‘’1 DAVI CAIXETA CARVALHO INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO DE MERCADO NAS RELAÇÕES COM OS CONSUMIDORES DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE MACHADO-MG INSTITUTO MACHADENSE DE ENSINO SUPERIOR MACHADO – MG 2009 DAVI CAIXETA CARVALHO INFLUÊNCIA DO POSICIONAMENTO DE MERCADO NAS RELAÇÕES COM OS CONSUMIDORES DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE MACHADO-MG Monografia apresentada à Faculdade de Administração do INSTITUTO MACHADENSE DE ENSINO SUPERIOR como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. M. Sc. WELLINGTON ESPANHA MOREIRA INSTITUTO MACHADENSE DE ENSINO SUPERIOR MACHADO – MG 2009 AVALIAÇÃO DA MONOGRAFIA Avaliação da Monografia intitulada “Influência do posicionamento de mercado nas relações com os consumidores das micro e pequenas empresas de Machado-MG”, apresentada ao Instituto Machadense de Ensino Superior, pelo acadêmico Davi Caixeta Carvalho, como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Administração. APROVADA em _____ de ________________ de 2009. __________________________________________________ Prof. M. Sc. Wellington Espanha Moreira - Orientador __________________________________________________ Prof. - Avaliador __________________________________________________ Prof. - Avaliador MACHADO MINAS GERAIS – BRASIL RESUMO CARVALHO, Davi Caixeta. Influência do posicionamento de mercado nas relações com os consumidores das micro e pequenas empresas de Machado-MG. Machado: IMES, 2009. 124 f. (Monografia em Administração)∗. Instituto Machadense de Ensino Superior, Machado Nas sociedades contemporâneas, as empresas exercem importante papel no desenvolvimento de sua região de atuação. As micro e pequenas empresas ainda mais. Todavia, pelo seu porte, a maioria costuma negligenciar certos preceitos administrativos e mercadológicos, tais como posicionamento e segmentação de mercado, o que a longo prazo pode causar a extinção da empresa. Muitos microempresários pensam que estes conceitos não são necessários. Mas não é isso que o mercado afirma. Cada vez mais os clientes estão conscientes de sua importância e querem ser ouvidos e participar do processo produtivo da empresa. Assim sendo, torna-se indispensável que para manter um bom relacionamento com seu público-alvo, as empresas conheçam os preceitos mercadológicos. Em alguns casos eles existem na empresa, mas de maneira implícita. Além disso, as empresas muitas vezes possuem diferenciais que desconhecem, como a excelência dos funcionários e tem como meio de comunicação algo que não imaginam: o boca-a-boca. Ainda que o marketing apresente uma infinidade de conceitos muitas vezes abstratos, tudo se baseia em um pilar muito simples: as necessidades dos clientes. Como as empresas podem saber as reais necessidades dos clientes, satisfazendo-os e criando valor para elas? Só há uma maneira: entender que o objetivo da empresa é atender as necessidades dos clientes de maneira lucrativa e sustentável. Para isso deve haver uma integração interdepartamental que propicie o alcance deste objetivo. Somente desta maneira a empresa conseguirá sobreviver e gerar lucro a longo prazo. Palavras-chave: Posicionamento. Relacionamento. Segmentação. ∗ Orientador: Prof. M.Sc. Wellington Espanha Moreira. Titular da cadeira de Administração. Dedico a todos os que me apoiaram direta ou indiretamente: aos meus professores, à minha família, a meus amigos, a meus colegas, aos funcionários da FUMESC e principalmente a meu orientador Wellington Espanha. Quanto às disciplinas, os professores cujos conteúdos mais me ajudaram foram: Wellington Espanha, Ulisses Serafim, Luciel Henrique, Lúcia Helena, Priscila Carli, Cesar Freitas e Cléber Ávila. Agradeço a Deus pela oportunidade que ele me ofereceu ao conceder-me uma bolsa de estudos pelo ProUNI. Ele me ensinou que oportunidades vem e vão, mas nós temos que estar preparados para recebê-las. “O sucesso de mercado é conquistado pelas empresas mais ajustadas aos imperativos ambientais atuais – aquelas que podem entregar o que as pessoas estão dispostas a comprar” Philip Kotler SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ................................................................................... i LISTA DE FIGURAS .................................................................................. iii 1 INTRODUÇÃO ........................................................................ 01 1.1 O problema e sua importância ................................................ 01 1.2 Objetivos ................................................................................. 02 1.2.1 Objetivo geral .......................................................................... 02 1.2.2 Objetivos específicos .............................................................. 02 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................... 04 2.1 Breve histórico da Administração moderna ............................. 04 2.1.1 Primórdios da Administração .................................................. 04 2.1.2 Modelos de Gestão ................................................................. 05 2.1.3 Desafios administrativos do século XXI .................................. 09 2.2 Micro e pequenas empresas ................................................... 12 2.2.1 Empreendedorismo ................................................................. 12 2.2.2 Caracterização das micro e pequenas empresas ................... 15 2.2.3 Número de micro e pequenas empresas ................................ 16 2.2.4 Mortalidade e perspectivas de futuro ...................................... 20 2.3 Marketing ................................................................................ 28 2.3.1 Histórico e conceito ................................................................. 28 2.3.2 Componentes de Marketing .................................................... 34 2.3.2.1 Necessidades, desejos e demandas ....................................... 34 2.3.2.1.1 Pirâmide de Maslow ................................................................ 36 2.3.2.1.2 Estudo da Demanda................................................................ 37 2.3.2.2 Produtos .................................................................................. 40 2.3.2.2.1 Oportunidades de mercado ..................................................... 43 2.3.2.3 Valor, custo e satisfação ......................................................... 44 2.3.2.4 Troca e transações.................................................................. 45 2.3.2.5 Relacionamentos e redes........................................................ 47 2.3.2.6 4 P’s ........................................................................................ 47 2.4 Estratégias de Marketing......................................................... 48 2.4.1 Tipos de orientação ................................................................. 48 2.4.1.1 Produção ................................................................................. 48 2.4.1.2 Produto.................................................................................... 49 2.4.1.3 Venda ...................................................................................... 50 2.4.1.4 Marketing ................................................................................ 51 2.4.1.5 Marketing Societal ................................................................... 54 2.4.2 Branding .................................................................................. 56 2.4.3 Segmentação de mercado ...................................................... 48 2.4.3.1 Níveis de segmentação ........................................................... 60 2.4.3.1.1 Marketing de massa ................................................................ 60 2.4.3.1.2 Marketing de segmento ........................................................... 60 2.4.3.1.3 Marketing de Nicho ................................................................. 61 2.4.3.1.4 Marketing Local ....................................................................... 61 2.4.3.1.5 Marketing Individual ................................................................ 61 2.4.3.1.6 Automarketing ......................................................................... 61 2.4.3.2 Tipos de segmentação ............................................................ 62 2.4.3.2.1 Segmentação demográfica ..................................................... 62 2.4.3.2.2 Segmentação geográfica ........................................................ 62 2.4.3.2.3 Segmentação por grupo de necessidades .............................. 63 2.4.3.2.4 Segmentação comportamental ............................................... 64 2.4.3.2.5 Segmentação psicográfica ...................................................... 64 2.4.4 Influências do ambiente externo ............................................. 65 2.4.5 Relações públicas ................................................................... 67 2.4.6 Imagem versus Percepção ..................................................... 68 3 METODOLOGIA...................................................................... 70 3.1 Princípios da pesquisa mercadológica .................................... 70 3.2 Escolha da amostra................................................................. 76 3.2.1 Premissas ............................................................................... 76 3.2.2 Classificação das empresas Machadenses ............................ 77 3.2.3 Escolha da amostra de clientes .............................................. 79 3.3 Metodologia de Pesquisa ........................................................ 79 3.3.1 Premissas para a aplicação da pesquisa ................................ 79 3.4 Objetivos da pesquisa ............................................................. 80 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................... 82 4.1 Bases do planejamento de marketing ..................................... 82 4.2 Resultados da pesquisa .......................................................... 91 4.2.1 Academia Cia do Corpo .......................................................... 92 4.2.2 Escola Profissionalizante Microlins ......................................... 96 4.2.3 Farmácia Avenida ................................................................. 101 4.3 Resultados comuns ............................................................... 105 5 CONCLUSÃO........................................................................ 106 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 108 APÊNDICES .......................................................................................... 116 Apêndice A – ROTEIRO ........................................................................ 117 Apêndice B – CARTA DE APRESENTAÇÃO ........................................ 118 Apêndice C – QUESTIONÁRIO PARA A GERÊNCIA ........................... 120 Apêndice D – QUESTIONÁRIO PARA OS CLIENTES .......................... 123 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Tabela 2: Tabela 3: Tabela 4: Tabela 5: Tabela 6: Tabela 7: Tabela 8: Tabela 9: Tabela 10: Tabela 11: Tabela 12: Tabela 13: Tabela 14: Tabela 15: Tabela 16: Tabela 17: Tabela 18: Tabela 19: Tabela 20: Tabela 21: Tabela 22: Tabela 23: Tabela 24: Tabela 25: Tabela 26: Tabela 27: Tabela 28: Tabela 29: Tabela 30: Tabela 31: Tabela 32: Tabela 33: Tabela 34: Tabela 35: Tabela 36: Tabela 37: Número de empresas formais, por porte e setor (1996-2002) ....... 16 Número de pessoas ocupadas nas empresas formais, por porte e setor (1996-2002)........................................................................... 17 Distribuição percentual do número de empresas, por porte e setor de atividade (1996–2002) .............................................................. 18 Distribuição do número de empresas, por porte e setor de atividade (2006)............................................................................................. 18 Distribuição percentual do número de empresas, por porte e setor de atividade (2002–2006) .............................................................. 18 Distribuição das empresas por regiões (1996-2002)...................... 18 Constituição de Empresas por Estado ........................................... 19 Variação da mortalidade empresarial............................................. 22 Principais ferramentas utilizadas pelas empresas ......................... 66 Classificação dos afiliados da ACIAM-CDL ................................... 78 Classificação das micro e pequenas empresas prestadoras de serviço e varejo afiliadas a ACIAM-CDL quanto ao local da sede . 78 Distribuição das micro e pequenas empresas prestadoras de serviço e varejo afiliadas a ACIAM-CDL que se localizam no centro da cidade, quarteirões próximos ou fácil localização ..................... 79 Cia do Corpo – Questão 01 ........................................................... 92 Cia do Corpo – Questão 02 ........................................................... 92 Cia do Corpo – Questão 03 ........................................................... 93 Cia do Corpo – Questão 04 ........................................................... 93 Cia do Corpo – Questão 05 ........................................................... 93 Cia do Corpo – Questão 06 ........................................................... 94 Cia do Corpo – Questão 07 ........................................................... 94 Cia do Corpo – Questão 08 ........................................................... 94 Cia do Corpo – Questão 09 ........................................................... 95 Cia do Corpo – Questão 10 ........................................................... 95 Microlins – Questão 01 .................................................................. 96 Microlins – Questão 02 .................................................................. 97 Microlins – Questão 03 .................................................................. 97 Microlins – Questão 04 .................................................................. 97 Microlins – Questão 05 .................................................................. 98 Microlins – Questão 06 .................................................................. 98 Microlins – Questão 07 .................................................................. 98 Microlins – Questão 08 .................................................................. 99 Microlins – Questão 09 .................................................................. 99 Microlins – Questão 10 ................................................................ 100 Farmácia Avenida – Questão 01 .................................................. 101 Farmácia Avenida – Questão 02 .................................................. 101 Farmácia Avenida – Questão 03 .................................................. 102 Farmácia Avenida – Questão 04 .................................................. 102 Farmácia Avenida – Questão 05 .................................................. 102 i Tabela 38: Tabela 39: Tabela 40: Tabela 41: Tabela 42: Farmácia Avenida – Questão 06 .................................................. 103 Farmácia Avenida – Questão 07 .................................................. 103 Farmácia Avenida – Questão 08 .................................................. 103 Farmácia Avenida – Questão 09 .................................................. 104 Farmácia Avenida – Questão 10 .................................................. 104 ii LISTA DE FIGURAS Figura 01: Figura 02: Figura 03: Figura 04: Figura 05: Figura 06: Figura 07: Figura 08: Figura 09: Figura 10: Figura 11: Figura 12: Figura 13: Figura 14: Figura 15: Figura 16: Figura 17: Figura 18: Figura 19: Figura 20: Figura 21: Figura 22: Figura 23: Figura 24: Figura 25: Figura 26: Figura 27: Figura 28: Figura 29: Figura 30: Figura 31: Figura 32: Figura 33: Figura 34: Figura 35: Figura 36: Figura 37: Figura 38: Figura 39: Figura 40: Figura 41: Máquina a vapor ............................................................................ 04 Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos” ............................... 06 Variáveis básicas que afetam a empresa ...................................... 08 Fusão de marcas ........................................................................... 10 Empreendedorismo e liderança ..................................................... 13 Mortalidade empresarial por estado ............................................... 22 Perfil dos empresários ................................................................... 22 Motivos para a constituição da empresa ........................................ 23 Experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócio .......... 24 Atividades exercidas após fechamento da empresa ...................... 25 Percentual de recuperação dos recursos ....................................... 26 Assessorias úteis para enfrentar as dificuldades empresariais ...... 27 Ford T ............................................................................................ 28 Estrutura básica de uma empresa ................................................. 30 Posicionamento superior do produto.............................................. 35 Pirâmide de Maslow ....................................................................... 36 Potencial e demanda de mercado.................................................. 38 Representação da elasticidade da demanda ................................. 39 Representação de utilidade versus quantidade ............................. 40 Representação dos tipos de produtos............................................ 41 Fases de desenvolvimento de um produto .................................... 42 Oportunidades de mercado ............................................................ 44 Representação das trocas em nível macroeconômico................... 46 Processo de venda ........................................................................ 51 Diferentes enfoques de comercialização ....................................... 52 Processo de marketing .................................................................. 53 Pirâmidade organizacional ............................................................. 54 Posicionamento competitivo e segmentação do mercado ............. 59 Forças competitivas de Porter........................................................ 65 Estratégias genéricas de Porter ..................................................... 66 Roda estratégica competitiva ......................................................... 67 Logotipo da coca-cola .................................................................... 68 Evolução da imagem Coca-Cola .................................................... 69 Mente do consumidor..................................................................... 71 Processo de pesquisa de marketing .............................................. 72 Reflexão sobreo comportamento do consumidor ........................... 74 Planejamento Estratégico de Marketing......................................... 83 Oportunidades de mercado ............................................................ 84 Análise SWOT................................................................................ 86 Matriz BCG..................................................................................... 87 Estratégias genéricas de Porter ..................................................... 90 iii 1 INTRODUÇÃO 1.1 O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA A cada dia que passa, a economia brasileira cresce em ritmo cada vez mais acelerado, a despeito de eventuais crises mundiais. O governo oferece mais e mais ajuda para as empresas e os bancos emprestam como nunca. Medidas conservadoras que o governo tomou ao longo da última década, hoje sustentam a economia brasileira. Com grande potencial de mercado, as perspectivas de futuro são promissoras Todos os anos milhares de empresas são formadas no país, a maioria de micro e pequeno porte. Novos postos de trabalho são criados. Novas perspectivas de futuro esboçadas. Regiões se desenvolvem. A União aumenta suas receitas. O Empreendedorismo tem estado em alta. Desde o final da década de oitenta com as demissões em massa no período final da ditadura militar, os brasileiros aprenderam que o trabalho não é para sempre. Por melhor colocado que um funcionário esteja, ele sempre correrá o risco de perder o emprego. Em 2002, isto se tornou ainda mais evidente quando devido às incertezas políticas e econômicas do período eleitoral, os brasileiros decidiram se aventurar em montar seu próprio negócio, principalmente na área de serviços e varejo. Neste ano, 57,2% dos empregados estavam em micro e pequenas empresas. Assim, desde então, mais e mais pessoas deixam de ser empregadas e passam a ser empregadoras ou autônomas. O dinheiro de toda uma vida é investido na abertura de um negócio próprio. Uma das características das micro e pequenas empresas é que na maioria das vezes são iniciadas sem planejamento, definição de demanda, pesquisas de mercado, definição de posicionamento e segmentação de mercado. Isto às vezes se deve ao fato de ela nascer por necessidade e não por desejo, como quando um funcionário é demitido e abre um negócio próprio. Como o posicionamento de mercado das micro e pequenas empresas afeta o relacionamento com seu público-alvo? O posicionamento de mercado mal planejado leva o público-alvo a ter uma percepção errônea sobre a atuação da empresa, já que ela estará atuando em um segmento diverso do que deveria e perdendo oportunidades em mercados mais promissores. Conseqüentemente, as micro e pequenas empresas por ter flexibilidade nos negócios podem facilmente perder o foco ao tentar atingir todos os consumidores ao mesmo tempo. Isto impede que tenham sucesso a longo prazo, já que uma mesma unidade de negócio dificilmente consegue atingir vários nichos de mercado utilizando-se das mesmas estratégias. Alguns anos atrás, 49,4% das micro e pequenas empresas abertas no Brasil fechavam em menos de dois anos. E 59,9% delas em menos de cinco anos. Comparativamente a países europeus este valor é muito alto. Muitos dos transtornos ocorridos poderiam ser facilmente evitados se houvesse interesse pela percepção de mercado. Os empreendedores deveriam questionar se a imagem que o mercado percebe é a mesma que a empresa prega, se não está com definição errada de negócio ou se está no mercado errado tentando atuar onde não tem competência e negligenciando outros onde poderia facilmente dominar. 