mais propriedade as relações de causa e efeito, frente aos objetivos estabelecidos. Esse trabalho está estruturado em três capítulos e a conclusão. No primeiro capitulo, estão disponíveis as informações sobre marketing, tais como, conceitos chaves de marketing e composto de marketing. Já no segundo capitulo, serão apresentados os canais de marketing, são eles, canais de distribuição, sistema de canal, canais de marketing eletrônicos, canais de comunicação, vendas, fluxos do canal de marketing, níveis de canal, participantes do canal, ambiente dos canais de marketing, concorrência, serviços aos clientes, relacionamentos e redes de marketing, estratégia empresarial. No terceiro, estão disponíveis os estudos e as análises dos casos com a correlação da teoria estudada. Para finalizar, serão apresentadas as conclusões dos estudos realizados sobre as funções estratégicas dos canais de marketing e dos casos apresentados. 13 1 MARKETING Segundo o dicionário Michaelis (2001) Marketing vem da palavra em inglês, market que significa mercado, trata-se de como as organizações se dirigem ao mercado. Para entender marketing há inúmeras definições desde a sua criação. No princípio, o marketing era dentro das empresas, ou seja, uma área da administração, que gerenciava as relações da empresa com o mercado. Hoje, o foco no cliente é mais atual, a Chartered Institute of Marketing, renomada instituição britânica na área, definem o marketing como: “o processo gerencial que identifica, antecipa e atende de modo eficiente e rentável, as exigências do cliente”. (PALMER, 2006, p. 26). Com uma visão mais profunda voltada ao cliente a American Marketing Association oferece a seguinte definição: “O marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado”. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 4). Em outro momento a sua definição dá uma noção de satisfação do cliente, isso é, quando o cliente passa a levar algo de valor, a um determinado lugar, e receber o que deseja em troca saindo satisfeito. Para tal, surge outra definição: “Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”. (KOTLER, 2009, p. 27). Observa-se que o marketing deixa de ser uma atividade desenvolvida apenas depois da produção ou durante, para relacionar-se com processos de planejamento do produto, priorizando a avaliação das necessidades e desejos do consumidor. 1.1 CONCEITOS-CHAVE DE MARKETING 14 Os conceitos a serem tratados são: clientes, necessidades, valor, trocas e mercados. 1.1.1 Clientes Clientes são pessoas que procuram satisfazer um desejo, necessidade de si mesma ou de outrem. Pode ser descrito por várias maneiras, como freguês, hóspede, passageiro, assinante, leitor, estudante, etc. Geralmente, são vistos como a pessoa que tem o poder de tomar certa decisão de comprar um produto e/ou pagar pelo mesmo. (PALMER, 2006, p. 34) afirma que: “Cliente é o foco da atividade de marketing de toda e qualquer organização”. O foco das empresas é obter lucro, mas para atingir esse objetivo precisa-se além de vender bem, manter o freguês também. Para isso, elas devem investir tempo e recursos consideráveis na busca por novos clientes. A conquista desses exige habilidades substanciais em geração de indicações, qualificação de indicações e conversão dos clientes potenciais (aqueles que foram clientes um dia da empresa e a mesma os perdeu) em novos clientes. As empresas precisam dar mais atenção ao seu índice de perda de clientes, pois elas enfrentaram uma rotatividade dos clientes muito elevada (abandono de clientes) nos últimos tempos. (KOTLER, 2005) A teoria e a prática de marketing concentram em atrair novos clientes e não em reter clientes, contudo, a chave para se reter cliente é a satisfação do mesmo, pois um cliente satisfeito permanece fiel por mais tempo, compra mais, fala bem da empresa e de seus produtos, etc. Muitas empresas estão reconhecendo que satisfazer e reter clientes existentes, trás hoje um lucro de cinco vezes mais do que adquirir novos clientes (KOTLER, 2005). 1.1.2 Necessidades A necessidade juntamente com outros fatores sociais, faz surgir nas pessoas o desejo e este quando ao lado do poder de compra, passa a se chamar demanda 15 no mercado de produtos e serviços. Neste mesmo sentido Palmer dá a seguinte definição: “Consumidores não vivem mais em sociedades nas quais a principal motivação das pessoas é atender as necessidades básicas como comer, beber e banho. Há um desejo de satisfação maior que as corriqueiras. Enquanto a necessidade é algo profundamente enraizado no individuo, o desejo é condicionado pela sociedade em que ele vive. O desejo se converte em demanda quando a vontade de ter um produto se associa á capacidade de comprá-lo”. (PALMER, 2006, p. 36). Segundo as teorias das necessidades humanas o comportamento humano é motivado por estímulos interiores conhecidos como necessidades, que são estados de carência. No qual as pessoas agem de várias maneiras para satisfazer esse estado de carência. (MAXIMIANO, 2008). Sabe-se que, a fome é uma necessidade que estimula o organismo buscar alimento. Quanto mais forte é essa necessidade, maior é o desempenho para conseguir o alimento. Uma vez satisfeita a necessidade, o organismo passa para o estado de satisfação, e o alimento deixa de representar um estímulo, porque se extinguiu o impulso interno para persegui-lo. Assim, a motivação para aquele determinado comportamento deixou de existir. De acordo com as teorias sobre as necessidades humanas, a realização de objetivos e o desempenho estão ligados à busca da satisfação de carência. (MAXIMIANO, 2008). Segundo Maslow apud (Serrano, 2011) uma das principais teorias de Abraham Maslow, o autor mostra uma noção das necessidades humanas através de uma pirâmide, como é ilustrada a seguir: 16 Figura 1. 1: A Hierarquia das necessidades Fonte: Portal do marketing, 2011. Na base da pirâmide estão as necessidades fisiológicas, que estão relacionadas às necessidades básicas de cada indivíduo. Logo acima estão as de segurança, que levam as pessoas a buscar proteção de qualquer perigo, seja ele real ou imaginário, isso quando as fisiológicas citadas no parágrafo anterior já estão razoavelmente satisfeitas. Após as de segurança estarem satisfeitas, surgem as necessidades de amor, carinho e afeto das pessoas que consideramos próximas como; pai, mãe, irmão, etc. Estas são conhecidas como as obrigações sociais. Ao atingir a de status que diz respeito às necessidades ou desejos de pessoas de autoestima firme. A satisfação desta gera autoconfiança e pode também gerar inferioridade, ou seja, uma situação ou outra. Diferente das necessidades anteriores, a de auto realização, não se termina pela plena satisfação, pois quanto maior for a experimentação feita por uma pessoa, maior e mais importante parecerá a necessidade. (SERRANO, 2011). 1.1.3 Valor Se fosse feita uma pesquisa sobre qual a diferencia entre valor e preço, tanto para a classe alfabetizada como para a não alfabetizada no Brasil, acredita-se que muitos não conseguiriam distinguir valor de preço, pois entende-se que preço é o que se paga por algo, e de acordo com a definição de valor voltada a clientes, entende-se que: “Valor, para os clientes, é uma relação direta entre benefícios que reconhecem no produto e o preço que pagam por ele”. (PALMER, 2006, p. 36). 