UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL IDENTIFICAÇÃO DO CIRCOVÍRUS TIPO 2 E DO TORQUE TENO VÍRUS EM SUÍNOS DE CRIAÇÕES INTENSIVAS DO ESTADO DE GOIÁS Patrícia Soares Orientadora: Prof.ª Dr.ª Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito GOIÂNIA 2011 ii iii PATRÍCIA SOARES IDENTIFICAÇÃO DO CIRCOVÍRUS TIPO 2 E DO TORQUE TENO VÍRUS EM SUÍNOS DE CRIAÇÕES INTENSIVAS DO ESTADO DE GOIÁS Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás Área de Concentração: Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos Orientadora: Prof.ª Dr.ª Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito Comitê de Orientação: Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo Prof. Dr. Jürij Sobestiansky GOIÂNIA 2011 iv Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) GPT/BC/UFG S676i Soares, Patrícia. Identificação do circovírus tipo 2 e do torque teno vírus em suínos de criações intensivas do Estado de Goiás [manuscrito] / Patrícia Soares. - 2011. 117 f. : il., figs, tabs. Orientadora: Profª. Drª. Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito; Coorientadores: Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo, Prof. Dr. Jurij Sobestiansky. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia, 2011. Bibliografia. Inclui lista de figuras, abreviaturas, quadros e tabelas. Anexo. 1. Circovírus suíno – Coinfecção – Goiás (Estado). 2. Torque teno vírus - Suíno. 3. Suíno – Doença multifatorial. I. Título. CDU: 636.4:616-022(817.3) v vi Aos meus pais, pela oportunidade da vida e por me ajudarem na descoberta mais importante: Meu caminho e minha verdade, por meio dos seus esforços e apoio a minha educação. vii AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ser fonte inesgotável de luz que ilumina e guia todos os meus passos. Por ter sido sustentação nestes anos de estudo que direcionaram para a obtenção deste título. Agradeço a toda minha família (apesar da distância), especialmente aos meus pais, Marta e Rafael, ao meu irmão Marcinho e tios Adair, Mirtes, Meire e Marcelo e à Lorenna pelo amor, pela força e motivação que dedicaram a mim, muitas vezes sem nem saberem ao certo o que seria este trabalho. A tia Aninha (sempre presente) , ao Juninho, ao Wagner, ao Reis e ao Vinícius...vocês me possibilitaram o início e eu nunca esquecerei por acreditarem, ampararem e investirem em mim. Ao meu amorzinho Diego, que mesmo sem entender o meu trabalho e sem saber rezar, me ajudou com seus pensamentos positivos, seu companheirismo, suas horas de sono, com suas palavras de amor, conforto e incentivo. Você me faz querer ser melhor a cada dia, como profissional e principalmente como pessoa. Ao Netinho, por todos estes anos de convivência, pelo apoio, amor e carinho. Eu não poderia deixar de agradecê-lo, por tudo que vivemos. Você faz parte de tudo isso e uma parte importante. Crescemos juntos e esta vitória também é sua. A minha querida orientadora, a Wi, que mais que orientar, foi como uma mãe com seus valiosos conselhos que me fizeram crescer pessoal e profissionalmente. Agradeço por todo carinho e amizade incondicionais, pois sei que muitas vezes não os mereci. Pela alegria de trabalharmos juntas e pela compreensão silenciosa dos momentos difíceis pelos quais passei, permitindo que meu tempo interno fluísse, respeitosamente. A disponibilidade que sempre manifestou e a empatia com que recebeu as minhas ideias foram o estímulo que me permitiu vencer as inseguranças deste processo. Ao professor Jürij Sobestiansky, por tentar corrigir minhas falhas e por me apresentar ao Bordin, com certeza a melhor herança profissional que eu poderia receber. Sei que o senhor só fez tudo isso porque, mesmo no seu jeito alemão de ser, deseja-me o melhor. Agradeço também à Anna Sobestiansky, pelas vezes que lhe roubei a companhia do professor, por toda ajuda e pelos incômodos sem dia e nem horários marcados que ela tão docemente compreendia. Ao Professor Eugênio, por ser o ponto de equilíbrio e tranquilidade desta equipe, sempre com saldo bancário e pensamentos positivos. Obrigada por viii compreender e perdoar minhas falhas, pelo auxílio, amizade e por ter me recebido de maneira tão acolhedora na UFG. Ao Professor André Kipnis. Faltam-me palavras para agradecer todo conhecimento transmitido, a paciência e por ter aberto as portas de sua sala e do seu laboratório. Levo comigo o seu exemplo de doação e amor a profissão de ensinar. As minhas amigas do laboratório, Dri, Du, Keiloca, Mari,Tatá e, em especial, a Taty, com quem dividi todos os acontecimentos dessa dissertação. Eu poderia dizer muitas coisas sobre vocês, mas tudo a ser dito está para sempre guardado em nossos corações e em nossas memórias. Obrigada por todos os momentos de alegrias e agonias. Mais que um título, a amizade de vocês foi o maior presente que eu conquistei ao longo desta caminhada. À Denise por plantar a sementinha da biologia molecular e da pesquisa com meus óinc-óincs no Lab. À Marília (Bá), Fábio (Filhote) e ao Adriano (Dri), meus queridos amigos de todas as horas nesta jornada. Aos colegas do Laboratório de Virologia Humana, Fabíola, Menira, Anna e Tâmera e de Bacteriologia do IPTSP, Lorena, Aureliano, Aline e Vivi, pela colaboração na obtenção dos resultados. À Nutrial, em especial ao Marquinhos e à Vanessa, não só porque sem eles este estudo seria mais difícil, mas pela amizade sincera que construímos. Muito obrigada por tudo. Aos produtores de suínos visitados, que gentilmente cederam sua atenção, animais, a boia e um dedinho de prosa. Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, pela oportunidade de realizar este trabalho e conviver com profissionais que me mostraram o tipo de pessoa e profissional que quero ser. Agradeço de maneira especial aos professores Ana Paula, Cíntia, Auxiliadora, Guido e Valéria. Agradeço também a todos os funcionários, principalmente ao Gerson e ao Tiago, e colegas que contribuíram direta ou indiretamente para realização deste. Ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (CNPq/MAPA) pelo apoio financeiro e bolsa concedidos. ix “Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas...” (Victor Hugo) "É do buscar e não do achar que nasce o que eu não conhecia." (Clarice Lispector) x SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO _______________________________________________ 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ____________________________________ 5 2.1 Circovírus suíno tipo 2 ________________________________________ 5 2.1.1 O circovírus suíno e seus aspectos moleculares __________________ 5 2.1.2 Histórico _________________________________________________ 7 2.1.3 Aspectos epidemiológicos ____________________________________ 9 2.1.4 Patogenia _______________________________________________ 12 2.1.5 Sinais clínicos e aspectos patológicos _________________________ 17 2.1.6 Diagnóstico ______________________________________________ 20 2.1.7 Controle e prevenção ______________________________________ 22 3. OBJETIVO _________________________________________________ 31 3.1 Objetivo Geral _____________________________________________ 31 3.2 Objetivos específicos ________________________________________ 31 4. MATERIAL E MÉTODOS ______________________________________ 32 4.1 Local e período de realização do experimento _____________________ 32 4.2 Material e população de estudo ________________________________ 32 4.3 Extração do DNA ___________________________________________ 35 4.4 Aplicação da técnica de PCR __________________________________ 37 4.4.1 Identificação do PCV2 ______________________________________ 37 4.4.2 Identificação do TTV1 e TTV2 ________________________________ 38 4.5 Análise dos resultados _______________________________________ 41 5. RESULTADOS ______________________________________________ 43 5.1 Material e população de estudo ________________________________ 43 5.2 Circovírus suíno tipo 2 _______________________________________ 46 5.2.1 Aspectos clínicos e das lesões macroscópicas ___________________ 46 5.2.2 Identificação do DNA do PCV2 _______________________________ 49 5.2.2.1 Identificação do DNA do PCV2 em amostras de soro ____________ 52 5.2.2.2 Identificação do DNA do PCV2 em amostras de suabes __________ 54 5.2.2.3 Identificação do DNA do PCV2 em amostras fecais _____________ 56 xi 5.2.2.4 Identificação do DNA do PCV2 em fragmentos de tecidos ________ 57 5.3 Validade dos testes diagnósticos _______________________________ 59 5.3.1 Soros __________________________________________________ 59 5.3.2 Suabes orais ____________________________________________ 59 5.3.3 Suabes nasais ___________________________________________ 60 5.3.4 Fezes __________________________________________________ 61 5.4 Identificação do TTV ________________________________________ 62 5.4.1 Coinfecção PCV2 e TTV ____________________________________ 62 6. DISCUSSÃO _______________________________________________ 65 7. CONCLUSÕES _____________________________________________ 72 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________ 73 REFERÊNCIAS _______________________________________________ 75 xii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Representação esquemática do genoma circular do circovírus suíno Tipo 1 (PCV1) (a) e Tipo 2 PCV2 (b) ___________________________ 6 FIGURA 2- Representação (vermelho) dos países em que a circovirose suína foi relatada ____________________________________________________ 9 FIGURA 3 – Representação esquemática da estrutura genômica do TTV suíno ____________________________________________________________ 28 Figura 4- Identificação das microrregiões de Goiás segundo a produção de suínos _______________________________________________________ 33 Figura 5 - Procedimento para coleta de amostras _____________________ 35 Figura 6- Diagrama dos métodos de extração de DNA utilizados _________ 36 FIGURA 7- Condições utilizadas para amplificar os fragmentos de TTV`s __ 40 FIGURA 8- Localização das granjas de criação intensiva de suínos do Estado de Goiás selecionadas para coleta de amostras ______________________ 43 Figura 9 – Sistemas clássicos de produção de suínos __________________ 44 Figura 10- Sinais clínicos identificados na seleção de animais para coleta de amostras __________________________________________________ 47 Figura 11: Achados macroscópicos ________________________________ 49 FIGURA 12- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de espécimes clínicos de suínos de sistemas intensivos de criação ______________________________________________________ 50 FIGURA 13- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir dos soros de suínos de sistemas intensivos de criação ___ 52 FIGURA 14- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de suabes orais dos suínos de sistemas intensivos de criação ____________________________________________________________ 54 FIGURA 15- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de suabes nasais dos suínos de sistemas intensivos de criação ______________________________________________________ 55 xiii FIGURA 16- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de amostras fecais dos suínos de sistemas intensivos de criação ______________________________________________________ 56 FIGURA 17- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de fragmentos de tecidos dos suínos de sistemas intensivos de criação ____________________________________________________ 57 FIGURA 18- Frequência de positivos em relação ao tecido avaliado ______ 58 FIGURA 19- Reação de PCR para TTV1 a partir de soros de suínos de sistema intensivo de criação ____________________________________________ 62 FIGURA 20- Reação de PCR para TTV2 a partir de soros de suínos de sistema intensivo de criação ____________________________________________ 62 Figura 21- Resultados referentes a identificação de coinfecção entre o circovírus suíno tipo 2 (PCV2) e o torque teno vírus (TTV1, TTV2, TTV1/TTV2). ____________________________________________________________ 63 xiv LISTA DE QUADROS QUADRO 1- Lesões macroscópicas mais frequentes associadas à circovirose suína _______________________________________________________ 19 QUADRO 2- Sequência e posições de nucleotídeos dos iniciadores utilizados nas reações de PCR para identificação do PCV2 _____________________ 37 QUADRO 3- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação ____________________________________________________ 38 QUADRO 4- Sequência dos iniciadores utilizados nas reações de PCR para identificação dos TTV's _________________________________________ 39 QUADRO 5- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação para identificação do TTV1 ______________________________ 39 QUADRO 6- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação para identificação do TTV2 ______________________________ 40 QUADRO 7- Matriz de cálculos das principais medidas de risco __________ 41 QUADRO 8- Matriz de cálculos de correção da prevalência obtida com a aplicação de um teste diagnóstico imperfeito _________________________ 42 QUADRO 9– Fatores de risco avaliados nas granjas de suinocultura intensiva e associados à ocorrência de PCVAD _______________________________ 45 QUADRO 10 - Número de animais selecionados por exploração, faixa etária, fases de criação, sexo e sinais clínicos _____________________________ 46 QUADRO 11- Positividade para PCV2 nos fragmentos de tecidos coletados dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás, no período de março de 2009 à janeiro de 2010 __________________________________ 58 xv LISTA DE TABELAS TABELA 1– Prevalência de agentes bacterianos isolados em animais infectados com PCV2 ___________________________________________ 14 TABELA 2- Frequência dos sinais clínicos observados nos suínos selecionados em criações intensivas do Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010________________________________________________ 48 TABELA 3- Frequência dos sinais macroscópicos observados nos suínos selecionados em criações intensivas do Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 _______________________________________ 48 TABELA 4 - Distribuição dos resultados para PCV2 nos espécimes clínicos coletados dos suínos de granjas de criação intensiva do Estado de Goiás, segundo a fase de criação, manifestação clínica e sexo, no período de março de 2009 à janeiro de 2010. _______________________________________ 51 TABELA 5- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nos soros dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 _________________ 53 TABELA 6- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nos suabes orais e nasais dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 ____________________________________________________________ 55 TABELA 7- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nas fezes dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 _________________ 57 TABELA 8- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com soros de suínos _______________________________________________ 59 TABELA 9- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com suabes orais de suínos _________________________________________ 60 Tabela 10- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com suabes nasais de suínos ________________________________________ 60 TABELA 11- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com fezes de suínos _______________________________________________ 61 xvi LISTA DE ABREVIATURAS AGS Associação goiana de suinocultores BFDV Vírus da doença dos bicos e penas de galinhas e psitacídeos BVDV Vírus da diarreia viral bovina CAV Circovírus do canários CE Comunidade Europeia CS Circovirose suína CsCl Cloreto de Césio CoCV/PiCV Circovírus dos columbídeos ou pombos CoGV Circovírus dos gansos HEV Vírus da Hepatite E ICTV Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus MEM Meio mínimo essencial ORF Quadros de leitura aberta PCR Reação em cadeia pela polimerase PCVAD Circovirose suína e doenças associadas PCV Circovírus suíno PCV1 Circovírus suíno tipo 1 PCV2 Circovírus suíno tipo 2 PERV Retrovírus Respiratório Endógeno Suíno PEV Enterovírus suíno PLHV-1 Herpesvírus linfotrópico suíno Tipo 1 PMWS Postweaning Multisystemic Wasting Syndrome PNP Pneumonia necrosante proliferativa PPV Parvovírus suíno PRCV Coronavírus respiratório suíno PRRSV Vírus Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína SDNS Síndrome da Dermatite e Nefropatia Suína SIV Vírus da Influenza suína SMDS Síndrome Multissistêmica do Definhamento do Leitão xvii TBE Solução tampão Tris- Borato- EDTA TE Solução tampão Tris- EDTA TEN Solução tampão Tris- EDTA- NaCl TES Solução tampão Tris- EDTA-SDS TGEV Vírus da Gastroenterite transmissível TTV Torque teno vírus TTV1 Torque teno vírus Tipo 1 TTV2 Torque teno vírus Tipo 2 VDA Vírus da doença de Aujeszky xviii RESUMO O circovírus suíno tipo 2 (PCV2) ocorre em todas as áreas produtoras de suínos do mundo e suas manifestações clínicas são cada vez mais reconhecidas como uma séria ameaça à suinocultura mundial. Vários estudos tem indicado que a coinfecção de PCV2 com outros agentes, pode exacerbar as doenças associadas ao vírus. Nos