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo geral Identificar a relação entre a Imagem Transmitida e a Percepção de Mercado em micro e pequenas empresas de Machado-MG. 1.2.2 Objetivos específicos Demostrar como as estratégias mercadológicas impactam diretamente no sucesso e sobrevivência das micro e pequenas empresas. 2 Argumentar sobre as conseqüências da indefinição de posicionameto de mercado sólido. Verificar se a imagem transmitida pela empresa é a mesma percebida pelos clientes. Apontar as principais procupações mercadológicas que o micro e pequeno empresário deve ter antes de abrir seu próprio negócio, bem como depois de tê-lo aberto. 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 BREVE HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO MODERNA 2.1.1 Primórdios da Administração Logo após a Revolução Industrial no século XVII na Inglaterra, começaram a surgir as primeiras empresas. A maioria era de pequeno porte comparadas às de hoje e empregava principalmente a mão de obra infantil e feminina por ser mais barata. A maioria dos homens estava nos campos trabalhando na construção de ferrovias ou nas minas de carvão. Primeiro na Inglaterra, mas logo em seguida na França, EUA, Japão e Alemanha, as empresas consolidavam seu papel na sociedade capitalista: ser a forma de produzir coisas que individualmente seriam impossíveis. (GALLO, 2009?). Figura 01: Máquina a vapor Fonte: Escola Secundária de Oliveira de Frades (2009?) Mas desde o século XVIII as “disfunções” das empresas já eram visíveis: não havia nenhuma padronização de trabalho quer de processos quer de ferramentas, não havia nenhuma assistência por parte das empresas aos seus funcionários que eram mal pagos, viviam em situações insalubres e trabalhavam até dezoito horas por dia. Talvez isto fosse influência ou conseqüência da Revolução Francesa, já que a Burguesia tomara o poder. Segundo Marx (1852: 5) “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob as circunstâncias de sua escolha, mas sim sob aquelas com as quais se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”. (SUPERINTERESSANTE, 1989). Assim, as mais diversas teorias político-econômicas surgiram para combater a administração burguesa que se instaurara nas fábricas. Este processo tomou duas vertentes: uma político-ideológica e outra tecnológica. Na frente político-ideológica Marx (2000: 10) defendia que os trabalhadores deveriam tomar o poder e depor os governos. (PINHO e VASCONCELLOS et al, 2006: 39-40). Na outra frente, alguns estudiosos em vez de teorizar sobre aspectos políticos, propuseram modelos para melhorar a organização e o trabalho dentro das fábricas, entre eles se destacou Frederick Taylor. 2.1.2 Modelos de Gestão Segundo Chiavenato (2004: 38), na primeira década do século XX Frederick Winslow Taylor, engenheiro da Midvale Steel Company, já era relativamente bem conhecido no meio empresarial devido aos seus estudos dos tempos e movimentos. Taylor havia percebido que existiam vários problemas na produção, tais como a falta de padronização de processos e ferramentas e a falta de um sistema eficiente de pagamentos. Assim Taylor realizou um estudo para entender como poderia obter a máxima eficiência de todos os empregados. Os resultados foram fantásticos. Ele conseguiu diminuir a fatiga dos trabalhadores, aumentando a eficiência produtiva de cada um. Seu princípio 5 era simples: para obtermos mais lucros, não precisamos elevar o preço da mercadoria ou abaixar os salários. Ao contrário, devemos pagar bem num sistema cientificamente correto de recompensas e propiciar aos trabalhadores condições para que aumentem sua produtividade. Isto marcou o início da Eficiência Produtiva. (CHIAVENATO, 2004: 38). Assim Taylor instituiu o descanso entre as atividades, padronizou as ferramentas bem como as adaptou dependendo do porte físico do funcionário, oferecendo um “meio padrão” de se fazer as coisas baseado no estudo que havia feito. (CHIAVENATO, 2004: 39). Nesta mesma época Henry Ford se destacou com a linha de montagem de automóveis que buscava criar um meio de produção simplificado em que em vez de o empregado acompanhar o produto através da fábrica, ele ficava parado fazendo uma atividade única. Isto, porém, gerou certas críticas por alienar os trabalhadores, o que pode ser visto explicitamente no filme Tempos Modernos de Charles Chaplin. (CHIAVENATO, 2004: 51). Figura 02: Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos” Fonte: Bodyspaces (2009?) Segundo Chiavenato (2004: 64), Henri Fayol deu continuidade ao estudo administrativo passando da produção para a organização estrutural da empresa. Este processo de departamentalização e conseqüentemente da definição dos papéis administrativos levou a estruturação básica das empresas modernas. 6 Neste mesmo período Elton Mayo começou suas pesquisas para ressaltar o lado humano da organização e demonstrar que se isso não for observado, a produtividade individual e conseqüentemente de toda a empresa cairia. (CHIAVENATO, 2004: 84-90). Paralelamente, os estudos de Max Weber e Émile Durkheim conduziram a administração a princípios mais rígidos e burocráticos muito comuns na administração pública atualmente. Enquanto isso Peter Blau, Amitai Etzioni e Victor Thompsom desenvolveram a abordagem estruturalista. (CHIAVENATO, 2004: 207-208). Com os estudos de Peter Drucker a partir de 1935, Alfred Sloan Jr em 1962 e Igor Ansoff em 1965, a Administração passou para uma nova faze que ficou conhecida como Administração Neoclássica, já que “remexia” nos conceitos da Administração Clássica, mas à luz de novos acontecimentos e eventos. (CHIAVENATO, 2004: 122-133). Segundo Chiavenato (2004: 355) e Souza et al (2005:1-3), ainda na década de cinqüenta, Deming e Juran entre outros, inspiraram os princípios do controle qualidade, divulgando o ciclo PDCA, o Just-in-Time, o Kayzen, o Kanban, bem como os conceitos estatísticos de qualidade desenvolvidos por Walter Shewhart em 1924. Outro conceito que se tornou comum na época foi o holismo, princípio criado por Jan Christian Snuts em 1926 e que pregava que nada pode ser visto isoladamente, já que os processos interagem entre si. Segundo ele “o todo é maior do que a soma das partes”. Baseado neste postulado desenvolveu-se também a abordagem sistêmica da Administração que mostrou ser a empresa um sistema complexo que abrange por sua vez vários subsistemas. (CHIAVENATO, 2004: 369-371). Já nas últimas décadas do século XX com as grandes turbulências mundiais e as incertezas à respeito do futuro baseadas na Teoria do Caos, surgiu uma nova corrente administrativa. Ela pregava que o mercado empresarial era demasiadamente complexo para ser baseado em apenas uma visão administrativa, afinal de contas certos elementos não eram abordados pelas teorias, tais como o Governo, o Mercado, o Ambiente, etc. Esses elementos 7 básicos afetavam diretamente a competitividade da empresa e portanto, a administração deveria ser adaptada ao contexto da mesma. (CHIAVENATO, 2004: 393-395). Figura 03: Variáveis básicas que afetam a empresa Fonte: Chiavenato (2004: 10) É importante ressaltar que quase a totalidade dos estudos administrativos bem como sua aplicação foram feitos em grandes empresas. Assim sendo, muitas pequenas empresas que são abertas atualmente, infelizmente não seguem sequer os princípios mais elementares da Administração. Como pode ser visto, com o passar das décadas, percebeu-se que o ambiente empresarial era demasiadamente complexo e que deveria haver um estudo sistemático de seu ambiente interno e externo para prever e se precaver, já que o século XX e XXI seriam marcados por grandes mudanças. 8 2.1.3 Desafios administrativos do século XXI Segundo Kotler (1998: 13), Melo (2008c) e Kotler (2009b), atualmente as regras de negócios estão mudando. Outrora o poder da cadeia produtiva se concentrava nas mãos de grandes fornecedores. Hoje são os grandes varejistas que possuem o poder fundamental de criar as regras, selecionando os fornecedores adequados. Eles criam marcas próprias que muitas vezes possuem mais poder do que as dos fornecedores. Kotler (1998: 23), Donda (2008) e Antunes (2009) afirmam que outra tendência da economia globalizada são os “produtos globais”. Hoje em dia um computador, por exemplo, tem seu processador fabricado na Califórnia, a placa-mãe em Taiwan, o teclado nas Filipinas, o mouse na Indonésia, o monitor na Coréia, o gabinete no Brasil, ele é embalado no México e vendido nos Estados Unidos como se fosse um produto americano. É exportado para a Argentina, revendido para a Venezuela e o Centro de Atendimento ao Consumidor é terceirizado para uma empresa indiana. Tornou-se virtualmente impossível encontrar um computador que seja todo produzido em um único país. Segundo Guarita (2002) e Kotler (1998: 23), para que tudo isso se tornasse possível, algo muito importante aconteceu: grandes concorrentes passaram a trabalhar juntos em prol do mesmo objetivo. Segundo Kotler (1998: 23), a Coca-Cola e a Schweppes usam juntas uma mesma engarrafadora de refrigerantes que propicia grande economia para elas. A Ford e a Nissan fizeram uma parceria para desenharem minivans juntas. A General Eletric e a SNECMA, empresa francesa, desenvolvem juntas desde 1971 motores a jato. Chiavenato (2004: 16), Morita (2009), Onaga (2009) e Kanitz (2009) defendem que o processo de fusão entre companhias acelerou muito após a crise financeira mundial em Outubro de 2008. O Itaú e o Unibanco se uniram. A Brahma e a Antarctica a pouco tempo formaram a Ambev. A Sadia e a Perdigão formaram a Brasil Foods. 9 Figura 04: Fusão de marcas Fonte: elaborado pelo autor Assim, em primeira instância, concorrentes eram considerados inimigos. Em seguida, aliados na formação de cartéis. Depois fornecedores. E hoje parceiros estratégicos que ajudam na redução de custo e diversificação do portifólio de negócios. Cada vez mais vemos empresas incorporando os concorrentes ou transformando-os em subsidiária. Segundo Kanitz (2009), “a fusão é um marco de uma nova era neste país (Brasil).” Segundo Menezes (2003: 132), outrora as atividades de marketing visavam o aumento da transação única em mercados de massa. Com o advento do comércio eletrônico no final do século XX, as empresas desenvolveram o conceito de Marketing One-To-One, ou seja, um relacionamento um para um. Portanto a empresa do século XXI tem que saber personalizar seus produtos e ato de venda de maneira única para atender as necessidades dos clientes, que já não vão mais até o ponto de venda (PDV). Cobra (1997: 23) afirma que “o mercado consumidor está cada vez mais esclarecido, cônscio de suas necessidades, desejos e expectativas, à espera de ser satisfeito através de produtos e serviços”. Devido à intensa concorrência os países se agrutinam e formam blocos econômicos com parceiros importantes. Tudo indica que o mundo permanecerá 10 dividido em três grandes zonas de influência: os Estados Unidos comandando o bloco americano, a União Européia comandando a Europa, norte da África e parte da Ásia e o grupo Oriental que apresenta o Japão de um lado com o terceiro maior PIB do mundo e de outro a China com o maior crescimento econômico de todos os tempos, bem como a própria Índia. (KOTLER, 1998: 24). Por um lado Kotler (1998: 24) diz que “grande parte do mundo está se tornando mais pobre do que nas últimas décadas. Embora os salários possam ter aumentado, o poder de compra real tem declinado, principalmente para as pessoas menos habilitadas das forças de trabalho”. Por outro lado, ele também afirma que o countertrade tem se desenvolvido muito. Trata-se de um meio em que há trocas de produtos sem uma moeda metálica. Isto tem propiciado a países pobres trocarem alimentos por automóveis da General Motors, por exemplo. Segundo Pinho e Vasconcellos et al (2006: 274) o countertrade é uma forma primitiva de trocas denominada de escambo que foi muito comum nas sociedades primitivas. A partir da década de setenta com a promulgação de leis de proteção ambiental, as empresas passaram a enxergar oportunidades na proteção do meio ambiente. (KOTLER, 1998: 25). Segundo Gale (2009) e Barbieri apud Oliveira (2009a) a utilização de conceitos ambientais por parte das empresas passa por três estágios: Controle de Poluição, Prevenção de Poluição e Gestão Estratégica Ambiental. No Controle de Poluição somente a baixa hierarquia está envolvida, sendo que geralmente só age após a ocorrência do problema. Na Prevenção de Poluição a média hierarquia se envolve com o fim de prever os danos ambientais para não ter que arcar com multas. Por fim, na Gestão Estratégica Ambiental a alta hierarquia da empresa é envolvida com o fim de alcançar uma vantagem competitiva que possa ser utilizada pelo Departamento de Marketing na demonstração de diferenciais. Atualmente, segundo Kotler (1998: 14-16), as principais tendências mercadológicas são crescente ênfase: 1) em qualidade, valor e satisfação dos consumidores 11 2) no desenvolvimento de relacionamento e na retenção de consumidores 3) em administrar processos gerenciais e integrar funções administrativas 4) no pensamento global e no planejamento de mercado local 5) na construção de alianças estratégicas e redes 6) em marketing direto e marketing on-line 7) em marketing de serviços 8) em setores industriais de alta tecnologia 9) na ética do comportamento de marketing 2.2 MICRO E PEQUENAS EMPRESAS 2.2.1 Empreendedorismo Longenecker (2004: 3) e Hashimoto (2009) afirmam que para alguns, empreendedores são pessoas que fazem de tudo que possam imaginar para não ter que procurar um emprego. Para outras, entretanto, eles são heróis que materializam os sonhos fornecendo empregos, introduzindo inovações e estimulando o mercado econômico. Para Justus (2007: 81), qualquer pessoa pode se destacar como empreendedor, seja na sua própria empresa, seja trabalhando para os outros, desde que a empresa lhe dê espaço para crescer e ele trabalhe como se fosse dono da empresa. Já para Luecke (2009b: 27), ainda que qualquer pessoa possa desenvolver habilidades empreendedoras, é mais comum elas aparecerem em membros da família em que já haja algum empreendedor. Assim o filho de um dono de empresa, tem mais chances de querer controlar seu próprio negócio do que os outros. Segundo Castaldi (2008: 2), cada campo do conhecimento tem suas próprias definições de empreendedorismo. Para os economistas, empreendedorismo é a capacidade de aumento das riquezas. Para os sociólogos é uma característica social e cultural. 12 Segundo Peter Drucker apud Castaldi (2008: 2): “o empreendedorismo é um ato de inovação que envolve desenvolver em recursos já existentes uma capacidade de produzir riqueza nova.” Figura 05: Empreendedorismo e liderança Fonte: Living Values Education (2009?) Segundo Longenecker (2004: 3-4), quem abre um negócio o faz muitas vezes por desejos de altos lucros, independência e estilo de vida. Assim, o empreendedor não quer se sentir preso a uma empresa que não é sua e, portanto, prefere abrir uma empresa para si próprio. Em outros casos a abertura de um negócio pode ocorrer por necessidade, como quando um funcionário é demitido e não consegue recolocação no mercado. Assim, ele abre uma pequena empresa para sobreviver e acaba ficando no negócio, não por empreendedorismo, mas por necessidade de sobreviver e falta de opção. Segundo Castaldi (2008: 1), pelo fato de o empreendedor ser o ator principal das pequenas empresas, ele acaba por tomar suas decisões tendo como base suas perceções pessoais e não os princípios administrativos. Tal postura leva a uma centralização nos negócios e conseqüentemente impede 13 que a empresa se desenvolva em alguma área sem que a idéia tenha partido do próprio empreendedor. Segundo Longenecker (2004: 33), até meados da década de setenta o número de pequenas empresas nos Estados Unidos havia diminuído bastante, sendo que grandes corporações dominavam o mercado. Todavia, a partir deste período, a situação começou a inverter e o número de pequenas empresas cresceu assutadoramente. No Brasil, segundo Manfrini (2004) e Silva (2005: 3), houve dois grandes períodos de êxodo das grandes para as micro e pequenas empresas. O primeiro foi no final da década de setenta e começo da década de oitenta quando ocorreram as demissões em massa no período final da ditadura militar. Em alguns setores como o bancário, existiam planos de demissão voluntária, sendo que os que optaram por sair, utilizavam o valor da indenização muitas vezes para abrir seu próprio negócio. O outro período foi em 2002 quando devido às incertezas políticas e econômicas houve um novo êxodo. Nesta época 57,2% dos empregados do país estavam em micro e pequenas empresas. Desde então este número tem crescido e a participação das pequenas empresas na produção e contratação tem feito frente a concorrência das grandes. (MANFRINI, 2004). Segundo Vilas Boas (2009a) e Vilas Boas (2009b), o sudeste ainda é o maior responsável, já que concentra mais da metade dos assalariados. Além disso, segundo ela, todas as crises de uma maneira ou de outra ajudam a aumentar o número de autônomos e de micro e pequenas empresas. Mas o que faz as gigantes se preocuparem com as pequenas? Segundo Longenecker (2004: 4-10), Sebrae (2009) e Kfouri (2009?), a inovação. Pelo seu tamanho, as pequenas empresas possuem mais flexibilidade e capacidade de adaptação, ainda que muitas vezes não percebam isto.1 Muitas pequenas empresas têm capacidade de inovar, mas não conseguem ter rentabilidade no negócio, devido a problemas de gerenciamento. 1 Veja também Beer (2009: 16-17). 14 2.2.2 Caracterização das micro e pequenas empresas Antes de discutir sobre as micro e pequenas empresas, é necessário primeiro caracterizá-las para sabermos quem se enquadra na classificação. Todavia esta tarefa é muito árdua, já que cada país ou órgão utiliza seus próprios critérios de classificação. (LONGENECKER, 2004: 8-10). No Brasil existe a classificação criada pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, a classificação Tributária e a classificação SEBRAE/IBGE, sendo que elas divergem entre si. A primeira cria indicadores com o fim de facilitar a vida do micro e pequeno empresário para que possa usufruir de alguns benefícios. Além disso, cada estado apresenta muitas vezes seu próprio sistema de classificação. Também nota-se uma grande ausência de um órgão municipal que controle tais informações, já que na maioria das cidades isto tem sido papel da Associação Comercial. Segundo Portal do Empreendedor do Governo Federal (2009?), “considera-se empresário individual [...] (quem) tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00 e que seja optante pelo Simples Nacional”. No Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, o critério adotado para conceituar micro e pequena empresa é a receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, são os seguintes: • Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinqüenta e cinco reais e quatorze centavos); • Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais). (SEBRAE, 2009?). Já para o Plano de Tributação (SIMPLES) do Governo Federal os critérios são diferentes: • Microempresa: receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); 15 • Empresa de Pequeno Porte: receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). (SEBRAE, 2009?). Já para o SEBRAE (2009?), além do critério financeiro ainda existe o critério do número de funcionários, da seguinte maneira: • Microempresa: I) na indústria e construção: até 19 funcionários II) no comércio e serviços: até 09 funcionários. • Pequena empresa: I) na indústria e construção: de 20 a 99 funcionários II) no comércio e serviços: de 10 a 49 funcionários. [...] A Constituição Federal de 1988 contem os marcos legais que fundamentam as medidas e ações de apoio às micro e pequenas empresas no Brasil. O artigo 170 insere as MPEs nos princípios gerais da ordem econômica, garantindo tratamento favorecido a essas empresas. O artigo 179 orienta as administrações públicas a dispensar tratamento jurídico diferenciado ao segmento, visando a incentivá-las pela simplificação ou redução das obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e de crédito por meio de leis. Vale ressaltar ainda que muitas vezes torna-se necessário classificações paralelas, já que uma pequena indústria pode chegar a ter noventa funcionários numa grande cidade, mas em cidades menores uma empresa que tenha trinta funcionários talvez já seja considerada grande. 