17 O valor pode ser uma questão subjetiva, pois o objeto muito prezado por uma pessoa talvez seja desprezado por outra. Por exemplo, em 2003, o jeans délavé, com visual levemente amarrotado, foi o auge da moda, e muitos compradores estavam prontos para pagar um preço altíssimo por uma calça jeans que parecesse usada. Para outros, entretanto, a ideia de roupas envelhecidas pode soar como um sacrilégio, um jeans envelhecido prematuramente tem seu valor diminuído, não aumentado. O valor depende de juízos pessoais. (PALMER, 2006). O cliente, dentro de uma variedade de produtos apresentados no mercado, hoje busca sempre maximizar o valor dentro das restrições impostas pelos custos envolvidos na procura e pelas limitações de conhecimento, mobilidade e renda. Focando o valor, a probabilidade de um cliente ficar satisfeito e efetuar novas compras vão depender da oferta atender ou não a sua expectativa de valor. (KOTLER, 2005). Consumidores comprarão de empresas que oferecerem o maior valor. E o valor percebido pelo consumidor está na diferença que ele faz entre todos os benefícios e todos os custos de uma oferta. Sendo para o consumidor o valor total, o valor monetário percebido de um conjunto de benefícios econômicos, funcionais e psicológicos que eles esperam de uma determinada oferta de mercado, e sendo seu custo total o conjunto de custos em que eles esperam incorrer para avaliar, obter, utilizar e descartar uma determinada oferta de mercado. Assim, o valor entendido pelo cliente resulta em percepção extremamente importante, que implicará em duas questões: a primeira é que o vendedor deve avaliar o valor e o custo total para o cliente, associado a cada oferta da concorrência. Em segundo lugar, o vendedor que estiver em desvantagem em termos de valor percebido pelo cliente pode tentar aumentar o valor ou reduzir o custo total. (KOTLER, 2005). 1.1.4 Troca Todas as vezes que se fala em trocar algo, pensa-se em dar alguma coisa de valor, ou não, e receber algo de valor, ou não, de volta. Através das definições abordadas nesse tópico, pode-se entender melhor o ato de troca. São elas: 18 “Nas modernas economias de mercado, produtos e serviços são adquiridos por meio de trocas. Isso significa que uma parte faz um sacrifício para receber algo de valor da outra parte; de modo similar, a outra parte faz um sacrifício e recebe algo do mesmo valor como contrapartida”. (PALMER, 2006, p. 37). Já (KOTLER, 2009, p. 29) diz que: “Troca é o ato de obter um produto desejado de alguém, oferendo algo em contrapartida”. Para o potencial de troca existir, cinco condições devem ser satisfeitas: 1. Há pelo menos duas partes envolvidas. 2. Cada parte tem algo que pode ser de valor para a outra. 3. Cada parte tem capacidade de comunicação e entrega. 4. Cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. 5. Cada parte acredita estar em condições de lidar com a outra. Para uma concretização ou não de uma troca vai depender se ambas as partes concordam com os termos que as deixarão em uma situação melhor do que antes. A troca é um processo de criação de valor, pois deixa ambas as partes em melhores situações. Duas partes estão efetuando uma troca – tentando chegar a uma situação aceitável, quando se chega a um acordo, ocorre uma transação. A transação é uma comercialização de valores que envolvem duas ou mais partes que também envolvem no mínimo duas coisas de valor e acordo no que diz respeito às condições, bem como um momento e um local para a sua realização. Uma transação é diferente de transferência. Em uma transferência uma pessoa X dá um objeto a uma pessoa Y, mas não recebe nenhum objeto em troca. O comportamento de transferência também pode ser compreendido por meio do conceito de troca. Normalmente quem transfere espera receber algo em troca pelo objeto dado, por exemplo, uma gratidão ou mudança no comportamento do agradecido. (KOTLER, 2005). 1.1.5 Mercado 19 “Um MERCADO consiste de todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo especifico dispostos e habilitados para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”. (KOTLER, 2009, p. 31). Em sua primitiva, ou seja, desde seu surgimento a palavra mercado significava um lugar determinado onde os agentes econômicos realizavam suas transações. Este conceito permanece até os dias de hoje, como um lugar definido, para o encontro de produtores e consumidores. Em uma interpretação econômica mais ampla, essa tradição está bem longe da realidade dos dias atuais. Galbaith observa que mercado agora, é uma abstração. Já não existe a conotação geográfica. (ROSSETTI, 2008). Neste sentido de abstração, o mercado é separado em duas categorias de referência: o de produto e o de fatores. Nos dois casos, o mercado define-se pela existência de situações aparentemente opostas: as da procura e as da oferta. Quando as duas operam juntas, definem um mercado. Alguns exemplos de abstrações, que dizem respeito à oferta e à procura dos recursos correspondentes são eles: - Quando há procura por trabalhadores e pessoas dispostas a trabalhar; ou então quando há pessoas aplicando e outras procurando por empréstimos nos bancos. - Quando empresas emitem debêntures ou ações e pessoas procuram por esses títulos. - Quando enfim, recursos humanos, financeiros e de capital são ofertados e procurados, pode se dizer que há um mercado de recursos ou, então, mais especificamente, mercado de trabalho, mercado financeiro. - Quando há procura por bens primários ou industrializados e por serviços como transportes, comunicação, seguros e hotelaria, dizemos que há mercado para esses diferentes tipos de bens e serviços: geralmente, mercado de produtos. (ROSSETTI, 2008). Nestes exemplos não foram mostrados os lugares onde eles ocorrem, mas as forças que definem a oferta e a procura correspondente. (ROSSETTI, 2008). 1.2 COMPOSTO DE MARKETING 20 O composto de marketing representa a forma como os ambientes internos e externos das organizações se interagem. O mesmo consiste em ações que a empresa pode fazer para direcionar a demanda para seu produto. As diversas possibilidades podem ser reunidas em quatros grupos de variáveis. Neste sentido Kotler faz a seguinte definição: “Composto de marketing (ou mix de marketing) é o conjunto de ferramentas de marketing que a empresa utiliza para alcançar seus objetivos de marketing no mercado-alvo. McCarthy classificou essas ferramentas em quatro grandes grupos que denominou de 4P do marketing: produto, preço, praça (ou ponto-de-venda) e promoção (do inglês product, price, place e promotion)”. (MCCARTTHY apud KOTLER, 2005, p. 12). A figura 1.2 mostra as variáveis de cada P do composto de marketing: Figura 1.2: Os 4P do mix de marketing Fonte: KOTLER, 2005, p. 12. 