últimos anos, o torque teno vírus (TTV) foi identificado em soros de suínos nas diferentes partes do mundo. Este parece não ser patogênico para suínos. No entanto, pode potencializar as manifestações clínicas causadas por PCV2. Assim, com o objetivo de verificar a ocorrência de PCV2 e TTV (tipos 1 e 2) ou a coinfecção, em animais hígidos e com manifestação clínica relacionada à PCVAD, em sistemas intensivos de criação de suínos, diferentes espécimes clínicos foram analisados por meio da técnica da reação em cadeia pela polimerase (PCR) com oligonucleotídeos específicos para região da ORF2 do PCV2 e para os dois genótipos de TTV. De um total de 368 espécimes clínicos que incluem soro, suabes nasais e orais, fezes e tecidos, obtidas de suínos em fases de creche e recria, o DNA do PCV2 foi identificado em 71% delas, com maior ocorrência (85%) nos animais com alguma evidência clínica. Foi observada um maior índice de positividade pontual nos animais de recria (74%) quando comparada aos índices referentes à creche (67%). Também houve maior detecção nas fêmeas (71%) quando comparado ao percentual de identificação viral nos machos (69%). Alguns animais apresentaram positividade para o DNA viral em todos os espécimes avaliados. Para o TTV, 47 amostras de soros foram analisadas por PCR e 47% delas amplificaram fragmentos específicos para o TTV suíno, sendo 19% corresponde ao TTV1, 32% positivas para o TTV2 e 13% para ambos os vírus. A associação entre PCV2 e TTV foi verificada em 45% das amostras. O índice de coinfecção nos suínos com PCVAD (76%) foi significativamente maior que o observado nos animais sem evidência clínica (24%), com um destaque para a coinfecção pelo TTV2 (38%) em relação àquela pelo TTV1 (33%) ou ambos (29%). Este foi o primeiro estudo com amostras de suínos de sistema intensivo de criação, em Goiás, a comprovar a presença dos dois vírus nos plantéis. Além disso, os resultados apontaram que manifestações clínicas respiratórias são os sinais mais comuns em infecções pelo PCV2. Palavras-chave: coinfecção, doenças multifatoriais, PCV2, PCVAD, TTV xix ABSTRACT The porcine circovirus type 2 (PCV2) occurs in all pig producing areas of the world and its clinical manifestations are increasingly recognized as a serious threat to the swine industry worldwide. Several studies have shown that coinfection of PCV2 with other agents may exacerbate the disease associated with the virus. In recent years, the torque teno virus (TTV), was identified in sera from pigs in different parts of the world. This appears not to be pathogenic for pigs. However, you can enhance the clinical manifestations caused by PCV2. Thus, in order to verify the occurrence of TTV and PCV2 (types 1 and 2) or coinfection in healthy animals and clinical manifestation related to PCVAD in intensive systems of rearing pigs, different clinical specimens were analyzed by technique of polymerase chain reaction (PCR) with primers specific for the region of ORF2 of PCV2 and the two genotypes of TTV. From a total of 368 clinical specimens including serum, nasal swabs and oral, feces and tissues obtained from pigs in the nursery and recreates the PCV2 DNA was identified in 71% of them, with higher prevalence (85%) in animals with some clinical evidence. We observed a higher rate of positivity in occasional rearing animals (74%) compared to the indices relating to daycare (67%). There was also greater detection in females (71%) compared to the percentage of viral identification in males (69%). Some animals were positive for viral DNA in all specimens evaluated. For the TTV, 47 serum samples were analyzed by PCR and 47% of amplified fragments specific for porcine TTV, which corresponds to TTV1 19%, 32% positive for TTV2 and 13% for both viruses. The association between TTV and PCV2 was detected in 45% of samples. The rate of coinfection with PCVAD in pigs (76%) was significantly higher than that observed in animals with no clinical evidence (24%), with a highlight for the coinfection TTV2 (38%) compared to that at TTV1 (33%) or both (29%). This was the first study with samples of pigs from intensive system of creation, in Goiás, to prove the presence of both viruses in herds. Furthermore, the results showed that respiratory clinical manifestations are the most common signs in PCV2 infections. Keywords: coinfection, multifactorial diseases, PCV2, PCVAD, TTV 1 1. INTRODUÇÃO Os resultados zootécnicos e os baixos custos de produção conferem à suinocultura brasileira uma posição de destaque no cenário mundial. Mudanças na estrutura produtiva do setor tais como a utilização de técnicas de manejo intensivas, alterações no ambiente, aprimoramento da nutrição, uso de animais geneticamente melhorados, aumento na densidade dos rebanhos e a concentração da produção em algumas áreas geográficas, conduziram ao crescimento da suinocultura como atividade econômica. A pecuária goiana possui forte participação na economia nacional e faz com que o Estado de Goiás figure entre os maiores produtores brasileiros, sendo o quinto na produção em 2009 (IBGE, 2010) e o quarto maior exportador brasileiro de suínos no ano de 2010 (ABIPECS, 2011). O plantel suíno do Estado de Goiás é de 1.929.062 animais, distribuídos de forma heterogênea entre 18 microrregiões. A região Sudoeste é a maior produtora, com uma participação de 45,62% do efetivo total do Estado, e a região da Chapada dos Veadeiros com cerca de 1% deste total, a que representa a menor participação (GOIÁS, 2010). O Centro-Oeste brasileiro, especialmente os Estados de Mato Grosso e Goiás, tem recebido de empresas nacionais e multinacionais, novos investimentos no setor. Tais aplicações na atividade suinícola elevaram o rebanho da região, estimado em torno de dois milhões e meio de cabeças em 1998, para cerca de cinco milhões em 2009 (GIROTTO, 2006; IBGE, 2010). Por outro lado, os desafios sanitários presentes na suinocultura intensiva acompanham esta expansão. Num cenário mundial, no qual o desenvolvimento da pecuária aponta para o aumento no trânsito de animais e produtos entre países há uma maior facilidade para a emergência e disseminação de doenças. Isso demanda maior atenção quanto à questão sanitária dos rebanhos, uma vez que, algumas destas enfermidades, elevam os custos de produção, podendo inclusive comprometer os lucros da atividade ou até mesmo serem responsáveis pelo fechamento de mercados. Entre estes desafios, a síndrome circovirose suína e doenças associadas ou “porcine circovirus associated diseases” (PCVAD) tem sido 2 descrita em vários países e ocasionando um grande impacto econômico na produção de suínos (SEGALÉS et al., 2005). O circovírus suíno tipo 2 (PCV2) é reconhecido como o agente essencial da PCVAD e é constantemente encontrado em rebanhos comerciais. Sua detecção foi realizada em suídeos com e sem sintomatologia (MORÉS et al., 2007). O PCV2 foi descrito pela primeira vez no Canadá, em 1991 sendo, mais tarde, identificado em países da Europa, Ásia, nas Américas, Oceania e África, confirmando a sua ubiquidade (GRAU-ROMA et al., 2011). No Brasil, o vírus foi descrito pela primeira vez no ano de 2000, no Estado de Santa Catarina (CIACCI-ZANELLA et al., 2001) e, posteriormente, nos Estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Paraná (PESCADOR et al., 2003; CASTRO et al., 2003; FRANÇA et al., 2005; CHIARELLI-NETO et al., 2005; PINTO et al, 2003; BARBOSA et al., 2005; CHIARELLI-NETO et al., 2007; CIACCI-ZANELLA et al., 2009a; DEZEN et al., 2010). Poucos são os dados existentes no Estado de Goiás. ARAÚJO et al. (2002) relataram evidências clínicas de infecção, reforçadas pela identificação de lesões compatíveis com PCV2, à necropsia e análise histopatológica dos tecidos de suínos de um caso suspeito de circovirose. Em adição, fetos mumificados e natimortos provenientes de granjas do Estado, com e sem evidências de circovirose, também apontaram para a circulação do vírus na região (ROCHA, 2007). E ainda, dados do Laboratório de Virologia Animal do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (LVA/IPTSP/UFG) indicaram a presença do DNA de PCV2 em soros e amostras de tecidos animais de criações extensivas (BARTHASSON, 2009). O vírus pode determinar um complexo de manifestações clínicas que envolvem a circovirose suína (CS) (HARDING et al., 1998), a síndrome da dermatite e nefropatia suína (SDNS) (ROSSEL et al., 2000), doenças do complexo respiratório suíno (KIM et al., 2003), a pneumonia necrosante proliferativa (PNP), enteropatias, encefalopatias, distúrbios reprodutivos e tremor congênito (ALLAN et al., 1998; LUKERT & ALLAN, 1999; HARDING et 3 al., 1998; HARDING, 2004; SEGALÉS et al., 2004; SEELIGER et al., 2007; MATEUSEN et al., 2007; LEFEBVRE et al., 2008; BATISTA, 2009). A síndrome da circovirose suína, a mais importante das manifestações clínicas, é uma enfermidade multifatorial que leva à queda da imunidade nos animais afetados. Além das perdas diretas provocadas pela morte dos animais, a doença gera elevados prejuízos econômicos em função, principalmente, da redução da conversão alimentar e da maior susceptibilidade dos animais às infecções secundárias (BATISTA, 2009). O papel do PCV2 neste complexo é claro em termos de sua associação com as patologias. No entanto, a patogenia e imunogenicidade não estão bem compreendidas. Ainda há dúvidas sobre a importância dele como agente causal e à provável existência de outro agente principal para ocorrência da enfermidade (ALLAN, 2007). Contribui para isto, o fato do vírus ser cosmopolita e estar presente tanto em granjas afetadas ou não pela doença, além de, até o momento, não existir um modelo consistente que reproduza a progressão dos sinais clínicos após a inoculação experimental ou infecção natural a campo (DONADEU & TUCKER, 2005; ALLAN, 2007; SEGALÉS, 2007a). Em função desta incerteza com relação à etiologia e a necessidade de múltiplos fatores para ocorrência da CS, o estudo de outros agentes que possam estar de alguma forma associados ao PCV2 e a manifestação dos sinais clínicos é de suma importância. Assim, nos últimos anos, o torque teno vírus (TTV) tem sido identificado em soros de suínos em diferentes partes do mundo (LEARY et al., 1999; OKAMOTO et al., 2002; McKEOWN et al., 2004; JELCIC et al., 2004; BIGARRÉ et al., 2005; NIEL et al., 2005; KEKARAINEN et al., 2006). Esse vírus parece ser não patogênico para suínos. No entanto, alguns pesquisadores tem apontado o TTV como um potencializador das manifestações clínicas causadas pelo PCV2. Estudos em suínos domésticos mostraram que a infecção pelo TTV é mais comum em suínos afetados pela CS que os não afetados (KEKARAINEN et al., 2006; ELLIS et al. 2008). Dois genogrupos de TTV (TTV1 e TTV2) tem sido detectados em suínos (NIEL et al., 2005), havendo poucas informações sobre a epidemiologia da infecção por este vírus atualmente. 4 A identificação destes agentes poderá auxiliar no desenvolvimento de métodos diagnósticos de rotina, bem como na compreensão da patogenia e epidemiologia viral, possibilitando o direcionamento de estratégias para controle e prevenção do complexo circovirose suína e doenças associadas, no Estado e no Brasil. Em face ao exposto, neste estudo objetivou-se identificar a presença do PCV2 e do TTV em amostras provenientes de animais de criações intensivas do Estado de Goiás, visando fornecer informações a respeito da ocorrência e associação entre esses vírus. 5 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Circovírus suíno tipo 2 2.1.1 O circovírus suíno e seus aspectos moleculares O circovírus suíno pertence ao gênero Circovírus da família Circoviridae. De acordo com o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), este gênero compreende os circovírus suínos tipos 1 e 2 (PCV1 e PCV2), o vírus da doença dos bicos e penas das galinhas e dos psitacídeos (BFDV), o circovírus dos columbídeos ou pombos (CoCV/PiCV), circovírus dos gansos (CoGV) e o circovírus dos canários (CAV) (TOOD et al., 2001). Os circovírus são pequenos vírus não envelopados, com cerca de 17nm de diâmetro, capsídeos icosaédricos e possuem genoma DNA circular de fita simples. É um dos menores genomas de vírus animais, com cerca de 1760 nucleotídeos (nt) (FINTERBUSCH & MANKERTZ, 2009). O PCV é resistente à inativação pós-exposição a pH 3,0, clorofórmio e a temperaturas entre 56°C e 70°C por 15 minutos. Possui densidade de flutuação em CsCl de 1,33-1,34 g/mL e um gradiente de sedimentação correspondente a 57S (ALLAN et al., 1994). Os genomas do PCV1 e do PCV2 possuem 1759 pares de base (pb) e 1768pb, respectivamente, com identidade de 65% a 76% entre eles (BATISTA, 2009). Ambos possuem dois principais quadros de leitura aberta ("open reading frames" – ORF's), denominadas ORF1 e ORF2 (Figura 1). Além destas, já foram mapeadas outras 10 ORF's (3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12), porém, com exceção da ORF3 que parece codificar proteínas que induzem a apoptose das células infectadas, estas regiões não foram caracterizadas (HAMEL et al., 1998; MANKERTZ et al., 2004; LIU et al., 2006). A ORF1, com 945nt, codifica uma proteína com 315 aminoácidos (aa) e é essencial para a replicação do DNA viral (proteína Rep). Há uma identidade de 85% entre os nucleotídeos e de 86% na sequência de 6 aminoácidos da ORF1 entre os vírus PCV1 e PCV2 (HAMEL et al., 1998; MANKERTZ et al., 2004). FIGURA 1 - Representação esquemática do genoma circular do circovírus suíno Tipo 1 (PCV1) (a) e Tipo 2 PCV2 (b) Fonte: (a) SWISS INSTITUTE OF BIOINFORMATICS (2008); (b) DEZEN (2007) A ORF2, com 699nt, codifica uma proteína estrutural com 30kDa, composta por 233aa e formadora do capsídeo (proteína Cap) (MEEHAN et al, 1998; LUKERT & ALLAN, 1999; CHAE, 2004). A ORF2 é mais variável entre os dois tipos virais, com identidade de 67% na sequência de nucleotídeos e de 65% na configuração dos aminoácidos (MOROZOV et al., 1998). PCV1 é considerado um contaminante e é persistente em células PK-15. A infecção experimental de neonatos não produziu sintomatologia clínica e o vírus foi, portanto, considerado não patogênico para suínos. Entretanto, o PCV2 tem sido frequentemente detectado em animais com manifestações clínicas da síndrome circovirose suína e doenças associadas. Ambos possuem um antígeno que pode ser distinguido por meio de técnicas moleculares e sorológicas específicas tais como a PCR, hibridização in situ e/ou imunohistoquímica (CHAE, 2004), sendo os dois vírus classificados como duas espécies diferentes dentro do gênero Circovirus pelo ICTV (ALBINA et al., 2001). 7 Por meio de análise filogenética, o PCV2 foi dividido em três subgrupos, também chamados de genótipos, nos quais as principais diferenças moleculares localizam-se na ORF2. Nesta ORF estão as mais elevadas taxas de variação entre as amostras de PCV2 analisadas em todo mundo. A identidade das sequências nucleotídicas é de, aproximadamente, 90% (HAMEL et al., 2000; GRAU-ROMA et al., 2008). Nomenclatura utilizada na América do Norte descrevia os genótipos em PCV2a, PCV2b, os quais eram classificados pela Comunidade Europeia (CE) como PCV2 do grupo 2 e PCV2 do grupo 1, respectivamente. Entretanto, o consórcio para estudos sobre a circovirose suína da CE propôs que a nomenclatura norte-americana fosse admitida como a classificação padrão (ROWLAND & HESSE, 2009). A análise de amostras dinamarquesas de suínos infectados indica a presença de um terceiro genótipo: o genótipo c (PCV2c) (DUPONT et al., 2008). As últimas evidências indicam que as amostras originárias da Nova Zelândia, da Tailândia e do Reino Unido possuam somente características do genótipo b. Por sua vez, amostras com origem na Austrália, no Japão, no Canadá, na Espanha, em Taiwan e na África do Sul possuam somente características do genótipo a. Ainda, amostras da França, da Coréia, da Hungria, da Áustria, da Alemanha, dos Estados Unidos e do Brasil compartilham as duas sequências nucleotídicas, porém, não há evidências de um ancestral comum (DONG-JUN et al., 2007). 