2.2.3 Número de micro e pequenas empresas Tabela 1: Número de empresas formais, por porte e setor (1996-2002) Tipo Ano Indústria Construção Comércio Serviços Total 1996 332.049 81.923 1.608.521 934.256 2.956.749 Micro 2002 439.013 116.287 2.337.889 1.712.418 4.605.607 1996 27.011 7.177 68.411 78.516 181.115 Pequena 2002 37.227 8.282 105.891 122.609 274.009 1996 6.375 1.473 4.376 8.303 20.527 Média 2002 6.548 1.694 4.862 10.548 23.652 1996 1.521 205 2.896 8.850 13.472 Grande 2002 1.430 221 2.846 10.605 15.102 1996 366.956 90.778 1.684.204 1.029.925 3.171.863 Total 2002 484.218 126.484 2.451.488 1.856.180 4.918.370 Fonte: SEBRAE (2005a: 12) 16 Como se vê na Tab. 1, as grandes empresas cresceram 12,1% no período, as médias 15,2%, as pequenas 51,3% e as micro 55,8%. Sendo que as indústrias tiveram 32% de crescimento total, a construção 39,3%, o comércio 45,6% e os serviços 80,2%. Enquanto as grandes indústrias diminuíram 6%, as micro empresas prestadoras de serviços cresceram 83,3%. Esta grande dinâmica das micro e pequenas empresas se deve justamente ao seu porte, já que podem gastar apenas alguns dias para abrir, em detrimento às grandes empresas que às vezes levam mais de ano para abrirem uma unidade. Também tem que se considerar que estas micro e pequenas empresas quando falham, podem rapidamente mudarem de segmento caso desejem, ao contrário das grandes que devido ao imobilizado das mesmas, por exemplo, são incapazes de realizar mudanças drásticas da noite para o dia. Tabela 2: Número de pessoas ocupadas setor (1996-2002) Tipo Ano Indústria Construção 1996 1.193.964 287.268 Micro 2002 1.571.608 356.660 1996 1.096.405 291.988 Pequena 2002 1.471.254 339.777 1996 1.314.945 289.729 Média 2002 1.322.673 327.135 1996 2.363.686 262077 Grande 2002 2.256.721 284005 1996 5.969.000 1.131.062 Total 2002 6.622.256 1.307.577 nas empresas formais, por porte e Comércio Serviços Total 3.256.501 2.141.231 6.878.964 4.664.545 3.374.388 9.967.201 1.181.618 1.484.624 4.054.635 1.772.233 2.206.611 5.789.875 298.218 571.557 2.474.449 327.443 722.852 2.700.103 1.049.450 4.518.872 8.194.085 1.161.426 5.402.593 9.104.745 5.785.787 8.716.284 21.602.133 7.925.647 11.706.444 27.561.924 Fonte: SEBRAE (2005a: 12) Como pode ser visto na Tab. 2, mais uma vez as grandes empresas diminuíram, agora no que tange ao número de pessoas ocupadas, passando de 2.363.686 para 2.256.721, ou seja, uma variação negativa de 4,5%. Enquanto isso, o número de pessoas ocupadas em micro e pequenas empresas prestadoras de serviço cresceu 57,6%. 17 Tabela 3: Distribuição percentual do número de empresas, por porte atividade (1996–2002) Tipo Micro Pequena Média Grande Indústria 90,7% 7,7% 1,4% 0,3% Construção 91,9% 6,5% 1,3% 0,2% Comércio 95,4% 4,3% 0,2% 0,1% Serviços 92,3% 6,6% 0,6% 0,6% Total 93,6% 5,6% 0,5% 0,3% e setor de Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: SEBRAE (2005a: 14) Tabela 4: Distribuição do (2006) Porte Comércio Micro 861.493 Pequena 125.372 Média 8.550 Grande 4.790 TOTAL 1.000.205 número de empresas, por porte e setor de atividade Serviços 714.016 133.056 15.547 13.991 876.610 Indústria 234.062 42.975 9.187 1.735 287.959 Construção 63.670 10.290 2.064 273 76.297 Total 1.873.241 311.693 35.348 20.789 2.241.071 Fonte: SEBRAE (2008: 36) Tabela 5: Distribuição percentual do número de empresas, por porte atividade (2002–2006) Ano Micro Pequena Média Grande 2002 84,4% 13,2% 1,5% 0,9% 2003 84,3% 13,3% 1,5% 0,9% 2004 83,9% 13,6% 1,5% 0,9% 2005 83,7% 13,8% 1,6% 0,9% 2006 83,6% 13,9% 1,6% 0,9% e setor de Total 100% 100% 100% 100% 100% Fonte: SEBRAE (2008: 33) Tabela 6: Distribuição das empresas por regiões (1996-2002) Micro Pequena Média Grande Região 320.628 19.116 1.437 1.011 Centro-oeste 700.678 40.947 3.413 2.300 Nordeste 149.605 9.894 985 635 Norte 2.344.968 152.426 13.542 8.758 Sudeste 1.089.706 51.626 4.275 2.398 Sul Total 342.192 747.338 161.119 2.519.694 1.148.005 Fonte: SEBRAE (2005a: 25) Verifica-se na Tab. 5 que 97,5% do total de empresas no país na última pesquisa em 2006, eram micro e pequenas empresas. Como sempre as que 18 mais se destacam são as prestadoras de serviços que respondem por 98,9% do total da categoria. Como pode ser visto na Tab. 6, a região Sudeste concentra sozinha mais empresas do que todas as demais regiões do país juntas. Tabela 7: Constituição de Empresas por Estado 1998 1999 2000 Estado 930 959 1.177 Acre 5.322 5.231 4.582 Alagoas 1.029 1.308 1.311 Amapá 4.168 6.035 4.611 Amazonas 29.309 28.769 27.313 Bahia 14.074 14.218 13.305 Ceará 8.312 10.107 8.974 Distrito Federal 7.543 7.732 8.284 Espírito Santo 15.296 16.519 12.716 Goiás 7.967 8.028 6.994 Maranhão 8.394 8.181 8.982 Mato Grosso 6.214 6.817 6.471 Mato Grosso do Sul 52.460 52.142 51.014 Minas Gerais 6.826 7.367 8.196 Pará 6.396 7.597 6.235 Paraíba 36.840 37.815 36.280 Paraná 16.225 15.503 15.177 Pernambuco 3.017 3.551 3.216 Piauí Rio de Grande do Sul 43.403 45.489 44.589 27.851 29.000 27.285 Rio de Janeiro 4.753 4.851 4.765 Rio Grande do Norte 3.471 3.569 3.795 Rondônia 1.067 1.564 1.076 Roraima 25.559 24.781 24.462 Santa Catarina 124.602 123.452 123.063 São Paulo 3.410 3.453 3.451 Sergipe 2.690 3.307 3.278 Tocantins 467.128 477.345 460.602 Brasil 2001 1.101 3.851 1.361 4.964 28.703 13.850 9.482 9.187 18.292 8.841 10.204 7.047 51.154 8.159 5.954 38.883 15.190 3.562 46.960 29.788 4.976 3.506 1.143 26.010 132.351 3.014 3.378 490.911 2002 901 3.709 1.253 4.269 26.220 13.330 9.127 8.862 15.450 6.841 8.895 5.984 46.712 6.852 5.603 35.584 13.794 2.886 39.080 27.530 4.824 2.939 827 24.070 124.028 2.744 2.837 445.151 2003 1.222 3.642 1.526 4.071 24.922 12.977 7.935 8.953 16.938 6.423 8.877 5.899 45.801 7.095 4.210 36.349 12.907 3.193 42.812 39.872 8.603 3.009 913 22.672 136.033 2.729 2.630 472.213 Fonte: SEBRAE (2005a: 75) Como pode ser visto na Tab. 7, São Paulo é o estado que concentrou mais empresas (29%) em 2003 e o Acre o que menos concentrou (0,2%). Esta má distribuição de empresas reflete diretamente na riqueza dos estados. Se levarmos em consideração que as crises mundiais afetam pouco as micro e 19 pequenas empresas, elas se tornam um fator de desenvolvimento econômico da região. 2.2.4 Mortalidade e perspectivas de futuro A maioria das micro e pequenas empresas apresentam disfunções que podem determinar seu sucesso ou não. Elas são classificadas em: gestão financeira, gestão de recursos humanos, gestão de produção e operações e gestão de marketing.2 (SILVA, 2009: 3-9). Em cada uma das áreas existem diversos problemas. Dentro da área financeira pode-se destacar a falta de separação entre a contabilidade empresarial e a pessoal que impede uma tomada de decisões eficiente.3 Na área de recursos humanos destaca-se a ausência de um sistema científico de contratação, já que muitas vezes são contratados apenas parentes e amigos.4 Na área de produção e operações destaca-se a falta de um controle de estoque eficiente devido muitas vezes à resistência à tecnologia (MELO, 2008b). Por fim, na área de marketing, os principais problemas dizem respeito ao relacionamento da empresa com o mercado, ou seja, seu posicionamento e formas de comunicação com o mercado bem como ouvi-lo através de pesquisas. Isto ocorre pela falta de direcionamento. Segundo Júlio (2005: 22), estratégia é a arte de planejar e decidir entre inúmeras escolhas.5 Sem ela torna-se impossível alcançar sucesso nas negociações que os empresários tem que realizar. Segundo Oliveira (2000: 1) e Menezes (2003: 5), o final do século XX trouxe às empresas uma área que não seria útil apenas internamente, mas também no relacionamento com o mercado: a informática. E esta interação entre Informática e Marketing deu a luz ao CRM, entre outras abordagens. Trata-se de um gerenciamento de relacionamento com o cliente utilizando 2 Veja também Veja também 4 Veja também 5 Veja também 3 Luecke (2009c: 16-23) Lunkes (2007: 1), Hayes (2009,16) e Wagner (2008: 8-10) Cappelli (2009: 17-20) Luecke (2009a: 9-10), Watkins (2009: 9) e Luecke (2009d: 19) 20 tecnologias, o que raramente é empregado pelas pequenas empresas, mesmo na sua forma mais simples e bruta. (MELO, 2008b). Alguns micro e pequenos empresários, todavia, dizem que os problemas maiores são a falta de crédito e o excesso de tributação. No que tange ao crédito, o mercado esbanja de recursos, principalmente os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, existem microempresas de segmentos específicos que fazem contratos de venture capital com estrangeiros para aganriar fundos.6 (PETTI, 2008). No campo tributário, o Governo Federal tem mais do que nunca criado legislações específicas de apoio, como a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2009?). Segundo Kanitz (2009), quando os “patriarcas” empreendedores que fundaram a empresa passam sua administração para os familiares, eles apresentam uma posição conservadora por medo de perder o status quo (posição adquirida). Segundo o autor, estes novos “empreendedores” em vez de profissionalizar a gestão preferem criar as “regras do jogo” para atender seus propósitos pessoais, como foi o caso da Sadia que após quarenta anos de sua fundação cometeu um erro gravíssimo: perder o foco do negócio da empresa. Em vez de se preocupar com seu negócio principal, frangos e suínos, preferiu especular com derivativos cambiais tomando um dos maiores prejuízos de todos os tempos. “Empresas familiares e de ‘empreendedores’ não seguem os preceitos da ciência da administração; criam organogramas para satisfazer as vontades do ‘empreendedor’ e estatutos que não precisam ser respeitados”. (KANITZ, 2009). Assim, lentamente cresce o número de micro e pequenas empresas que fecham. Em alguns anos este quadro é revertido e apresenta uma melhora. Todavia os números ainda são preocupantes. Como pode ser visto na Tab. 8, em 2000 a taxa de mortalidade das empresas com até 4 anos era de 59,9%. 6 Veja também Melo (2008a) 21 Tabela 8: Variação da mortalidade empresarial Anos de Ano de Taxa de Ano de Taxa de ∆ existência constituição mortalidade constituição mortalidade 2002 49,40% 2005 22,00% -27,40% Até 2 anos 2001 56,40% 2004 31,30% -25,10% Até 3 anos 2000 59,90% 2003 35,90% -24,00% Até 4 anos Fonte: SEBRAE (2005b: 16) Figura 06: Mortalidade empresarial por estado Fonte: (SEBRAE , 2005b: 18) Figura 07: Perfil dos empresários Fonte: Sebrae (2005b: 20) 22 Como pode ser percebido na Fig. 07, em 2005 apenas 30% dos empresários tinham ensino superior completo. O mais estarrecedor é que 52% dos empresários de empresas extintas têm ensino superior incompleto. Isto pode significar que começaram os estudos acadêmicos e pararam para abrir seu próprio negócio. Como não tinham completado os estudos, isto possivelmente ajudou no insucesso de suas empresas. Figura 08: Motivos para a constituição da empresa Fonte: Sebrae ( 2005b: 21) Como pode ser percebido na Fig. 08, em 2000/2002 20% dos empresários que abriram seu próprio negócio, o fizeram por estarem desempregados e não por atividade empreendedora. Também podemos perceber que os principais motivos de abertura de empresas em 2005 foram: desejo de ter o próprio negócio (60%), oportunidade de negócio (43%) e para aumentar a renda (37%). 23 Figura 09: Experiência anterior ou conhecimento do ramo de negócio Fonte: Sebrae (2005b: 21) Conforme a Fig. 09, um outro fato estarrecedor é que 46% dos empresários de empresas que fecharam em 2005 não tinham experiência anterior. Naturalmente quando se abre um negócio dificilmente se conhece todas as facetas do segmento, salvo se tiver trabalhado nele por muitos anos. Todavia é imprescindível ter um conhecimento mínimo do trabalho técnico desempenhado em empresas do segmento. Deve-se lembrar que quando um negócio é aberto, o empreendedor tem que executar tarefas de diversos departamentos ao mesmo tempo enquanto não tem condições de arcar com funcionários especilistas nestas áreas. Assim, pressupõe-se que o microempresário deve conhecer muito bem todas as áreas da empresa, principalmente os processos pertinentes ao produto principal. Para isso ele deve buscar aprender mais sobre o negócio, o que naturalmente é difícil quando se procura informações com os concorrentes. Atualmente o órgão que tem se destacado no atendimento a estes empresários é o SEBRAE. 24 Figura 10: Atividades exercidas após fechamento da empresa Fonte: Sebrae (2005b: 22) Conforme a Fig. 10, 59% dos empresários que fecharam a empresa em 2005 ou se tornaram profissionais autônomos ou abriram outra empresa. Isto significa que eles apresentam persistência e talvez tenham realmente desejo de ter um negócio próprio. Portanto, conclui-se que o motivo de fechamento está ligado principalmente a fatores externos ou falta de administração. Ainda que seja errado fazer generalizações exageradas, é visível como o empreendedor gosta de ter o que é seu e mesmo quando perde ele abre um outro negócio com o fim de continuar sua atividade empreendedora. Esta capacidade empreendedora sempre é a base de desenvolvimento e geração de riquezas microempreendedores, para a a sociedade. economia monopolizada. 25 seria Sem muito a mais presença fragilizada dos e Figura 11: Percentual de recuperação dos recursos Fonte: Sebrae (2005b: 30) Conforme a Fig. 11, em 2003 apenas 24% das empresas fechadas conseguiram recuperar pelo menos 50% do capital investido, sendo que 50% das empresas não conseguiram recuperar pelo menos metade do capital e 22% tiveram perda total dos recursos investidos. Este fato não somente afeta ao empresário e sua família em si, mas também tem grandes impactos no macroeconômico. Quando uma empresa fecha, os donos perdem o capital e os funcionários são demitidos o que acarreta em mais desemprego. Conseqüentemente são menos compradores potenciais o que vai afetar outras empresas e assim sucessivamente. 26 Figura 12: Assessorias úteis para enfrentar as dificuldades empresariais Fonte: Sebrae (2005b: 34) Conforme a Fig. 12, em 2005 as áreas que os microempresários mais sentiram necessidade de consultoria foi a financeira e organização empresarial. Além disso, em apenas 7% dos casos sentiu-se necessidade de consultoria mercadológica. Talvez esteja relacionado ao fato do desconhecimento do Marketing e seus princípios fundamentais, por achar que se trata somente de propaganda. Por conseguinte desduz-se que o relacionamento com o mercado é afetado a longo prazo, porque ainda que a empresa tenha uma política de relacionamento com o mesmo, não é uma política explícita e sólida. Por conseguinte, a empresa não consegue ouvir o mercado, já que o Marketing é o intermediário entre o mundo interno e externo. Um fato interessante é que muitos especialistas concordam em dizer que as micro e pequenas empresas muitas vezes aplicam o marketing melhor que as grandes, pelo menos temporariamente, devido ao seu porte e facildiade de relacionamento com o cliente. 27 2.3 MARKETING 2.3.1 Histórico e conceito Por muito tempo as empresas ignoraram os clientes. Em cada período do século passado, um modelo administrativo frisava um ponto de vista, mas nenhum deles observou atentamente o mercado. Todavia desde o começo do século XX certas atitudes começaram a moldar o modo como o mercado era visto. A Ford Motor Company produzia apenas automóveis preto do modelo “T”. Henry Ford afirmou há oitenta anos que “qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser desde que ele seja preto”.7 (CHIAVENATO, 2004: 51). Figura 13: Ford T Fonte: Liderança e Negócios (2009?) Como a Ford não escutou o mercado que ansiava por diversificações, a General Motors atendeu o mercado e tomou a maior parte do marketshare da 7 "Any customer can have a car painted any colour that he wants so long as it is black." Ford (2009). 28 Ford. Mas na década de setenta os consumidores queriam carros menores e mais baratos. A General Motors (GM) não percebeu e as montadoras japonesas tomaram conta do mercado americano provocando uma profunda crise em Detroit que teve seu ápice em outubro de 2008. Segundo Magalhães (2009) e Oliveira (2009b), até hoje a GM esforça-se para entender porque os compradores americanos preferem carros japoneses e alemães. As empresas supracitadas são organizações que aplicam os modelos administrativos desde seu principio. Tanto a Ford quanto a General Motors foram palco de desenvolvimento de modelos administrativos. Todavia os modelos anteriores a década de oitenta somente contemplavam o ambiente interno da empresa ou muito raramente alguns aspectos externos. Outro caso típico é a IBM que já foi considerada a maior empresa de tecnologia do mundo tendo o auge de sua glória no final da década de setenta e começo da década de oitenta. Neste período surgia um concorrente em miniatura para os gigantes mainframes: o microcomputador ou PC. A IBM por mais bem posicionada que estivesse foi lentamente perdendo mercado na mente dos consumidores (mindshare) e a arquitetura das redes de computadores foi se transferindo dos servidores para os Workstations. Atualmente a IBM ainda é uma empresa grandíssima, todavia não tem mais a glória de outrora. Isto aconteceu por sua orientação ao produto e não ao mercado, como será visto logo adiante. (KOTLER, 1998: 26-27). Com a queda do Muro de Berlim e fim do socialismo e conseqüentemente da Guerra Fria, os mercados intensificaram suas relações como nunca antes. Isto coincidiu com a abertura dos mercados e aumento extraordinário da concorrência. Foi só então que as empresas começaram lentamente a perceber o papel do cliente. Ele não era mais alguém que aceitava produtos de baixa qualidade, superfaturados, em processos que prejudicavam o meio ambiente e remunerava mal seus empregados. O cliente sozinho não era ninguém, mas unidos eles poderiam facilmente ditar as novas regras às empresas. Em entrevista concedida a ManagementTV (2008), Kotler afirmou que no último século, o Relacionamento com o Mercado lentamente foi se desenvolvendo. Este passou por três fazes distintas: nível operacional em que 29 era visto como uma forma de comunicação da empresa; nível tático, com a adoção de conceitos mais abrangentes como os 4 P’s de McCarthy, e por fim a nível estratégico, onde a empresa trabalhava com estratégias voltadas para o mercado. Figura 14: Estrutura básica de uma empresa Fonte: elaborado pelo autor Para Welsh (2008), as empresas ainda podem melhorar seu relacionamento com os clientes. Muitas empresas julgam que devido a rivalidade entre a concorrência não há como ter diferenciais, negligenciando este ponto. Segundo Kotler (1998: 13), “o sucesso de mercado é conquistado pelas empresas mais ajustadas aos imperativos ambientais atuais – aquelas que podem entregar o que as pessoas estão dispostas a comprar.” Afinal de contas, “consumidores são escassos; sem eles a empresa para de existir”. (KOTLER, 1998: 14). 30 Conseqüentemente um novo conceito tornou-se popular: a administração do relacionamento com o mercado, mais conhecida como Marketing. Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. (KOTLER, 1998: 27). Marketing é tão básico que não pode ser considerado uma função separada. É o negócio total visto do ponto de vista de seu resultado final, isto é, do ponto de vista do consumidor... O sucesso empresarial não é determinado pelo fabricante, mas pelo consumidor. (DRUCKER apud KOTLER, 1998: 22). O Marketing procura a lucratividade da empresa através da criação e entrega acertada de bens e serviços [...] é o grupo de ferramentas que uma empresa utiliza para desenvolver a oferta de seus bens e serviços objetivando o retorno necessário para o crescimento sustentado da organização. (GUEDES, 2008). O conceito de marketing afirma que a obtenção das metas organizacionais depende da determinação das necessidades e desejos de mercado-alvo e da entrega da satisfação desejada com mais eficácia e eficiência que os concorrentes. (KOTLER apud HOOLEY, SAUNDERS e PIERCY, 2005: 5). (O) marketing deve ser encarado como uma filosofia, uma norma de conduta para a empresa, em que as necessidades latentes dos consumidores devem definir as características dos produtos ou serviços a serem elaborados e as respectivas quantidades a serem oferecidas. (COBRA, 1997: 20). A execução das atividades de negócios que encaminham o fluxo de mercadorias e serviços do produtor aos consumidores finais, industriais e comerciais [formam a base do Marketing]. (MANZO, 1969: 24). O marketing envolve construir relacionamentos lucrativos e de valor com os clientes. Assim, definimos marketing como o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constroem fortes relacionamentos com eles para capturar seu valor em troca. (KOTLER e ARMSTRONG, 2007: 4). É função do Marketing reconhecer as necessidades e desejos não atendidos e satisfazê-los. Ou seja, as empresas pesquisam as necessidades das pessoas e procuram oferecer produtos que satisfaçam essas necessidades e tornem a vida mais fácil, contribuindo para elevar o padrão de vida da sociedade. (SEBRAE, 1995: 11). Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de trocas orientadas para a criação de valor dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos através de relacionamentos estáveis e considerando sempre o ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2009: 15). 31 Um estado mental corporativo que existe na integração e na coordenação de todas as funções de markting, as quais, por sua vez, fundemse com todas as outras funções corporativas para obter o objetivo básico de produzir lucros no longo prazo. (FELTON apud HOOLEY, SAUNDERS e PIERCY, 2005: 4). Marketing é um conjunto de atividades desempenhadas por organizações e também um processo social. Em outras palavras, marketing existe nos níveis micro e macro. (MCCARTHY e PERREAULT, 1997: 22). (O Marketing é) o desempenho das atividades comerciais que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE MARKETING apud LAS CASAS, 2009: 7). Pode-se considerar que sempre haverá a necessidade de vender. Mas o objetivo do marketing é tornar supérfluo o esforço de venda. O objetivo do marketing é conhecer e entender o cliente tão bem que o produto ou o serviço seja adequado a ele sozinho. Idealmente, o marketing deveria resultar em um cliente disposto a comprar. A única coisa necessária então seria tornar o produto ou o serviço disponível. (DRUCKER Apud KOTLER e KELLER, 2006: 4). Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, o preço, o planejamento e a distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais e organizacionais. (FERREL e LUCAS apud HOOLEY, SAUNDERES e PIERCY, 2005: 5). O Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para o cliente, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE MARKETING apud LAS CASAS, 2009: 7). Segundo Scharf (2007: 17), o Marketing é processo que observa e segmenta o mercado, compreende seus comportamentos, identifica as necessidades e desejos, pensa em soluções, viabiliza produtos éticos que contenham valor e proporcionem satisfação, comunica os benefícios, influencia o consumidor, facilita a compra, relaciona-se com o cliente no pós-venda, e com as informações adquiridas, cria vantagens competitivas e sustentáveis. Para Cobra (1997: 20-21), houve um momento na história da humanidade que foi preciso compatibilizar a capacidade produtiva das empresas com a demanda de mercado. Quando havia excesso de produção o mercado deveria ser estimulado a comprar. Quando havia excesso de demanda que os fornecedores eram incapazes de suprir no momento, havia 32 necessidade de dissuadir parte dos consumidores a não comprar, ou melhor, a adiar suas compras para um momento em que fosse possível atendê-las. Assim, para Cobra (1997: 21), “surge o papel de marketing, tentando estimular o consumo, reduzindo preços ou oferecendo vantagens e divulgando através da propaganda essas ofertas”. Segundo ele (1997: 32), no Brasil o Marketing ainda é visto apenas como publicidade e propaganda na maioria das empresas. McCarthy e Perreault (1997: 19) concordam com a postura de Cobra (1997: 32) no que diz respeito ao quase desconhecimento das pessoas com relação ao marketing. Para eles é preciso distingüir o micromarketing do macromarketing. O primeiro diz repeito às atividades organizacionais. O segundo analisa o fluxo macroeconômico. Cobra (1997: 24-25) define como atividades inerentes ao marketing o estudo do comportamento do consumidor, do preço, das compras, administração de vendas, gerência de produtos, comunicação mercadológica, marketing corporativo, marketing social, eficácia da produtividade do sistema de marketing, o papel do marketing no desenvolvimento econômico, a embalagem, as vias de distribuição, a pesquisa mercadológica, aspectos sociais e ecológicos no marketing, varejo, atacado, responsabilidade social, distribuição física, entre outras. Segundo Kotler (1998: 14) “é importante enfatizar que marketing não começa com um produto ou oferta, mas com uma busca de oportunidade no mercado”. Segundo a Kotler Management Group (2009?), “Marketing não é a arte de encontrar caminhos inteligentes para dispor daquilo que você faz. É a arte de criar valor genuíno para o cliente”.8 8 “Marketing is not the art of finding clever ways to dispose of what you make. It is the art of creating genuine customer value.” 33 2.3.2 Componentes de Marketing 2.3.2.1 Necessidades, desejos e demandas Segundo Kotler (1998: 27) e Kotler e Armstrong (2007: 4), necessidades é o conjunto de tudo que os seres humanos necessitam para sobreviver, é a privação de alguma satisfação básica, como alimentação e segurança. Desejo é uma particularização de uma necessidade, ou seja, é uma necessidade especial de um indivíduo. Demanda é o conjunto de pessoas que têm condições financeiras de satisfazer seus desejos. Cobra (1997: 37) salienta que para o marketing é muito importante conhecer o comportamento do consumidor. Partindo do pressuposto de que este estudo se dá principalmente através da análise das necessidades humanas, torna-se imperativo conhecê-las, sejam explícitas ou implícitas. Assim um ser humano necessita se alimentar. Ele pode ter desejo de comer lagostas assadas, todavia não ter condições financeiras de comprá-la o que não o caracteriza como demanda deste produto. Os objetivos de longo prazo da organização, sejam eles financeiros ou sociais, são bem atendidos ao se obter um alto grau de foco no cliente [...] (Assim surge) a necessidade de uma investigação detalhada dos desejos e das necessidades dos clientes, seguida de uma definição clara se a empresa pode antendê-los melhor, e como. (HOOLEY, SAUNDERS e PIERCY, 2005: 16) O objetivo do Marketing não é criar necessidades. Elas já existem e são as mesmas para todos, conforme descrito logo abaixo. O objetivo do Marketing é despertar e influenciar os desejos. Assim os seres humanos têm necessidade de locomoção, que pode ser a pé, a cavalo, carro de boi, camelo, elefante, etc. O Marketing vem para mostrar que andar com uma Ferrari ou Lamborghini é muito mais prazeroso. (KOTLER, 1998: 28). 34 Figura 15: Posicionamento superior do produto Fonte: Escolas João Franco (2009?) Apesar de parecer simples, a definição de quais necessidades ou desejos a empresa atenderá pode ser muito complicado, porque o cliente apresenta cinco tipos de necessidades/desejos: (KOTLER apud GUEDES, 2008): • Necessidades declaradas: aquilo que o cliente pede ao comprar o produto • Necessidades reais: aquilo que o cliente quer • Necessidades não-declaradas: aquilo que ele espera que a empresa faça • Necessidades de algo mais: o que o cliente gostaria que a empresa fizesse a mais • Necessidades secretas: necessidades subjetivas e ocultas dos clientes Assim uma pessoa que quer cortar cabelo, tem uma necessidade real de diminuir o tamanho do cabelo. Sua necessidade não-declarada é que o cabeleleiro corte seu cabelo corretamente conforme sua especificação. Mas ele quer algo mais: quer um tratamento de beleza. Mas sua necessidade secreta é estar bonito por status. Segundo Cobra (1997: 38-40), tão importante quanto saber que as necessidades existem, é classificá-las corretamente. Para ele, elas podem apresentar as seguintes classificações paradoxas: a) Primárias e secundárias 35 b) Internas e externas c) Conscientes e inconscientes d) Classificação psicológica de Maslow 2.3.2.1.1 Pirâmide de Maslow Com os estudos de Abraham Maslow na primeira metade do século XX, passamos a conhecer a classificação das necessidades que ele estruturou na Pirâmide das Necessidades. (COBRA, 1997: 40). Os seres humanos apresentam as mesmas necessidades, mas que aparecem como desejos diferentes. Um homem tem como necessidades básicas comida, bebida, vestimentas e calçados, por exemplo. Figura 16: Pirâmide de Maslow Fonte: Desenvolvido pelo autor Apresentam como necessidade de segurança um abrigo e estabilidade na sua função, por exemplo, no emprego. Além disso, ele tem necessidade de relacionamentos para manter um vínculo social com outras pessoas que 36 apresentam as mesmas necessidades. Após isso, ele sente necessidade de status, para sobressair aos demais. Por fim, necessidade de autorrealização para sentir-se completo. McCarthy e Perreault (1997: 117) afirmam que as necessidades básicas são de caráter biológico englobando comida, bebida, descanso e sexo. As necessidades de segurança dizem respeito à proteção e a manutenção do bem-estar físico do indivíduo. As necessidades sociais dizem respeitos aos relacionamentos que o indivíduo mantem. E por fim as necessidades pessoais dizem respeito à satisfação do indivíduo particularmente. Las Casas (2009: 157) afirma que os seres humanos sentem necessidade por comida, bebida, abrigo e sexo. Somente quando estas necessidades forem atendidas o indivíduo será capaz de se preocupar com necessidades superiores. É importante frisar que as necessidades às vezes não aparecem exatamente nesta ordem. Muitas pessoas não têm satisfeitas as necessidades de relacionamento e buscam por conseqüência status, para tentar se aproximar das outras. Em outros casos, grandes líderes da raça humana que viveram em ambientes turbulentos, não tinham satisfeitas suas necessidades básicas e de segurança, mas almejavam a auto-realização. Também é preciso lembrar que certas necessidades são mais visíveis em uma etapa, mas aparecem por sinal em todas com sentidos diferentes, o que o marketing facilmente percebe e explora. Assim a comida é básica porque mata a fome, é segurança porque garante a sobrevivência a longo prazo, é social, porque o ato de se alimentar é algo que se faz em conjunto e é status, porque pode-se comer um alimento por posição social. 2.3.2.1.2 Estudo da Demanda Segundo Pinho e Vasconcellos et al (2006: 66), do ponto de vista econômico, a demanda é influenciada por 4 fatores: o preço do produto, o preço dos outros produtos (complementares e substitutos), a renda do indivíduo e suas preferências pessoais. 37 Assim quem vai a um restaurante desejando comer um filé de peito de frango observa em primeira mão o seu preço para verificar se tem poder aquisitivo para comprá-lo. Em seguida ele verifica o preço dos produtos complementares como o arroz. Após isso verifica o preço dos produtos substitutos. Por exemplo, o filé de peixe é 70% mais barato do que o de frango. Neste caso dependendo do seu poder aquisitivo e desejo, ele pode trocar o produto por um substituto. Mesmo que o filé de fígado custe 98% menos do que o de peito de frango, se o consumidor não gosta deste produto, ele jamais comprará a despeito do preço. Las Casas (2009: 141) afirma que a demanda é o volume total que um mercado está absorvendo em determiando período considerando determinado ambiente e determinado nível de atividades mercadológicas. Além disso, a empresa também deve estimar o potencial do mercado que é capacidade total de um mercado absorver um determiando produto, conforme a Fig. 17. Figura 17: Potencial e demanda de mercado Fonte: Las Casas (2009: 141) Assim sendo, segundo Pinho e Vasconcellos et al (2006: 67), a demanda é expressa matematicamente por: Dx = f(Px, P1, P2...Pn-1, R, G) 38 Sendo: “Dx” a demanda do bem x, “Px” o preço do bem x, “Pi” o preço dos outros bens, i = 1, 2, ... n-1, “R” a renda “G” preferências. O preço de um bem é diretamente proporcional a sua demanda. Isto significa que aumentando-se a demanda por um determinado produto sem que sua oferta aumente proporcionalmente, o preço dele tende a subir. De semelhante modo, se a oferta do bem aumentar sem aumento proporcional da demanda, o preço tende a cair. Ambos os casos para produtos elásticos em coeteris paribus. (PINHO e VASCONCELLOS et al, 2006: 67-68). Figura 18: Representação da elasticidade da demanda Fonte: Pinho e Vasconcellos et al (2006: 68) Um estudo de demanda deve levar em consideração também que o senso de utilidade de um produto cai proporcionalmente a sua oferta e disponibilidade. Assim quando damos uma barra de chocolate a uma criança o senso de utilidade será total. Se dermos duas, a utilidade aumenta, mas não na mesma proporção e assim sucessivamente chegando ao ponto de o acréscimo 39 de outra barra não aumentará perceptivelmente a utilidade dela, como pode ser visto na Fig. 19. Figura 19: Representação de utilidade versus quantidade Fonte: Pinho e Vasconcellos et al (2006: 107) 2.3.2.2 Produtos Segundo Kotler e Armstrong (2007: 5), Cobra (1997: 150) e Kotler (1998: 28), o produto é o meio de satisfazer uma necessidade. Partindo do pressuposto que necessidades geram desejos e desejos geram demanda, quando respaldados pelo poder de compra, os produtos vem para satisfazer estas necessidades, desejos e demanda. O produto é classificado em Bens, Serviços e Idéias. Bens são produtos tangíveis. Serviços são produtos intangíveis. Idéias são conceitos de utilidade 40 escondidos nos bens e serviços. Todo produto apresenta serviços e idéias, mas nem todos apresentam bens. É importante frisar que ninguém compra um bem por puro prazer, mas sim pelo serviço que o bem presta a si. (KOTLER, 1998: 28). Assim quando compramos um automóvel, ele nos presta o serviço de locomoção e a idéia de agilidade. Ao irmos ao cabeleleiro nos é prestado o serviço de corte de cabelo e a idéia de ser mais bonito ou formal. Ao fazermos um curso, nos é vendido a idéia de nos transformarmos em um profissional. Além dos Bens, Serviços e Idéias, também temos Pessoas, como quando vamos ao teatro, Local, como quando passamos as férias em uma praia, e Organização, como quando, formamos um grupo de exercícios físicos. Entretanto é importante ressaltar que a despeito do tipo de produto, todos eles passam uma Idéia. (KOTLER, 1998, 28). Figura 20: representação dos tipos de produtos Fonte: figura desenvolvida pelo autor Lovelock e Wright (2003: 16-17) afirmam que o marketing de serviços é bem diferente do marketing de bens. Em empresas produtoras de bens, ainda que os clientes estejam interessados no serviço prestado pelo produto, o 41 relacionamento dos clientes com a empresa é baixo. Já em empresas prestadoras de serviços o relacionamento com o cliente é às vezes mais importante do que o serviço em si. Nestes casos dizemos que estas empresas estão mais próximas de entender as reais necessidades dos clientes. Segundo Vasques (2004), quando a empresa foca no seu produto em vez de as necessidades dos clientes, ocorre o que Theodore Levitt chamou de Miopia de Marketing. Este processo apesar de lento fatalmente matará a empresa. Pode-se tomar como exemplo a Olivetti que foi a maior empresa que fabricava máquinas de escrever do mundo. (KOTLER e ARMSTRONG, 2007: 5). Todavia ela não entendeu que ninguém queria máquina de escrever e sim um meio máis rápido e sofisticado de escrever. Quando o computador apareceu, a empresa fatalmente pereceu. Portanto, é imprescindível que a empresa esteja atenta às necessidades de mercado e que seu produto seja adequado à estas tendências. Figura 21: Fases de desenvolvimento de um produto Fonte: Cobra (1997: 158) 42 2.3.2.2.1 Oportunidades de mercado Para McCarthy e Perreault (1997: 63-65), é importante frisar que existem quatro modelos básicos que relacionam os produtos com os mercados. Essas combinações estão diretamente ligadas às oportunidades de mercado encontradas, podendo desenvolver ou penetrar em mercados, bem como desenvolver ou diversificar produtos. Segundo os autores, quando um produto existe e o mercado também, a empresa utiliza de técnicas de penetração de mercado ou seja, maneiras de posicioná-lo no mercado. Nesta estratégia, utiliza-se de meios agressivos de conquistar novos clientes. McCarthy e Perreault (1997: 64) afirmam que no desenvolvimento de mercado, a empresa procura novos clientes para um produto utilizando-se muitas vezes de re-segmentação e utilização de outras mídias. Segundo os autores, às vezes é necessário a empresa desenvolver um novo produto para atender o mercado atual. Assim, uma empresa de software lança novas versões de programas para seus clientes a fim de que continuem a comprar mais produtos. E por fim, McCarthy e Perreault (1997: 64) também afirmam que às vezes é necessário diversificar o portifólio da empresa, oferecendo novos produtos para novos mercados. É comum também a aquisição de outras empresas a fim de oferecer produtos completamente diferentes da vocação inicial da empresa 43 Figura 22: Oportunidades de mercado Fonte: McCarthy e Perreault (1997: 64) 2.3.2.3 Valor, custo e satisfação Segundo Kotler (1998: 27-28) e Kotler e Armstrong (2007: 5), todo ser humano apresenta necessidades. Elas se particularizam através de desejos. Estes desejos podem ser múltiplos e no ato da escolha do produto ideal, o consumidor muitas vezes tem que decidir entre uma particularidade e outra, o que chamamos de custo de oportunidade. Assim, se alguém precisa de um meio de transporte, ele escolherá o produto dependendo do valor, velocidade, comodidade, segurança, praticidade, pessoalidade, etc. Uma bicicleta é mais barata que um carro, mas é mais lenta. Um carro é mais prático que um taxi, por sua disponibilidade, mas demanda um alto investimento inicial. Para Las Casas (2009: 29), “a criação de valor passou a adicionar novo conceito à satisfação de desejos e necessidades dos consumidores na sua formulação clássica”. Assim a empresa tem que criar características relevantes para os clientes que estão cada vez mais conscientes das diferenças entre as ofertas de mercado. Quando o consumidor avalia o custo de abrir mão de uma premissa para decidir entre um produto e outro, ele está avaliando o custo de oportunidade. 44 Assim, diz-se que todo produto apresenta custo de produção, preço de venda, valor percebido e custo de oportunidade. (KOTLER, 1998: 28). O custo de produção é a soma de todos os gastos que inferiram direta ou indiretamente sobre o produto. Preço de venda é o custo de produção agregado à margem de lucro. Valor é como o produto é percebido pelo cliente. Para a definição de valor, ele avalia o custo de oportunidade. Assim ele não acha algo caro ou barato pelo seu preço em si, mas pela diferença entre seu preço e o de outros produtos semelhantes. Além disso, ele leva em consideração a expectativa em relação ao obtido, o que pode ser conseguido com experiências passadas. (KOTLER e ARMSTRONG, 2007: 5). Assim para haver satisfação do consumidor, ele tem que considerar aquele produto a melhor escolha e que gera mais benefícios, ao menor custo financeiro possível. (KOTLER, 1998: 28). 2.3.2.4 Troca e transações Segundo Kotler (1998: 28), para obterem o que necessitam e desejam, os seres humanos dispõe de quatro formas: produzir um produto que atenda as suas necessidades; usar coerção (roubo) para conseguirem que alguém lhes dê algo em troca de não serem feridos; mendicância, implorar por algo e em troca terão gratidão; e por fim a troca. Para haver troca, é necessário que haja pelo menos duas pessoas envolvidas, que cada uma tenha algo para oferecer a outra, que elas sejam capazes de se comunicarem e terem liberdade de aceitar ou não a proposta e que cada uma julgue em condições de lidar com a outra. (KOTLER, 1998: 28). Segundo Watkins (2009: 22-23), Kotler e Armstrong (2007: 6) e Kotler (1998: 28), quando a negociação é realizada com sucesso, ocorre a troca de produtos. Este processo tem uma profunda relação com as características dos indivíduos envolvidos, já que podem usar poder de barganha, seja como cliente, seja como fornecedor, para obterem aquilo que considerem a melhor vantagem. 45 Em uma economia de subsistência, cada unidade familiar produz tudo o que consome. Não há necessidade de troca de bens e serviços. Cada unidade produtora-consumidora é totalmente auto-suficiente, embora, geralmente, seu padrão de vida seja relativamente baixo. Não há marketing, porque marketing não ocorre a menos que duas ou mais partes estejam dispostas a trocar algo. (MCCARTHY e PERREAULT, 1997: 24). Segundo Kotler (2009a: 42), Tassinari (2009) e Menezes (2003: 132), muitas empresas ainda andam na contramão das tendências mundiais, considerando que a venda é puramente atingir um marketshare. As organizações que pensam assim, freqüentemente tratam a troca como um mercado de massa. Todavia este processo de negociação cada vez mais apresenta um relacionamento muito direto com o cliente, envolvendo a expectativa futura de volta dele a empresa. Para Kotler e Armstrong (2007: 5), “o profissional de marketing tenta gerar uma resposta para alguma oferta de mercado (e isso é conseguido através de troca).” Figura 23: representação das trocas em nível macroeconômico. Fonte: Pinho e Vasconcellos et al (2006: 10) 46 2.3.2.5 Relacionamentos e redes Para Kotler (1998: 30), Kotler e Armstrong (2007: 6) e Perfeito (2008), é de fundamental importância que a empresa mantenha um bom relacionamento com os clientes a longo prazo, ou seja, não querer explorar um cliente agora e perdê-lo para sempre. Os clientes devem ser selecionados, e os mais rentáveis devem ter tratamento especial. Em vez de uma compra esporádica, o marketing de relacionamento deve criar compras rotineiras num sistema de negociação “ganha-ganha”. Segundo Guilherme Neto (2008), isto impacta diretamente nos resultados da empresa. 