21 Ao analisar a figura acima pode observar a relação do composto de marketing com o mercado. Sendo assim, nota-se que o produto é qualquer coisa que possa ser oferecida e que satisfaça necessidades e desejos de um cliente. Para Palmer “Um produto é qualquer coisa, tangível ou intangível, que satisfaça necessidades dos consumidores”. (PALMER, 2006, p. 40). Outra ferramenta apresentada é o preço que nada mais é que o volume de dinheiro cobrado por um produto e, ou serviço. Na visão de Palmer “O preço é o único elemento do composto de marketing referente à receita; os outros elementos se referem às despesas”. (PALMER, 2006, p. 40). Além disso, a precificação é um elemento crítico no composto de marketing na maioria das empresas, na medida em que determina as receitas que serão geradas, enquanto todos os outros elementos tratam exclusivamente de despesas. Já a promoção é a forma que se apresenta os produtos de uma entidade que muitas vezes é confundida com marketing. Isso ocorre pelo fato de que o composto promocional é a parte do marketing que mais aparece e é percebida pelas pessoas de uma forma geral. No mesmo raciocínio Palmer faz a seguinte definição. “A promoção é utilizada pelas empresas para comunicar os benefícios de seus produtos aos mercados-alvo. Entre as ferramentas promocionais estão; propaganda, vendas pessoais, relações públicas, promoção de vendas, patrocínio e – cada vez mais – o marketing direto”. (PALMER, 2006, p. 41). Mais um composto a ser observado é a praça conhecida como ponto de venda ou canal de distribuição, pode ser descrito como sendo um lugar que, em combinação, executam todas as funções necessárias para ligar os fabricantes aos usuários finais a fim de realizar a tarefa de marketing. Neste sentido Palmer diz que “praça é o local onde os consumidores finais podem adquirir determinado produto”. (PALMER, 2006, p.40). Isso abrange dois fatores de decisões, que estão inter-relacionados. Em primeiro lugar, é preciso decidir que intermediários serão acionados no processo de transferência do produto do local de manufatura até as mãos do consumidor final. Em segundo, deve-se definir como transportar o produto fisicamente e como manuseá-lo durante o percurso. (PALMER, 2006). 22 2 CANAIS DE MARKETING Os conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilização de um produto ou serviço para uso ou consumo são chamados de canais de marketing. As decisões mais importantes nessa área estão relacionadas a eles, pois dependendo dos canais escolhidos, podem afetar todas as outras decisões do marketing e geralmente estas decisões estão relacionadas a acordos de longo prazo com outras empresas, tornando-os mais delicados ainda de se analisar. Neste contexto, surge à seguinte definição: “Canais de marketing são conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar um produto ou serviço para uso ou consumo. Eles formam o conjunto de caminhos que um produto ou serviço segue depois da produção, culminando na compra ou na utilização pelo usuário final”. (KOTLER, 2006, p. 464). É por meio do canal de marketing que as mercadorias passam do fabricante para o consumidor, pois ele age nas falhas que existem nessa passagem. Com a ajuda dos membros desse canal, é possível obter informações dos principais participantes do ambiente do marketing, como: clientes e concorrentes; criar e disseminar mensagens favoráveis dos produtos estimulando, assim, a compra dos mesmos; formalizar os pedidos junto aos fabricantes; assumir riscos relacionados á operação do canal, entre outros. (KOTLER, 2000). Para atingir um mercado-alvo, é necessário que empresas em geral faça uso de três tipos de canais de marketing. O primeiro deles são os canais de comunicação que transmitem mensagens a compradores-alvo e recebem mensagens deles. Entre esses canais estão jornais, revistas, rádio, televisão, correio, telefone, outdoors, pôsteres, folhetos, CD-ROM, fitas de áudio e Internet. Além disso, expressões faciais e o modo de se vestir, o visual das lojas e muitos outros fatores transmitem mensagens aos clientes. As empresas utilizam também canais de distribuição para demonstrar ou entregar produtos ou serviços tangíveis ao comprador ou usuário. Há canais de distribuição física e canais de distribuição de serviços, dentre os quais estão armazéns, veículos de transportes e diversos canais comerciais, como distribuidores, atacadistas e varejistas. A empresa utiliza ainda canais de prestação 23 de serviços para realizar transações com compradores potenciais. Entre os canais de prestação de serviços estão armazéns, empresas de transporte, bancos e companhias de seguro, que facilitam as transações. Escolher um tipo de canal a ser adotado não é fácil, pois as decisões referentes ao canal de marketing estão entre as mais importantes dentre as administração se depara, uma vez que os canais escolhidos afetam intimamente qualquer outra decisão de marketing. (KOTLER, 2005). 2.1 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Para que um produto chegue do fabricante a um determinado consumidor, ele é intermediado. A essa intermediação, que é por onde o produto passa, é dada o nome de canais de distribuição. A função de um canal de distribuição é escoar o produto vendido assim que sai da fábrica. As empresas usam canais para escoar sua produção, porque fica difícil para algumas manter uma estrutura suficientemente ampla para atender a todos os mercados, clientes ou consumidores. Para suprir essa estrutura que a empresa não pode manter, os intermediários exercem um importante papel. (COBRA, 2010). 2.1.2 Tipos de distribuição Uma distribuição pode ser do tipo; - Intensiva se o produto for de longo consumo; - Exclusiva, se o serviço requerido na distribuição for especializado, requerendo serviços de pré-venda, assistência técnica, promoção, crédito, etc. - Seletiva, se houver mais de um distribuidor, exigindo um serviço selecionado com uma cobertura de mercado mais controlada e menos dispendiosa do que uma cobertura intensiva. (COBRA, 2010). 24 2.2 SISTEMAS DE CANAL Um sistema normal de marketing é composto por um fabricante, atacadista e varejista. Sendo cada um deles uma empresa independente que busca maximizar seus lucros. Nenhum tem controle total ou substancial sobre o outro. Em constante mudança dentro do ambiente de marketing, os canais de distribuição não são estáticos. Sendo assim, surgem novos sistemas de canal e também novo atacado e varejo. Dentre os novos sistemas que surgem, há o sistema vertical, horizontal e multicanal de marketing. (KOTLER, 2005). 2.2.1 Sistema Vertical de Marketing O Sistema Vertical de Marketing é composto por um fabricante, atacadista e varejista que atuam como um único sistema. Um dos três é o dono ou franqueador dos outros ou tem tanto poder que todos cooperam com ele, o dono pode ser qualquer um. Os Sistemas Verticais de Marketing surgiram depois de varias tentativas de controlar o comportamento de todo o sistema e eliminar o conflito gerado pelo fato de que os membros independentes perseguirem seus próprios objetivos. (KOTLER, 2005). 2.2.2 Sistema Horizontal de Marketing O Sistema Horizontal de Marketing é uma maneira de duas ou mais empresas não relacionadas unirem recursos ou programas para explorar determinada oportunidade. Sozinhas as empresa carecem de capital, conhecimento, produção ou recursos de marketing para caminhar individualmente, ou ainda receiam assumir riscos. As empresas podem trabalhar juntas por pouco tempo ou permanentemente. (KOTLER, 2005). 25 2.2.3 Sistema Multicanal de Marketing Este sistema por sua vez ocorre quando uma única empresa utiliza dois ou mais canais de marketing para atingir um ou mais segmentos de clientes. Ao acrescentar mais canais, a organização pode obter três importantes benefícios. O primeiro, uma maior cobertura de mercado. O segundo é ter os custos reduzidos e terceiro obter vendas personalizadas. Por outro lado, novos canais acarretam problemas de controle e conflito na coordenação e operação dos sistemas. (KOTLER, 2005). 