2.1.2 Histórico A circovirose suína (CS) foi descrita pela primeira vez, como entidade clínica, em 1996, por meio do estudo de um surto ocorrido em 1991, no Canadá. Os animais envolvidos no surto apresentavam sinais de refugagem. O exame histopatológico de fragmentos de tecidos destes animais revelou a presença de lesões linfoides que foram, primeiramente, associadas ao vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS), porém todas as análises para este vírus foram negativas (CLARK, 1997). No entanto, similaridades foram observadas entre essas lesões com as produzidas pelo 8 circovírus aviário na Bursa de Fabricius. Nas lesões, foi também identificada grande quantidade de antígenos de PCV (ALLAN et al., 1994; ALLAN,1996). Em 1996, nos Estados Unidos, e no ano seguinte, no Canadá, a doença até então desconhecida, foi denominada de “postweaning multisystemic wasting syndrome” (PMWS) ou síndrome multissistêmica do definhamento dos suínos (SMDS) (DAFT et al., 1996; CLARK, 1997), sendo circovirose suína (CS), a denominação mais correta. O termo síndrome da refugagem multissistêmica, gerou, por muito tempo, debates sobre a utilização de um termo tão inespecífico do ponto de vista etiológico, uma vez que, doenças como as provocadas por Lawsonia intracellularis, Mycoplasma hyopneumoniae, Haemophilus parasuis (e até mesmo intoxicações) cursam com a síndrome da refugagem (SEGALÉS, 2005). Assim, dado o estabelecimento internacional de critérios diagnósticos bem definidos para a CS, atualmente a terminologia adotada é “porcine circovirus associated diseases” (PCVAD) ou complexo da circovirose suína e doenças associadas (SEGALÉS, 2007a). Diferenças genômicas importantes entre os vírus encontrados nas lesões provenientes dos casos de CS e daqueles presentes em células PK-15, observadas após o sequenciamento genômico em 1998, estabeleceram uma nova classificação para os mesmos, sendo o PCV1 relacionado às células da linhagem PK-15 e o PCV2 à PMWS (HAMEL et al., 1998; MEEHAN et al., 1998; MOZOROV et al., 1998). As dúvidas quanto ao papel do PCV2 na indução da CS passaram a ser menores quando, em 2004, surgiram as primeiras vacinas para o controle da doença (CHARREYRE et al., 2005). Os resultados da utilização destas vacinas na Europa e, principalmente, nos Estados Unidos mostraram uma redução significativa da mortalidade e do número de animais refugos, fazendo que com que, na atualidade, não existam dúvidas sobre o papel fundamental e necessário do circovírus tipo 2 para o desenvolvimento da síndrome (LATORRE & BAUTISTA, 2009). Apesar da primeira descrição da CS ter ocorrido somente em 1996, relatos de estudos retrospectivos, com amostras de tecidos parafinizados, apontam para uma circulação viral ainda mais precoce: a partir de 1962, na 9 Alemanha (JACOBSEN et al., 2009); desde 1968, no Brasil (SILVA JÚNIOR et al., 2009); desde 1985, no Japão (SATO et al., 2000); desde 1986, na Espanha (RODRIGUEZ-ARRIOJA et al., 2003) e na Suíça (STAEBLER et al., 2005); e, desde 1993, na Tailândia (KIATIPATTANASAKUL-BANLUNARA et al., 2002). 2.1.3 Aspectos epidemiológicos A infecção pelo PCV2 é cosmopolita em suínos domésticos, sendo relatada em todos os continentes (ALLAN et al., 1998a; ALLAN et al., 1999a; ONUKI et al., 1999; CHOI et al., 2000; CIACCI-ZANELLA et al., 2001; TRUJANO et al., 2001; RAYE et al., 2005). Contudo, isto não se correlaciona necessariamente com a distribuição da CS em âmbito mundial (Figura 2). Curiosamente, na Austrália, apesar da infecção estar presente, o processo clínico ainda não foi descrito, gerando dúvidas sobre a baixa sensibilidade de métodos de diagnóstico ou da ausência real da enfermidade (RAYE et al., 2005; FINLAISON et al., 2007;SEGALÉS, 2007b). FIGURA 2- Representação (vermelho) dos países em que a circovirose suína foi relatada. Fonte: GRAU-ROMA et al. (2011) 10 No Brasil, o vírus foi detectado pela primeira vez no ano de 2000, no Estado de Santa Catarina (CIACCI-ZANELLA et al., 2001). Posteriormente, foi descrito nos Estados do Rio Grande do Sul (PESCADOR et al., 2003), Paraná, São Paulo (CASTRO et al., 2003), Rio de Janeiro (FRANÇA et al., 2005), Espírito Santo (CHIARELLI-NETO et al., 2005), Minas Gerais (PINTO et al, 2003; BARBOSA et al., 2005) e Bahia (CHIARELLI-NETO et al., 2007). Apesar dos estudos iniciais sugerirem que a infecção pelo PCV possa ocorrer em humanos, bovinos e camundongos (TISCHER et al, 1995; NAYAR et al, 1999), inquéritos sorológicos subsequentes não indicaram evidência de infecção nessas espécies e outras (ALLAN et al, 2000b;. ELLIS et al., 2000b, ELLIS et al., 2001). Infecção experimental de ovinos e coelhos com PCV2 não resultou na soroconversão ou no desenvolvimento de lesões (ALLAN et al, 2000b;. CASALMIGLIA et al, 2002). Embora o PCV2 possa replicar e ser transmitido entre camundongos acredita-se que somente os suídeos sejam susceptíveis à infecção pelo PCV2 e que outras espécies não desempenhem nenhum papel na sua epidemiologia (KIUPEL et al., 2001; OPRIESSNIG et al., 2009a). PCV2 pode causar circovirose em javalis (ELLIS et al., 2003; SCHULZE et al., 2004; LIPEJ et al., 2007), mas a importância epidemiológica desta infecção ainda não está clara (VICENTE et al., 2004). Distintas vias de eliminação viral tem sido apontadas, incluindo secreções nasais, muco traqueal, saliva, urina, fezes, leite, sêmen e secreções oculares de animais soropositivos (SHIBATA et al., 2003; OPRIESSNIG et al., 2007). Além disso, sabe-se que os animais que padecem de CS, além de apresentarem uma carga viral significativamente superior no soro, também excretam maior quantidade de vírus (OPRIESSNIG et al., 2008; PARK et al., 2009, GRAU-ROMA et al., 2009; HA et al., 2009). Machos infectados com PCV2 podem excretar o vírus no sêmen (KIM et al., 2003). MADSON et al (2007) afirmam que a transmissão do vírus por esta via às porcas, pode não ser suficiente para desencadear patologias, como uma infecção intrauterina que provocasse a morte embrionária ou fetal, ou ainda desenvolvimento posterior de CS nos fetos infectados. A presença do PCV2 foi detectada por meio de reação em cadeia pela polimerase (PCR) em colostro e leite de porcas infectadas natural e 11 experimentalmente (SHIBATA et al., 2006; HA et al., 2009). Por meio de análises imuno-histoquímicas e de hibridização in situ, o vírus foi encontrado também em tecido mamário e outros tecidos de porcas experimentalmente infectadas, demonstrando ser esta uma fonte viável de transmissão (PARK et al., 2009). A rota de transmissão mais provável parece ser a via oronasal, indicando que a transmissão horizontal (porca - leitão ou leitão - leitão) é muito frequente. Leitões com duas semanas de idade, privados da ingestão de colostro e livres de PRRS e vírus influenza, desenvolveram viremia sete dias após a administração oral de tecidos, como o músculo esquelético, medula óssea e linfonodos, infectados com partículas virais/antígenos de PCV2. Ao exame histopatológico foram observadas depleções leves a moderada em órgãos linfoides, demonstrando a efetividade da via oral na transmissão do vírus (OPRIESSNIG et al., 2009a). Pesquisas com porcas gestantes inoculadas com PCV2 são escassas, mas tem mostrado que a infecção pode ser transmitida verticalmente (PARK et al., 2005). Além disso, tem-se encontrado PCV2 em lesões miocárdicas de leitões abortados (BRUNBORG et al., 2004; ROCHA, 2007). A análise microscópica de fragmentos de tecidos de leitões com dois dias de idade, provenientes do Estado do Rio Grande do Sul e com suspeita clínica de CS apontaram para atrofia dos órgãos linfoides ou depleção de folículo linfoide com infiltrado de macrófagos e células gigantes no baço, lesões estas sugestivas de CS. O DNA de PCV2 foi detectado no “pool” de órgãos dos leitões, porém na imunohistoquímica, somente um leitão foi positivo para PCV2 (CIACCI-ZANELLA et al., 2006). A ocorrência de PCV2 em leitões recémnascidos reforça a possibilidade da transmissão vertical do vírus. Num período de dois a quatro meses o vírus é capaz de infectar todos os animais de uma granja. Além disso, pode ser transmitido de um animal enfermo para outro sadio, sugerindo ser altamente contagioso (SEGALÉS, 2008a). Animais saudáveis infectados podem desenvolver manifestações clínicas após quatro a cinco semanas (DUPONT et al., 2009; KRISTENSEN et al., 2009). 12 2.1.4 Patogenia Na tentativa de esclarecer o papel do PCV2 na patogenia do PCVAD, modelos com infecções experimentais pelo PCV2 provocando sinais clínicos da CS levaram à aceitação de que o vírus é o agente causal do complexo (ALLAN et al., 2004). O PCV2 possui a capacidade de infectar células de origem epitelial, endotelial e mielóide, o que ajuda a explicar a vasta distribuição tecidual do vírus e das suas manifestações clínicas O antígeno viral está presente em órgãos de suínos como linfonodos, amígdalas, pulmões, baço, rins, pele e fígado (STEINER et al., 2008). O vírus infecta células de sistema imune como macrófagos, linfócitos e células dendríticas e se replica em vários tipos celulares, preferencialmente células em divisão celular ativa. Após a replicação e infecção de células do sistema imune, o PCV2 causa viremia e é distribuído no organismo do suíno. Devido à inabilidade do animal infetado em elaborar uma resposta imune satisfatória, o PCV2 pode infectar as células permissivas nos órgãos alvo, causar lesões e agravar o quadro clínico. Um desequilíbrio nas substâncias mediadoras da imunidade, morte celular de linfócitos, falha na reposição de células linfoides colaboram para esta imunodeficiência (STEINER et al., 2008). Análises de citometria de fluxo demonstraram que suínos acometidos pela CS apresentam alterações nas populações de células mononucleares periféricas. Durante a infecção ocorre um aumento em monócitos, porém uma redução em linfócitos T (CD4+) e linfócitos B, e a presença de granulócitos imaturos de baixa densidade, sugerindo uma inabilidade transitória dos suínos afetados em conseguir uma resposta imune eficaz (OPRIESSNIG et al., 2007). O mecanismo exato de ação do PCV2 e sua interação com outros patógenos e fatores não infecciosos necessitam de maiores esclarecimentos. Presume-se que a patogenia desta síndrome seja bastante complexa (ALLAN et al., 2004) e que a estimulação antigênica proporcionada pelos múltiplos fatores, infecciosos ou não, aumenta o número de células entrando na fase S 13 do ciclo celular, condição necessária para replicação do PCV2 (ELLIS et al., 1998; KRAKOWKA et al., 2000). O grau de suscetibilidade à PCVAD é desconhecido, sendo que a maioria dos animais não apresenta nenhuma manifestação clínica (QUINTANA et al., 2001). Ainda não está claro porque alguns leitões adoecem e outros, mesmo infectados, não apresentam a doença. Sabe-se que animais com infecção inaparente tem no organismo uma carga viral menor do que aqueles com a CS, além de menores títulos de anticorpos neutralizantes para o PCV2 (LÓPEZ-SORIA et al., 2004; OPRIESSNIG et al., 2008). Para o completo desenvolvimento da CS, alguns autores sugerem que exista a necessidade de coinfecções (ALLAN et al., 1999b; CHOI e CHAE, 2001; HARMS et al., 2001) ou cofatores estimulatórios do sistema imune (KRAKOWKA et al., 2001). São ainda citados fatores relacionados à diversidade genética entre os isolados do PCV2 (OPRIESSNIG et al., 2006) e a predisposição ou resistência de algumas raças suínas e mesmo de suídeos ao agente (LÓPEZ-SORIA et al., 2004; OPRIESSNIG et al., 2009a). Em um estudo para avaliar a coinfecção, leitões gnotobióticos foram infectados com PCV1, PCV2 e PPV, isolados ou em combinação. Os animais inoculados somente com o PCV2 não desenvolveram a doença clínica. Animais coinfectados com PCV2 e PPV apresentaram doença clínica severa e lesões macroscópicas da CS (KRAKOWKA et al., 2000). Nas propriedades onde CS é relatada, geralmente, observa-se a associação entre o PCV2 e outros vírus e/ou bactérias que intensificam os sinais clínicos da doença, dificultando a sua identificação. Vários microrganismos estão implicados nesta hipótese, tais como o parvovírus suíno (PPV), o vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRSV), vírus da hepatite E (HEV), vírus da doença de Aujeszky (VDA) e mais recentemente, o torque teno vírus (TTV) (ALLAN et al., 1999a; CHOI & CHAE, 2001; HARMS et al., 2001, ELLIS et al., 2004; FERNANDES et al., 2006; KEKARAINEN et al., 2006). O TTV, similarmente ao PCV2, é cosmopolita em criações de suínos (McKEOWN et al., 2004). Pesquisas visando entender o papel deste vírus na etiopatogenia da CS demonstram que os animais com ele infectados são mais 14 susceptíveis à doença (KEKARAINEN et al., 2006; TEIXEIRA, 2008), tendo sido encontrado em 97% das amostras de animais com diagnóstico positivo e em 78% das amostras de animais negativos para CS (KEKARAINEN et al., 2006). POGRANICHNIY et al. (2002) efetuaram um estudo em suínos saudáveis e naqueles com histórico clínico e lesões microscópicas características da CS. Foram testados os vírus PCV2, PRRSV, enterovírus suíno (PEV), vírus influenza suíno (SIV), coronavírus respiratório suíno (PRCV), vírus da gastroenterite transmissível (TGEV), retrovírus endógeno suíno (PERV), herpesvírus linfotrópico suíno Tipo 1 (PLHV-1) e o vírus da diarreia viral bovina (BVDV), tendo o PCV2 apresentado maior correlação com a CS. Além disso, os animais apresentaram maior risco de desenvolver a síndrome quando estavam coinfectados com PCV2 e PRRSV. Um estudo feito por RISTOW et al. (2007) em 46 granjas brasileiras, em seis Estados da federação, caracterizou as bactérias mais frequentemente associadas ao PCV2 em animais positivos para circovirose suína (Tabela 1). TABELA 1– Prevalência de agentes bacterianos isolados em animais infectados com PCV2 Bactéria % Bactéria % Streptococcus suis 97,80 E. coli beta hemolytic 8,69 E. coli gamma hemolytic 52,17 Clostridium sp. 4,34 Bordetella bronchiseptica 41,30 E. coli alpha hemolytic 2,17 Haemophilus parasuis 28,30 Salmonella sp. 2,17 Pasteurella multocida 15,20 Fonte: RISTOW et al.(2007) 15 A reprodução mais consistente da CS tem sido obtida não só com a utilização de cofatores infecciosos, mas também de não infecciosos. Apesar de ter sido demonstrado, em modelos experimentais inoculados com PCV2, que a aplicação de vacinas que contenham adjuvante oleoso como imunoestimulantes, favoreça a manifestação clínica da CS (ALLAN et al., 2000; KRAKOWKA et al., 2001; OPRIESSNIG et al., 2003), estudos utilizando protocolos similares, em suínos convencionais, obtiveram um resultado diferente (LADEKJAER-MIKKELSEN et al., 2002, RESENDES et al., 2004). De acordo ALLAN et al. (2007) e evidências epidemiológicas na Holanda (DE JONG et al., 2003), foi ainda proposto que o uso de vacinas vivas modificadas, para controle e prevenção da PRRS, pode potencializar a infecção por PCV2 em suínos. Estas observações indicam a necessidade de mais pesquisas para verificar em quais circunstâncias a imunoestimulação amplifica os efeitos da infecção por PCV2. Entretanto, até o momento, é preconizado evitar a vacinação habitual de suínos que possam estar convalescendo de circovirose (SEGALÉS, 2005). A diversidade e evolução do PCV2 são também fatores que podem estar relacionadas à emergência da CS no mundo e por este motivo a caracterização molecular do PCV2 tem sido o objeto de investigação em vários países (ALLAN et al., 1998; FENAUX et al., 2000; SATO et al., 2000; CIACCIZANELLA et al., 2001; WANG et al., 2004; CASTRO, 2005; CHIARELLI NETO et al., 2007; HESSE et al., 2008). O PCV2a é considerado o mais antigo do ponto de vista evolutivo (GRAU-ROMA et al., 2008). Alguns estudos indicam que o genótipo PCV2b apresenta ocorrência nas infecções naturais (ALLAN et al., 2007; CHIARELLINETO et al., 2009; DUPONT et al., 2008; TAKAHAGI et al., 2009; TIMMUSK et al., 2008; CORTEY et al., 2010). Segundo SEGALÉS (2007b), este fato pode estar relacionado a uma maior virulência do genótipo PCV2b e pode ser creditada em função de dois indícios: 1) os casos de aparição epizoótica na América do Norte muito marcado pela prevalência deste; 2) um estudo realizado em 2007 (SEGALÉS, 2007b), na Europa, que associa sistematicamente o genótipo b à existência de enfermidade, o que não ocorre com o genótipo a. 16 Investigações epidemiológicas dos surtos ocorridos no final da década de 90 na Europa e Sudeste Asiático e, em 2004-2005, nas Américas do Norte e do Sul sugerem que PCV2a, potencialmente menos virulento, teria sido o genótipo mais frequente durante muito tempo, representando os casos esporádicos da enfermidade ocorridos entre os anos de 1993 a 1996. O surgimento de um genótipo mais patogênico, presumidamente o PCV2b, poderia ter sido o responsável pela emergência dos surtos ocorridos entre 1997 e 2006 (DUPONT et al., 2008). Amostras dinamarquesas de tecidos suínos obtidas nos anos de 1980, 1987 e 1990 foram enquadradas no genótipo C. O PCV2c foi detectado somente na Dinamarca e apresentou a menor patogenicidade dentre os três genótipos conhecidos até o momento. Isto sugere que houve um aumento gradativo da patogenicidade, desde os anos 80 até a atualidade, que segue a sequência genotípica c, a e b (DUPONT et al., 2008). Visando elucidar o papel da genética suína na susceptibilidade/resistência à circovirose, estudos envolvendo a avaliação dos sinais clínicos, anatomopatológicos e moleculares das diferentes linhagens de suínos foram desenvolvidos. Os resultados foram semelhantes entre os autores, inferindo que há diferenças entre as linhagens frente ao PCV2, sendo que animais da linhagem Landrace foram mais susceptíveis em desenvolver os sinais da doença que suínos das linhagens Duroc e Large White (ROSE et al., 2003; LÓPEZ-SORIA et al., 2004; OPRIESSNIG et al., 2009a). Uma hipótese que poderia justificar a maior ou menor predisposição das linhagens suínas ao PCV2 é a existência de diferentes mecanismos de resposta imunológica ou alterações genéticas relacionadas a essas respostas. No entanto, pouco se sabe sobre a relação do PCV2 com seu hospedeiro quanto à ativação do sistema imune. A habilidade do vírus de se replicar e persistir por um longo tempo no organismo indica falha na resposta imune do indivíduo em reconhecer ou remover as partículas virais e as células infectadas (MEERTS et al., 2006). 