2.3.2.6 4 P’s Segundo Cobra (1997: 28), Jerome McCarthy desenvolveu uma metodologia de análise tática de marketing chamada 4 P’s que se tornou vastamente utilizada para desenvolvimento de estratégias práticas de marketing. Esta metodologia contempla os seguintes tópicos: • Produto: é o que a empresa está oferencendo • Preço: é a quantificação monetária do produto • Praça: é o ponto de venda e os canais até ele • Promoção: é a publicidade, merchandising e comunicação McCarthy e Perreault (1997: 48) afirmam que “um produto não é bom para o consumidor se não estiver quando e onde for desejado”. Para isso, a empresa deve dispor de um bom canal de distribuição, que nada mais é que o conjunto de empresas e indivíduos entre a empresa e os consumidores. Os autores também afirmam que é imprescindível fixar o preço corretamente, bem como ter estratégias de promoção de vendas. Todavia, cada item varia de acordo com a orientação da empresa. 47 2.4 Estratégias de Marketing 2.4.1 Tipos de orientação Segundo Kotler (1998: 33-35), as atividades e processos inerentes a empresa podem ser orientados de maneiras diferentes para atingir propósitos distintos. O modo como a empresa se orienta está ligado diretamente ao produto que ela oferece e qual idéia ela quer passar para o consumidor. Estas orientações comumente aparecem cronologicamente conforme a ordem abaixo. Todavia é importante frisar que esta ordem de desenvolvimento não é por igual em todos os países ou segmentos. Tanto que percebemos que a maioria das indústrias brasileiras seguem orientação de produção ou produto. O comércio e vajero seguem predominantemente a orientação de vendas. Já a orientação de Marketing e Marketing Societal são poucas as que seguem e muitas vezes são multinacionais. 2.4.1.1 Produção Para Kotler (1998: 35), empresas que se orientam para produção buscam ter eficiência produtiva. Isto é conseguido tendo uma grande produção a custos baixos cujos produtos sejam amplamente distribuídos. Para esta orientação o lucro vem com a quantidade, e não com a pequena margem em si. Estas empresas decidem aumentar a produção para diminuir os custos fixos. Elas investem em novas formas de produção a fim de expandir o mercado e atender a uma alta demanda. Isto é tipico de países em desenvolvimento, todavia aparecem também nos mais variados setores da sociedade. McCarthy e Perreault (1997: 35) afirmam que durante o período conhecido como era de produção, as empresas tinham em mente que se pudesse ser produzido então seria vendido 48 A maior parte dos produtos e serviços é comercializada em mercados de concorrência perfeita, isto é, mercados com grande quantidade de concorrentes, em que o preço é definido pela própria concorrência junto às leis de oferta e procura. Nesses mercados, os produtos e conhecimentos são relativamente homogêneos, há grande mobilidade de recursos e livre entrada e saída de novos concorrentes. Em mercados de concorrência perfeita, uma empresa não tem muito poder sobre o preço, que normalmente já é definido pelo mercado em um limite mínimo de lucratividade, e não possui grandes diferenciais tecnológios, já que os recursos tecnológicos e o seu conhecimento estão disponíveis a todos. A menos que sua empresa esteja em um mercado do tipo monopólio ou oligopólio, ela deve enfrentar os desafios diários de um mercado competitivo. Portanto, o grande diferencial que uma empresa pode ter é uma boa gestão estratégica, gerenciamento eficiente e alto desempenho opercaional. (BUENO, 2007: 11). Segundo Las Casas (2009: 8), no início do século XX, quando predominou a orientação de produção, a demanda era maior do que a oferta, já que os consumidores ansiavam por produtos e serviços. Esta orientação foi característica marcante do modelo de produção fordista. 2.4.1.2 Produto Segundo Kotler (1998: 35-36), outras empresas são orientadas para o produto e diferenciação. Isto é conseguido através de alta qualidade e inovação contínua. Para tanto a empresa procura desenvolver ou recriar um produto para torná-lo mais chamativo. Todavia é muito comum acontecer a miopia de marketing já discutida. Isto ocorre porque nestes casos, a empresa se apaixona pelo produto e acha que o cliente também irá se apaixonar. Às vezes o produto oferecido realmente tem características técnicas superiores, todavia se o mercado não percebe ou demanda esta diferenciação, torna-se inútil. É muito comum desenvolverem produtos sem pesquisa de mercado e sem participação direta ou indireta dos clientes. O produto é projetado, produzido, orçado, distribuído e só então é que se percebe que não era aquilo que o mercado desejava. (KOTLER, 1998: 36). Cronologicamente, esta orientação seguiu-se da anterior (produção) e foi comum, por exemplo, na General Motors. 49 2.4.1.3 Venda As empresas orientadas para vendas são aquelas que acreditam que o consumidor não pretende comprar o produto e por isso tendem a fazer campanhas agressivas de venda e propaganda. São mais comuns em grandes varejistas e empresas que vendem produtos pouco buscados, como serviço funerário. (KOTLER, 1998: 36). Nestes casos, a empresa se interessa exclusivamente na venda, negligenciando completamente o pós-venda e conseqüentemente a satisfação dos consumidores. Algumas vezes, não agem de forma agressiva, mas seu objetivo é a venda. Assim, comumente conseguem altos lucros em primeira instância, mas os clientes, não voltam a comprar, bem como se sentirem enganados procuram órgãos de defesa do consumidor. Para Las Casas (2009: 8), durante a década de trinta surgiram as primeiras evidências do excesso de produção. Isto levou as empresas a adotarem uma postura mais agressiva quanto as vendas, já que a oferta estava superando a demanda. McCarthy e Perreault (1997: 35) afirmam que durante o período conhecido como era de venda que começou em 1930, as empresas tinham sua capacidade produtiva superior a capacidade de compra das pessoas (demanda). Por isso as empresas começaram a disputar mercado e ter campanhas de vendas agressivas. É importante frisar que a venda é importante, mas é somente a ponta do icerberg. Existem muitas coisas que ocorrem antes da venda e depois dela. Assim não basta vender e não se importar com a satisfação dos clientes, já que como sabemos, um cliente satisfeito, muitas vezes nem conta que está, mas um insatisfeito conta para pelo menos dez pessoas. (KOTLER, 1998: 36). 50 Figura 24: Processo de venda Fonte: Kotler (1998: 38) 2.4.1.4 Marketing Segundo Kotler (1998: 37), as empresas com orientação de marketing invertem o processo acima, ou seja, em vez de ser um processo endógeno, de dentro para fora, é um processo exógeno, de fora para dentro. A criatividade, diferenciação e produção não são desenvolvidos na empresa para somente então serem vendidos. Na verdade são encontradas no mercado para só então serem incorporadas a empresa. Portanto, empresas que seguem esta orientação procuram segmentar o mercado corretamente selecionando somente as pessoas que tem plena capacidade de atender. (KOTLER, 1998: 38). Para tal façanha, a empresa pode utilizar duas estratégias: hipersegmentação em mercado existente e redesenho de produtos (ou seja, criar um oceano azul no meio de um vermelho), ou ainda desenvolvimento de novos mercados ainda não explorados ou percebidos (criar um oceano azul). (KIM e MAUBORGNE, 2005: 4-5). McCarthy e Perreault (1997: 35) afirmam que durante o período conhecido como era de marketing as empresas juntaram todas as atividades relativas a vendas, atendimento, pesquisas e desenvolvimento de produtos em um único lugar: o departamento de marketing. Las Casas (2009: 8) afirma que foi durante a década de cinqüenta que as empresas começaram a perceber o papel do cliente em uma economia capitalista globalizada. Assim as grandes empresas, principalmente as multinacionais, começaram a investir no relacionamento com os clientes. 51 Conseqüentemente, as vendas deveriam acontecer somente após conhecidas as necessidades dos consumidores. Figura 25: Diferentes enfoques de comercialização Fonte: Las Casas (2009: 10) Para que a empresa possa atender corretamente as necessidades dos clientes, ela deve buscar entender as necessidades reais e não somente as declaradas.9 Empresas que apenas atendem as necessidades declaradas utilizam marketing responsivo. As que procuram entender as necessidades reais utilizam marketing criativo. (KOTLER, 1998: 38). Assim, quando o cliente pede uma furadeira em uma loja de materiais de construção, o que ele quer é o furo. O vendedor que utiliza marketing responsivo irá vender a furadeira que o cliente pediu. Já o vendedor que utiliza marketing criativo vai vender uma solução para fazer buracos. Caso tenha uma ferramente melhor ele irá oferecê-la. “A chave para o Marketing é entender as necessidades reais dos consumidores melhor do que os concorrentes”. (KOTLER, 1998: 38). 9 Para mais informações, veja o item “2.3.2.1 Necessidades, desejos e demandas” 52 Figura 26: Processo de marketing Fonte: Kotler (1998: 38) A importância de atender as necessidades reais dos clientes se baseia no fato de que as vendas da empresa decorrerem de consumidores leais e consumidores novos. O “x” da questão é que em média fica cinco vezes mais caro conseguir um novo cliente do que manter os que tem. Por isso as empresas supracitadas que utilizam orientação de vendas tendem a sumir do mercado a medida que a concorrência aumenta e os clientes têm mais opções de compra. (KOTLER, 1998: 39). Segundo Kotler (1998: 39), clientes satisfeitos mantêm-se leais, compram mais, elogiam a empresa, são menos sucetíveis aos apelos da concorrência e preço, dá idéias a empresa e procura participar dos processos dela. O fato de reclamarem dos produtos é algo muito importante para todas as empresas. Ao partir do pressuposto que produtos perfeitos não existem, percebe-se que quando os clientes não reclamam, eles apenas deixam de comprar e vão para a concorrência. Para Scharf (2007: 16) e Las Casas (2009: 48), nas empresas orientadas para o Marketing é imprescindível uma integração interdepartamental de forma que todos os funcionários entendam a importância da satisfação dos clientes. As empresas somente devem oferecer aquilo que tem capacidade de executar. Assim os funcionários devem ser treinados para desempenharem corretamente suas funções. Neste momento surgem dois conceitos: o marketing externo e o marketing interno. Enquanto o marketing externo procura agradar os clientes, o marketing interno procura a conscientização dos funcionários para o papel de 53 cada um no processo de satisfação dos clientes. É uma união entre o Marketing e o Recursos Humanos. Figura 27: Pirâmidade organizacional Fonte: Kotler (1998: 41) 2.4.1.4 Marketing Societal Com o passar dos anos, os consumidores tornaram-se cada vez mais cônscios do seu papel na sociedade e passaram a exigir mais das empresas. Aquela forma de capitalismo selvagem muito comum até a década de 80 começou muito lentamente a mudar para um capitalismo socialmente responsável. (KOTLER, 1998: 43-44). Segundo Kotler (1998: 44), problemas climáticos, problemas sociais, mortalidade, devastação ambiental, criminalidade, extinção de animais e corte de florestas se tornaram temas muito comuns na midia nos últimos anos. Onde é que as empresas se colocam? Por mais ajustada aos consumidores que a orientação de marketing fosse, ela o era apenas no curto prazo. Muitas necessidades atendidas geram males a longo prazo. Quando uma fabricante produz um sabão em pó que deixa as roupas mais brancas ele está atendendo às necessidades dos clientes, mas e quanto a poluição ambiental? Quando uma cadeia de fastfood oferece comida rápida 54 ela está atendendo às necessidades dos clientes, mas como fica saúde deles a longo prazo? (KOTLER, 1998: 44). Para McCarthy e Perreault (1997: 35), mesmo quando a empresa foca seus esforços em atender os desejos dos consumidores, pode haver efeitos colaterais sobre a sociedade a logo prazo. A fabricante de armas atende o desejo do consumidor, mas e as conseqüências? Certos alimentos e produtos tem efeito benéfico a curto prazo, mas como passar do tempo tornam-se vilões. Um exemplo clássico é o amianto, uma substância usada no revestimento de casas e que foi largamente usado no século XX, mas é considerado hoje uma das substâncias mais perigosas. O marketing societal assume que a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvos e atender às satisfações desejadas mais eficaz e eficientemente do que os concorrentes, de maneira a preservar ou ampliar o bem-estar dos consumidores e da sociedade. KOTLER, 1998: 44). É importante frisar que empresas que adotam uma postura socialmente responsável freqüentemente costumam ser atacadas na midia. As pessoas questionam se ela realmente está interessada em proteger o meio ambiente ou se quer apenas vender mais. Além disso, dizem que o fato de se associarem a temas de relevância socio-mabiental faz com que os consumidores sintam na obrigação de comprar seus produtos, o que não deixa de ser uma forma de manipulação. (KOTLER, 1998: 45). Segundo Oliveira (2009a), isto ocorre principalmente devido a maquiagem verde que muitas empresas empregam com o intuito de vender mais. Assim não basta realmente se posicionar como uma empresa socialmente responsável. É imprescindível que todas as suas ações sejam orientadas para esse propósito. Muitas empresas criam programas sociais ou de conscientização, mas negligenciam outros aspectos do negócio. Segundo Media Crear Blog (2009), a marca multinacional Dove criou uma campanha publicitária que mostra como as crianças são alvo de ataque da indústria de cosméticos e que seus pais devem previni-las disso. Em resposta, a ONG ambientalista Greenpeace lançou uma campanha censurando a Dove por comprar óleo de palma de empresas que desmatam a Indonésia. A 55 mensagem é clara: adianta se preocupar com uma coisa se outras muito piores acontecem? Analisando as orientações acima na visão de Kotler e os princípios da Estratégia do Oceano Azul de Kim e Mauborgne, conclui-se rapidamente que a sobrevivênvia a longo prazo está ligada aos diferenciais competitvos que a empresa apresenta, mas isso somente é percebido caso ela segmente corretamente o mercado. 2.4.2 Branding Na definição da Pact Consulting Telecom (2009), o Marketing de Relacionamento deve prover aos clientes da empresa qualidade da experiência, o que somente pode ser “construído a partir da execução de iniciativas de comunicação corporativa, publicidade, ações no ponto de venda, embalagens, diferenciais nos produtos, tipos de abordagem, conhecimento dos vendedores, qualidade do SAC”, dentre outras coisas. Tudo isso visa criar uma percepção superior da marca na mente dos consumidores. Para Kotler (2003: 118), “marca é qualquer coisa que envolva significado e associações. As marcas fazem mais: conferem colocação e ressonância a um produto ou serviço”10. Conforme descreve Scharf (2007: 74), a marca é um dos principais ativos da empresa. Ela é o centro de um processo de comunicação integrada de marketing que visa sua gestão para um ótimo retorno dos investimentos. O processo de comunicação integrada de marketing recebe o nome de Branding. Segundo Agostini (2009), para a construção de uma marca eterna a empresa não deve ofecer muitos produtos diferentes em um curto intervalo de tempo, o que impede a fixação do conceito da marca na mente dos consumidores (mindshare). Para tanto o processo de construção de uma marca deve ser lento e basear-se exclusivamente na percepção de mercado, e não nas percepções da empresa. Segundo Troiano (2009) “as marcas devem evitar mudanças bruscas de orientação na relação com o mercado”. Ele diz que a mudança brusca de 10 Veja também Juliboni (2009) e Gianini (2009) 56 posicionamento da marca tem efeitos prejudiciais a empresa uma vez que o histórico da empresa é fator preponderante na percepção da mesma. Kotler (1998: 393), define marca como “um nome, termo, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los dos concorrentes.” Segundo Cobra (1997: 206), “a marca faz parte do composto do produto, e é fator preponderante na adaptação do produto ou do serviço à satisfação das necessidades perceptíveis dos consumidores”. O nome da empresa ou logotipo, quando visualizado pelo (consumidor), já diz muito sobre a finalidade e a consistência da mensagem. Então, não há dúvida, a marca influencia diretamente no envolvimento do público com suas campanhas de [...] marketing. (REINA, 2009). Segundo Troiano (2009) “a única forma de administrar marcas de qualquer negócio é entender em profundidade o que pensa e o que sente o seu consumidor”. Para Reina (2009), a rentabilidade da empresa é aumentada quando ela possui uma boa marca. Campanhas de marketing verdadeiramente segmentadas adicionam clientes a carteira da empresa. Segundo Scharf (2007: 75), em mercados de alta concorrência fica cada vez mais difícil posicionar uma marca baseada apenas em seus atributos técnicos e físicos que podem ser facilmente copiados. Para ele, as marcas administradas corretamente tem um forte apelo emocional, de forma que fiquem na mente dos consumidores não somente pelos seus atributos técnicos, mas também e principalmente por seu posicionamento. Segundo Troiano (2009) “o consumidor é movido pelas emoções. Isso não quer dizer que ele seja irracional. Ele procura marcas que tenham valor e que de fato realize o seu desejo.” Para o autor, “quando se lança um produto com uma marca nova, é difícil convencer o consumidor e até o varejo para abrir espaço na gôndola”. Assim, a criação de uma nova marca pode sair muito caro, mas partindo-se de uma marca bem construída, podemos criar uma plataforma de extensão que gera muitas “submarcas” vinculadas a ela. 57 Ele também afirma que é muito importante medir a performance das marcas. Isto pode ser feito através de Return on Investment (ROI) e Return on Brand Investment (ROB), sendo este último o mais recomendável. Calcula-se então o valor da marca no período zero, depois no um, no dois, e assim sucessivamente verificando qual foi o acréscimo que ela sofreu. Todavia segundo Guilherme Neto (2009) a maioria das empresas e gerentes de marketing não aplicam os métodos por desconhecimento ou medo. Segundo Ogilvy apud Kotler (2003: 118), “qualquer imbecil pode criar um negócio, mas só a genialidade, a fé e a perseverança constroem marcas”. Kotler (2003: 119) cita que marcas fortes geram clientes fiéis. Os donos das motos Harley Davidson raramente mudam para outra marca. Quem usa um Macintosh da Apple permanece fiel sempre. 2.4.3 Segmentação de mercado Kotler (2003: 206) cita que antigamente quando perguntadas qual o tipo de consumidor que atendiam, todas as empresas respondiam que a todos eles. Atualmente qualquer profissional de marketing sabe que é impossível atender muitos consumidores com desejos diferentes através do mesmo produto. Há inclusive um provérbio que diz que não há fórmula para o sucesso, mas há uma para o fracasso: tentar agradar todo mundo. Nenhuma empresa pode operar em todos os mercados e fazer um bom trabalho dentro de um mercado muito amplo. Elas trabalham melhor quando definem cuidadosamente seu mercado-alvo e preparam um programa de marketing sob medida. (KOTLER, 1998: 37). Cobra (1997: 71) define segmentação como sendo “uma subdivisão do mercado global de uma empresa em parcelas o mais homogêneas possível, com o fito de formular estratégias de marketing”. Para Hooley, Saunders e Piercy (2005: 202-203), “a segmentação de mercado descreve como os profissionais de marketing podem dividir o mercado em grupos de clientes similares, quando existem diferenças significativas entre esses grupos”. 58 Las Casas (2009: 156-168) afirma que existem fatores internos e externos que influenciam o comportamento do consumidor perante os produtos, marcas e empresas. Os fatores internos estão ligados a sua motivação, a sua aprendizagem, sua percepção, atitudes e personalidade. Os fatores externos estão ligados a sua família, sua classe social, seus grupos de referência e sua cultura. Para Scharf (2007: 34), além da segmentação do mercado-alvo, a empresa também deve “segmentar” seus produtos de acordo com seu propósito. Assim a constituição de Unidades Estratégicas de Negócio para atender mercados distintos é imprescindível para uma segmentação eficaz. Para Kotler e Caslione (2009: 1), em períodos de crise a empresa precisa deixar de lado muitos dos princípios até então seguidos. Ela deve mensurar as reais oportunidades que o mercado apresenta e entender que quanto mais estreito o nicho de mercado, menos efeitos as crises terão sobre ela. (DONDA, 2008). Figura 28: Posicionamento competitivo e segmentação do mercado Fonte: Hooley, Saunders e Piercy (2005: 197) Kotler e Armstrong (2007: 164) afirmam que a segmentação de mercado “envolve a divisão de um mecado em grupos menores de compradores com necessidades, características ou comportamentos diferentes que podem requerer produtos ou mixes de marketing distintos”. Para eles “o mercado é constituído de clientes, que diferem uns dos outros de uma ou mais maneiras”. 59 Para McCarthy e Perreault (1997, 67), “segmentação de mercado é um processo de duas etapas: (1) nomear mercados-produtos amplos e (2) segmentar esses mercados-produtos amplos para selecionar mercados-alvo e desenvolver compostos de marketing adequados. Segundo Hooley, Saunders e Piercy (2005: 202-203), “algumas das questões-chave na segmentação do mercado se concentram nas bases sobre as quais a segmentação deve ser construída, e no número de segmentos identificáveis como alvos em um mercado específico”. 