2.3 CANAIS DE MARKETING ELETRÔNICOS Todos sabem que a internet era, no início, um mecanismo de troca de informação. Hoje os consumidores podem fazer compras através dela. Isso ocorre devido ao avanço da tecnologia e por isso ela pode ser chamada de canal de marketing eletrônico. No varejo, as compras feitas através da internet são consideradas pequenas. Já no atacado, esse número é relativamente maior. Essa realidade de hoje tende a ser ampliada no futuro, pois as lojas e shoppings virtuais já dominam a internet. Os scanners eletrônicos ou leitores ópticos são dispositivos a laser que lêem preços e outras informações que possam conter nos rótulos dos produtos e a partir disso registram os códigos rapidamente e com alta precisão, muito melhor do que um trabalho manual. Quando os scanners estão operando junto com o código de produto universal, mais conhecido como código de barras, trazem um resultado surpreendente nas operações logísticas. Esses scanners são usados também para ajudar a controlar os estoques, pois a partir do momento em que um produto passa por eles, o computador usa essa informação e automaticamente é dada baixa no estoque. Quando chega a um limite desse estoque, o pedido de compra é enviado aos atacadistas e fabricantes utilizando menos mão de obra. (ROSEMBLOOM, 2002). 26 2.4 CANAIS DE COMUNICAÇÃO O marketing hoje exige mais do que desenvolver um bom produto, ter bons preços e torná-lo acessível. As organizações também devem se comunicar com todos os envolvidos no seu produto, assim como com o público geral. (KOTLER, 2005). Ainda segundo Kotler (2005) o mix de comunicação de marketing consiste de propaganda, promoção de vendas, relações publicas e publicidade, vendas pessoais e marketing direto. A aparência e o preço do produto, a cor e o formato de sua embalagem, até o comportamento e a maneira de se vestir do vendedor, comunica algo para os compradores. 2.4.1 Tipos de canais de comunicação Para a apresentação de seus produtos e vendas dos mesmos, o comunicador deve selecionar canais de comunicação eficientes para transmitir a mensagem. As empresas podem utilizar dois tipos de canais: canais pessoais e não pessoais. Os canais de comunicação pessoais são constituídos por duas ou mais pessoas que se comunicam de maneira direta, em forma de diálogo ou de exposição ao publico, pelo telefone ou por e-mail. Os canais de comunicação não pessoais são as conhecidas mídias e os eventos. As mídias são constituídas de várias formas, como a mídia de comunicação escrita (jornais, revistas, mala direta, catalogo), transmitida (radio, televisão), de rede (telefone, TV a cabo, satélite, tecnologia sem fio), eletrônica (fitas de áudio e vídeo, CD-ROM, DVD, pagina da web) e expositiva (painéis, outdoors, cartazes). A maioria das transmissões não-pessoais é feitas por mídias pagas. (KOTLER, 2005). 2.5 VENDA 27 O processo de vender é oferecer um produto ou serviço e receber algum benefício financeiro em troca. Dentro das organizações, a função de um vendedor não é apenas imprimir relatórios de pedido como no passado, o vendedor moderno hoje é um negociador. Portanto para a empresa se sair bem nos desafios de mercado, é necessário estabelecer um perfil de vendedor ideal (vendedor apaixonado pelas vendas e pelos clientes, ou seja, são aqueles que buscam satisfazer as necessidades dos mesmos sem falsidade). Sendo assim, existe o vendedor externo e vendedor interno. O vendedor interno são aqueles que pessoalmente visitam diretamente os clientes da empresa. Já o externo são aqueles que não têm vínculo com a empresa, conhecidos como representantes. (COBRA, 2010). 2.5.1 Tipos de venda Dentro do canal de venda são utilizados principalmente dois tipos de sistemas alternativos de canal, a venda direta e o marketing direto. A venda direta é descrita de várias formas: são as vendas de porta em porta, compras em casa e o varejo fora das lojas. A venda direta age nas casas e escritórios dos consumidores e preocupase com a venda de produtos em mercados de consumo. A venda direta envolve face-a-face vendedores e clientes, seja individualmente ou em situações que a apresentação do produto é feita a um grupo de pessoas. Geralmente os profissionais de venda direta não são empregados das empresas que representam, e sim fornecedores independentes, trabalhando para si mesmos. (ROSEMBLOOM, 2002). A venda direta tem apresentado nos últimos anos um crescimento significativo, mas com alguns problemas em relação ao mundo moderno. O estilo acelerado e o aumento cada vez maior de mulheres trabalhando, estão diretamente ligados á menor disponibilidade para visitas e encontros de venda em casa. Mas há também perspectivas favoráveis, pois existe um enorme mercado inexplorado de consumidores potenciais e paradoxalmente a alta proporção de mulheres trabalhando pode ser uma oportunidade significativa, pois esses consumidores têm 28 uma grande escassez de tempo para comprar em lojas de varejos tradicionais. (ROSEMBLOOM, 2002). O segundo sistema é o marketing direto que pode ser considerado uma forma de conduzir as tarefas básicas para encontrar mercados, estimular a demanda e entregar os produtos aos clientes. O marketing direto apoia-se em uma combinação de meios de propaganda para informar e estimular as respostas e compras por parte dos clientes. Um meio muito usado é a mala direta, na forma de cartas folhetos, brochura, catálogos, mas também utilizam jornais, revistas, telefones, televisão, rádio e até internet. Diferentemente da venda direta, o marketing direto pode envolver tanto o mercado de consumo quanto o mercado industrial. A limitação do marketing direto é que os clientes não podem ver e examinar o produto antes de fazer a compra, mesmo tendo catálogos com alta qualidade. Comerciais de televisão mais bem produzidos ou web site mais bem desenhado não se comparam á exposição direta do produto ao consumidor. O marketing tem uma grande vantagem por ser altamente seletivo e enfocar segmentos preciosos do mercado. Por meio de uma seleção cuidadosa na lista de clientes, a propaganda pode ser mandada por mala direta, mas isso somente aos clientes em potencial. Como a empresa de marketing direto não tem que estabelecer lojas ou pagar vendedores para fazer contatos com clientes, o custo para alcançar clientes distantes em áreas remotas torna-se controlável, por isso a cada ano aparecem milhares de novas empresas visando á facilidade e o baixo custo para entrar no marketing direto. Paradoxalmente, por ser um mercado competitivo, somente uma pequena porcentagem dessas empresas emergentes sobrevive. (ROSEMBLOOM, 2002). 2.6 FLUXOS DO CANAL DE MARKETING Quando começa a desenvolver um canal de distribuição, imagina-se como e por onde o produto irá passar e uma série de fluxos emerge. Esses fluxos fornecem os elos que ligam os membros do canal e demais agências uns aos outros na distribuição de bens e serviços. (ROSENBLOOM, 2002). 29 Estes são alguns fluxos mais importantes de acordo com a visão estratégica de gestão do canal: Fluxo do produto, Fluxo de negociação, Fluxo de propriedade, Fluxos de informação e Fluxo de promoção. Fluxo do produto é toda a movimentação física do produto, que começa na produção, passa por toda transformação do mesmo, onde envolve todas as partes e termina nas mãos do consumidor final. Já o fluxo de negociação representa a interação das funções de compra e venda associada á transferência dos direitos sobre os produtos. O fluxo de propriedade mostra o movimento dos direitos sobre o produto á medida que ele é transferido do fabricante aos consumidores finais. Fluxos de informação são todos os envolvidos que participam da troca de informações, onde o fluxo pode ser tanto para frente quanto para trás. Por fim, o fluxo de promoção refere-se ao fluxo de comunicação persuasiva na forma de propaganda, venda pessoal, promoção de vendas e publicidade. (ROSENBLOOM, 2002). O conceito dos fluxos do canal também permite ver separadamente quem é e que não é membro do canal conforme a figura a seguir: 30 Fluxo do Produto Fluxo de Negociação Fluxo de Propriedade Fluxo de Informação Fluxo de Promoção Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante Transportadoras Transportadoras Transportadoras Atacadista Atacadista Atacadista Atacadista Atacadista Varejista Varejista Varejista Varejista Varejista Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor Figura 2.1: Os Cinco Fluxos no Canal de Marketing Fonte: ROSENBLOOM, 2002, p. 32. 