17 2.1.5 Sinais clínicos e aspectos patológicos Entre o final da década de 90 até os meados de 2003, a circovirose suína se manifestava por um significativo incremento da mortalidade e retardo no crescimento de suínos em um número elevado de granjas em todo mundo. Estes percentuais, hoje, são menores e em um número limitado de granjas, não significando, entretanto, que não haja granjas com elevados índices de mortalidade e animais refugos (SEGALÉS, 2008a). Segundo CIACCI-ZANELLA et al. (2006), no Brasil estas novas manifestações incluem mudanças tanto na severidade dos sinais clínicos quanto na fase em que são observadas, sendo atualmente percebidas não só na fase de creche, mas no período de crescimento-terminação e, até mesmo, na maternidade. O vírus é detectado em praticamente todas as faixas etárias, ainda que o pico de infecção se encontre entre a 6ª e a 14ª semana de vida, sendo pouco frequente em idades menores (SIBILA et al., 2004). A circovirose inclui síndromes com diferentes manifestações clínicas e lesionais, apesar de estar geralmente associada à elevada mortalidade, atraso no crescimento, aumento no tamanho dos linfonodos, palidez corpórea, dispneia (na maioria das vezes associada à PRRSV, vírus influenza e ao Mycoplasma hyopneumoniae), diarreia (semelhante à apresentada pela ileíte subaguda ou crônica), pelo opaco e arrepiado e, ocasionalmente, icterícia. Entretanto, estes sinais clínicos podem não ser vistos em todos os animais afetados pela CS, que na maioria das vezes se apresenta na forma inaparente (ALLAN, 2007; BATISTA, 2009). Além da apresentação habitual com elevada morbidade e mortalidade, com quadros claros de refugagem, há apresentações onde as evidências clínicas não são tão nítidas (SAUCE et al., 2009). Assim, é possível que na mesma granja haja animais com evidências de um processo respiratório, outros com diarreia, outros com morte por úlcera gástrica e outros cuja morte não apresenta explicação aparente (SEGALÉS, 2008a). Isto ocorre porque, provavelmente, os mecanismos de interação com agentes ou outros 18 fatores não infecciosos são desconhecidos e, na sua maioria, dificultam o diagnóstico (SAUCE et al., 2009). Também é necessário destacar que a aparição do processo clínico tende a ter um caráter individual e que os animais enfermos podem apresentar sinais irregulares dentro de uma mesma criação, sendo comum encontrar animais doentes e sadios em uma mesma baia. Portanto, é sugerido que exista também uma susceptibilidade individual, provavelmente de origem genética (SEGALÉS, 2008a). Cabe lembrar que a circovirose suína é uma enfermidade multifatorial e o fator genético deve ser encarado como um fator há mais na dinâmica da infecção. No fim, a expressão clínica em uma granja afetada pela doença será aquela que reúne o conjunto das distintas enfermidades presentes, com um domínio de animais com atraso no crescimento e elevada mortalidade (SEGALÉS, 2008a). O PCV2 tem sido associado a um conjunto de outras enfermidades além da circovirose, tais como: a síndrome da dermatite e nefropatia suína, doenças do complexo respiratório suíno, a pneumonia necrosante proliferativa, enteropatias, encefalopatias, distúrbios reprodutivos e tremor congênito (ALLAN et al., 1998; LUKERT & ALLAN, 1999; HARDING et al., 1998; ROSSEL et al., 2000; KIM et al., 2003; SEELIGER et al., 2007; MATEUSEN et al., 2007; LEFEBVRE et al., 2008; BATISTA, 2009). Os sinais clínicos associados a problemas reprodutivos devem incluir abortos e/ou natimortos e/ou mumificados (ALLAN, 2007). As lesões macroscópicas mais importantes encontradas em animais com CS são: hipertrofia de linfonodos (sendo mais frequentes nos linfonodos mesentéricos, mediastínicos, inguinais e submandibulares), atrofia de timo, e pulmão não colapsado que pode apresentar ou não áreas disseminadas de hepatização vermelha. Hipotrofia e áreas descoloridas ou com pontos brancos podem aparecer em fígados ictéricos. Pontos brancos multifocais puntiformes ou difusos podem ser observados na superfície renal. Em animais com morte súbita é comum a ocorrência de úlcera gastroesofágica, responsável pela hemorragia interna que produz um quadro de palidez de pele e mucosas, mas não se sabe se estas ocorrem por ação direta do PCV2 (Quadro 1) (SEGALÉS 19 et al., 2004; ALLAN, 2007; MORÉS et al., 2007; SEGALÉS, 2008a). Outras lesões como poliserosite, consolidação pulmonar, colite, pneumonia intersticial e enterite, são encontradas dependendo das infecções intercorrentes observadas (SEGALÉS et al., 2004). No Brasil, as mais comuns são as poliserosites e colites. Lesões de pele (manchas avermelhadas) podem ser observadas em alguns casos (MORÉS et al., 2007). SEGALÉS (2008a) cita, ainda, a ocorrência de atrofia da serosa com edemaciação da gordura, infartos no baço e atrofia hepática ou hepatomegalia, com icterícia ocasional. QUADRO 1- Lesões macroscópicas mais frequentes associadas à circovirose suína Achado macroscópico Interpretação Espinha dorsal marcada Emagrecimento progressivo geralmente presente nas infecções por PCV2 Linfadenopatia regional ou generalizada Achado característico da infecção pelo PCV2 em animais que desenvolvem clinicamente a circovirose suína Pulmões não-colapsados Sugere uma pneumonia intersticial comumente associada a outros agentes concomitantes Edemaciação Gelatinização da gordura devido à mobilização da mesma das reservas do animal com perda progressiva de peso Rins com pontos brancos multifocais Sugere nefrite intersticial. É uma lesão habitualmente associada ao PCV2 mas pode ser devido à outra enfermidade Atrofia hepática/ hepatomegalia Manifestação ocasional em animais que desenvolvem a circovirose suína e apresentam icterícia Fonte: Adaptado de SEGALÉS (2008a) A principal lesão histológica observada consiste em depleção de linfócitos em um grau variável, com perda de folículos e associação à presença de infiltrados histiocitários de células multinucleares gigantes nos órgãos linfoides com distribuição multifocal a difusa (ALLAN, 2007). Além disso, tem sido descrita a inflamação granulomatosa disseminada em um ou mais tecidos, tais como baço, timo, intestino, nódulos 20 linfáticos e pulmão ocasionando pneumonia intersticial, hepatite, nefrite intersticial/glomerulonefrite e pancreatite. Nas inflamações observadas nestes órgãos, há um predomínio de macrófagos mononucleares, às vezes formando células multinucleadas. Dependendo da fase evolutiva da doença podem ser observados corpúsculos de inclusão basofílicos intracitoplasmáticos nos macrófagos, principalmente nos órgãos linfoides (BATISTA, 2009). Vale ressaltar que os sinais clínicos, os achados macro e microscópicos apontam somente indícios mais ou menos consistentes, de que a manifestação pode se tratar de CS. É certo que, quanto mais evidente o quadro clínico e quanto maior o número de animais com lesões associadas de forma direta à enfermidade, maior a possibilidade de ser a doença (ALLAN, 2007). 2.1.6 Diagnóstico Os critérios para o diagnóstico individual da CS e aceitos internacionalmente, são baseados em sinais clínicos e lesões típicas associadas ao isolamento do PCV2 (ALLAN, 2007). É reconhecido que um suíno, como indivíduo, padece especificamente de CS, quando apresenta sinais clínicos caracterizados por atraso no crescimento e/ou alterações respiratórias / digestivas, lesões macro e microscópicas características em órgãos linfoides (linfadenopatias e marcada depleção linfocitária com infiltração histiocitária) e presença do DNA de PCV2, em quantidade moderada a elevada, em lesões linfoides (SEGALÉS, 2008a). Uma questão a ser levantada é o fato de alguns animais desenvolverem a forma crônica da doença de maneira que as lesões microscópicas nos órgãos linfoides podem ser consideradas leves ou inexistentes, o que não permitiria o diagnóstico. Para evitar esta situação, no diagnóstico individual de circovirose é recomendado examinar animais na fase mais aguda ou subaguda do processo, sendo avaliado o maior número possível de animais (ALLAN, 2007). 21 É sabido que uma granja com bons índices produtivos podem ter casos esporádicos da enfermidade. Assim, para se estabelecer um “diagnóstico de granja” deve-se relacionar a análise individual dos animais com a situação epidemiológica da exploração (SEGALÉS, 2008a). ALLAN (2007) destaca que o aumento excessivo do índice de mortalidade e de refugos, em comparação com o nível histórico de uma granja, permite diagnosticar um caso de rebanho. Segundo esse mesmo autor, existem duas condições para o reconhecimento deste aumento: 1) Quando há registros de mortes de animais na propriedade, a elevação do coeficiente pode ser reconhecida quando o número atual desta for superior, em 1,66 x desvio padrão, à média dos níveis históricos anteriores, ou seja, a mortalidade é a prevalência de mortes dentro de um período de tempo específico (geralmente de três meses); 2) Quando não há registros, um aumento de mortalidade no rebanho superior em 50% ao nível nacional ou regional é considerado indicativo de CS. No Brasil, o índice de mortalidade média aceitável na fase de creche é de 1% (SOBESTIANSKY, 2007). Além de aumento significativo na mortalidade e dos sinais clínicos compatíveis com a CS, para que se estabeleça um diagnóstico de rebanho é necessário que seja realizado o diagnóstico individual, em pelo menos cinco animais por rebanho. Um rebanho é considerado positivo para circovirose quando os achados macro e microscópicos indicativos da doença e a detecção do genoma viral estiverem presentes ao mesmo tempo em pelo menos um dos animais necropsiados (SEGALÉS, 2008a). É conveniente enfatizar que, animais com retardo no crescimento não são necessariamente animais com CS, assim como um diagnóstico negativo não descarta a possibilidade de existência da doença em uma granja. Isto revela a importância do estabelecimento de diagnósticos diferenciais e da avaliação da situação epidemiológica de cada propriedade. No diagnóstico diferencial as doenças mais comumente avaliadas são a síndrome reprodutiva e respiratória suína (PRRS), enfermidades respiratórias inespecíficas, colibacilose pós-desmame, ileíte proliferativa, úlcera gástrica, disenteria suína, 22 colite espiroquetal, eperitrozoonose e intoxicações por desinfetantes (SEGALÉS, 2008b). Devido à dificuldade de isolamento do PCV2 em cultivos celulares, uma vez que o vírus não produz efeito citopático, um grande número de estudos para identificação do agente tem sido conduzido com métodos que visem à detecção do DNA ou antígenos virais (ALLAN & ELLIS, 2000). Para análise e correlação da presença do PCV2 nos tecidos e as lesões histológicas encontradas, técnicas como a imunohistoquímica (IHQ) e a hibridização in situ (HIS) tem sido empregadas (CHAE, 2004). Apesar de ser uma técnica bastante sensível, a IHQ possui limitação devido à dificuldade de produção de anticorpos monoclonais para sua realização (MCNEILLY et al., 1999). A reação em cadeia pela polimerase (PCR) tem sido adotada para identificar fragmentos específicos do DNA de PCV2 em amostras como sangue, soro, secreções oronasais e oculares, fezes, urina, leite, sêmen e tecidos fixados em formol, o que permitiu a realização de estudos retrospectivos para PCV2 (ROSELL et al., 2000; KIM & CHAE, 2001; FERNANDES et al., 2006). A elevada sensibilidade, a especificidade, a facilidade de execução e a análise de grande número de amostras simultaneamente, sendo capaz de detectar um único vírus mesmo na presença de outros microrganismos, fazem dessa técnica uma opção atrativa para estudos epidemiológicos e para caracterização de microrganismos causadores de doenças. Uma das vantagens sobre outras técnicas, é que ela se constitui como excelente ferramenta de indicação de infecção em rebanhos, o que permite tomar as medidas necessárias para evitar a transmissão do agente e reduzir ou eliminar a apresentação da doença (MANKERTZ et al., 2000). 2.1.7 Controle e prevenção O comprometimento do sistema imune em animais acometidos pela CS e a utilização de práticas inadequadas de manejo predispõem à severidade da doença. O conhecimento destes fatos fez com que, em 2000, um programa conhecido por “20 pontos de Madec”, ganhasse destaque. Este se refere 23 basicamente a melhorias na higiene, nas condições ambientais e para redução de estresse aos animais. As recomendações incluem: manejo do tipo “todos dentro, todos fora”, desinfecção, contato limitado com os animais, não misturar lotes, isolamento ou a eutanásia de animais doentes; a manutenção da temperatura ideal, do fluxo de ar e espaço dentro das baias e adequada utilização de tratamentos antiparasitários e vacinação, entre outras (MADEC et al., 2000). As medidas relatadas se mostraram efetivas à prevenção da maioria das doenças multifatoriais e crônicas levando ao importante aprendizado de produzir animais com boas práticas de criação, sendo esta a maior contribuição da CS, já que as medidas passaram a ser aplicadas e consideradas após a disseminação da doença e seus prejuízos nos plantéis em todo mundo. No entanto, como já citado anteriormente, é sabido que a CS pode estar presente em propriedades com bons índices zootécnicos e que possuam boas práticas de produção devido à existência de múltiplos fatores desencadeantes (FINTERBUSCH & MANKERTZ, 2009). Por meio de outro estudo, Madec apontou os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento da doença. Assim, foi concluído que os leitões desmamados com idade inferior a 21 dias, também aqueles provenientes de matrizes com lesões decorridas de aplicação incorreta de injeções, bem naqueles em que há presença de coinfecções são mais susceptíveis à infecção e manifestação clínica (ROSE et al., 2007). O controle de doenças consideradas multifatoriais, como é o caso da CS, deve ter também um enfoque multifatorial (SEGALÉS, 2005). Além da adoção de programas de melhoria na higiene e redução do estresse dos animais, também são sugeridas outras estratégias que minimizem os fatores de risco para sua ocorrência (ALLAN et al., 2007). As estratégias mais relevantes se relacionam ao controle de enfermidades concomitantes, estimulação do sistema imune, estado de infecção e nível de anticorpos da fêmea frente ao PCV2 no momento do parto, nutrição, características genéticas dos animais e vacinação (SEGALÉS, 2005; ALLAN, 2007; BATISTA, 2009). Dentre as medidas, o controle das enfermidades concomitantes é considerado o segundo ponto mais importante para redução do impacto da doença. Diante da complexidade patológica existente hoje nas granjas, é 24 fundamental que ferramentas diagnósticas adequadas sejam usadas para confirmação de qual enfermidade está ocorrendo (SEGALÉS, 2008b). Diagnosticada a doença concomitante, o controle da mesma deve apoiar-se em medidas efetivas, já descritas anteriormente. Nos Estados Unidos, por exemplo, HALBUR & OPRIESSNIG (2006a; 2006b) afirmam que a vacinação de animais em fase de terminação contra o PPV, reduziu a severidade e a ocorrência da CS. Como o sêmen continua a ser uma potencial fonte de transmissão do PCV2 (MAES et al, 2008;. MADSON et al, 2007), as centrais de inseminação artificial devem atentar para utilização de material livre desse e outros patógenos (MAES et al., 2008). O estado infeccioso e sorológico das fêmeas no momento do parto são outros fatores que devem ser considerados. Acredita-se que a imunidade materna proteja os leitões em relação ao desenvolvimento da síndrome (RODRÍGUEZ-ARRIOJA et al., 2002; LAROCHELLE et al., 2003; SIBILA et al.,2004). Assim, é indicado que haja redução da viremia no período periparto e que os títulos de anticorpos contra PCV sejam incrementados nas fêmeas, o que pode ser alcançado com o uso de vacinas frente ao PCV2 nas fêmeas ou com uma infecção controlada em áreas de adaptação de leitoas (SEGALÉS, 2005). Neste sentido, antes da disponibilidade de vacinas comerciais, a soroterapia foi amplamente utilizada em rebanhos europeus para controle de PCVAD (OPRIESSNIG et al., 2008). Uma vez colhido ao abate, o sangue proveniente de matrizes descartadas ou suínos terminados acometidos ou recuperados de infecção pelo PCV2 era processado para separação do soro e tratamento pelo calor e injetados intraperitonealmente em leitões ao desmame, levando a redução de 3 a 10% nos índices de mortalidade. Todavia, as incertezas quanto as variações no título de anticorpos ou a possibilidade de veiculação de doenças, bem como as dificuldades de obtenção, conservação e aplicação do soro desencorajou a utilização desta medida (BARCELLOS, 2006). Outra alternativa ao controle da CS foi a utilização de plasma suíno ultrafiltrado pelo método "spray dry" em rações para estes animais na fase de creche. As publicações existentes indicam que a utilização do plasma "spray- 25 dried" (SDP) melhora os parâmetros produtivos e a saúde e bem-estar de animais afetados com algumas doenças comuns em suíno, como a CS. O modo de ação está relacionado à presença de imunoglobulinas, peptídeos, fatores de crescimento e outros nutrientes com atividade biológica que levam ao melhor consumo, crescimento e produtividade dos leitões (COFFEY E CROMWELL, 2001; VAN DIJK et al., 2001). PUJOLS et al. (2008) demonstraram que rações contendo 6% de