2.4.3.1 Níveis de segmentação 2.4.3.1.1 Marketing de massa Kotler (1998: 225), define marketing de massa como sendo a oferta de produtos para todo tipo de consumidor. Devido a alta concorrência estes ambientes tendem se tornarem oceanos vermelhos de intensas guerras. As propagandas são feitas a nível nacional. Kim e Mauborgne (2005: 4-5) defendem que estratégias de massa raramente funcionam por muito tempo, a não ser em mercados monopolizados ou oligopolizados. Isto ocorre porque a concorrência aproveita cada brecha que a empresa dá e vai “comendo o mercado pelas bordas”. Portanto, neste sistema as empresas não tem fôlego por muito tempo. 2.4.3.1.2 Marketing de segmento Kotler (1998: 226), define marketing de segmento como sendo a empresa focar em um grande grupo de individuos com características mais ou menos semelhantes. Sua propaganda ocorre em nível menor, como por exemplo, a classe média. É um estágio intermediário entre o marketing de massa e o marketing individual. Pinheiro et al (2006: 146) afirmam que neste caso a empresa busca atender poucos segmentos com necessidades diferentes, o que atualmente é a opção mais utilizada. 60 2.4.3.1.3 Marketing de nicho Kotler (1998: 226), define marketing de nicho como sendo uma hipersegmentação de mercado de forma a selecionar melhor os clientes com base em vários níveis de segmentação. Kim e Mauborgne (2005: 4-5) sugerem que as empresas desenvolvam oceanos azuis ao hipersegmentar o mercado. Assim, a empresa estará atendendo necessidades muito específicas de um grupo de consumidores o que torna difícil a imitação por parte de outras empresas. Pinheiro et al (2006: 146) afirmam que ao focar em um nicho específico, a empresa consegue reduzir custos e investir somente naquilo que satisfaz a estes consumidores. 2.4.3.1.4 Marketing local Kotler (1998: 227), define marketing local como sendo atender às características individuais de uma determinada microrregião como uma cidade. 2.4.3.1.5 Marketing individual Kotler (1998: 228), define marketing individual ou “One-To-One” como sendo a personalização do produto às necessidades dos clientes. É comum em serviços muito personalizados como o desenvolvimento de programas sob medida. Para Pinheiro et al (2006: 146), o marketing individual é uma tendência do marketing atual ao querer atender individualmente cada consumidor e assim sendo especialista em cada um dos seus desejos. 2.4.3.1.6 Automarketing Kotler (1998: 229), define automarketing como o marketing individual com participação direta do consumidor. É mais comum ocorrer na internet em 61 que o consumidor pode avaliar várias opções, discutir em foruns e através de um processo de julgamento próprio avaliar qual o melhor produto para ele. 2.4.3.2 Tipos de segmentação 2.4.3.2.1 Segmentação demográfica Kotler (2003: 206), define a segmentação demográfica como o estudo das características físicas que os consumidores possam apresentar. Assim, uma loja de roupas pode focar um determinado produto apenas em crianças ou em pessoas obesas. Las Casas (2009: 124) afirma que a segmentação demográfica geralmente envolve analisar aspectos como idade, sexo, raça, nacionalidade, renda, educação, ocupação, tamanho da família, ciclo familiar, religião e classe social. Para Cobra (1997: 79): “as características demográficas usadas para segmentação de mercado incluem: idade, posição no ciclo de vida, sexo, raça, nacionalidade, religião e tamanho da família”. Para Las Casas (2009: 21), o comportamento do consumidor pode ser influenciado por uma série de fatores, entre os quais os culturais e demográficos. Mudanças em aspectos demográficos, tais como, índices de natalidade, hábitos de compra, envelhecimento da população, entre outros, são fatores que influenciam as estratégias da empresa a longo prazo. Para Kotler e Armstrong (2007: 165-166), os aspectos demográficos “são os mais utilizados para a segmentação de clientes. Uma razão para isso é o fato de as necessidades, os desejos e os índices de utilização geralmente diferem de acordo com as variáveis demográficas”. 2.4.3.2.2 Segmentação geográfica Kotler (2003: 206), define a segmentação geográfica como o estudo dos melhores locais que a empresa pode atender, seja do ponto de vista da 62 distribuição, acesso ou de publicitade. Assim, um supermercado pode querer atender apenas a clientes que morem nos quarteirões a seu redor. Cobra (1997: 77), afirma que “a divisão de um mercado em áreas geográficas é uma das práticas mais antigas e ainda válidas de segmentação (já que) uma área geográfica é relativamente fácil de ser identificada e de aplicação acessível a diferentes programas de marketing”. Las Casas (2009: 124) afirma que a segmentação geográfica caracteriza-se pela divisão de um grupo considerando-se os limites divisórios estabelecidos por regiões, centros urbanos, suburbanos ou rurais, cidades, municípios ou estados. Kotler e Armstrong (2007: 165), afirmam que nos Estados Unidos muitas empresas deixam de lado o altamente competitivo mercado das metrópoles para atuar diretamente em cidades do interior, segmentando geograficamente o mercado de atuação da empresa. 2.4.3.2.3 Segmentação por grupo de necessidades Kotler (2003: 206), define a segmentação por grupo de necessidades como o estudo das necessidades reais que os prospects podem apresentar e a partir daí adequar sua solução. Uma farmácia, por exemplo, pode se especializar em venda de produtos diet e light para pessoas interessadas em manter uma boa saúde. Na visão de Las Casas (2009: 138), o modo como os clientes usam o produto, sua sensibilidade ao preço, sua lealdade a marca e os benefícios percebidos no produto tem impacto direto na percepção dos clientes. A satisfação dos benefícios buscados pelo consumidor na compra de um produto ou um serviço não é fácil e tampouco é evidente para o próprio consumidor. Portanto, a tarefa de identificar benefícios e agrupar esses consumidores exige técnicas de pesquisas, como painel de consumidores, pesquisa motivacional, etc. (COBRA, 1997: 97) 63 2.4.3.2.4 Segmentação comportamental Kotler (2003: 206), define a segmentação comportamental como o estudo do modo de vida dos propects em si, ou seja, seus hábitos de consumo. Uma pizzaria pode focar seu negócio apenas em consumidores que desejam entrega a domicílio e que não têm interessem ir até ela diretamente. Para Las Casas (2009: 139), a segmentação comportamental deve levar em consideração os fatores de influência na compra, tais como, crianças, os hábitos de compra dos consumidores, tais como, a freqüência e quantidade comprada, e a intenção de compra. O estabelecimento de parâmetros que meçam os comportamentos dos indivíduos enquanto consumidores em relação aos benefícios oferecidos por certas marcas não é fácil, pois o benefício é algo subjetivo e difícil de ser identificado e medido e ao mesmo tempo de se constituir em critério de agrupamento de consumidores. (COBRA, 1997: 96) 2.4.3.2.5 Segmentação psicográfica Kotler e Armstrong (2007: 167), definem a segmentação psicográfica como sendo as diferenças de “classe social, estilo de vida e características da pesonalidade. Pessoas de um mesmo grupo demográfico podem ter composições psicográficas bastante distintas”. Conforme Cobra (1997: 84,91): “as características de renda, ocupação, educação e classe social são variáveis importantes de segmentação”. Para ele, tanto a personalidade e atitudes quanto o estilo de vida influenciam diretamente nas escolhas dos consumidores. Segundo Las Casas (2009: 136), devido ao fato de que muitos produtos são comprados por apelo emocional e cultural, torna-se imperativo conhecer os aspectos psicográficos dos indivíduos, tais como, sua personalidade, estilo de vida, atitudes e percepção das coisas. 64 2.4.4 Influências do ambiente externo Para Porter (2004: 3-4), existem fatores que influenciam externamente uma empresa. Alguns deles tem natureza global e presentes em todo o país, como a legislação. Outros, ainda que genéricos, se situam no ambiente de atuação da empresa. Segundo o autor, é preciso que a empresa esteja atenta aos fatores que mais a influenciam e determinam sua rentabilidade e sucesso. O equilíbrio e controle sobre estas forças determinam o sucesso e o retorno financeiro para a empresa. Para que a empresa consiga o completo domínio sobre estas variáveis, Porter (2004: 10) propõe que ela adote uma estratégia genérica que sirva de base para todas as tomadas de decisões. A estratégia escolhida impactará diretamente no posicionamento da empresa e reflete a sua orientação de mercado. Figura 29: Forças competitivas de Porter Fonte: Porter (2004: 4) 65 Figura 30: Estratégias genéricas de Porter Fonte: Porter (2003: 10) Tabela 9: Principais ferramentas utilizadas pelas empresas Ferramenta Benchmarking Planejamento estratégico Pesquisas com clientes Remuneração por desempenho Missão/Visão Terceirização Segmentação de clientes Gestão de qualidade total Códigos de ética Estratégias de crescimento Balanced Scorecard CRM Gerenciamento de mudança Integração logística Planejamento para contingências Competências essenciais Knowledge Management Análise do EVA Downsizing Alianças estratégicas Gestão baseada em atividade Reengenharia Corporate venturing Equipe de integração pós-fusão Stock buybacks Fonte: Las Casas (2009: 68) 66 % 84% 84% 80% 76% 73% 71% 69% 61% 59% 59% 57% 55% 53% 51% 49% 49% 49% 47% 45% 45% 35% 20% 18% 16% 8% Figura 31: Roda estratégica competitiva Fonte: Porter (2004: XXVI) 2.4.5 Relações públicas Segundo Tassinari (2009), a forma como a empresa se comunica com seu público está mudando gradativamente. Hoje o Digital Marketing, meio online de publicidade, tem crescido como nunca e em 2009 será o único meio de comunicação empresarial que crescerá. A propaganda em massa, o telemarketing convencional, a mala direta e os encartes em revistas, via de regra os canais tradicionais de comunicação de caráter unidirecional e reativo, apesar de ainda constituírem importante papel no mix de comunicação das empresas, agora fazem parte de uma plataforma muito maior de canais integrados comunicação, relacionamento e transação empresa-cliente. (PACT CONSULTING TELECOM, 2009) 67 Segundo Las Casas (2009: 301), são vários os grupos que se relacionam com a empresa. Existem os fornecedores, distribuidores e clientes, além da imprensa. As relações públicas tem, portanto, a função de causar uma imagem favorável da empresa para maior eficiência. 2.4.6 Imagem versus Percepção Para Kotler (2003: 90-91), as empresas recorrem cada vez mais para o lado emocional da compra. Para ele é importante conquistar um lugar na mente do consumidor (mindshare) e no seu coração (heartshare). Segundo o autor, a empresa tem que conciliar a imagem transmitida e a imagem percebida por seus clientes. De nada adianta a empresa passar uma idéia que não é entendida corretamente por seus clientes. Assim sendo, campanhas de marketing que visam passar uma imagem mais emotiva, freqüentemente colocam artistas, atletas e outras personalidades para transmitir suas idéias. A mensagem é clara: ao adquirir o produto você estará adotando o padrão de vida daquela pessoa. Figura 32: Logotipo da coca-cola Fonte: Roger Rodrigues (2009?) Kotler (1998: 262-263), afirma que uma imagem eficaz transmite uma mensagem singular de maneira distintiva para não ser confundida com 68 mensagens similares dos concorrentes através do poder emocional de maneira a tocar na mente e coração dos compradores. Kotler e Armstrong (2007: 165) afirmam que a empresa “precisa transformar a ‘grande idéia’ na execução propriamente dita de um anúcio que atraia a atenção e o interesse do mercado-alvo”. Segundo eles, cenas da vida real, estilo de vida, fantasia, atmosfera, musiciais e personagem-símbolo freqüentemente são utilizados para a transmissão da mensagem que a empresa quer passar para o público-alvo. Figura 33: Evolução da imagem Coca-Cola Fonte: Mania de História (2009?) 69 3 METODOLOGIA 3.1 PRINCÍPIOS DA PESQUISA MERCADOLÓGICA O empresário Henry Ford, conhecido entre outras coisas por desprezar pesquisas de mercado, afirmou há mais de um século que, se tivesse perguntado aos consumidores o que queriam antes de criar o pioneiro Ford T, o resultado teria sido um cavalo mais rápido - e não um automóvel. (MANO, 2009). Segundo a autora, esta frase de Henry Ford condiz com os muitos desafios encontrados nas pesquisas de mercado. Independentemente da perfeita condução da pesquisa, freqüentemente os entrevistados dizem uma coisa querendo na verdade outra (necessidades declaradas versus necessidades reais). Segundo a autora, empresas que dispõem de fartos recursos podem utilizar de observações comportamentais em vez de questionários. Podem ir também para dentro da casa dos clientes para aprender seus hábitos de consumo. Ou ainda pode utilizar um mecanismo chamado “eye-tracking” que analisa o movimentos dos olhos ao olhar uma propaganda, produto ou embalagem. Todavia para a maioria das empresas a solução mais viável de pesquisa de mercado ainda são os questionários. Solomon apud Pinheiro et al (2006: 13) afirma que o “estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou dispõe de produtos, serviços, idéias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos” é importante para dimensionar a atuação do marketing. Figura 34: Mente do consumidor Fonte: desenvolvido pelo autor Para Pinheiro et al (2006: 21), o profissional de marketing deve estar atento ao estudo do comportamento do consumidor, “posto que a criação de estratégias eficazes de marketing, deve levar em consideração as características individuais, sociais e culturais, além das influências situacionais que interferem no momento da compra”. O autor afirma que “saber quem é o consumidor, o que ele pensa, em que ele acredita, quais são os julgamentos acerca de si mesmo e dos outros, qual sua posição na escala social, a idade, a renda, o estilo de vida, bem como a reação dele aos estimulos presentes no momento de compra” são de grande importância para caracterizar os consumidores. Espanha (2008a) defende que para a criação e sustentação de um valor superior para o cliente, a empresa precisa saber ouvi-lo. Em uma empresa orientada para o Marketing, as decisões não deve partir dos empresários, e sim dos consumidores. Kotler (2004: 31) ainda defende que entre os maiores erros que uma empresa pode cometer no que diz respeito ao marketing é não compreender na sua plenitude o público-alvo, negligenciando a pesquisa de mercado o que acarreta em baixas vendas a longo prazo. Para Al Ries e Trout (2004: 27), se a empresa não for capaz de entender como pensa o consumidor e possuir sua mente, ela não será capaz de construir uma marca forte. Ela precisa enxergar oportunidades que seu públicoalvo lhe oferece. (AL RIES e RIES, 2004: 105). 71 McCarthy e Perreault (1997: 99-101) afirmam que toda empresa, independentemente do setor, deve possuir um sistema de informação mercadológica. Em grandes empresas essas informações empresariais vêm de dois locais: sistemas de informação da empresa e pesquisas de mercado. No caso de sistemas de informação, a empresa utiliza sistemas ERP aliados a técnicas de Datawarehoue e Datamining para extração de dados das atividades da empresa que possam ser usados na identificação de padrões comportamentais a fim de elaborar uma estratégia de marketing. (MINERAÇÃO DE DADOS, 2009?). Para Samara e Barros (2002: 5), o Sistema de Informação de Marketing (SIM) é uma estrutura presente na empresa que reúne, seleciona, analisa, interpreta e mantém um fluxo de informação a respeito do ambiente global de marketing no qual a empresa está inserida: o micro e o macroambiente. A pesquisa de mercado é um dos mais importantes subsistemas do SIM. Pesquisa de mercado é uma forma sistemática de coleta, registro e análise de dados relativos a problemas ou oportunidades de marketing e pode ser realizada de forma constante (painéis) ou para resolver um problema específico (ad hoc). (LAS CASAS, 2009: 90). Cobra (1997: 114-117) afirma que para a execução de uma pesquisa de mercado, a empresa dispõe de dados primários e secundários. Os dados primários são os conseguidos através de uma pesquisa realizada por funcionários da empresa ou por alguma empresa contratada. Os dados secundários são obtidos através de órgãos específicos de acordo com o objetivo proposto. Atualmente, no Brasil, os dois órgãos mais consultados em nível macroeconômico é o IBGE e o SEBRAE. Para Kotler e Keller (2006: 100) o processo de pesquisa de marketing passa pelas seguintes etapas: Figura 35: Processo de pesquisa de marketing Fonte: Kotler e Keller (2006: 100) 72 Já para Las Casas (2009: 94), a pesquisa é composta de objetivos, planejamento, coleta de dados, processamento e apresentação dos dados. Na visão de Samara e Barros (2002: 11) deve contemplar: 1) Definição do problema 2) Determinação dos objetivos 3) Tipos de pesquisa 4) Métodos de pesquisa 5) Métodos de coleta de dados 6) Formulário para coleta de dados 7) Amostragem 8) Técnicas amostrais 9) Cálculo amostral 10) Pré-teste dos formulários para coletas de dados 11) Trabalhos de campo 12) Tabulação e análise 13) Elaboração do relatório de pesquisa 14) Análise geral 15) Recomendações ao cliente Segundo Espanha (2008b), a coleta de dados pode ser feita por observação, grupo de foco, levantamentos, dados comportamentais e pesquisa experimental. Na visão de Cobra (1997: 126-132), uma pesquisa de mercado pode ser feita de maneiras bem diferentes. Ele cita que a entrevista pessoal é ao mesmo tempo mais vantajosa, mas também mais perigosa se mal conduzida. Para o autor, é muito importante selecionar bem os entrevistadores, já que o método de abordagem da pesquisa é muito importante para seu sucesso. O pesquisador não pode induzir ou sugerir absolutamente nada, por isso não devem ser utilizados vendedores como entrevistadores. A entrevista por ser feita com um questionário preparado e seguido à risca, ou apenas com um roteiro indicando os principais assuntos. Alguns entrevistadores utilizam ainda um gravador para não perder nenhuma informação. As vantagens do questionário são a fácil comparação entre as 73 entrevistas, as possíveis interferências do entrevistador são minimizadas e nada de importante é esquecido. (COBRA, 1997: 127). Já a entrevista com roteiro dá mais flexibilidade ao entrevistado de responder coisas que não foram perguntadas, mas que conduzem a respostas inusitadas. Além disso, poupa o tempo do entrevistador ao perceber quando o entrevistado não tem muito a dizer pelo assunto. Ademais, este tipo de abordagem gasta mais tempo e é empregado somente com pesquisas com amostragem por causa do tempo. (COBRA, 1997: 127). Cobra (1997: 128-132) ainda ressalta que a entrevista pode ser realizada por carta (mala direta), por telefone ou entrevistas grupais. Para determinação do tamanho da amostra, Cobra (1997: 132-135) afirma que pode ser utilizada a população ou amostragem. Utiliza-se a população quando ela é pequena e dispõe-se de tempo e dinheiro. Quando não há, utiliza-se amostragem. A amostragem pode ser probabilística, isto é, aleatória, ou não-probabilística, isto é, candidatos pré-selecionados. Figura 36: Reflexão sobre o comportamento do consumidor Fonte: desenvolvido pelo autor Segundo Mattar (1998: 19-21), em toda pesquisa de campo o entrevistador deve sempre apresentar os objetivos da pesquisa e prometer sigilo. Isto é necessário, porque os entrevistados muitas vezes sentem 74 vergonha de responder ou tem medo que as respostas possam ser usadas para prejudicá-las. Além disso, segundo ele, o entrevistador antes de começar seu trabalho deve estar familiarizado com seus instrumentos de pesquisa, deve efetuar todas as perguntas exatamente como aparecem no instrumento e na mesma seqüência. Também sempre que possível ele deve utilizar-se de técnicas apropriadas de pesquisa, como repetir a pergunta caso não tenha obtido resposta, aguardar em silêncio a resposta, repetir a resposta do respondente a fim de lhe dar confiança para fazer acréscimos e comentários, tranqüilizar o entrevistado e estimulá-lo através de perguntas neutras, como “algo mais?”