2.7 NÍVEIS DE CANAL Nível de canal parte do pressuposto que dentro de um determinado segmento de produto existe entidades especialistas que estrategicamente ajudam na distribuição do produto desde a fabricação até a entrega ao usuário final desta cadeia. Estes especialistas são denominados intermediários. Nesta mesma linha de raciocínio Kotler salienta que: “Cada intermediário que desempenha algum trabalho para levar o produto e sua propriedade a consumidores finais constitui um nível de canal”. (KOTLER, 2009, p. 468). Os níveis existentes são: o canal de nível zero (também chamado de canal de marketing direto) que é quando um fabricante vende direto para o consumidor final. O canal de um nível, que durante a venda de um produto contem um intermediário, 31 como um varejista. Outro é o canal de dois níveis onde possui dois intermediários. Em mercados de bens e consumo, há, tipicamente, um atacadista e um varejista. E por ultimo o canal de três níveis, o qual é formado por três intermediários. Por exemplo, uma indústria processa um determinado produto, os grandes atacadistas vendem para pequenos atacadistas que revendem a pequenos varejistas. (KOTLER; KELLER, 2006). A figura a seguir ilustra os níveis de canais citados a cima. Nível Zero Um Nível Dois Níveis Três Níveis Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante Atacadista Atacadista Especializado Consumidor Varejista Varejista Varejista Consumidor Consumidor Consumidor Figura 2.2: Canais de Marketing de Bens de Consumo Fonte: KOTLER; KELLER, 2006, p. 461. 2.8 PARTICIPANTES DO CANAL Participantes do canal, são aquelas entidades que estão ligadas pelos fluxos de negociação (compra, venda e transferência de direitos) ou de propriedade. As três divisões básicas do canal de marketing são produtores, intermediários e 32 usuários finais. Os intermediários são desdobrados em varejistas e atacadistas e os usuários finais em consumidores e usuários industriais. (ROSENBLOOM, 2002). Produtores e fabricantes consistem em empresas envolvidas na extração, cultivo ou criação de produtos. Elas existem para oferecer produtos que satisfaçam ás necessidades dos mercados. E para isso é necessário disponibilizar seus produtos aos mercados. Os atacadistas são empresas direcionadas na venda de bens para revenda ou uso industrial. Seus clientes são empresas varejistas, industriais, comerciais, institucionais, profissionais ou agrícolas, como também outros atacadistas. E incluindo as empresas que atuam como agentes ou corretores na compra e venda de produtos. (ROSENBLOOM, 2002). “Os varejistas consistem em empresas engajadas basicamente na venda de mercadorias para consumo pessoal ou domestico e na prestação de serviços ligados á venda de bens”. (ROSENBLOOM, 2002, p. 62). Conforme a definição acima de Rosenbloom pode-se tirar como exemplo de varejo os grandes e pequenos supermercados, lojas de móveis, concessionárias de automóveis, bancos e outros. E usuário final ou industrial são as pessoas que vão até a essas organizações para fazerem suas compras ou serviços e também àquelas que não só vão ao varejo mais que compram pelo atacado, fabricante e até mesmo pela internet. 2.9 AMBIENTES DOS CANAIS DE MARKETING Como em qualquer ramo de negócios, o canal de marketing também não anda só. Pelo contrário, ele tem que operar em um ambiente que está em contínua mudança, o qual influencia sua gestão. Para isso, é preciso conhecer os fatores ambientais que podem afetar os sistemas de canal de marketing. (ROSENBLOOM, 2002). São dois os tipos de ambiente de marketing; o ambiente de tarefa e o ambiente geral. 33 O ambiente de tarefas inclui os participantes que estão envolvidos na produção, distribuição e promoção da oferta; entre eles estão à empresa, os fornecedores, os distribuidores, os revendedores e os consumidores finais. O ambiente geral é formado por cinco tipos: ambiente demográfico (competitivo), ambiente econômico, ambiente tecnológico, ambiente político-legal e ambiente sociocultural. Se houver mudanças em alguns desses tipos de ambiente geral, os participantes do canal sofreram grandes impactos em suas estratégias. (KOTLER, 2005). Dentre os cinco tipos o primeiro a ser citado é o ambiente econômico que deixa todos os membros do canal tensionados, pois a economia muda constantemente dia a dia. Portanto o gerente do canal deve estar ciente da influencia das variáveis econômicas sobre os participantes do canal de distribuição. (ROSENBLOOM, 2002). Já o Ambiente Competitivo é um fator critico a ser levado em consideração por todos. Por que com o aumento do mercado (mercado global) a concorrência ficou ainda mais forte, pois já não bastava à preocupação dentro das fronteiras tem que passar a prestar atenção nos concorrentes existentes de todo o mundo. O terceiro tipo, Ambiente sociocultural é influenciado por todos os aspectos de uma sociedade. Dentre um deles esta a comercialização. (ROSENBLOOM, 2002). Outro é o Ambiente Tecnológico que sofre influencia pela mudança rápida e continua da tecnologia. Em vista dessa mudança rápida na tecnologia, o gerente do canal tem que escolher os avanços que sejam relevantes para sua empresa e para os participantes do canal de marketing e então determinar como essas mudanças provavelmente possa vir afetar os participantes do canal. Por ultimo o Ambiente Legal que são os tipos de leis que tem impacto sobre os canais de marketing. As interpretações das leis podem ser confusas para o gerente do canal, mas ele não precisa ser especialista no assunto, por que apenas os especialistas neste assunto estão em posição de lidar de forma competente com as complexidades legais relevantes aos canais de marketing. Em todo o caso, a gerente precisa de conhecimento geral da legislação. (ROSENBLOOM, 2002). 34 2.10 CONCORRÊNCIA A concorrência surge quando a demanda passa a mandar no mercado, pois antes os fabricantes produziam um único produto e as pessoas não tinha escolha ou preferência, eram quase que obrigados a comprarem aquele tipo de mercadoria. Com o passar dos anos começou a aumentar o numero de produtos similares e diferentes no mercado, o que possibilitou o comprador fazer suas escolhas. Neste sentido de aumento na oferta, Kotler define a seguinte frase: “A concorrência inclui todas as ofertas e substitutos rivais reais e potenciais que um comprador possa considerar”. (KOTLER, 2005, p. 11). 