inclusão de plasma promoveram uma maior imunização do rebanho que não apresentou sinal clínico de doença em nenhum dos animais avaliados e não havia soroconversão para o PCV2. Além disso, MORÉS et al. (2007) avaliando o efeito da administração de SDP em uma granja que apresentava problemas de CS com mortalidade acima de 5% em leitões em crescimento e com presença PCV-2 demonstrada por análise laboratorial, observaram aos 66 dias de idade dos suínos que, quando SDP foi incluído nas dietas de desmame e crescimento, os leitões cresceram mais rápido, atingindo 1,92 kg a mais que os controles que não receberam plasma nas dietas. Também, foi observada redução significativa no número de animais que apresentaram sinais clínicos de PCVAD aos 94 dias de idade. Atualmente, a utilização de SDP na nutrição animal tem sido encarada como uma alternativa ao uso de promotores de crescimento, uma vez que possuem alto valor nutricional e potencial na prevenção de diversas enfermidades (LALLÈS et al., 2009). O efeito dos aditivos alimentares sobre o controle da doença também foi investigado em alguns países. Dentro do consórcio europeu de estudos para controle da PCVAD foram adicionados na dieta de modelos experimentais, ácido linoleico e óleos essenciais. Quando comparados os resultados com a dieta normal, houve uma redução na manifestação clínica da doença e na excreção de partículas virais. Pesquisas realizadas a campo na Irlanda e nos EUA corroboraram com estes resultados (ALLAN, 2007), estimulando a realização de mais estudos na busca por terapias nutricionais com potencial controle sobre a síndrome e outras doenças em que o sistema imune se mostre mais acometido. Entretanto, sem nenhuma dúvida, sob o aspecto de controle e mesmo da etiologia, o sucesso com a vacinação frente ao PCV2 foi a maior 26 novidade em torno da doença (SEGALÉS, 2008b), alterando significativamente o impacto do PCV2 na suinocultura em todo mundo. Inicialmente, uma vacina autógena preparada com o vírus inativado com formaldeído 2%, proveniente de tecido linfoide de animais com lesões de PCVAD, foi muito utilizada por alguns veterinários clínicos. Esta ferramenta possibilitou a redução dos grandes prejuízos causados pelas doenças associadas ao PCV2 quando o fornecimento das vacinas comerciais ainda era limitado (OPRIESSNIG et al.,2008). Atualmente, as vacinas comerciais contra PCV2 estão entre as vacinas mais comumente utilizadas na produção de suínos, sendo que nos Estados Unidos é estimado que aproximadamente 98% do rebanho que chega ao abate seja vacinado contra o vírus (DÍAZ, 2009). Quatro vacinas comerciais contra o PCV2, produzidas com o vírus inativado, estão disponíveis no mercado. O objetivo da vacinação contra PCV2 é a proteção do rebanho contra manifestações clinicas de PCVAD e diminuição da excreção viral no ambiente pelas vias fecais, ou de secreção nasal, oral e sêmen e dos efeitos da infecção subclínica. As vacinas comerciais são baseadas no genótipo PCV2a e tem se mostrado eficientes na prevenção de lesões e doenças associadas com PCV2a ou PCV2b. Os sítios candidatos à produção de vacina mais eficazes são aqueles que induzem resposta imune contra a ORF2, que tem sido identificada como o principal antígeno imunogênico de PCV2, induzindo resposta imune humoral (NAWAGITGUL et al., 2000). As evidências de controle da patologia com a utilização destas se baseiam na diminuição significativa da expressão da doença clínica, além da melhoria dos parâmetros de produtividade. Todas revelaram ser eficazes tanto em condições experimentais como em condições de campo, reduzindo a incidência da CS e melhorando o ganho de peso diário e os índices de conversão alimentar (FACHINGER et al., 2008;. HORLEN et al., 2008; PEJSAK et al., 2009; SEGALÉS et al., 2009). Além disso, a vacinação reduz o número de coinfecções (KIXMÖLLER et al., 2008) e a severidade das lesões em tecidos linfoides (SEGALÉS et al., 2009). Com o uso de vacina contra PCV2 em condições experimentais, tem sido relatados: diminuição da viremia no soro após desafio com PCV2, diminuição das lesões linfoides associadas, da 27 quantidade de antígeno viral nos tecidos, da excreção nasal e fecal e da indução de anticorpos anti PCV2. Em condições de campo, foi observada melhora no ganho de peso diário e conversão alimentar, diminuição das taxas de mortalidade e gastos com medicação e aumento do número de animais terminados e de nascidos vivos (KIXMÖLLER et al., 2008). Com relação ao protocolo de vacinação, pesquisa recente demonstra que a vacinação da porca e do leitão tem efeitos semelhantes em termos de redução da carga viral em suínos em crescimento (OPRIESSNIG et al., 2009a). A vacinação de porcas e marrãs tem por finalidade a elevação dos títulos de anticorpos anti-PCV2 no soro e no colostro para consequente proteção dos leitões contra o desenvolvimento da CS (JOISEL et al., 2007; OPRIESSNIG et al., 2009a). A vacinação das fêmeas também protege os leitões contra desafios ambientais e diminuem as excreções virais via naso/fecal, conforme demonstrado por CIACCI-ZANELLA et al. (2008). Os leitões são vacinados após três semanas de idade, quando há redução no título de anticorpos maternos. Isso provoca uma resposta de anticorpos neutralizantes e reduz ou retarda a infecção pelo PCV2 durante o desmame ou engorda (FORT et al., 2008; OPRIESSNIG et al., 2009b). O momento de maior eficácia para administração da vacina contra PCV2 é um período de pelo menos três a quatro semanas antes da fase de exposição ao vírus no ambiente da granja. Anticorpos maternais são observados em animais com uma semana de idade e apresentam queda gradual até alcançarem níveis mínimos ao redor das seis a sete semanas (GRAU-ROMA et al., 2008). Assim, em granjas onde PCVAD ocorra na creche, a vacina deve ser administrada em animais com dois a três semanas de idade (OPRIESSNIG et al., 2008). 2.2 Torque Teno Vírus 2.2.1 Torque teno vírus em suínos 28 O torque teno vírus, segundo o Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), é classificado na família Anelloviridae e gênero Iotatorquevirus, é um vírus pequeno, não-envelopado, com DNA circular de fita simples, diâmetro de 30-32nm, possui três ORFs (Figura 3) e é composto por 2.878 nucleotídeos (ITOH et al., 2000; KAMAHORA et al., 2000; OKAMOTO et al., 2002; NIEL et al., 2005; KAKKOLA, 2008). Primeiramente isolado em humanos em 1997 (NISHIZAWA et al., 1997), o TTV tem sido identificado em animais de produção e de companhia como os suínos, aves, bovinos, ovinos, cães e gatos (LEARY et al., 1999; OKAMOTO et al., 2002), assim como em primatas e animais selvagens como os javalis (INAMI et al., 2000, OKAMOTO & MAYUMI, 2001; MARTÍNEZ et al., 2006). Os TTV's são considerados espécie-específicos e possuem baixa homologia entre eles (44%) no que se refere à sequência nucleotídica. Em suínos, dois genogrupos distintos, TTSuV1 e TTSuV2, foram detectados e, até o presente, as informações indicam que eles não são patogênicos para esta espécie (NIEL et al., 2005; KEKARAINEN et al., 2007). FIGURA 3 – Representação esquemática da estrutura genômica do TTV suíno. As setas representam as ORFs (1-3). A faixa tracejada no centro da ORF3 indica a região de um íntron no mRNA mais curto. A área sombreada representa a região rica em GC e o ponto preto indica a região TATA box. Fonte: OKAMOTO et al. (2002) 29 Embora a infecção pelo TTV suíno ainda não tenha sido associada a nenhuma doença clínica específica e a sua função em coinfecções com outros patógenos permaneça desconhecida, uma maior frequência de infecção pelo TTV2 foi relacionada a animais com manifestações (sistêmica, respiratória, entérica) atribuídas ao PCV2. Problemas reprodutivos foram mais frequentemente observados em porcas infectadas pelo TTV2 e coinfectadas por ambos os TTV's (LIWÉN et al, 2002; KEKARAINEN et al. 2006; KEKARAINEN et al. 2007; GAGNON et al., 2007; BRASSARD et al., 2008; ELLIS et al., 2008; TEIXEIRA, 2008; RITTERBUSCH, 2009). Alguns estudos indicaram um possível papel do TTV em exacerbar a patogenia causada pelo PCV2 em leitões (KEKARAINEN et al., 2006), porém não se sabe qual a sua importância em animais adultos. Também foi relatado que leitões gnotobióticos inoculados com TTV1 em um momento anterior à inoculação pelo PCV2 desenvolveram a circovirose suína mais facilmente (ELLIS et al., 2008). Estudo semelhante recentemente demonstrou a coinfecção entre TTV e PCV2 em amostras de suínos no Brasil (CIACCIZANELLA et al., 2009b). KRAKOWKA et al. (2008) relataram em modelos experimentais infectados com PCV2 ou TTV ou ambos, que as coinfecções poderiam modificar a manifestação clínica de CS. MARTIN-VALLS et al. (2008) chegou a uma conclusão similar. Os autores encontraram o DNA de TTV amplamente distribuído nos tecidos dos animais que sofriam de CS, mas não em tecidos de animais saudáveis. Isso os levou a sugerir que uma infecção simultânea de TTV e PCV2 pode resultar no desenvolvimento da CS. Em contradição, estudo de detecção de TTV em suínos com presença de CS frente a animais controle, não encontrou nenhuma diferença significativa entre os grupos (TAIRA et al., 2009). Um estudo retrospectivo realizado na Espanha indica que ambos TTV's tem circulado desde 1985 em suínos (SEGALÉS et al., 2009). Até o momento, foi detectada a presença de TTV1 em amostras de soro de suínos no Brasil, Canadá, China, Coréia, Espanha, Itália, França, Tailândia, Estados Unidos, Japão e Hungria, com prevalências entre 17% e 100% (McKEOWN et al., 2004; BIGARRÉ et al. 2005; KEKARAINEN et al. 2006; MARTELLI et al. 30 2006; TEIXEIRA, 2008; TAKÁCS et al., 2008; TAIRA et al., 2009; CIACCIZANELLA et al., 2009b). Para TTV2, a presença do vírus no soro foi descrita apenas no Brasil, Espanha e Japão (NIEL et al., 2005; KEKARAINEN et al., 2006; KEKARAINEN et al., 2007; TEIXEIRA, 2008; TAIRA et al., 2009; CIACCIZANELLA et al., 2009b). No entanto, acredita-se que ambos os TTV's suínos se encontrem distribuídos por toda população suína mundial com prevalência variável entre 24 a 100% (MARTÍNEZ-GUINÓ et al., 2009). Apesar de disseminado em suínos, a importância deste vírus nesta espécie ainda não está esclarecida. Segundo SIBILA et al. (2009), a infecção pelo TTV pode ser transmitido tanto da porca para os leitões, quanto entre leitões e ocorre precocemente nos sistemas de produção. Ambos genogrupos já foram detectados em frações de colostro e amostras de soro de leitões recém nascidos, indicando a rota de transmissão vertical (MARTÍNEZ-GUINÓ et al., 2009). Em suínos com idades variadas, a eliminação viral foi detectada em soros, secreções nasais, fezes, sêmen e colostro. Ainda que tenha ampla distribuição e elevada prevalência, poucos são os conhecimentos relativos à capacidade de infecção e manifestação clínica de enfermidades causadas direta ou indiretamente por este vírus. Faltam técnicas laboratoriais ideais para o estudo do vírus. Semelhante ao PCV2 e PPV, sabe-se que o TTV necessita de células em fase S para sua replicação (ALLAN et al., 1994), mas ainda não é conhecida a população celular na qual o TTV se replica, apesar de ser constantemente detectado em células mononucleares do sangue periférico (OKAMURA et al., 1999; OKAMOTO et al., 1999) e em células hematopoiéticas da medula óssea (KANDA et al., 1999; KIKUCHI et al., 2000). Assim, seu cultivo in vitro não é realizado, o que poderia acelerar a obtenção de informações. Torna-se fundamental a continuidade de pesquisas que visem à compreensão da biologia e especialmente das estratégias de disseminação deste agente em populações humanas e animais, bem como seu papel na manifestação clínica da circovirose suína e doenças associadas. 31 3. OBJETIVO 3.1 Objetivo Geral Conhecer a dinâmica de infecção pelo PCV2 e TTV em suínos de propriedades com sistemas intensivos de criação do Estado de Goiás. 3.2 Objetivos específicos Identificar granjas de suínos de criação intensiva do Estado de Goiás, bem como animais, com casos suspeitos de enfermidade relacionada ao PCV2 e hígidos, do mesmo plantel, para obtenção das amostras. Identificar a presença do circovírus suíno tipo 2 nas granjas analisadas Identificar as principais manifestações clínicas associadas ao complexo circovirose suína e doenças associadas na população estudada Detectar a presença do torque teno vírus 1 e 2 em suínos de criação intensiva Avaliar a existência de coinfecção entre PCV2 e TTV Identificar entre os espécimes clínicos obtidos, aquele de eleição para um primeiro diagnóstico de infecção pelo PCV2 num rebanho 32 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Local e período de realização do experimento A análise das amostras foi realizada no Laboratório de Virologia Animal do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (LVA-IPTSP) da Universidade Federal de Goiás, na cidade de Goiânia/GO, no período de março de 2009 a dezembro de 2010. 4.2 Material e população de estudo Para participar do estudo, foram selecionadas propriedades onde ocorria a suspeita clínica das síndromes associadas à circovirose suína, indicada por elevados índices de mortalidade e grande número de animais refugos nas fases de creche e recria, indicadas por veterinários de campo e pela Agência Goiana de Criadores de Suínos (AGS), colaboradores deste estudo. Após a localização da granja, e autorização dos proprietários, os materiais para análise foram coletados em seis granjas com densidade de 150 a 500 matrizes, localizadas em região com produção média de suínos no Estado (Figura 4). Para o cálculo do número de animais a serem eutanasiados, utilizouse uma estimativa de prevalência de 62,2% para animais em fase de creche e de 66,75% para suínos em fase de recria/terminação (CIACCI-ZANELLA, 2005). Utilizando a tabela estatística de amostragem indicada por SOBESTIANSKY et al. (2005), com o intervalo de confiança de 95%, foi determinado o número mínimo de dois suínos por granja para coleta dos tecidos. Os animais escolhidos foram submetidos à eutanásia utilizando-se tiopentato de sódio (10mg/Kg) e cloreto de potássio 10%, aplicados por via endovenosa, de acordo com a Resolução nº 714 de 20 de junho de 2002 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV, 2002). As amostras foram obtidas de suínos alojados em sistemas intensivos de criação, com água e 33 alimento à vontade, temperatura e umidade controladas. O estudo em questão integra outro projeto institucional aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Universidade Federal de Goiás, registrado sob o número 259/10. Figura 4- Identificação das microrregiões de Goiás segundo a produção de suínos. Os círculos identificam a localização das granjas. Fonte: GOIÁS (2010). Nas granjas foram selecionados animais com evidência de circovirose em diferentes estágios clínicos da doença, coletando-se também, de forma aleatória, amostras de animais hígidos dentro da mesma faixa etária. Foram coletados soro, suabes nasal e oral, fezes e tecidos. O número de indivíduos, bem como a fase de criação selecionadas em cada granja ocorreu de acordo com a permissão obtida junto aos proprietários. No entanto, a amostragem mínima pré-estabelecida de dois animais a serem eutanasiados, foi mantida. Assim, foram colhidos soros, suabes nasais, suabes orais e fezes de todos os 47 animais selecionados, nas seis granjas. Em adição, dos 20 suínos eutanasiados foram colhidos 34 fragmentos de linfonodos inguinal, mediastínico e mesentérico, tonsila, pulmão, fígado, baço, intestino e rim, totalizando 368 espécimes clínicos. Para coleta dos espécimes clínicos, foi utilizada a metodologia descrita por SOBESTIANSKY et al. (2005). Assim, foram obtidos com seringas, 5 mL de sangue por punção venosa da veia cava cranial, para posterior obtenção dos soros. Os tubos foram identificados e deixados inclinados (45°), em repouso, à temperatura ambiente, até a retração do coágulo. Após a retirada do coágulo, os tubos foram colocados em caixas térmicas e mantidos sob refrigeração para transporte até o LVA-IPSTP. Os suabes nasais foram colhidos fazendo-se uma introdução profunda do suabe nos seios nasais, com movimentos de rotação. Para coleta dos suabes orais, a boca dos animais foi mantida aberta com o auxílio de cachimbo e a saliva dos mesmos foi colhida com movimentos de rotação próximo às tonsilas palatinas. Após a coleta, os suabes foram inseridos em tubos contendo 2,0 mL de meio essencial mínimo (MEM) e transportados sob refrigeração até o LVA-IPTSP. As fezes foram colhidas diretamente da ampola retal, em volume aproximado de 10g de material fecal acondicionados em sacos plásticos, devidamente identificados e transportados sob refrigeração ao local supracitado. Durante a necropsia, inicialmente foram verificados os aspectos macroscópicos dos diversos órgãos na busca de possíveis alterações. Em seguida, colheram-se os fragmentos de tecidos, com aproximadamente 10 cm, que foram acondicionados em sacos plásticos individuais e devidamente identificados. As amostras foram encaminhadas ao laboratório sob refrigeração. A dinâmica de coleta das amostras está representada na Figura 5. No laboratório, os soros foram estocados em freezer a -20ºC e as outras amostras a -80ºC, até o momento da análise. A fase de creche é representada pelos animais de três a oito semanas, os animais de nove a 14 semanas constituem a fase de recria e acima de 15 semanas os animais da terminação. 