. (MATTAR, 1998: 19-21). Segundo Mattar (1998: 21), o entrevistador deve tomar o devido cuidado de anotar corretamente as respostas dos entrevistados, ao mesmo tempo que o estimula a continuar a falar. Além disso, ele deve anotar as respostas durante a entrevista e não deixar para depois, deve utilizar de preferências as próprias palavras dos entrevistados, não sumarizar as respostas e aprender a tomar nota de fatos extras que não estão previstos nos questionários. Na visão de Las Casas (2009: 91) e Pinheiro et al (2006: 125), quando um empresário se defronta com um problema e não sabe exatamente quais são as variáveis a serem usadas na pesquisa de mercado, ele deve utilizar uma pesquisa explorátória que lhe revele dados iniciais. Segundo Mattar (1998: 82-83), pesquisas realizadas para áreas de ciências exatas costumam utilizar análise paramétrica enquanto para ciências sociais análise não-paramétrica. “A qualidade de qualquer resposta depende exclusivamente da pergunta”. (CRUZ, 2009) Las Casas (2009: 95) afirma que o entrevistador pode tanto utilizar-se de perguntas abertas que dão mais liberdade ao entrevistado de responder ou fechadas que facilitam a apuração do ponto de vista estatístico. O roteiro da de apresentação da estrevista pode ser encontrado no Apêndice A e a carta de apresentação no Apêndice B. 75 3.2 ESCOLHA DA AMOSTRA Machado é uma cidade situada no sul de Minas Gerais, possuindo cerca de quarenta mil habitantes. Andando-se pelas ruas percebe-se que a maioria das empresas não tem mais do que cinqüenta funcionários. Pelo seu universo, as micro e pequenas empresas em Machado tem grande importância para o desenvolvimento da cidade e atendimento da população. Para restringir a poupalção pesquisa, foram utilizadas as seguintes premissas: 3.2.1 Premissas • Devem ser micro e pequenas empresas; • Devem ser localizadas em Machado-MG; • Devem ser vinculadas a ACIAM-CDL; • Devem ser de setores distintos e não concorrentes entre si diretamente; • Devem ser do setor de varejo ou serviços em geral; • Não devem produzir todos ou parte dos bens comercializados; • Não devem ser ONG’s ou outros tipos de associações; • Não devem ter filiais em outras cidades; • Não devem ser filiais de empresas de outras cidades; • Podem ser franquias; • Devem ter no mínimo três e no máximo vinte funcionários; • O dono ou gerente da empresa deverá estar presente para ser entrevistado; • Devem ser Sociedade Limitada ou outra que implique a participação de pelo menos dois sócios; • Não devem vender produtos muito personalizados que impliquem em baixo número de clientes; • Devem apresentar dez clientes que possam ser entrevistados, sendo que dependendo do segmento, em horários diferentes. Dependendo do segmento em questão, caso não haja volume de clientes a serem entrevistados, a pesquisa será feita com os que houver. 76 3.2.2 Classificação das empresas machadenses O número de empresas machadenses é desconhecido. As únicas informações encontradas são as da Associação Comercial de Machado (ACIAM-CDL). Todavia estas informações dizem respeito apenas a afiliados. Tabela 10: Classificação dos afiliados da ACIAM-CDL Classificação Empresas de outras cidades Empresários individuais Médias e grandes empresas, associações e outras1 Micro e pequenas indústrias Micro e pequenas empresas prestadoras de serviço e varejo Empresas associadas a ACIAM-CDL Quantidade 18 53 30 10 226 337 Fonte: Elaborado pelo autor baseado em informações da ACIAM-CDL (1) Empresas que possuam alto patrimônio físico, que sejam ou tenham filiais. Conforme a Tab. 10, 67% dos associados da ACIAM-CDL são micro e pequenas empresas prestadoras de serviços. Todavia também existe um número significativo de afiliados de outras cidades e empresários individuais, por exemplo. Tabela 11: Classificação das micro e pequenas empresas prestadoras de serviço e varejo afiliadas a ACIAM-CDL quanto ao local da sede Classificação Quantidade 132 Bairros afastados do centro ou de difícil acesso Localizadas no centro da cidade, quarteirões próximos ou de fácil localização Total 94 226 Fonte: Elaborado pelo autor baseado em informações da ACIAM-CDL Conforme a Tab. 11, 42% das micro e pequenas empresas prestadoras de serviços viculadas a ACIAM-CDL se localizam em locais de fácil acesso, tais como o centro da cidade. 77 Tabela 12: Distribuição das micro e pequenas empresas prestadoras de serviço e varejo afiliadas a ACIAM-CDL que se localizam no centro da cidade, quarteirões próximos ou fácil localização Categoria Quantidade 1 Academias 2 Artigos para festa 1 Calçados 2 Cosméticos 2 Escolas 13 Farmácias 4 Papelarias 25 Roupas 1 Shoppinho 1 Supermercados 42 Outros 94 Total Fonte: Elaborado pelo autor baseado em informações da ACIAM-CDL Na Tab. 12, observa-se a distribuição das empresas por setores mais significantes. Os resultados de receptividade foram os seguintes: • Academias: pesquisa realizada com sucesso; • Artigos para festa: pesquisa não aceita; • Calçados: responsável não encontrado para realização da pesquisa; • Cosméticos: pesquisa não aceita; • Escolas: pesquisa realizada com sucesso; • Farmácias: pesquisa realizada com sucesso; • Papelarias: responsável não encontrado para realização da pesquisa; • Roupas: responsável não encontrado para realização da pesquisa; • Shoppinho: responsável não encontrado para realização da pesquisa; • Supermercados: pesquisa não aceita; Portanto, em somente 30% dos segmentos selecionados foi realizada pesquisa. Foram feitas até 3 tentativas de contato com o gerente em horários diferentes. A pesquisa foi realizada no próprio estabelecimento comercial com agendamento prévio. Na Academia a pesquisa foi realizada em 14 de Outubro de 2009. Na Escola a pesquisa foi realizada em 15 de Outubro de 2009. Na Farmácia a pesquisa foi realizada em 19 de Outubro de 2009. 78 3.2.3 Escolha da amostra de clientes Como inicialmente não havia dados sobre quais e quantas empresas existiam em cada segmento e quais seriam receptivas, adotou-se o número de 10 clientes de cada empresa para serem entrevistados. Este número se baseia no fato de que em alguns segmentos como escolas é possível encontrar até 50 clientes de uma única vez, enquanto em coutros como farmácias, os clientes são dispersos. Na escola de informática pesquisada em uma única noite foi possível entrevistar a amostra de clientes, enquanto na farmácia pesquisada foram necessários 10 dias. 3.3 METODOLOGIA DE PESQUISA Segundo Lakatos e Marconi (2001: 105-108): • Método de abordagem: indutivo, parte-se das conclusões específicas da pesquisa para inferir em empresas com características semelhantes; • Método de procedimento: comparativo, parte-se do pressuposto de que o ensinado pela teoria administrativa é o correto, então compara-se o procedimento adotado pelas empresas em relação ao padrão administrativo; • Técnica de entrevista com abordagem qualitativa, categorizando e quantificando as respostas; • Amostragem das empresas: probabilítica. As empresas foram selecionadas aleatoriamente obedecendo aos critérios e premissas pré-estabelecidos; • Amostragem dos clientes: probabilística. Os clientes foram selecionados aleatoriamente sendo que em alguns casos em horários diferentes; • Método de análise de dados: descritivo. 3.3.1 Premissas para a aplicação da pesquisa: • A entrevista com a Gerência foi realizada exclusivamente pelo autor da monografia; 79 • No ato da aplicação houve um detalhamento máximo para completa compreenção da proposição básica; • A entrevista com os dez clientes foi feita mediante o mesmo entrevistador quando houve volume de clientes. Caso contrário, foram deixados na empresa questionários impressos para que os próprios clientes respondessem. 3.4 OBJETIVOS DA PESQUISA Objetivos gerais da pesquisa: • Analisar a imagem transmitida pela empresa; • Analisar a imagem percebida pelos clientes; • Comparar as duas imagens; • Inferir os motivos das eventuais diferenças que houver em nível global; • Apontar as falhas encontradas à luz da teoria mercadológica e designar possíveis soluções para elas a nível global. Objetivos da pesquisa com a gerência: • Verificar o planejamento inicial da empresa antes da abertura; • Verificar com qual freqüência são realizadas pesquisas de mercado; • Verificar como a empresa segmenta o mercado; • Verificar qual posicionamento a empresa tenta passar para o mercado; • Verificar quais diferenciais a empresa possui e como ela os demonstra para o mercado. O questionário aplicado com a gerência se encontra no Apêndice C. Objetivos da pesquisa com os clientes: • Verificar qual o segmento real que a empresa atua; • Verificar qual posicionamento é percebido pelo público-alvo; • Verificar quais diferenciais o público-alvo percebe; 80 • Verificar se a percepção dos clientes em relação a empresa condiz com a Missão, Valores e Negócio da mesma. O questionário aplicado com os clientes se encontra no Apêndice D. 81 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 BASES DO PLANEJAMENTO DE MARKETING As empresas tem um papel muito importante no desenvolvimento da sociedade a despeito do sistema econômico vingente em um país. As micro e pequenas empresas, em especial, têm uma importância ainda maior pelo fato de sustentarem a economia em períodos de crise. Quando uma grande empresa quebra, milhares são despedidos. Quando uma pequena empresa se desfaz, são poucos os que vão para a rua. Todavia é importante frisar que tal como o desenvolvimento do ser humano analisado do ponto de vista antropológico, as empresas também não se desenvolvem da mesma maneira. Enquanto os egípicios há quatro mil anos contruíram pirâmides, existem povos aborígenes que ainda se surpreendem com o fogo. De semelhante modo, enquanto grandes empresas (principalmente) aplicam conceitos de Marketing One-To-One e CRM, outras nem conhecem o que é um bom tratamento aos clientes. Devido a complexidade e discrepância do assunto, verifica-se que as empresas se caracterizam por padrões comportamentais conforme seu segmento, porte, cidade, atuação, etc. Isto fica ainda mais evidente ao se analisar a grande mortalidade das micro e pequenas empresas. Enquanto algumas se dão bem, e crescendo, se tornam empresas milionárias, outras não duram mais do que alguns meses. Porque esta diferença? Entre as milhares de possíveis explicações, é necessário citar o grau de conciliação entre as estratégias empresariais e as necessidades dos clientes. Muito mais do que um simples atendimento, hoje é necessário um planejamento estratégico de marketing executado através de profissionais competentes e que seja aceito por toda a organização. Ao estudar as empresas, quer de carater mundial, brasileiras, mineiras ou machadenses, evidencia-se certas diferenças que a curto prazo não geram nenhuma conseqüência grave, mas a longo prazo garantem ou não a sobrevivência da empresa. Ao analisar e discutir as metodologias de planejamento propostas por autores como Kotler, Porter, Las Casas, McCarthy, entre muitos outros, é possível consciliar suas múltiplas visões e desenvolver o raciocínio representado na Fig. 37. Figura 37: Planejamento Estratégico de Marketing Fonte: Elaborado pelo autor Kotler (1998: 14) afirma que “é importante enfatizar que marketing não começa com um produto ou oferta, mas com uma busca de oportunidade no mercado”. Partindo-se desta afirmação, a 1ª etapa de um planejamento eficiente de mercado, quer de uma empresa existente quer de uma nova empresa, deve começar procurando oportunidades nos mercados- consumidores independentemente de qual seja. As oportunidades de mercado podem se apresentar de quatro maneiras diferentes, conforme a Fig. 38. A empresa pode procurar uma oportunidade de oferta e promoção de um produto existente em um mercado existente. Nestes casos, pode já haver concorrentes que dependendo do segmento e situação se tornar em um oceano vermelho, conforme Kim e Mauborgne (2005: 4-5). Nestes casos a empresa deve tomar o devido cuidado de verificar a demanda de mercado pelo produto e utilizar-se de um benchmarking constante. Em outros casos a empresa pode desenvolver um novo produto para um mercado existente. Este desenvolvimento pode ser um aperfeiçoamento ou melhoria de um produto existente ou a criação de um novo produto para 83 atender a uma mesma necessidade. Conforme esta visão, é de suma importância a empresa estar atenta às necessidades reais de mercado. Na década de oitenta existia necessidade de um equipamento que pudesse agilizar serviços burocráticos na empresa e que servisse também como um repositório de informações. Existia um produto para esta necessidade. Ele se chamava mainframe. Entretanto, Steve Jobs percebeu que havia consumidores excluídos do processo que também tinham essas necessidades. Então ele criou um novo produto – o microcomputador – que sanava a mesma necessidade com uma série de vantagens. Figura 38: Oportunidades de mercado Fonte: McCarthy e Perreault (1997: 64) Conforme a Fig. 38, as empresas ainda podem desenvolver mercado para um produto existente. Este processo é chamado de expansão de mercado e é muito comum em grandes empresas como as de telefonia móvel que ao ver saturada sua área de atuação decidem explorar novos mares. No caso de micro e pequenas empresas, isto se evidencia quando elas utilizam-se de novos meios de comunicação e passam a alcançar outros públicos. 84 Neste processo de ressegmentação de mercado, as empresas devem tomar o devido cuidado de não mudar o posicionamento de seu produto que é o mesmo e dependendo do tipo de segmentação, por exemplo, financeiro, pode abalar a empresa. Assim, quando uma empresa oferece um produto para um mercado de alta renda e deseja atingir também consumidores de classe C e D, por exemplo, a empresa deve optar por criar uma nova marca para receber o produto que terá um posicionamento diferente. Caso a empresa não faça isso, a classe C e D vai achar que o produto é caro e inatingível e a classe A vai achar que caíu a qualidade e abandonar o produto. Ainda conforme a Fig. 38, a empresa pode optar por diversificação do seu portifólio de negócios. Esta estratégia é mais comum em grandes empresas que tendo alcançado o máximo possível dentro do seu público-alvo, decidem oferecer novos produtos para novos mercados. Exemplos típicos são os Bancos que ao perceberem que o crescimento está lento e difícil, decidem comprar outras empresas, como de seguros, para oferecerem novos produtos para novos mercados. Em micro e pequenas empresas isso ocorre com mais freqüência no comércio quando a empresa passa a oferecer produtos completamente distintos atendendo novos tipos de clientes. Assim, uma empresa consolidada ou uma nova, tendo descoberta uma oportunidade de mercado em um dos quatro modelos descritos na Fig. 38, deve realizar um Benchmarking para descobrir o poder de cada uma das forças competitivas de Porter que compõem a 2ª Etapa do planejamento. Ou seja, poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha dos clientes, ameaça de produtos substitutos, ameaça de novos entrantes e a concorrência no segmento. Neste momento a empresa deve realizar uma análise custo versus benefício que a oportunidade apresenta frente as supracitadas forças competitivas. Paralelamente ela deve utilizar-se de uma análise SWOT para avaliar a oportunidade, bem como a matriz BCG para saber onde o produto (solução) se encontra. 85 Figura 39: Análise SWOT Fonte: Desenvolvido pelo autor Ao fazer estas análises a empresa deve sempre focar nas necessidades de mercado e não no produto, já que o produto mais óbvio para atender aquelas necessidades pode estar em declínio, mas as necessidades em si não. Estas análises devem ser feitas conforme as necessidades e peculiaridades do negócio. Assim uma empresa que decide atuar no mesmo mercado com o mesmo produto é capaz de analisar completamente as forças competitivas e análises supracitadas. Já uma empresa que decide oferecer um novo produto pode não ser capaz ainda de avaliar corretamente o poder da concorrência por exemplo. Por conseguinte, na 3ª Etapa ela deve elaborar sua definição de negócio. Diferentemente dos autores tradicionais que sugerem que o planejamento deva começar com a Missão, Visão e Valores, aqui, pela nova metodologia deve-se começar com o negócio que é de onde partirá todas as estratégias empresariais. 86 Figura 40: Matriz BCG Fonte: Pink Netbook (2009?) Negócio é o vínculo que une a empresa às necessidades de mercado. A Missão é a caracterização da empresa quanto aos seus objetivos maiores. Visão é onde a empresa gostaria de chegar. Valores são os princípios e premissas que norteiam a condução da empresa. Neste ponto, a empresa já descobriu a oportunidade de mercado e suas necessidades, já analisou o ambiente no qual a oportunidade está inserida, já definiu suas diretrizes de atuação (Negócio, Missão, Visão e Valores) e agora deve planejar como será reconhecida pelo mercado. Nesta 4ª Etapa ela deve definir sua orientação de mercado, segmentá-lo e escolher uma das estratégias genéricas de Porter. O processo de orientação de mercado irá definir qual será o foco de seus processos internos e externos. É importante frisar que não existe orientação correta, mas cada uma delas apresenta suas peculiaridades. Tomando uma pequena indústria produtora de alimentos como exemplo, verificamos que a maioria tende à orientação de produção. Esta estratégia é a mais escolhida por ser mais passiva, ou seja, não exige tanta pró-atividade da empresa que se preocupará apenas em produzir e distribuir seus produtos. O maior malefício desta 87 orientação é que a longo prazo a empresa não terá nenhum outro diferencial competitivo além do preço do produto. Já em uma orientação de produto a empresa deve se especializar em inovações que girem em torno do produto. A pequena indústria do exemplo, pode focar em querer oferecer a melhor bolacha recheada, sendo que tudo irá girar em torno desta visão. Como sempre, o maior malefício é a miopia de marketing que faz a empresa se preocupar mais com os produtos do que com as necessidades de mercado. Esta pequena indústria pode ainda ter orientação de vendas, ou seja, independentemente do produto oferecido, ter uma agressiva equipe de vendas cujo objetivo seja de oferecer um melhor preço do que o concorrente. Nestes casos também não há outro diferencial além do preço. Ela também poderá optar por uma orientação de marketing cujo objetivo maior será atender àquelas necessidades descobertas no início. Nestes casos, diz-se que seu foco não é o produto em si, mas as necessidades dos clientes. Se o produto ficar defasado e houver um substituto que atenda as necessidades, ela irá readaptar seu processo produtivo para não se desviar da oportunidade que o mercado oferece. Mas ela também apresenta uma desvantagem: ao atender uma necessidade de mercado, ela poderá estar prejudizando os clientes a longo prazo, como quando oferece produtos que contribuem no aparecimento de doenças. Por fim, ela ainda pode optar pela orientação de mercado mais desejada que é a orientação de marketing societal, cuja diferença da anterior é o fato de se preocupar com o longo prazo, principalmente no que tange a aspectos sociais e ambientais. A únida desvantagem que esta orientação apresenta é que seus produtos podem ficar ligeiramente mais caros do que os da concorrência e dependendo de como foi feito o processo de segmentação, ou em períodos de crise, pode afetar a empresa. Portanto, paralelamente à orientação de mercado, a empresa deve definir como segmentá-lo, já que uma orientação somente funciona para um determinado nicho de mercado. Por exemplo, para a empresa que queira atender somente a classe D e E, provavelmente ela terá orientação de 88 produção, produto ou vendas, mas dificilmente de marketing ou marketing sociental. No processo de segmentação a empresa deverá definir o nível e o meio de segmentação. No nível de segmentação ela poderá atuar em um mercado de massa, de segmento, de nicho, local, individual ou o automarketing. Em um mercado de massa, ela atenderá as necessidades de uma maneira global. No caso da pequena indústria produtora de alimentos é atender à alimentação da população. Ela pode ainda segmentar o mercado e atender somente as pessoas que querem massas, ou um nicho, pessoas que querem massas italianas. Pode também atender a um região ou local específico. Ou ainda, dentro do mesmo conceito de produto, ter uma diversificação dele para atender as peculiaridades dos clientes. A empresa pode utilizar características demográficas, geográficas, psicográficas, entre outras, para segmentar o mercado. Na maioria das vezes é preferível utilizar-se de características variadas para não correr o risco de ter um segmento mal segmentado, ou seja, que foi baseado em uma visão muito limitada do negócio. Ainda que a escolha do nível e meio de segmentação seja muitas vezes complexa, esta etapa é muito importante. Isto não significa que ela atuará em um único segmento, mas sim que para cada segmento escolhido, haverá um conjunto de estratégias diferentes para sanar as necessidades dos clientes através de um produto e embalado em uma marca. Paralelamente a segmentação, a empresa deve escolher uma das estratégias genéricas de Porter, conforme a Fig. 41. A empresa pode escolher trabalhar focada em preço, em diferenciação ou focos específicos. A orientação, a segmentação e a estratégia genérica devem estar alinhadas para o correto desempenho e alcance dos objetivos empresariais. 