2.10.1 Tipos de concorrência Os principais tipos de concorrência que podem afetar o canal são: - Concorrência horizontal são aquelas representas pelas empresas que fabricam o mesmo tipo de produto. - Concorrência intertipos são as empresas de diferentes tipos de produto que concorrem no mesmo nível do canal. - Concorrência vertical refere-se á concorrência entre membros em diferentes níveis do canal, como por exemplo; varejista e atacadista, entre atacadista e fabricante, ou entre fabricante e varejista. - Concorrência entre sistemas de canal refere-se a organizações inteiras competindo com organizações inteiras. Para que ocorram essas competições ambas precisam ser uma organização coesa e ordenada. (ROSENBLOOM, 2002) 2.11 SERVIÇOS AOS CLIENTES O serviço ao cliente é dado quando a empresa executa todos os meios possíveis para dar ao consumidor a satisfação total pelo produto que o mesmo 35 comprou. Tanto na facilidade do uso, quanto nas funções dada pelo produto adquirido. A satisfação do cliente é fundamental, tanto do serviço pré-venda quanto da pós-venda, ou mesmo do serviço de instalação. A satisfação do cliente depende de um grande número de fatores, sendo estes objetivos e subjetivos. As maneiras utilizadas para identificar esses fatores são, dentre outros, os seguintes: - Qualidade do produto O produto sendo de má qualidade, não há serviço que satisfaça o consumidor. Consertar produto de má qualidade não é assegurar um serviço, é reparar um prejuízo. - Garantia do produto pelo vendedor Todo produto deve ter uma garantia. Se a qualidade do produto é uma condição necessária à satisfação do cliente, isso não é uma condição suficiente, precisa-se de outras medidas que ajude a supri-la, uma delas é garantir as funcionalidades reais daquele bem que o freguês esta levando ou usufruindo. - Adaptação do produto às necessidades do consumidor. - Localização do produto à disposição do cliente em boas condições de uso e acesso rápido do mesmo. - Boa instalação. Não basta o produto apresentar uma boa qualidade na hora da venda, se depois de instalado o mesmo passa demonstrar mau desempenho. - Condições de utilização Um manual bem detalhado e um bom treinamento aos operadores evitam maus resultados e impede acidente com o produto. - Boas condições de funcionamento do produto (manutenção, reparações seguras, fornecimento de peças, assistência técnica) O fornecimento de peças e assistência técnica são os tipos serviços mais utilizados no mercado industrial. - Ajuda financeira ao cliente O fabricante deve proporcionar alguma ajuda financeira, estar preparado para dar ao cliente um financiamento a compra de seu produto. Isso é um benefício que agrega valor ao produto mercadologicamente. (COBRA, 2010). 36 3 ESTUDO DE CASO O estudo de caso é um método de pesquisa que investiga um fenômeno contemporâneo em seu ambiente natural, adotando múltiplas fontes de evidência sobre um ou poucas empresas, sem o uso de manipulação ou controle. (BENBASAT, GOLDSTEIN E MEAD, 1987). 3.1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE CASO Com as inúmeras mudanças que vem ocorrendo no mercado de consumo e serviço, os clientes estão se tornando exigentes e a concorrência cada vez mais acirrada, fazendo com que as empresas procurem um diferencial frente aos concorrentes. É ai que entram os canais de marketing, tornando-se ferramenta fundamental na busca por um diferencial competitivo, pois eles permitem colocar o produto no lugar certo, na hora certa e na quantidade certa, de uma forma eficaz, buscando aproximação e diminuição de custos. Verificando a importância de ter um canal de marketing eficiente para que as empresas sejam competitivas no mercado. Foi realizada uma pesquisa de campo em duas empresas de ramos diferentes através de um questionário semiestruturado, que segue em anexo, e entrevista com os gestores da área a partir do questionário elaborado. A empresa A, assim denominado neste estudo, trabalha no ramo de Eucalipto tratado e pinus, os quais são aplicados em construções, paisagismo, área rural, móveis & decoração e parquinhos. Está localizada no interior de São Paulo a 414 km da capital do estado, tendo atuação em vários estados do país onde distribui seus produtos. Já a empresa B, outra empresa pesquisada no trabalho, atua no ramo supermercadista com produtos de tecnologia em aramados, sendo acessórios para gôndolas, carrinhos para supermercados, carros para abastecimentos, cestos e cestas, displays e higimarket. Localizada também a 414 km da capital do estado, faz 37 um trabalho dinâmico com seus representantes onde juntos distribui estes produtos em todo o país. 3.2 ANÁLISE DO CASO DA EMPRESA A No mercado há mais de 30 anos, a empresa A originou-se em 1979 diante da necessidade de se encontrar madeira serrada para construção de carrocerias e porteiras. Seguindo orientação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) baseadas no reflorestamento, a empresa passou a produzir sua própria matéria prima, aumentando qualidade e produtividade e, ao mesmo tempo, reduzindo custos. Além disso, foi mantido em reservas um plano direcionado a manutenção das florestas para as atuais e futuras gerações. A tabela abaixo apresenta os principais pontos da análise sobre as estratégias de canais de marketing utilizadas pela empresa. 38 Quadro 3.1 Análise da Estratégia de Canais de marketing – Empresa A Empresa A Tipos Segmento Descrição Tratamento de madeiras com eucalipto e pinus. Nível de Canal Nível zero. Pois as entregas de seus produtos são diretamente aos clientes sem haver intermediário durante a distribuição. Cobertura Região Seus negócios cobrem os estados de: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Tocantins. Canal de distribuição Distribui suas mercadorias vendidas com a própria frota de caminhões e com transportadoras terceirizadas. Canal de Comunicação Apresentam seus produtos através de página da web (site da empresa), telefone e e-mail são utilizados para uma comunicação direta com os clientes. Serviços prestados ao Cliente Disponibilizam produtos de qualidade, sendo rápidos nas entregas e a empresa dá garantia do produto a seus clientes. Tipos de Vendas As negociações de venda são feitas no balcão (varejo) da Própria empresa e pela Internet. Ambiente que Influencia as Estratégias da A empresa concorrentes influencia nas estratégias da competição de produtos iguais dos empresa. Tipo de fluxo de canal A madeira é escolhida no campo e processada na serralheria e entregue para o cliente final (fluxo de produto). O vendedor tira o pedido pela internet ou no balcão da empresa e passa para produção de tratamento e logo depois entregar o combinado para o cliente (fluxo de negociação). Fonte: O Autor (2012) De acordo com a análise da tabela, a empresa A trabalha com Tratamento de madeiras, eucalipto e pinus. Seus negócios cobrem algumas regiões do país como os estados de: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, 39 Rondônia, Tocantins. É uma empresa que vende e entrega seus produtos diretamente a seus clientes, sem haver qualquer intermediário nessa transação. Por essa razão a mesma é considerada uma empresa de nível zero, porque segundo Kotler; Keller, (2006) a mesma vende direto para o consumidor final. Para a distribuição de seus produtos nas regiões citadas, a empresa utiliza a sua própria frota de caminhões e transportadoras terceirizadas. A organização apresenta seus produtos para os clientes através da página da web (site da empresa), onde os clientes poderão encontrar informações sobre as madeiras e escolher o tipo, tamanho e outras especificações da madeira que desejar para seu empreendimento ou negócio, segundo Kotler (2005) é o tipo de comunicação não pessoal. E também se comunica por meio de telefone e e-mail, onde Kotler (2005) diz ser o tipo de comunicação pessoal. A venda adotada é a de balcão (varejo) dentro da própria empresa. O cliente chega, entra na sala do vendedor e solicita seu produto pessoalmente, para este tipo de venda, Rosenbloom (2002) diz ser uma venda direta, onde envolve face a face vendedores e clientes; o sistema de venda pela internet também é utilizado, o cliente entra no site da empresa e procura o campo de pedido e no mesmo realiza seu pedido. Para tal processo, Rosenbloom (2002) aponta o mesmo como sendo marketing direto, este limita o consumidor de examinar o produto fisicamente antes de fazer a compra. O fluxo de produto da empresa se inicia no corte da madeira, passa pelo tratamento dentro da empresa sendo despachada para o cliente conforme o pedido solicitado. O fluxo de negociação envolve fornecedor, a empresa e o cliente fazendo troca de valores e informações (a empresa recebe o pedido do cliente através do vendedor ou pela internet, passa a informação de quando irá entregar o produto e informa ao fornecedor a quantidade que necessita de matéria prima e fecha a negociação). Quanto aos serviços prestados aos seus consumidores, a empresa preza em vender produtos de qualidade, sendo rápidos nas entregas e dá garantia ao produto caso há alguma avaria durante a distribuição. Cobra (2010) prega ser esta uma das maneiras de satisfazer o cliente. Mediante análise feita sobre os ambientes que interfere o posicionamento estratégico da empresa no mercado, os dados levantados foram que o ambiente competitivo preocupa a mesma, devido o numero grande de concorrentes e produtos similares existentes neste tipo de mercado. Neste sentido Rosenbloom (2002) 40 comenta que o ambiente competitivo é um fator crítico e que deve ser levado em consideração por todos, porque com o aumento do mercado (mercado global) a concorrência ficou ainda mais forte, pois já não bastava à preocupação interna com os concorrentes tem que passar a prestar atenção nos que estão presentes no mundo todo. 3.3 ANÁLISE DO CASO DA EMPRESA B A empresa B desenvolve projetos personalizados em aramados, chaparia e comunicação visual com produtos e serviços que vão ao encontro das necessidades de cada cliente. Para isso, conta-se com uma equipe de engenharia e desenho técnico capacitado, além de equipamentos modernos, capazes de oferecer soluções estratégicas com garantia de qualidade em todos os produtos e serviços prestados. A tabela abaixo apresenta os principais pontos da análise sobre as estratégias de canais de marketing utilizadas pela empresa. 41 Quadro 3.2 Análise da Estratégia de Canais de marketing – Empresa B Empresa B Tipo Descrição Segmento Indústria e Comércio de Artefatos e Arame atuando no setor supermercadista. Nível de Canal Nível zero, porque vende direto para supermercados e mercearias Cobertura Região Através dos representantes a empresa atua em todas as regiões do país. Canal de distribuição Distribui seus produtos através de sua frota de caminhões. Canal de comunicação A empresa se comunica a partir das seguintes ferramentas: mala direta, página da web (site da empresa), folders, catálogos, telefone e email. Serviços prestados ao Cliente A organização procura oferecer produtos de qualidade, garantia do mesmo e agilidade nas entregas e negócios. Tipos de Vendas Suas vendas são diretas através dos representantes em suas respectivas regiões e pela área comercial da empresa. Ambiente que Influencia as Estratégias da A tecnologia utilizada na fabricação dos empresa produtos e designer gráfico juntamente com a competição concorrentes, de produtos influencia a similares estratégia dos da empresa. Tipo de fluxo de canal A empresa compra a matéria prima, transforma em produto, entrega-o para os clientes e faz à montagem do mesmo dando garantia do produto e serviço (fluxo de produto), o vendedor retira o pedido passa para a empresa que dará seqüência no processo fabricando o produto solicitado. (fluxo de negociação). Fonte: O Autor (2012) Confirme os dados observados da tabela, a empresa B é uma Indústria e Comércio de Artefatos e Arame, que atua no setor supermercadista. 42 Disponibilizando seus produtos em todas as regiões do país, através de seus representantes (estes são representantes com firma constituída e cada um atua em suas respectivas regiões), a distribuição é direta e são feitas com a sua própria frota de caminhões. Neste sentido de distribuição direta a empresa trabalha com o nível zero, porque segundo Kotler; Keller, (2006) a mesma vende direto para o consumidor final. A mesma apresenta seus produtos por meio de mala direta, página da web (site da empresa), folders e catálogos, segundo Kotler (2005) estes são canais de comunicação não pessoais; e também se comunica por meio de telefone e e-mail, onde Kotler (2005) diz ser uma comunicação pessoal. As suas vendas são realizadas através dos revendedores espalhados pelas regiões do país, este tipo de venda é exposto por Rosenbloom (2002) como venda direta, onde envolve face a face vendedores e clientes; vende também por meio do setor comercial, que às vezes é considerada venda direta (quando o consumidor vai à empresa para retirar seu pedido) e marketing direto (quando o cliente faz a compra pelo telefone ou por e-mail, sem examinar o produto). O fluxo de produto inicia na compra da matéria prima com fornecedor, dá-se a continuidade na transformação do produto e entrega nas mãos dos clientes. O fluxo de negociação é onde envolve a empresa, fornecedor e o cliente fazendo troca de informações e valores (O cliente realiza o pedido por meio dos representantes, pelo telefone ou pela internet, aciona o estoque ou fornecedor da matéria prima, processa esse pedido nas operações e entrega para seu cliente na data combinada) Quanto aos serviços prestados aos seus clientes, a empresa preza em vender produtos de qualidade, dando também garantia do produto e serviço prestado para o mesmo. Cobra (2010) afirma serem maneiras de satisfazer o cliente. Mediante análise sobre os ambientes que interfere uma melhor estratégia da empresa no mercado, os dados levantados foram que o ambiente competitivo preocupa a mesma, devido o numero grande de concorrentes com produtos similares; e outro que influencia é o ambiente tecnológico, por causa da mudança constante de produtos e tecnologias utilizadas para fabricá-los. 43 3.4 DISCUSSÃO FINAL DO CASO Pode-se observar nos casos apresentados acima que são duas empresas de segmentos diferentes, a empresa A atuando no segmento de tratamento de madeira com eucalipto e pinus, enquanto a empresa B segue o mercado de Indústria e Comércio de artefatos e arame no setor supermercadista. Mesmo sendo de diferentes áreas, ambas as empresas utilizam a mesma estratégia de nível de canal. Ainda que a empresa B tenha representantes espalhados pelo país todo, não modifica o tipo de nível de canal, porque o objetivo de se estudar níveis de canal é para ver onde a empresa se encontra dentro do canal de distribuição, ou seja, verificar se ela produz direto para o cliente, compra depois revende ou é somente um distribuidor, conforme Kotler; Keller, (2006) o nível zero é quando um fabricante vende direto para o consumidor final. A cobertura regional de cada empresa é diferente, como também são diferentes as estratégias de vendas e as ferramentas usadas para tal. Ao analisar essas diferenças identifica-se que a empresa A tem apenas um vendedor interno e como estratégia um