35 Figura 5 - Procedimento para coleta de amostras 4.3 Extração do DNA As técnicas de extração do ácido nucléico viral (com modificações) para os diferentes espécimes clínicos podem ser visualizadas pelos esquemas representados na Figura 6. Em cada procedimento de extração, 18 amostras foram processadas. Para verificar a presença do DNA extraído, ao final de cada processo, foi feita uma corrida de eletroforese em gel de agarose a 2%, em tampão TBE numa cuba horizontal sob uma corrente de 100 V. O gel foi corado em brometo de etídeo a uma concentração final de 0,5 µg/mL (SAMBROOK et al., 1989) e o DNA foi visualizado por meio de um transluminador ultravioleta (UV) modelo DP-CF-011-C (VILBER LOURMAT®) e fotografado para registro dos resultados. 36 Figura 6- Diagrama dos métodos de extração de DNA utilizados. Amostras de soro (KIM et al., 2001), suabes (ABRÃO et al.,2005), fezes (YANG et al.,2003) e tecidos (DEZEN, 2007a) de suínos para amplificação de ácido nucléico de PCV2. *PBS: Tampão fosfato salino; BM: banho-maria; TE: tampão Tris-EDTA; SDS: Dodecilsulfato de sódio; TEN: Tampão Tris-EDTA-NaCl. 37 4.4 Aplicação da técnica de PCR 4.4.1 Identificação do PCV2 Os produtos de extração foram submetidos à técnica de PCR para detecção do PCV2, por amplificação de um segmento da ORF2 do genoma viral, foram utilizados iniciadores (Quadro 2) descritos por KIM et al. (2001), com sequências específicas para esta região. As sequências do gene estão disponíveis no banco de dados do “National Center for Biotechnology Information” (NCBI; http://www.ncbi.nlm.nih.gov/guide/). QUADRO 2- Sequência e posições de nucleotídeos dos iniciadores utilizados nas reações de PCR para identificação do PCV2 Primers forward reverse Sequências 5'– CGG ATA TTG TAG TCC TGG TCG – 3' 5'– ACT GTC AAG GCT ACC ACA GTC A – 3' Posição 1095-1115 1570–1549 Fonte: KIM et al.(2001) Para otimizar a reação, modificações foram realizadas no protocolo sugerido por KIM et al (2001). Assim, um primeiro ensaio foi realizado com diferentes quantidades de DNA extraído, a saber: 1 µL, 2 µL, 3 µL e 4 µL, sendo a quantidade de 2 μL a que se mostrou mais adequada para reação. As reações foram realizadas com um volume final de 25 μL, sendo 2 μL de DNA da amostra a ser testada com concentração entre 25 e 50 ng (determinada por meio da comparação com marcador de peso molecular LAMBDA ®) e 23 μL da mistura de reação composta por desoxirribonucleotídeos (dNTPs), tampão da enzima, cloreto de magnésio (MgCl2), iniciadores (“Primers”) e enzima (Tac DNA polimerase). As concentrações dos reagentes são indicadas no Quadro 3. A reação de amplificação foi realizada em termociclador automático, modelo MX-BCL-7 (ESCO), sob as seguintes condições: desnaturação inicial com um ciclo a 94ºC por cinco minutos; seguida de 34 ciclos com desnaturação da fita a 94ºC durante um minuto, anelamento a 65ºC por um minuto, extensão 38 a 72ºC por um minuto e extensão final a 72º C por 10 minutos, resultando em um produto final amplificado de, aproximadamente, 481pb (KIM et al., 2001). QUADRO 3- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação REAGENTES CONCENTRAÇÃO Tampão* 1x dNTP’s* 0,4 mM MgCl2* 1,2 mM Primer Forward* 10 pmoles Primer Reverse* 10 pmoles Enzima** 1,0 U *Invitrogen, Brasil; **Taq DNA Polymerase Recombinant (Invitrogen, Brasil) Fonte: KIM et al. (2001), com modificações Os produtos amplificados foram observados por eletroforese em gel de agarose 2%, corados em brometo de etídio 5 μg/mL e visualizados sob luz ultravioleta. O tamanho dos fragmentos amplificados foi determinado por comparação com um marcador de peso molecular de 100 pares de base (LUDWIG®). Amostra de referência e/ou representativa para PCV2 foi gentilmente cedida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves (CNPSA) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e incluída no estudo como controle positivo das reações. Água ultrapura estéril foi utilizada como controle negativo. 4.4.2 Identificação do TTV1 e TTV2 Para identificação dos TTV's, os produtos de extração, provenientes das amostras de soro, foram submetidos à técnica de PCR utilizando iniciadores específicos (Quadro 4) descritas por SILVA et al. (2009). Estes amplificam uma região não-codificante dentro do genoma viral, mas que é 39 responsável pela diversidade genética entre os genogrupos resultando em produtos de 349pb e 623pb para o TTV1 e para o TTV2, respectivamente. QUADRO 4- Sequência dos iniciadores utilizados nas reações de PCR para identificação dos TTV's Sequências Iniciadores Posição TTV1F 5'– GGG TTC AGG AGG CTC AAT TTG G –3' 10-31 TTV1R 5'– CCC AGT CGC TAG ACA GTT CTG T–3' 358-337 TTV2F 5'– CCA CAA AGT ATT ACA GGA AAC TGC–3' 66-89 TTV2R 5'– AAC CAT TGT ATG ACC GGA GCT TT –3' 688-666 Fonte: SILVA et al. (2009) Diferentes quantidades de DNA extraído foram testadas visando à otimização da PCR, a saber: 1 µL, 2 µL, 3 µL, 4 µL e 5 µL, sendo as quantidades de 2 μL e 4 μL as que se mostraram mais adequadas para as reações de identificação do TTV2 e TTV1, respectivamente. Modificações foram realizadas no protocolo sugerido por SILVA et al. (2009). As reações foram realizadas com um volume final de 25 μL, sendo utilizadas as amostras nas quais o DNA a ser testado possuía concentração entre 10 e 50 ng. As concentrações dos reagentes e as condições de amplificação foram determinadas segundo Silva et al. (2009), com modificações, e são apresentadas nos Quadros 5 e 6 e na Figura 7. QUADRO 5- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação para identificação do TTV1 REAGENTES CONCENTRAÇÃO Tampão* dNTP’s* 1x 0,4 mM MgCl2* 1,2 mM DMSO* 6% Primer Forward* 10 pmoles Primer Reverse* 10 pmoles Enzima** 1,0 U *Invitrogen, Brasil; **Taq DNA Polymerase Recombinant (Invitrogen, Brasil) 40 QUADRO 6- Concentrações dos reagentes utilizados na preparação da mistura de reação para identificação do TTV2 REAGENTES CONCENTRAÇÃO Tampão* dNTP’s* 1x 0,4 mM MgCl2* 1,2 mM DMSO** 8% Primer Forward* 10 pmoles Primer Reverse* 10 pmoles Enzima*** 1,0 U *Invitrogen, Brasil; ** DMSO- Dimetilsulfóxido (Amresco, Biosystems); ***Taq DNA Polymerase Recombinant (Invitrogen, Brasil) FIGURA 7- Condições utilizadas para amplificar os fragmentos de TTV`s. Os produtos de amplificação foram analisados por meio de eletroforese em gel de agarose 1%, corado com brometo de etídio 5 μg/mL e posteriormente visualizados por meio de um transluminador, sob luz ultravioleta. O tamanho dos fragmentos amplificados foi determinado pela comparação com um marcador de peso molecular de 100pb (LUDWIG ®). Água ultrapura estéril foi utilizada como controle negativo. 41 4.5 Análise dos resultados Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva conforme citado por PEREIRA (2005). Foram utilizadas para estes fins tabelas de distribuição de frequências e cálculos de prevalência pontual para cada categoria analisada. Assim, para o cálculo da prevalência pontual nas categorias manifestação clínica, fase de criação e sexo, a seguinte fórmula foi considerada: P= f/n (prevalência pontual) P± 2√P(1-P)/n (limites inferior e superior do intervalo de confiança) Para verificar uma possível associação entre a positividade para PCV2 e cada categoria analisada foram utilizadas as medidas de risco relativo conforme modelo apresentado no Quadro 7. Para todas estas e para a prevalência foi considerado um intervalo de confiança de 95%, calculado como citado anteriormente. QUADRO 7- Matriz de cálculos das principais medidas de risco Exposição Positivos Negativos Afetados a b Hígidos c d Total n n1 Odds ratio (OR): = ad / bc Risco Atribuível (RAP)= a População P (RR -1) P (RR - 1) + 1 Segundo PEREIRA (2008), a odds ratio informa quantas vezes ou qual a chance de um o risco ser maior em um grupo, quando comparado a outro. O risco atribuível informa a parte da prevalência que é devida a uma 42 exposição. Assim, para comparação entre as categorias "sexo" e "fase de criação" foi utilizada a odds ratio. O risco atribuível populacional foi usado para comparação entre "afetados" e "hígidos" quando na infecção pelo PCV2, assim como para avaliar uma possível associação entre manifestação clínica e a presença do torque teno vírus. A análise do poder diagnóstico dos espécimes clínicos utilizados se deu por meio da análise da sensibilidade, especificidade, valores preditivos positivo e negativo, razão de verossimilhança positiva e negativa e acurácia dos testes, conforme descrito no Quadro 8. Não foi realizada esta análise para tecidos, uma vez que só foram colhidos fragmentos de animais com alguma alteração sugestiva de PCVAD. QUADRO 8- Matriz de cálculos de correção da prevalência obtida com a aplicação de um teste diagnóstico imperfeito Teste "x" Doentes a Positivo (verdadeiro positivo) c Negativo Total Sadios `Total b a+b (falso positivo) d (verdadeiro negativo) c+d (falso negativo) a+c b+d a+b+c+d INDICADORES Sensibilidade= a/ (a+c) Especificidade= d/ (b+d) Valor Preditivo positiva (VP) =a/a+b Valor Preditivo negativo (VN) = d /c + d Razão de Verossimilhança positiva (RVP) =a/a+c b/ b + d Razão de Verossimilhança negativa (RVN) = c/ a + c d/ b + d Acurácia: a+d a+b+c+d 43 5. RESULTADOS 5.1 Material e população de estudo A localização geográfica das granjas envolvidas neste estudo está representada na Figura 8. FIGURA 8- Localização das granjas de criação intensiva de suínos do Estado de Goiás selecionadas para coleta de amostras (marcadores azuis). Fonte: Google Earth 44 Os animais provinham de sistemas clássicos de produção de suínos, sítios de ciclo completo e/ou produção em dois sítios, esquematizados na Figura 9. Figura 9 – Sistemas clássicos de produção de suínos. (Granja 1) – Produção em ciclo completo; (Granja 2) – Produção em dois sítios. As granjas D e E são explorações em que há dois sítios de criação, sendo estes: UT (unidade de terminação e recria) e UPL (unidade produtora de leitão), respectivamente, nas quais não há mistura de lotes nas baias, porém há coexistência de animais das mais variadas idades no mesmo galpão, sendo possível contato animal/animal na divisória das baias. As demais criações, A, B, C e F, atuam com tipo de produção em ciclo completo, nas quais ocorre a mistura de lotes em uma mesma baia. Com relação às origens, com exceção da granja D, em que há recebimento de leitões de diferentes fontes, todas as granjas recebem animais de uma única origem, sendo que as granjas A e B repõem os animais, em sua maioria, a partir do próprio plantel. Apenas a granja B utiliza vacinação contra PCV2. Esses dados constituem, entre outros, os fatores de risco para ocorrência da PCVAD, apresentados no Quadro 9. 45 QUADRO 9– Fatores de risco avaliados nas granjas de suinocultura intensiva e associados à ocorrência de PCVAD Granjas A B C D E F Sítio Completo Completo Completo Dois Dois Completo Mistura de lotes SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM Origem 1 1 1 1 1 Desmame 24d 23d 21d 28d 23d Biosseguridade Assistência técnica Controle produção Densidade próxima a granja Vazio sanitário Média Baixa Baixa 2 ou mais Recebe c/60d Média Baixa Baixa Não Não Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Baixa Média Baixa Alta Alta Alta Não Não Não Não Não Não Outras espécies Não Sim Sim Sim Vacinação Tríplice Tríp./mic. Não Tríplice Sinais entéricos Sim Sim Circo/tríp. e mic. Sim Não Sim Não Sim Tríp./ Mic./ Rinite/coli Não Sinais nervosos Sinais respiratórios Desuniformidade Não Não Não Não Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim Sim Sim Peso desmama 7 kg 7 kg 6 kg - 6 kg 6 kg Cortinas Sim Não Sim Não Não Sim Medicações Sim Sim Sim Sim Sim Sim Exame sêmen Não Não Não Na Não Não Exame água Não Não Não Não Não Não Nascidos Higienização/ limpeza Densidade populacional Quarentena Bom/fraco Bom/fraco Bom - Baixo/fraco Baixo/fraco Média Boa Média Boa Ruim Ruim Alta Alta Média Média Alta Média Não Não Não Não Não Não Os dados referentes às coletas em cada granja, abordando o número de animais com sinais clínicos e hígidos, suas respectivas idades, fases de criação e sexo, são apresentados no Quadro 10. 46 QUADRO 10 - Número de animais selecionados por exploração, faixa etária, fases de criação, sexo e sinais clínicos ANIMAIS GRANJAS IDADE FASE SEXO 6 creche 6 machos 3 recria 3 fêmeas 4 creche 5 machos 4 recria 3 fêmeas 4 creche 3 machos 2 recria 3 fêmeas PCVAD Sem sinal (semanas) A 7 2 3 a 16 B 4* 4** 3 a 17 C 0 6 4 a 16 D 3 3 9 a 16 6 recria E 4 2 4a9 6 creche F 5 7 4 a 16 23 24 3 a 16 TOTAL: 6 3 machos 3 fêmeas 3 machos 3 fêmeas 6 creche 5 machos 6 recria 7 fêmeas 26 creche 25 machos 21 recria 22 fêmeas (*)Animais não vacinados (**) Animais vacinados 5.2 Circovírus suíno tipo 2 5.2.1 Aspectos clínicos e das lesões macroscópicas Os sinais clínicos observados nos animais com suspeita clínica de CS foram: emagrecimento, dispneia, apatia, pelos arrepiados e opacos, palidez corpórea, diarreia e sinais respiratórios e/ou entéricos. Além disso, foram observadas manchas púrpuro-avermelhadas, em relevo, de diversos tamanhos e formas sobre o tórax, abdômen e coxas, indicativas de SDNS (Figura 10). 47 Figura 10- Sinais clínicos identificados na seleção de animais para coleta de amostras. A, B e C- Apatia, pelos arrepiados e emagrecimento, sinais relativos à CS; D- Manchas avermelhadas de tamanho e forma variáveis sugestivos de SDNS. A frequência dos sinais clínicos observados está indicada na Tabela 2. Apatia e sinais respiratórios foram os principais sinais clínicos. Sintomatologia respiratória foi encontrada em todas as granjas, sendo que tosse acompanhada de respiração abdominal e presença de secreção nasal foram os mais característicos. Não foi encontrada icterícia. Morte súbita estava presente em suínos da exploração A. Sinais entéricos estavam presentes em quatro granjas, A, B, D e E. Assim, do total de animais analisados, 53% (25/47) apresentavam alguma manifestação clínica de PCVAD. 48 TABELA 2- Frequência dos sinais clínicos observados nos suínos selecionados em criações intensivas do Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 Alterações Total Frequência (%) Apatia 23/25 90% Tosse 18/25 72% Palidez e Emagrecimento 16/25 64% Sinais entéricos 13/25 52% Secreção nasal 10/25 40% Alterações de pele 3/25 12% Na Tabela 3 são demonstradas as alterações macroscópicas dos órgãos observados durante a necropsia dos 20 animais eutanasiados e suas respectivas frequências. A Figura 11 representa alguns dos sinais macroscópicos evidenciados durante a necropsia. TABELA 3- Frequência dos sinais macroscópicos observados nos suínos selecionados em criações intensivas do Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 Alterações Total Frequência (%) Linfadenopatia 16/20 80 Pulmões não colapsados/hepatização 15/20 75 Hiperplasia de polpa branca 11/20 55 Hipotrofia do Timo 8/20 40 Palidez renal/presença de pontos brancos 8/20 40 Aumento do padrão lobular/hepatomegalia 7/20 35 Edemaciação 6/20 30 O pulmão foi o órgão no qual foram identificadas mais alterações e estas estavam presentes em quase todos os animais. Aderências pleurais e pleurite, muitas vezes com presença de fibrina na cavidade, foram associadas 49 à infecções bacterianas secundárias e estavam presentes em duas granjas (A e F). Figura 11: Achados macroscópicos. A: Pneumonia intersticial; B: Linfadenopatia; C: Hepatomegalia e icterícia; D: Hiperplasia da polpa branca do baço. 5.2.2 Identificação do DNA do PCV2 50 O DNA do PCV2 foi detectado em pelo menos uma amostra clínica de todos os animais testados neste estudo, independente destes manifestarem alguma manifestação de PCVAD. Em 15% (7/47) dos suínos avaliados foi encontrado material genético do PCV2 em todas as amostras coletadas, ou seja, nos suabes nasal e oral, fezes, soros e tecidos de um mesmo animal (Figura 12). FIGURA 12- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de espécimes clínicos de suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100 pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (SR) Soro; (SR’) Soro1; (SN) Suabe nasal protocolo 12; (SN’) Suabe nasal protocolo 2; (SO) Suabe oral; (FZ) Fezes; (Li) Linfonodo inguinal; (T) Tonsila; (Ld) Linfonodo mediastínico; (Lm) Linfonodo mesentérico; (P) Pulmão; (F) Fígado; (B) Baço; (R) Rim. Na Tabela 4 são apresentados os dados gerais acerca da identificação do DNA de PCV2 nas amostras segundo o espécime clínico, fases de criação, manifestação clínica e sexo dos animais testados. 1 2 NOTA: Soros com diferentes diluições; Nos testes para avaliação do melhor protocolo de extração do DNA viral a partir de suabes foram analisados 2 protocolos, sendo adotado o primeiro protocolo segundo Abrão et al. (2005). 