CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior | Prof. André Almeida Aula n o 23: A Função Exponencial Natural Objetivos da Aula • Denir a função f (x) = ex ; • Calcular limites, derivadas e integral envolvendo a função logarítmica f (x) = ex . 1 Denição Na Aula 22, apresentamos a Função Logarítmica Natural. Vimos que esta função é crescente e, portanto, injetora. Desta forma, a função f (x) = ln(x) possui uma função inversa, o qual denotaremos por exp. Assim: exp(x) = y ⇐⇒ ln(y) = x. (1) Note que, pelas propriedades de função composta, temos: exp(ln(x)) = x e ln(exp(x)) = x. (2) Ainda, em particular temos: exp(0) = 1 já que ln(1) = 0 exp(1) = e já que ln(e) = 1 Observação 1. Se r for qualquer número racional, então a propriedade do logaritmo da potência nos dá: ln(er ) = r ln(e) = r. Portanto, pela equação 2: exp(r) = er . Logo, exp(x) = ex sempre que x for um número racional. Isso nos leva a denir ex , mesmo para valores irracionais de x, pela equação ex = exp(x) Em outras palavras, denimos ex como a função inversa de ln x: ex = y ⇐⇒ ln y = x. (3) Pelas propriedades de função composta: e eln x = x x > 0 (4) ln(ex ) = x ∀ x. (5) 1 Cálculo I Aula n o 23 1.1 Propriedades dos Expoentes Teorema 1. 1. ex+y Se x e y forem números naturais e r for um número racional, então = ex .ey 2. ex−y = ex ey 3. (ex )y = exy Demonstração: De fato, note que: ln(ey .ey ) = ln(ex ) + ln(ey ) = x + y = ln(ex+y ) Como a função logarítmica natural é injetora, segue que ex .ey = ex+y . Analogamente, ( ln ex ey ) = ln(ex ) − ln(ey ) = x − y = ln(ex−y ) ex . Finalmente, temos: ey ln(exy ) = xy. ln(e) = xy = y. ln(ex ) = ln((ex )y ). Como a função logarítmica natural é injetora, segue que ex−y = Como a função logarítmica natural é injetora, segue que (ex )y = exy . 1.2 Derivada de ex Na Aula 11, mostramos que se uma função é derivável, então a sua inversa também será derivável. Como y = ex é a inversa de y = ln x e esta é derivável (mostramos este fato na Aula 22), então a função y = ex é derivável. Assim, utilizaremos o método da função inversa para calcular a derivada de y = ex . Seja y = ex =⇒ ln y = x Derivando implicitamente a equação anterior, em relação a x, temos: 1 dy . =1 y dx Logo: dy = y = ex . dx (6) 1.3 Gráco O gráco de y = ex é obtido reetindo-se o gráco de y = ln x em torno da reta y = x. O domínio da função y = ex é a imagem de y = ln x, ou seja, (−∞, +∞) e a imagem de y = ex é o domínio de y = ln x, ou seja, (0, ∞). Observe o gráco: Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 2 Cálculo I Aula n o 23 As propriedades da função exponencial natural decorrem do fato de que ela é a inversa da função logarítmica natural. Como y = ex é uma função contínua crescente com domínio R e imagem (0, +∞), para todo x ∈ R, temos que ex > 0. Temos também: lim ex = 0 e x→−∞ lim ex = +∞. x→+∞ Logo, o eixo x é uma assíntota horizontal de y = ex . Note que a primeira derivada da função y = ex é y ′ = ex > 0 para todo x. Ainda, observe que a segunda derivada da função exponencial natural é y ′′ = ex > 0 para todo x. Logo, a função exponencial natural é sempre crescente e côncava para cima. Observação 2. Observação 3. Note que: ∫ ex dx = ex + C. Alguns Exemplos Exemplo 1. Solução: Calcule d x2 (e ). dx Pela Regra da Cadeia, temos d x2 2 d 2 (e ) = ex . (x2 ) = 2xex . dx dx Exemplo 2. Solução: Calcule d 2 x (x e − xex ). dx Temos que: d 2 x d 2 x d (x e − xex ) = (x e ) − (xex ) dx dx dx = 2xex + x2 ex − ex − xex = x2 ex + xex − ex = (x2 + x − 1)ex . Exemplo 3. Solução: Calcule d (ln(ln x)). dx Pela Regra da Cadeia, temos: d 1 1 1 (ln(ln x)) = . = . dx ln x x x ln x Exemplo 4. valos de m? Solução: Uma reta cujo coeciente angular m passa pela origem é tangente a curva y = ln x. Qual o Sabemos que: • O ponto de tangência tem coordenadas (a, ln a). • Nesse ponto, o coeciente angular da reta tangente é m = Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 1 . a 3 Cálculo I Aula n o 23 Como a reta tangente passa pela origem, seu coeciente angular é: m= ln a − 0 ln a = a−0 a Igualando as duas razões, temos: ln a 1 = a a ln a = 1 eln a = e1 a = e Logo, 1 m= . e Exemplo 5. Calcule 3( ∫ 1 1+ x 1 Solução: ) dx. Temos que: ∫ 3( 1 1+ x 1 ) ∫ ∫ 3 dx = 1 = 3 1 dx + [x]31 + [ln 1 3 x]1 1 dx x = 2 + ln 3. Exemplo 6. Calcule ∫ 1 e−x dx. 0 Solução: Temos que: ∫ 0 1 1 e−x dx = [−e−x ]10 = 1 − . e Exemplo 7. Calcule: ∫ 1 −1 Solução: Temos que: ∫ 1 −1 [ e 2x e2x dx = 2 e2x dx. ]1 = −1 e2 e−2 e4 − 1 − = . 2 2 2e2 2 O Número e Expresso como um Limite Na Aula 22, denimos e como o número tal que ln e = 1. Vamos demonstrar que: e = lim (1 + x)1/x . x→0 Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida (7) 4 Cálculo I Aula n Seja f (x) = ln x. Então f ′ (x) = 23 1 , logo f ′ (1) = 1. Porém, pela denição de derivada: x f ′ (1) = = = = = Como f ′ (1) = 1, temos: o f (1 + h) − f (1) h f (1 + x) − f (x) lim x→0 x ln(1 + x) − ln 1 lim x→0 x 1 lim ln(1 + x) x→0 x lim ln(1 + x)1/x lim h→0 x→0 lim ln(1 + x)1/x = 1 x→0 Pelo Teorema do Limite da Função Composta e pela continuidade da função exponencial, temos: e = e1 = elimx→0 ln(1+x) Exemplo 8. 1/x x→0 Mostre que lim h→0 Solução: 1/x = lim eln(1+x) eh − 1 h = lim ln(1 + x)1/x . x→0 = 1. Fazendo u = eh − 1, temos que h = ln(1 + u), temos que: eh − 1 u 1 = = . h ln(1 + u) ln(1 + u)1/u Quando h → 0, temos que u → 0. Assim: eh − 1 1 1 = lim = = 1. u→0 ln(1 + u)1/u h→0 h ln e lim Resumo Faça um resumo dos principais resultados vistos nesta aula, destacando as denições dadas. Aprofundando o conteúdo Leia mais sobre o conteúdo desta aula nas páginas A46 − A50 e no Apêndice G do livro texto. Sugestão de exercícios Resolva os exercícios da página A50 na seção de apêndices do livro texto. Prof. Edilson Neri | Prof. André Almeida 5