canal eletrônico de comunicação que é a internet, enquanto a empresa B além de um setor comercial interno e também o canal eletrônico, como já citado, a mesma dispõe de representantes espalhados por toda área de atuação da empresa, trabalhando com varias ferramentas fundamentais como: mala direta, folders e catálogos. Para distribuição das mercadorias vendidas as duas empresa se dispõe de caminhões próprios. Mas estrategicamente vê-se que a empresa A utiliza transportadora terceirizada para atingir com eficiência seus clientes. Neste sentido Cobra (2010) comenta que as empresas usam canais para escoar sua produção, porque fica difícil para algumas empresas manter uma estrutura suficientemente ampla para atender todos os mercados, a todos os clientes ou consumidores. Para suprir essa estrutura que a empresa não pode manter, os intermediários exercem um importante papel. Lembrando que Rosenbloom (2002) diz que a decisão de distribuição é importante para qualquer tipo de empresa, pois é o papel atribuído á distribuição em seus objetivos e estratégias de longo prazo. Ao analisar os serviços prestados pelas empresas do caso, nota-se que ambas buscam disponibilizar produtos de qualidade para seus mercados, dando 44 condições de garantia e procuram ser rápidas nas entregas, ou seja, estrategicamente ambas tem a mesma visão quanto ao serviço prestado para os clientes. As empresas buscam a competitividade através de estratégias dos canais de marketing, porque sempre são influenciadas por algum ambiente dentro de seu canal, neste sentido os dados das empresas aqui discutidas mostram que a competição com os concorrentes de produtos similares tem influência nas estratégias da empresa. Além disso, para a empresa B a tecnologia na transformação do produto (designer) também tem influência em suas estratégias. 45 CONCLUSÃO Com base nos levantamentos realizados sobre a importância de ter um canal de marketing como estratégia, pôde-se verificar a possibilidade de se estabelecer estratégias distintas de canais de marketing. Onde cada estratégia deve ser elaborada com as funções necessárias para que as empresas possam atender seus clientes da melhor maneira possível. Por meio das análises dos dois casos apresentados observa-se a utilização comum de algumas das funções estratégicas de canais de marketing, são elas: O nível de canal que é o produtor atendendo diretamente o cliente sem haver algum intermediário na distribuição; As vendas que são venda diretas e marketing direto, mesmo que a empresa B apresente seu produto com os representantes, esta estratégia é considerada venda direta; Os tipos de concorrentes que as entidades enfrentam, sendo todos dos mesmos produtos (tipo horizontal); Os serviços prestados aos clientes que são meios que elas dispõem para satisfazê-los. No caso da empresa A outra função de destaque notada foi à utilização de parceiros (Transportadora terceirizada) na distribuição de seus produtos, que dá a empresa competitividade em custos, disponibilidade do produto com mais rapidez e em boa qualidade por se tratar de uma parceria especializada em distribuição. Já na empresa B pode-se identificar que a venda direta com representante juntamente com as ferramentas de venda é um diferencial estratégico, pois ao trabalhar com este tipo de venda a empresa traz para si a responsabilidade com o cliente ao estar perto dele. E ela tem uma preocupação com o ambiente tecnológico por causa da constante mudança dos produtos, onde requer mais atenção nos designer e criação dos mesmos para atender de forma adequada a necessidade do comprador. De forma conclusiva, através da análise dos casos apresentados com empresas de segmentos diferentes, pode-se observar que o uso de estratégias dos canais de marketing foi diferente em alguns aspectos. Portanto é necessário que as organizações compreendam tais diferenças que há entre as empresas e entendam as necessidades de seus clientes para poder de uma maneira mais eficiente estabelecer qual a melhor forma de escoar seus produtos, facilitando o processo de negócio e competitividade da empresa no mercado. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENBASAT, I; GOLDSTEIN, D. K; MEAD, M. The case research strategy in studies of information systems. MIS Quarterly, v. 11, n. 3, p. 369-386, set. 1987. COBRA, marcos. Administração de marketing. 2. ed. – 6 reimpr. – São Paulo: Atlas, 2010. COUGHLAN, Anne T.; ANDERSON, Erin; STERN, Louis W. e ADEL I EI-Ansary. Canais de Marketing e Distribuição. 6 ed - Porto Alegre: Bookman, 2002. IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente. http://www.ibama.gov.br/> Acesso em: 26 jun. 2012. Disponível em: < KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10 ed – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000a. ____________. Administração de marketing: analise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. – 8. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2009b. ____________. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Prentice Hall, 2005c. ____________; KELLER, Kevin. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2006d. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução á Administração. 7. ed. Ver. E ampl. – 2. Reimpr. – São Paulo: Atlas, 2008. MICHAELIS. Dicionário escolar inglês. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2001. OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI; TCC, monografia, dissertações e teses. 2. ed. - São Paulo: Pioneira, 1997. PALMER, Adrian. Introdução ao marketing: teoria e prática. São Paulo: Ática, 2006. 47 ROSENBLOOM, Bert. Canais de marketing: uma visão gerencial. São Paulo: Atlas, 2002. ROSSETTI, José Paschoal. Introdução á economia. 20. ed. – 5 reimpr. – São Paulo: Atlas, 2008. SERRANO. P. D. Teoria de Maslow A Pirâmide de Maslow. Porta do Marketing. 30 out 2011. Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/maslow.htm> Acesso em: 06 out. 2011. 48 APÊNDICE A – Questionário Apresentado as Empresas A e B Ramo de atuação: ( ) Revendas ( ) Franquias ( ) Atacados (distribuidor) ( ) Varejo ( ) Fabricante Quem são os clientes da empresa? Em qual segmento a empresa atua? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Área de atuação: ( ) Nacional ( ) Regional Se regional, com foco em quais regiões ou cidades? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Quais os tipos de canais de comunicação a empresa dispõe? Como estes são utilizados? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Quais são os canais de distribuição utilizados pela empresa? Detalhe como eles são realizados pela empresa. 49 ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ A empresa possui serviço de atendimento ao cliente? Se sim, de que forma? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Quais os tipos de venda exercidos pela empresa? Explique como elas são feitas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Dentre os ambientes a seguir qual deles tem influenciado as estratégias da empresa. E de qual forma isso acontece? ( ) Ambiente competitivo ( ) Ambiente tecnológico ( ) Ambiente econômico ( ) Ambiente sociocultural ( ) Ambiente legal ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Dentre os fluxos a seguir qual deles a empresa exerce e de maneira? ( ) Fluxo do produto ( ) Fluxo de negociação ( ) Fluxo de propriedade ( ) Fluxo de informação 50 ( ) Fluxo de promoção ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________