51 TABELA 4 - Distribuição dos resultados para PCV2 nos espécimes clínicos coletados dos suínos de granjas de criação intensiva do Estado de Goiás, segundo a fase de criação, manifestação clínica e sexo, no período de março de 2009 à janeiro de 2010. A amplificação do DNA viral na população estudada demonstrou uma prevalência pontual de 70,6% ± 4,6. A prevalência nos suínos que apresentavam alguma manifestação clínica associada a PCVAD foi de 84,8% ± 4,2. Já nos hígidos, o índice foi de 46,4% ± 5,4. De acordo com o risco aparente populacional, nos animais em que há manifestação clínica de PCVAD, a possibilidade de identificação viral é 63% maior que nos animais hígidos, conforme RAP= 1,63. Nos animais de recria a prevalência foi de 74,3% ± 5,4 enquanto na creche se observou o índice de 67% ± 5,6. A chance de animais da recria apresentarem o DNA do PCV2 nos espécimes clínicos analisados é maior que os animais da creche, segundo a OR=1,42% (IC=95%, [0,92 - 2,18]), com p>0,05. Com relação ao sexo, o índice de 71,2 ± 5,8 e de 68,7 ± 5,2 foi observado em fêmeas e machos, respectivamente. Se comparado com os machos, as fêmeas apresentam maiores chances de se infectar por PCV2, haja 52 vista que a OR para machos e fêmeas foi de OR=1,12% (IC=95%, [0,72- 1,71]), não sendo um risco significativo (p>0,05). A identificação do DNA viral em animais com idades inferiores à 20 dias somente foi possível com o suabe nasal. Nos outros espécimes a identificação ocorreu nas amostras provenientes de animais com idades entre 20 e 125 dias. 5.2.2.1 Identificação do DNA do PCV2 em amostras de soro Considerando as amostras de soro, 62% (29/47) apresentaram positividade para o PCV2 (Figura 13). A presença do DNA viral foi identificada em 92% (23/25) dos animais nos quais os sinais clínicos de PCVAD foram observados e em 27% (6/22) dos hígidos, sendo significativa a maior chance de identificação viral nos animais afetados, com OR=30,6 (IC=95%, [5,58 - 167,33]), p<0,05. FIGURA 13- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir dos soros de suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (1-17) Soros dos animais 1 a 17. 53 A porcentagem de positivos dentre os soros dos animais com sintomatologia respiratória foi de 92% (23/25) e dentre aqueles com sinais entéricos foi de 46% (6/13). A frequência de resultados por animal em cada granja está representada na Tabela 5. TABELA 5- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nos soros dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 Resultado Exploração N° de animais Positivo (%) Negativo (%) TOTAL A 9 9 100 0 - B 8 8 100 0 - C 6 3 50 3 50 D 6 3 50 3 50 E 6 3 50 3 50 F 12 3 25 9 75 47 29 18 38 62 Com relação à fase de criação, na creche 58% (15/26) dos soros foram positivos e na recria 67% (14/21), havendo maiores chances de ser identificado material genético viral no soro de animais de recria, porém sem valor estatístico significativo de acordo com OR=0,68 (IC=95%, [0,21 - 2,22]), p>0,05. Quanto ao sexo, 64% (16/25) dos soros dos machos e 59% (13/22) das fêmeas foram reagentes, revelando, assim, maior chance de detecção do DNA viral nos soros de machos, segundo OR=1,33 (IC=95%, [0,40 - 4,30]), não sendo este valor significativo (p>0,05). O DNA viral foi detectado em animais com faixa etária entre 3 a 17 semanas, sendo a maior frequência de positivos na faixa entre 3-4 semanas nas granjas em que havia manifestação clínica de PCVAD e na faixa entre 8 a 17 semanas na granja sem animais com sinais clínicos. 54 5.2.2.2 Identificação do DNA do PCV2 em amostras de suabes A identificação do DNA viral nos suabes orais (Figura 14) ocorreu em 51% (24/47) das amostras. Por fase de criação revelou um maior percentual de animais positivos na recria/terminação 57% (12/21) em comparação ao percentual de positivos na creche 46% (12/26), não sendo um dado significativo de acordo com a OR= 1,55 (IC=95%, [0,49 - 4,75]), p>0,05. Os machos tiveram 48% (12/25) de positividade e as fêmeas 55% (12/22), com OR=0,76 (IC=95%, [0,24 - 2,36]) revelando ser este um dado não significativo (p>0,05). O único animal hígido, que amplificou o fragmento do DNA do PCV2 no teste com suabe oral, era representante do sexo masculino e da fase de creche. A faixa etária em que foi observada maior frequência de animais positivos está entre 7 a 10 semanas. Em animais acima de 10 semanas de idade, o DNA viral foi demonstrado somente naqueles que apresentavam sinais clínicos respiratórios. FIGURA 14- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de suabes orais dos suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (131) Suabes dos animais 1 ao 31. 55 Os resultados referentes às amostras de suabes que amplificaram o DNA do PCV2 são demonstrados na Tabela 6. TABELA 6- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nos suabes orais e nasais dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 Resultados Granja N° de animais Suabe oral Suabe nasal + (%) - (%) + (%) - (%) A 9 7 78 2 22 9 100 0 0 B 8 1 13 7 88 8 100 0 0 C 6 2 33 4 67 6 100 0 0 D 6 3 50 3 50 6 100 0 0 E 6 4 67 2 33 6 100 0 0 F 12 7 58 5 42 12 100 0 0 TOTAL 47 24 51 23 49 47 100 0 0 A Figura 15 revela a amplificação do material genético viral em todas as amostras de suabes nasais coletadas. FIGURA 15- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de suabes nasais dos suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (1CG1-1CG5) Suabes dos animais 1 ao 30, suas respectivas fases e origem. 56 5.2.2.3 Identificação do DNA do PCV2 em amostras fecais Na Figura 16 podem ser vistos os resultados de amplificação a partir das amostras fecais. O material genético viral foi detectado em 45% (21/47) dos espécimes analisados. FIGURA 16- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de amostras fecais dos suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (1-9) Amostras dos animais 1 ao 9. O DNA viral foi identificado em 76% (19/25) dos animais nos quais os sinais clínicos de PCVAD foram observados e em 9% (2/22) dos hígidos, sendo significativamente maiores as chances de identificação do DNA viral nas fezes de animais com sinais clínicos, OR=31,6 (IC=95%, [5,75 - 172,43]), p<0,05. Dos animais que tinham sinais entéricos, 100% (13/13) foram reagentes. Do total de análises da creche, 38% (10/26) foram positivas. Já para a fase de recria/terminação, a positividade foi de 52% (11/21), não sendo significativa a maior chance de detecção em fezes de animais na fase de recria, segundo OR=1,76 (IC=95%, [0,59 - 1,71]), p>0,05. 57 Em relação ao sexo, a frequência de amostras positivas nos machos 56% (14/25) foi superior a observada nas fêmeas 32% (7/22), não sendo este um dado significativo segundo OR=2,72 (IC=95%, [0,36 - 3,74]), p>0,05. Os resultados desta avaliação estão demonstrados na Tabela 7. TABELA 7- Distribuição de frequência dos resultados positivos e negativos para PCV2 nas fezes dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás no período de março de 2009 à janeiro de 2010 Resultados Granja N° de animais Positivo (%) Negativo (%) A 9 9 100 0 - B 8 3 38 5 62 C 6 0 - 6 100 D 6 4 67 2 33 E 6 4 67 2 33 F 12 1 8 11 92 TOTAL 47 21 45 26 55 5.2.2.4 Identificação do DNA do PCV2 em fragmentos de tecidos Do total de fragmentos de tecidos amostrados, 77% (139/180) amplificaram o DNA do PCV2 pela técnica de PCR (Figura 17). FIGURA 17- Reação de PCR - amplificação de uma região da ORF2 do DNA de PCV2 a partir de fragmentos de tecidos dos suínos de sistemas intensivos de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (C+) Controle positivo; (1) linfonodo inguinal; (2) tonsila; (3) linfonodo mediastínico; (4) pulmão; (5) fígado; (6) baço; (7) intestino; (8) linfonodo mesentérico e (9) rim. 58 Os dados referentes a identificação do DNA do PCV2 em fragmentos de tecidos são mostrados no Quadro 11 e na Figura 18. QUADRO 11- Positividade para PCV2 nos fragmentos de tecidos coletados dos suínos de granjas de criação intensiva no Estado de Goiás, no período de março de 2009 à janeiro de 2010 (+)reação positiva (-)reação negativa FIGURA 18- Frequência de positivos em relação ao tecido avaliado Todos os 47 animais amplificaram DNA viral em mais de um ou em todos os fragmentos analisados. Entre as amostras positivas, observou-se que o pulmão foi o órgão no qual o DNA do PCV2 foi identificado com maior frequência (100%), como demonstrado na Figura 18. 59 5.3 Validade dos testes diagnósticos 5.3.1 Soros Na Tabela 8 estão demonstrados os dados para análise da validade dos testes em que foram utilizados soros. TABELA 8- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com soros de suínos Soros PCVAD Hígidos TOTAL testes Positivos 23 6 29 Negativos 2 16 18 TOTAL Animais 25 22 47 Em relação aos soros, a sensibilidade dos testes foi de 92% (IC=95%, [85,7 - 98,3]), a especificidade de 73% (IC=95%, [65 - 81]), o valor preditivo positivo de 79% (IC=95%, [72 - 86]), o valor preditivo negativo de 89% (IC=95%, [80 - 98]), a razão de verossimilhança positiva de 3,4, a razão de verossimilhança negativa de 0,11 e a acurácia de 82%. De acordo com os dados, o teste com soros tem boa precisão para diagnosticar indivíduos positivos na presença de doença, porém sua confiabilidade, determinada pelo valor preditivo positivo e acurácia, é apenas satisfatória. Além disso, o baixo valor de especificidade demonstra que não houve boa precisão na detecção de negativos na ausência de doença. 5.3.2 Suabes orais Na Tabela 9 estão demonstrados os dados para análise da validade dos testes em que foram utilizados suabes orais. 60 TABELA 9- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com suabes orais de suínos Suabes orais PCVAD Hígidos TOTAL testes Positivos 17 7 24 Negativos 8 15 23 TOTAL Animais 25 22 47 Nos testes com suabes orais, a sensibilidade observada foi de 68% (IC=95%, [54 - 82]), a especificidade de 68% (IC=95%, [54 - 82]), o valor preditivo positivo de 71% (IC=95%, [58 - 84]), o valor preditivo negativo de 65% (IC=95%, [51 - 79]), a razão de verossimilhança positiva de 1, a razão de verossimilhança negativa de 0,47 e a acurácia de 68%. De acordo com os dados, o teste com suabes orais não apresentam boa precisão e confiabilidade em determinar verdadeiros positivos e verdadeiros negativos. 5.3.3 Suabes nasais Na Tabela 10 estão demonstrados os dados para análise da validade dos testes em que foram utilizados suabes nasais. Tabela 10- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com suabes nasais de suínos Suabes nasais PCVAD Hígidos TOTAL testes Positivos 17 7 24 Negativos 8 15 23 TOTAL Animais 25 22 47 61 Nos testes com suabes nasais, a sensibilidade observada foi de 100%, a especificidade de 0%, o valor preditivo positivo de 53%, o valor preditivo negativo de 1%, a razão de verossimilhança positiva de 100, a razão de verossimilhança negativa de 1 e a acurácia de 53%. De acordo com os dados, o teste com suabes nasais apresentam elevada precisão em determinar verdadeiros positivos. Entretanto, devido a baixa especificidade, pode incitar erros quanto a resultados falso positivos. 5.3.4 Fezes Na Tabela 11 estão demonstrados os dados para análise da validade dos testes em que foram utilizadas amostras fecais. TABELA 11- Tabela de contingência para avaliação da validade do teste com fezes de suínos Fezes PCVAD Hígidos TOTAL testes Positivos 19 2 21 Negativos 6 20 26 TOTAL Animais 25 22 47 . Nos testes com amostras fecais, a sensibilidade observada foi de 76% (IC=95%, [64 - 88]), a especificidade de 91% (IC=95%, [83 - 99]), o valor preditivo positivo de 90% (IC=95%, [82 - 98]), o valor preditivo negativo de 76% (IC=95%, [64 - 88]), a razão de verossimilhança positiva de 8,4, a razão de verossimilhança negativa de 0,26 e a acurácia de 83%. De acordo com os dados, o teste com amostras fecais apresentam elevada precisão em determinar verdadeiros negativos. Entretanto, devido a baixa sensibilidade, pode incitar erros quanto a resultados falso negativos. 62 5.4 Identificação do TTV Nas reações de PCR dos soros, 47% (22/47) das amostras amplificaram fragmentos específicos para o TTV suíno. Destas, 19% (9/47) amplificaram um produto de 349pb correspondente ao TTV1, enquanto que 32% (15/47) foram positivas para o TTV2, amplificando um produto de 671pb (Figuras 19 e 20). Amplificaram os dois tipos virais, 13% (6/47) das amostras. FIGURA 19- Reação de PCR para TTV1 a partir de soros de suínos de sistema intensivo de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (1-13) Soros dos animais 1 a 13. FIGURA 20- Reação de PCR para TTV2 a partir de soros de suínos de sistema intensivo de criação. (PM) Peso molecular 100pb; (C-) Controle negativo; (1-13) Soros dos animais 1 a 13. 5.4.1 Coinfecção PCV2 e TTV Os resultados relativos a identificação do DNA de PCV2 e TTV's são evidenciados na Figura 21. 63 Figura 21 - Resultados referentes a identificação de coinfecção entre o circovírus suíno tipo 2 (PCV2) e o torque teno vírus (TTV1, TTV2, TTV1/TTV2). Das amostras de soro analisadas para PCV2 e TTV, 17% (8/47) amplificaram apenas o fragmento de DNA do PCV2. A identificação apenas do fragmento de DNA do TTV2 ocorreu em 6% (3/47) das amostras. Em 30% (14/47) das amostras nenhum dos DNA’s virais pesquisados foi identificado. A coinfecção entre PCV2 x TTV foi identificada em 45% (21/47) das amostras. Destas, 76% (16/21) foram provenientes de animais com PCVAD e 24% (5/21) de animais hígidos. Estes dados indicam que as chances de identificar uma coinfecção em animais com manifestações clínicas associadas à PCVAD é 90% maior que nos animais sem nenhuma manifestação, conforme RAP=1,9 (p<0,05). Com relação ao sexo, de acordo com os dados OR= 0,58 (IC=95%, [0,33 - 1,01], p>0,05), as chances de amplificar fragmentos de DNA de TTV é 1% maior em fêmeas. 64 PCV2 associado ao TTV1 foi amplificado em 33% (7/21) das amostras, sendo que 71% (5/7) destas originaram-se de animais da creche que apresentavam sinais clínicos respiratórios. Na recria, apenas uma amostra (29% - 2/7) desta associação foi obtida de um macho que também apresentava problemas respiratórios. Assim, houve maior amplificação nas amostras procedentes de fêmeas 71% (5/7), em comparação aos machos 29% (2/7). A coinfecção entre PCV2 e TTV2 foi obtida em 38% (8/21) das amostras, sendo 25% (2/8) proveniente dos animais da fase de creche sem sinais clínicos de PCVAD e 75% (6/8) da recria, na qual a identificação ocorreu em dois machos com sinais clínicos e quatro fêmeas, duas com manifestações clínicas. Curiosamente, na granja E foi detectada apenas a associação entre PCV2 e TTV1. Já nas granjas C e F, foi detectada somente a associação entre PCV2 e TTV2. A amplificação dos três tipos virais (PCV2/TTV1/TTV2) em uma mesma amostra ocorreu em 29% (6/21) das análises, três em cada fase de criação, sendo 83% (5/6) provenientes de animais com expressão clínica de PCVAD e 67% (4/6) provenientes de fêmeas. 65 6. DISCUSSÃO A circovirose suína é uma doença que acomete os plantéis suínos em todo mundo e, devido ao impacto econômico gerado, tem sido considerada uma das doenças mais importantes da atualidade. Este fato apresenta dois lados distintos. O primeiro está relacionado à busca por um melhor entendimento a respeito da doença e dos mecanismos de transmissão e patogenia, visando alternativas para o controle e prevenção da infecção ou mesmo da enfermidade. O segundo ponto refere-se ao diagnóstico equivocado e muitas vezes precoce que enfermidades que cursam com emagrecimento progressivo, o sinal clínico mais pronunciado da circovirose, podem gerar. Por estar disseminada na população suína, a infecção dos suínos pelo PCV2 é bastante frequente. No entanto, para se estabelecer o diagnóstico definitivo da doença é necessário que os três pressupostos sejam preenchidos: sinais clínicos, achados macro e microscópicos característicos e identificação do agente nas lesões, conforme afirmado por SEGALÉS (2007). No Estado de Goiás, a vacinação contra o agente é uma prática comum. Apesar de alguns relatos que apontassem para a circulação do PCV2 na região desde 2001, o diagnóstico da CS ainda não foi estabelecido. A realização deste estudo permitiu identificar a infecção pelo PCV2 nas seis granjas avaliadas em duas microrregiões com volume médio de produção de suínos, nas quais ainda não era realizada vacinação. A indicação desta ferramenta é realizada quando os prejuízos com definhamento e/ou mortalidade de animais em um plantel atinge índices elevados, uma vez que as vacinas existentes atualmente no mercado não promovem cura ou prevenção, mas são capazes de induzir uma redução nos sinais clínicos tais como refugagem, pneumonias e diarreias, SDNS e falhas reprodutivas atribuídas ao PCV2, assim como melhorarem o ganho de peso e a conversão alimentar e reduzir a mortalidade de animais (ARAÚJO et al., 2002; FACHINGER et al., 2008; THACKER et al., 2008). Nos casos analisados neste estudo, os principais sinais clínicos dos animais e as lesões macroscópicas observadas nos diversos órgãos são semelhantes às citadas na literatura (SEGALÉS, 2004; CORREA et al., 2006). 66 Apesar de o emagrecimento progressivo, principal indicativo da doença, estar presente na maioria dos animais, outros sinais clínicos compatíveis com a PCVAD, como diarreia e tosse foram observados. A identificação destes sinais reforça a ideia de que doenças entéricas e do complexo respiratório, das quais o PCV2 faz parte, são frequentemente observadas nas explorações intensivas de suínos em Goiás, semelhante ao que ocorre em outros locais (CALSAMIGLIA et al., 2002; SEGALÉS et al., 2004; OPRIESSNIG et al., 2007; CǍTANA et al., 2010). As observações de alterações macroscópicas que, embora também denotem a indicação de infecção por PCV2, precisam ser associadas a um quadro microscópico característico para diagnóstico confirmativo de CS. Ainda que a presença dos sinais e as observações macroscópicas sejam indicativas da doença, a maioria destes é inespecífica e podem ser relacionados a outras enfermidades. Contudo, a observação destes achados neste estudo contribuiu para a identificação de propriedades com casos suspeitos de PCVAD e consequentemente, para orientação na seleção dos animais e coleta de amostras. Sabe-se que a severidade e o tipo de manifestação clínica podem variar consideravelmente entre os suínos, podendo alguns animais não apresentarem quaisquer sinais característicos da doença (MADEC et al., 2008). Nos animais avaliados, a maior detecção do agente ocorreu naqueles que apresentavam alguma manifestação clínica quando comparados aos hígidos, independente do espécime clínico analisado. Este fato pode estar relacionado a uma maior excreção viral nos indivíduos afetados pela CS (GRAU-ROMA et al., 2011). Ainda, a detecção em animais hígidos pode sugerir uma infecção na forma subclínica, uma vez que trata-se de uma doença multifatorial que pode ser expressa na medida em que concorrem cofatores infecciosos e não infecciosos, além de ser dependente da resposta imune de cada indivíduo (MADEC et al., 2008). OPRIESSNIG (2008) também descreve a ocorrência de infecções subclínicas em plantéis e define esta como a presença de animais sorologicamente positivos, virêmicos, mas com ausência de sinais clínicos. Os resultados confirmam, como já foi demonstrado por outros (KRAKOWKA et al., 2000; BOLIN et al., 2001; SHIBATA et al., 2003; SIBILA et al., 2004, SEGALÉS et al., 2005), que o genoma do PCV2 é potencialmente 67 detectável em diferentes espécimes clínicos. A presença do vírus nos suabes nasais e orais e fezes nesse estudo corroboram o sugerido por GRAU-ROMA et al. (2008) que apontaram a via oronasal como, provavelmente, a principal via de transmissão horizontal do PCV2. A identificação do PCV2 em 100% dos suabes nasais analisados neste estudo, pode indicar ser este o sítio de infecção e pode estar relacionado ao fato de ter sido observada uma maior ocorrência de sinais respiratórios associados à manifestação clínica de PCVAD. Contudo, como a detecção viral neste espécime ocorreu de forma semelhante em animais acometidos de doença e naqueles com uma possível infecção inaparente, este tipo de amostra não se mostra útil para auxiliar no estabelecimento do diagnóstico de rotina da doença. Todavia, ele pode ser utilizado para o diagnóstico de infecção no rebanho, ou seja, quando se deseja realizar um rastreamento da doença no grupo populacional. Neste mesmo sentido, as amostras de soros podem ser utilizadas com maior segurança para esta diferenciação, na medida em que os resultados apontaram para uma maior sensibilidade destas, ou seja, para uma maior identificação do agente em animais acometidos por doença clínica. Além disso, de acordo com os resultados, as fezes podem ser utilizadas para confirmação de diagnóstico de animais verdadeiramente negativos, por serem mais específicas. Assim, em populações com baixa prevalência, o ideal seria realizar os testes de rastreamento com suabe nasal e confirmatórios com amostras fecais e soros, visando reduzir o número de animais falso positivos e otimizar estratégias de controle e prevenção. Com base nestes dados, sugere-se que o epitélio nasal possa ser o sítio de infecção e que a doença clínica coincida com a viremia. Estes resultados ratificam os descritos por MADSON et al (2009) e SEGALÉS et al. (2005). Os autores afirmam que normalmente se observa que a doença clínica associada à PCVAD é precedida de baixa titulação de anticorpos e do aumento de vírus circulante. Além disso, quanto ao material utilizado para análise, parece haver maior carga viral em soros de animais afetados pela CS, seguido de suabes orais, nasais, fecais e urinários quando comparados aos mesmos espécimes obtidos de animais hígidos. 68 Diferente do observado nesta pesquisa, que demonstrou haver uma maior detecção do DNA do PCV2 nas fêmeas e entre estas, naquelas que apresentavam alguma manifestação clínica, estudos de campo indicaram que machos castrados são mais suscetíveis que as fêmeas (CORRÉGÉ, 2001; RODRÍGUEZ-ARRIOJA et al., 2002). Os autores sugerem que ao invés de verdadeiramente ligada ao sexo, essa diferença possa ser devido à castração. Além disso, os mesmos autores destacam que alterações hormonais podem influenciar numa maior predisposição dos animais à manifestação clínica da doença. Como as alterações hormonais são mais pronunciadas no gênero feminino, a maior ocorrência de manifestações clínicas com identificação do agente em fêmeas neste estudo pode ser creditada a este fator. Todavia, outras investigações se fazem necessárias para averiguar a importância biológica destas informações. Os coeficientes de identificação encontrados na creche e na recria estão de acordo com os valores de obtidos por CIACCI-ZANELLA (2005) em animais das mesmas fases em granjas da Região Sul brasileira. SEGALÉS et al. (2005) destacam que a infecção é mais frequente em animais mais velhos do que em suínos jovens. Este fato pode estar relacionado à dinâmica de infecção pelo PCV2 já que quase todos os leitões apresentam elevado título de anticorpos contra PCV2 derivados do colostro e não desenvolvem viremia até que estes anticorpos diminuam. Aliado a diminuição dos anticorpos maternos, o animal entra em contato com o agente presente no plantel e contrai a infecção (LAROCHELLE et al, 2003;. GRAU-ROMA et al., 2009). Esta presença do agente no plantel pode explicar porque alguns permanecem persistentemente infectados e eliminando o vírus, apesar da maioria soroconverter. Aliado a isto, está o fato de que em alguns animais há uma ineficiência da resposta imune em limitar a replicação viral no momento anterior à soroconversão, culminando com a presença do vírus nos órgãos linfóides e com a imunodepressão (RODRÍGUEZ-ARRIOJA et al., 2002). Os animais persistentemente infectados, juntamente com animais em fase de infecção aguda, podem, então, ser responsáveis pela manutenção do agente viral no meio ambiente. Nestes casos, a mistura de lotes no momento da desmama, fator frequentemente identificado na suinocultura em Goiás, pode favorecer o estabelecimento da 69 infecção. Entretanto, a ocorrência ou não de manifestações clínicas associadas ao vírus permite julgar que são necessárias causas adicionais ou circunstâncias particulares (fatores de risco) que acionem a replicação viral ao ponto de suplantar o sistema imunitário (MADEC et al., 2008). Assim, além do fator mistura de lotes já citado, e da característica imunossupressora do vírus, situações estressantes, como aumento de densidade populacional e coinfecções, entre outros como os demonstrados no Quadro 9, comuns na época da desmama, propiciam uma frequência mais elevada da CS em suínos com dois a quatro meses de idade, ou seja, final da fase de creche e início da fase de recria, como observado neste estudo. A identificação do genoma em todos os espécimes clínicos e em todos os tecidos analisados está de acordo com o descrito na literatura (CALSAMIGLIA et al., 2002; SEGALÉS et al., 2005; GRAU-ROMA et al., 2011). Neste estudo, o pulmão foi órgão onde mais se identificou o DNA do PCV2 e também pode ser devido ao elevado índice encontrado de sinais e alterações macroscópicas relacionadas ao sistema respiratório. A maioria dos autores relata um percentual mais elevado de identificação de DNA viral em órgãos linfóides. Nesses casos, é usual observar também a detecção do vírus no soro e/ou em secreções orais (CALSAMIGLIA et al., 2002; SEGALÉS et al., 2005; LOPES, 2009). Contudo, em nosso estudo, a identificação em órgãos linfoides, apesar de observada, não foi maior que a identificada nos pulmões. Além disso, nem sempre foi caracterizada uma relação entre identificação viral em órgãos linfoides e no soro e vice-versa. Tais observações permitem sugerir que quando os animais estão acometidos por enfermidades do complexo respiratório, uma maior detecção do vírus pode ser observada nas secreções nasais e no pulmão. Esta constatação está de acordo com o destacado por KRAKOWKA et al. (2005) de que a presença de PCV2 nos tecidos está diretamente relacionada com as manifestações clínicas subsequentes. Curiosamente nas amostras fecais, a maior positividade foi encontrada em granjas nas quais o sinal clínico de diarreia foi observado. Além disso, as amostras negativas foram provenientes de animais de creche, sem nenhuma evidência clínica de CS. Este fato demonstra que o PCV2 pode 70 ocorrer em animais com ou sem doença entérica e que pode ser excretado rotineiramente com as fezes de suínos doentes e saudáveis. Assim, a propagação fecal-oral pode ser um modo prático de transmissão deste vírus, especialmente em animais mais velhos, o que já foi confirmado por outros estudos (YANG et al., 2003; SEGALÉS et al., 2005). Na indústria suína, o conhecimento sobre a introdução e os modos de propagação do vírus são fundamentais para a prevenção e erradicação de PCV2 dos rebanhos. A pesquisa do DNA viral de TTV e PCV2 nas amostras de soro, coinfectando os animais, indicou que o TTV também circula entre os suínos de criações intensivas de Goiás. Ambos os genótipos, TTV1 e TTV2, foram identificados, com maior ocorrência do genótipo 2 em relação ao genótipo 1. Os genótipos podem ocorrer separadamente ou coinfectando um mesmo animal (CIACCI-ZANELLA et al., 2009b; RITTERBUSCH, 2009), o que foi observado também nesse estudo. Com relação à ocorrência nas fases de criação, neste estudo houve uma maior suscetibilidade de leitões à infecção pelo TTV1 do que os animais de recria. Resultado semelhante foi observado por MARTELLI et al. (2006) que também detectaram o DNA de TTV1 com frequência maior em animais jovens. Já para o TTV2, uma maior ocorrência foi observada nos animais de recria, diferentemente do relatado por MARTELLI et al. (2006), que encontrou uma maior prevalência deste genótipo em javalis jovens. Poucos são os relatos sobre uma possível ligação entre o sexo e a suscetibilidade a infecção por TTV. Neste estudo, as fêmeas apresentaram um maior índice de infecção do que os machos para os dois genótipos avaliados. Num experimento com javalis, MARTINÉZ et al. (2006) demonstraram que as fêmeas apresentam uma maior taxa de infecção por TTV2 que os machos. Assim como na infecção pelo PCV2, este efeito pode estar mais relacionado a fatores individuais que ao sexo em si, indicando a necessidade de maiores investigações. Coinfecções de PCV2 com outros agentes são apontados na literatura como importantes fatores de desenvolvimento da circovirose (KRAKOWKA et al., 2000, FERNANDES et al., 2006; LÓPEZ-SORIA et al., 2008). Análises experimentais em suínos envolvendo PCV2 e outros agentes 71 virais demonstraram um aumento da carga viral de PCV2, das lesões associadas ao vírus e da incidência da PCVAD (OPRIESSNIG et al., 2007). Dentre os agentes que têm sido incluídos em investigações de coinfecção, o TTV tem assumido papel de destaque, por ser ubíquo, assim como o PCV2, (KEKARAINEN et al., 2006) e por apresentar coinfecção em um elevado número de casos de CS (ELLIS et al., 2008; SIBILA et al., 2009). KEKARAINEN et al. (2006) identificaram uma maior frequência de TTV em animais infectados pelo PCV2 e acometidos pela CS em relação aos não afetados (97% versus 78%) e o consideraram como um suposto desencadeador de quadros clínicos de CS. Este fato pode ser observado também neste estudo, uma vez que as chances de identificar uma coinfecção em animais com manifestações clínicas associadas à PCVAD foi 90% maior que nos animais sem nenhuma manifestação. Resultados semelhantes foram descritos por GAGNON et al. (2007), ao investigar a ocorrência do TTV em casos mais severos de CS em rebanhos norte-americanos. Estes relatos levantam a possibilidade de um papel do TTV na apresentação da CS. Embora uma ligação clara entre o TTV e PCV2 e as PCVAD ainda não esteja definida, fica evidente a necessidade de mais pesquisas que esclareçam o papel de ambos na epidemiologia e patogenia das doenças suínas associadas. Apesar de bastante relatados em suínos, a importância biológica destes achados ainda não está esclarecida. Os dados aqui apresentados comprovam a coinfecção entre PCV2 e TTV e o maior risco de animais com PCVAD apresentarem esta coinfecção e podem apontar para uma possível participação do TTV no desenvolvimento das enfermidades, o que não foi possível avaliar devido ao baixo universo amostral. Assim, sugere-se a realização de novas investigações para elucidar questões referentes ao papel do TTV como agente isolado ou quando relacionado a infecções pelo PCV2. Todavia, mais estudos sobre a epidemiologia molecular e investigações sobre a real ocorrência das PCVAD, com diagnóstico confirmativo das mesmas, devem ser realizados a fim de elucidar pontos ainda obscuros sobre a patogenia da circovirose suína e sua presença no Estado de Goiás e no Brasil. 72 7. CONCLUSÕES O presente estudo permitiu concluir que: O PCV2 circula nas granjas com sistema intensivo de criação de suínos do Estado de Goiás, tanto em animais doentes como nos clinicamente saudáveis; A elevada ocorrência das manifestações clínicas relacionadas ao sistema respiratório indica que este possa ser um dos sinais clínicos mais frequentemente associados à PCVAD em suínos no Estado e que o PCV2 é um agente que participa na patogenia das denominadas doenças do complexo respiratório suíno; O TTV circula entre os suínos de criação intensiva em Goiás; Coinfecções entre ambos os genótipos de TTV ocorre em suínos infectados pelo PCV2, sugerindo a possível relação entre os agentes; A maior sensibilidade e especificidade em soros e fezes, respectivamente, aponta que esses espécimes devem ser combinados para realização de diagnósticos de rotina; Esse foi o primeiro estudo que identificou Circovírus suíno tipo 2 e Torque teno vírus, tipos 1 e 2, em amostras de suínos de criação intensiva do Estado de Goiás. 73 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos neste trabalho reforçam os conhecimentos sobre epidemiologia e dinâmica de infecção por PCV2 nas explorações intensivas de suínos no Estado de Goiás e no Brasil. De forma a otimizar a lucratividade das explorações intensivas de suínos, deve existir um adequado monitoramento da infecção por PCV2 por meio de um correto diagnóstico clínico, confirmado por provas de diagnóstico laboratorial adequadas, evitando que uma ferramenta tão importante de controle e prevenção, como as vacinas, seja utilizada com indicações e de maneira incorretas. O uso inadequado muitas vezes mascara o real problema sanitário das granjas devido à presença de coinfecções recorrentes e ao caráter imunossupressor do PCV2. Apesar das indicações clínicas, macroscópicas e moleculares da ocorrência de circovirose suína e doenças associadas no Estado, outras investigações precisam ser realizadas para um diagnóstico confirmativo da síndrome. Além disso, nenhum estudo que avaliasse a distribuição genética das amostras, em granjas comerciais, foi conduzido em Goiás. O conhecimento da variabilidade genotípica poderá auxiliar no desenvolvimento de métodos de diagnósticos de rotina no Estado e na região Centro-Oeste, bem como no direcionamento de estratégias para controle e prevenção do complexo circovirose suína, uma vez que poderá demonstrar se há relação entre o tipo viral circulante e a manifestação clínica observada. Muitos autores defendem que o PCV2 isoladamente não consegue induzir doença. Ou seja, as manifestações clínicas provocadas por este agente necessitam de fatores desencadeantes. Esta nova realidade que representam as doenças multifatoriais é um desafio para produtores e veterinários. Não é possível encarar estas doenças como consequência da infecção por parte de um agente patogênico, mas como reflexo de uma conjugação de fatores. Assim, outras investigações não só em torno do TTV, mas de outros microrganismos e de condições individuais dos animais, tais como influências do sexo, idade e especialmente relacionados à imunologia do hospedeiro e do 74 agente, poderão esclarecer as dúvidas existentes sobre a circovirose suína e abrir pressupostos para o entendimento de outras doenças multifatoriais. 75 REFERÊNCIAS 1. ABRÃO, M. G.; BILLERBECK, A. E. C.; NISHI, M. Y.; MARUI, S.; MENDONÇA, B. B. Padronização da técnica de extração de DNA de células de mucosa oral com NaCl: aplicação no estudo do gene PROP1. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v.49, p.978–982, 2005. 2. ALBINA, E.; TRUONG, C.; HUTET, E.; BLANCHARD, P.; CARIOLET, R.; L’HOSPITALIER, R.; MAHE, D.; ALLEE, C.; MORVAN, H.; AMENNA, N.; LE DIMNA, M.; MADEC, F.; JESTIN, A. Na experimental model for post-weaning multisystemic wasting syndrome (PMWS) in growing piglets. 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