89 Figura 41: Estratégias genéricas de Porter Fonte: Administração e Gestão (2009?) Na 5ª Etapa a empresa deverá analisar detalhadamente seu produto e criar um portifólio de vantagens competitvas que ele oferece frente à concorrência. A empresa deverá estar atenta ao fato de que uma vantagem competitva nada mais é que um atributo ou característica que diferencia da concorrência e que facilite a satisfação dos desejos do consumidor. Se o mercado não percebe que algo é diferencial, não pode ser vantagem competitva. Muitas empresas costumam achar que inovação tecnológica de seu parque de informática é diferencial. Soment é se agregar valor ao cliente. Se não agregar valor no produto, ela não pode qualificar como vantagem competitiva. Os vendedores e representante comerciais da empresa deverão ter completo conhecimento sobre o produto e sobre suas vantagens competitvas. Na 6ª Etapa a empresa deverá definir seu objetivos e metas para o novo produto. Ou seja, ela deverá propor alvos que possam ser atingidos, como marketshare, mindshare e heartshare. Não sé do ponto de vista estratégico, mas também de recursos humanos, esta definição de objetivos e metas e o papel de cada um no processo é importante para que cada funcionário tenha 90 visão clara de suas funções, sendo um fator motivador e de análise de desempenho. Na 7ª Etapa a empresa deve realizar o planejamento tático, ou seja, os 4 P’s. Assim ela definirá as estratégias de atuação no que concerne ao Produto, Preço, Praça e Promoção. Esta estapa deverá ter apoio e participação de todos os envolvidos no processo, principalmente os representantes de vendas. Após estas sete etapas, a empresa terá informações e planejamento suficientes para lançar o produto. Neste momento entra em cena a 8ª etapa que deverá ser realizada de maneira criteriosa e contínua: a pesquisa com os consumidores. Quando a empresa escolhe orientação de marketing ela utilizase de pesquisas para o desenvolvimento e lançamento do produto. Mas mesmo em empresas com orientações de produção ou vendas, a pesquisa de mercado é importante, entretanto são utilizadas mais pesquisas secundárias do que primárias. Esta metodologia foi desenvolvida com fim de facilitar o processo de planejamento integrando o planejamento estratégico ao planejamento de marketing, abordando os conceitos mais importantes que um gestor de marketing eficiente deve dominar. Também é necessário lembrar que devido às peculiaridades que as empresas apresentam, é difícil muitas vezes seguir exatamente o modelo na mesma seqüência. Assim, para uma pequena empresa que está começando seus negócios e não domina a maior parte da metodologia, poderá adaptá-la ao seu contexto e realidade, aplicando parcialmente cada uma das etapas. Mas de tudo o mais importante é entender que o mercado é quem dita as regras de negócio. 4.2 RESULTADOS DA PESQUISA Serão apresentados os resultados de cada empresa sem realizar comparação entre elas, mas sim entre cada uma e a teoria administrativa. Serão apresentados os resultados da pesquisa com os clientes e comparados com os obtidos com a gerência. 91 4.2.1 Academia Cia do Corpo 1. Qual o principal motivo que leva você a comprar os produtos (bens ou serviços) desta empresa? Por exemplo: preço, qualidade, tradição, localização, atendimento, ética, produtos diferenciados, etc. Tabela 13: Cia do Corpo – Questão 01 % 35% 31% 15% 15% 4% Qualidade Atendimento/ética Preço Localização Tradição Fonte: Elaborado pelo autor 2. Como você descreve a empresa? Tabela 14: Cia do Corpo – Questão 02 % 33% 27% 13% 13% 13% Excelente/Bem colocada Séria/Responsável Competente Bons equipamentos Bons profissionais Fonte: Elaborado pelo autor Segundo a Tab. 13 e Tab. 14, Qualidade e Atendimento foram os fatores mais citados pelos clientes como motivo de compra do produto e Excelência e Seriedade na descrição da empresa. Para a gerência, a empresa se coloca como “um local com profissionais competentes e formados que irá proporcionar qualidade de vida e desenvolvimento físico em um ambiente agradável”. Portanto as características citadas pela gerência conciliam com a visão dos clientes. 3. Existe alguma outra empresa na cidade que ofereça as mesmas vantagens? 92 Tabela 15: Cia do Corpo – Questão 03 % 11% 89% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 4. Você acha que esta empresa é reconhecida como uma das três melhores de seu segmento na cidade de Machado? Tabela 16: Cia do Corpo – Questão 04 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 5. Qual sua satisfação geral em relação ao(s) produto(s) (bens ou serviços) que a empresa oferece? Tabela 17: Cia do Corpo – Questão 05 % 56% 44% 0% 0% 0% Muito Satisfeito Satisfeito Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito Fonte: Elaborado pelo autor Segundo as Tab 15, Tab. 16 e Tab. 17, a empresa é reconhecida como uma das melhores da cidade, sendo que a maioria (89%) não acredita haver outra que ofereça as mesmas vantagens e 100% estão satisfeitos ou muito satisfeitos. 6. Você já participou de alguma pesquisa por parte desta empresa? Quantas vezes? 93 Tabela 18: Cia do Corpo – Questão 06 % 22% 78% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 7. Você acha que ouvir a opinião dos clientes é importante? Por quê? Tabela 19: Cia do Corpo – Questão 07 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Segundo as Tab. 18, e Tab. 19, a empresa realiza pesquisas com os clientes com pouca freqüência ou pelo menos com a amostra pesquisada, mas todos eles acham muito importante a realização da pesquisa. Os clientes citaram que é importante “saber as reais necessidades e executar mudanças”. Que a pesquisa “melhora a qualidade e aumenta a clientela. Dá liberdade para os clientes se exporem. (É útil) Para detecção de pontos fracos”. Segundo a empresa, pesquisas são realizadas esporadicamente principalmente para análise do atendimento com os clientes e para analisar a posição da empresa e dos concorrentes. 8. Com qual freqüência você vem até esta empresa? Tabela 20: Cia do Corpo – Questão 08 % 0% 0% 100% Raramente Às vezes Periodicamente Fonte: Elaborado pelo autor 9. Quando a empresa passa a oferecer novos produtos (bens ou serviços), você procura experimentá-los ou a empresa oferece uma amostra de como ele é? 94 Tabela 21: Cia do Corpo – Questão 09 % 78% 22% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Segundo a Tab. 20 e Tab. 21, os clientes vêem a até a empresa com freqüência e a maioria procura se inteirar de outros produtos da empresa de modo ativo ou passivo. Conforme a gerência, a maioria dos clientes são fiéis a empresa. 10. Através de qual meio de comunicação você fica sabendo a respeito da empresa? Por exemplo: oralmente, jornal, cartazes, panfletos, faixas, rádio, televisão, outdoors, participações em comemorações e eventos públicos, etc. Tabela 22: Cia do Corpo – Questão 10 MÍDIA Oralmente Panfletos Faixas Radio Jornais Cartazes Outdoors Eventos % 35% 15% 15% 10% 10% 5% 5% 5% Fonte: Elaborado pelo autor Conforme a Tab. 22, a empresa tem como seu principal meio de comunicação o boca-a-boca além de panfletos e faixas. Segundo a gerência, seus principais meios de comunicação são faixas, cartazes, flies, motossom. Sugere-se a empresa que atente-se ao fato de que a propaganda bocaa-boca que é a principal não pode ser negligenciada. Ela também deve definir claramente sua Missão, Visão e Valores e expô-los aos clientes. Deve realizar pesquisas com mais freqüência, já que a totalidade dos clientes consideram pesquisas de suma importância. 95 Foi verificado que o principal motivo de abertura da empresa foi a capacidade empreendedora dos sócios ao verificarem demanda para o negócio, bem como, a vontade de atuação na área. Outra característica presente na empresa foi o fato de não segmentar o mercado. Ou melhor, ela definiu seu meio de atuação e esperou que o mercado respondesse positivamente, quando na verdade deveria analisar primeiramente as necessidades de mercado. Todavia, analisada no contexto machadense, pelo seu porte, pelo fato de seus dirigentes não terem formação administrativa ainda e pelo fato de a visão empresarial consciliar muito bem com a visão dos consumidores, a empresa tem se saído muito bem apresentando grandes perspectivas de futuro e crescimento. 4.2.2 Escola Profissionalizante Microlins 1. Qual o principal motivo que leva você a comprar os produtos (bens ou serviços) desta empresa? Por exemplo: preço, qualidade, tradição, localização, atendimento, ética, produtos diferenciados, etc. Tabela 23: Microlins – Questão 01 % 40% 20% 20% 10% 10% Qualidade/Reconhecimento Profissionalização Atendimento Preço Produto Fonte: Elaborado pelo autor Segundo as Tab. 23 e Tab. 24, os principais motivos de compra do produto da empresa é sua qualidade, profissionalização e atendimento e as principais características com as quais os clientes a descrevem são excelentes professores e atendimento. Para a gerência a principal característica da empresa é a profissionalização dos alunos. O curso não é o fim, é o meio. Ela tenta passar que possui professores formados, produto de qualidade, que oferece formação 96 profissional, a agência de encaminhamento e que seu diploma é reconhecido a nível nacional. Além do mais os itens supracitados pelos consumidores estão presentes nas definições de Missão, Visão e Valor da empresa. 2. Como você descreve a empresa? Tabela 24: Microlins – Questão 02 % 28% 24% 20% 16% 8% 4% Professores Atendimento Excelente/Reconhecida Qualidade Profissionalizante Preço Fonte: Elaborado pelo autor 3. Existe alguma outra empresa na cidade que ofereça as mesmas vantagens? Tabela 25: Microlins – Questão 03 % 0% 100% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 4. Você acha que esta empresa é reconhecida como uma das três melhores de seu segmento na cidade de Machado? Tabela 26: Microlins – Questão 04 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 5. Qual sua satisfação geral em relação ao(s) produto(s) (bens ou serviços) que a empresa oferece? 97 Tabela 27: Microlins – Questão 05 % 100% 0% 0% 0% 0% Muito Satisfeito Satisfeito Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito Fonte: Elaborado pelo autor Conforme as Tab. 25, Tab. 26 e Tab. 27, a totalidade dos clientes acredita não haver outra empresa melhor no segmento, que ela é uma das três melhores da cidade e 100% se consideram muito satisfeitos. Alguns chegaram a citar que ela é bem reconhecida pelo fato de possuir uma agência de encaminhamento para o mercado de trabalho. 6. Você já participou de alguma pesquisa por parte desta empresa? Quantas vezes? Tabela 28: Microlins – Questão 06 % 43% 57% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 7. Você acha que ouvir a opinião dos clientes é importante? Por quê? Tabela 29: Microlins – Questão 07 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Conforme a Tab. 28 e Tab. 29, 43% dos clientes já foram pesquisados alguma vez e 100% acham importante a realização da pesquisa. Para eles “é através do relacionamento com os clientes que a empresa consegue novos clientes”. 98 Segundo a gerência da empresa, são realizadas pesquisas com os clientes com certa freqüência e também com o mercado em frente ao estabelecimento comercial. 8. Com qual freqüência você vem até esta empresa? Tabela 30: Microlins – Questão 08 % 0% 0% 100% Raramente Às vezes Periodicamente Fonte: Elaborado pelo autor 9. Quando a empresa passa a oferecer novos produtos (bens ou serviços), você procura experimentá-los ou a empresa oferece uma amostra de como ele é? Tabela 31: Microlins – Questão 09 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Conforme as Tab. 30 e Tab. 31, 100% dos clientes vem até a empresa com freqüência e se inteiram de outros produtos da empresa, principalmente pela postura ativa da escola. Segundo a gerência da empresa, os clientes são fiéis, sendo que a empresa através de entrevistas procura descobrir o que levou o cliente a escolher a empresa, suas necessidades, e assim com tratamento mais diferenciado, fidelizá-lo. 10. Através de qual meio de comunicação você fica sabendo a respeito da empresa? Por exemplo: oralmente, jornal, cartazes, panfletos, faixas, rádio, televisão, outdoors, participações em comemorações e eventos públicos, etc. 99 Tabela 32: Microlins – Questão 10 % 28% 28% 11% 11% 11% 6% 6% Oralmente Panfleto Rádio Telefone Cartazes Motossom Internet Fonte: Elaborado pelo autor Conforme a Tab. 32, os principais meios de comunicação que atingem os clientes são o boca-a-boca e os panfletos. Os clientes sugerem que deveria haver mais propagandas na televisão. Conforme a empresa os principais meios são: panfletos, jornal, motossom, eventos, oralmente. Já a matriz nacional utiliza-se de todos eles. Sugere-se a empresa sempre estar atenta que a propaganda boca-aboca tem um peso muito grande na divulgação da marca. Ainda que já tenham cultura de realizar pesquisas, deve se desenvolver um pouco mais nesta área, que ainda apresenta espaço. Nota-se que a totalidade de seus clientes acham ser a pesquisa muito importante. Neste caso é interessante a empresa mostrar que está utilizando as pesquisas e que a opinião dos clientes é importante. Ou seja, ela pode tomar uma decisão baseada em uma pesquisa e anunciar a seus clientes que foi utilizada a opinião deles para a resolução do problema. A empresa ainda apresenta sua missão, visão e valores definidos e expostos para os clientes. Os dirigentes da empresa apresentam formação administrativa que claramente os ajudam nas suas atividades. Segundo a empresa, não houve nenhuma segmentação dos clientes. Todavia a pesquisa mostrou o contrário. A empresa ainda que não perceba segmentou os clientes por grupo de necessidades, ou seja, aqueles que desejam profissionalização, algo evidente e claramente impregnado na mente dos clientes. A empresa ainda tem espaço para mostrar a importância de se ter professores formados e sempre valorizá-los. 100 4.2.3 Farmácia Avenida 1. Qual o principal motivo que leva você a comprar os produtos (bens ou serviços) desta empresa? Por exemplo: preço, qualidade, tradição, localização, atendimento, ética, produtos diferenciados, etc. Tabela 33: Farmácia Avenida – Questão 01 % 30% 26% 15% 11% 11% 7% Atendimento Qualidade/Diferenciação Preço Ética Localização Tradição Fonte: Elaborado pelo autor 2. Como você descreve a empresa? Tabela 34: Farmácia Avenida – Questão 02 % 33% 24% 19% 14% 10% Confiabilidade/Honestidade Atendimento Localização/Aparência Qualidade/Diferenciação Funcionários qualificados Fonte: Elaborado pelo autor Segundo a Tab. 33 e Tab. 34, Atendimento e Qualidade são os dois principais fatores de compra dos produtos da empresa e Confiabilidade e Atendimento as características com as quais a empresa é descrita. Para a gerência, a empresa tenta passar confiança, qualidade, respeito, ética, profissionais formados, atendimento personalizado, e serviços adicionais, tais como: disk entrega gratuito e aplicações a domicílio gratuitas. Além do mais os itens supracitados pelos consumidores estão presentes nas definições de Missão, Visão e Valor da empresa. 101 3. Existe alguma outra empresa na cidade que ofereça as mesmas vantagens? Tabela 35: Farmácia Avenida – Questão 03 % 30% 70% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 4. Você acha que esta empresa é reconhecida como uma das três melhores de seu segmento na cidade de Machado? Tabela 36: Farmácia Avenida – Questão 04 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 5. Qual sua satisfação geral em relação ao(s) produto(s) (bens ou serviços) que a empresa oferece? Tabela 37: Farmácia Avenida – Questão 05 % 30% 70% 0% 0% 0% Muito Satisfeito Satisfeito Razoável Insatisfeito Muito Insatisfeito Fonte: Elaborado pelo autor Conforme as Tab. 35, Tab. 36 e Tab. 37, a maioria dos clientes (70%) não acredita que haja outra empresa do mesmo segmento na cidade que ofereça as mesmas vantagens, sendo que 100% a classificam como uma das três melhores da cidade e 100% julgam estar satisfeitos ou muito satisfeitos. 6. Você já participou de alguma pesquisa por parte desta empresa? Quantas vezes? 102 Tabela 38: Farmácia Avenida – Questão 06 % 10% 90% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor 7. Você acha que ouvir a opinião dos clientes é importante? Por quê? Tabela 39: Farmácia Avenida – Questão 07 % 100% 0% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Conforme a Tab. 38 e Tab. 39, a maioria dos clientes nunca participou de uma pesquisa por parte da empresa, mas 100% acham importante, sendo que alguns chegaram a citar que “somos clientes, sabemos nossas necessidades”. Segundo a gerência já foi realizada uma pesquisa tanto com os clientes quanto com não clientes em residências, mas admite que não seja algo periódico. 8. Com qual freqüência você vem até esta empresa? Tabela 40: Farmácia Avenida – Questão 08 % 20% 30% 50% Raramente Às vezes Periodicamente Fonte: Elaborado pelo autor 9. Quando a empresa passa a oferecer novos produtos (bens ou serviços), você procura experimentá-los ou a empresa oferece uma amostra de como ele é? 103 Tabela 41: Farmácia Avenida – Questão 09 % 40% 60% Sim Não Fonte: Elaborado pelo autor Segundo a Tab. 40 e Tab. 41, a maioria dos clientes vêm até a empresa pelo menos periodicamente sendo que a maioria não se inteira dos outros produtos da empresa quer de maneira ativa quer de maneira passiva. 10. Através de qual meio de comunicação você fica sabendo a respeito da empresa? Por exemplo: oralmente, jornal, cartazes, panfletos, faixas, rádio, televisão, outdoors, participações em comemorações e eventos públicos, etc. Tabela 42: Farmácia Avenida – Questão 10 % 42% 21% 16% 11% 11% Rádio Oralmente Faixas Jornal Motossom Fonte: Elaborado pelo autor Conforme a Tab. 42, a maioria dos clientes afirmam que os principais meios de comunicação da empresa são o rádio e o boca-a-boca. Segundo a gerência, atualmente as propagandas estão paradas, mas normalmente utiliza-se de rádio, faixas e panfletos. Sugere-se a empresa que tenha uma política de comunicação e propaganda mais sólida, que realize com mais freqüência pesquisas com os clientes que se importam muito com elas. Nota-se ainda que houve uma boa consciliação entre os objetivos empresariais e os dos clientes. Diferentemente do que era de se esperar pelo segmento, a empresa tem clara visão de que o serviço prestado é tão importante quanto o produto físico em si e também tal como na Microlins e Cia do Corpo o Atendimento e formação profissional dos funcionários são diferenciais para a empresa. 104 4.3 RESULTADOS COMUNS Em relação as três empresas pesquisadas é interessante citar que: 1. São de segmentos diferentes, mas apresentam muitos comportamentos e características semelhantes; 2. Nas três empresas a formação profissional dos seus empregados é fator diferencial tanto para a empresa como para os clientes; 3. Nas três empresas o Atendimento e Qualidade são fatores diferenciais tanto para a empresa como para os clientes; 4. Nas três empresas a Pesquisa de Mercado é defendida arduamente pelos clientes como forma de melhorar a empresa; 5. Nas três empresas ainda há espaço para a pesquisa de mercado ser melhorada substancialmente; 6. Nas três empresas a propaganda boca-a-boca foi tão importante ou muito mais do que as outras formas de comunicação, portanto a empresa deve criar mecanismos de beneficiar quem faz propaganda da empresa; 7. Nas três empresas não foram feitas pesquisas de mercado antes da abertura da empresa principalmente por desconhecimento de sua importância; 8. Nas três empresas há segmentação subjetiva de mercado que ainda que não seja percebido pelos seus dirigentes, aparecem claramente nas repostas pela consistência e homogeneidade das mesmas; 9. Nas três empresas há boa definição de negócio não havendo de explicitamente miopia de marketing ao preocupar-se mais com o produto do que com as necessidades dos clientes; 105 CONCLUSÃO O objetivo geral da pesquisa (“Identificar a relação entre a Imagem Transmitida e a Percepção de Mercado em micro e pequenas empresas de Machado-MG”) foi claramente atendido. Todavia a idéia inicial era trabalhar com empresas onde esta dualidade estivesse claramente afetada. Todavia em todas as empresas a relação entre imagem transmitida e imagem percebida foi relativamente bem homogênea. A importância desta consciliação está no fato de criar uma segmentação subjetiva e implícita, já que quando os clientes e a empresa pensam do mesmo modo, pode-se dizer que houve uma segmentação ainda que não seja visível. Uma meta era demonstrar como as estratégias mercadológicas impactam diretamente no sucesso e sobrevivência das micro e pequenas empresas. Isto ficou evidente ao analisar o referencial teórico, principalmente os autores como Kotler e Las Casas. Mas também na pesquisa de campo foi provado na prática que estratégias mercadológicas como focar nas necessidades e não no produto geram sucesso a longo prazo, além de sobrevivência. Quanto a argumentação sobre as conseqüências da indefinição de posicionamento de mercado sólido ficou claramente compreensível ao estudar sobre as orientações e segmentação de mercado, além do estudo da marca (Branding). Outro objetivo era verificar se a imagem transmitida pela empresa é a mesma percebida pelos clientes. Isto foi analisado no resultado da pesquisa em que a consciliação entre empresa e cliente foi apontada como razão de sucesso. É interessante perceber que os clientes das empresas pesquisadas concordam em 100% dos casos que pesquisas são importantes e ainda assim muitos gerentes relutam em aceitá-las. Além disso, há escassez de informações sobre as empresas na cidade. As únicas informações encontradas foram na Associação Comercial que só dispõem de seus afiliados. Deveria haver um órgão da prefeitura responsável por este controle empresarial. Por fim, o último objetivo era apontar as principais preocupações mercadológicas que o micro e pequeno empresário deve ter antes de abrir seu próprio negócio, bem como depois de tê-lo aberto. Isto foi feito no resultado onde todo o referencial teórico foi compilado em uma metodologia de planejamento estratégico de marketing. Ainda assim, alguns temas relevantes não puderam ser abordados por esta monografia e ficam em aberto para futuros pesquisadores. Primeiro analisar a importância da formação profissional na percepção de qualidade entre os consumidores, que foi um assunto relevante levantado pela pesquisa. Outro é analisar os funcionários da empresa como diferenciais competitivos e que agrega valor ao produto da empresa. Outro tema relevante é como a comunicação boca-a-boca pode superar com sucesso os meios tradicionais de propagandas. Como a formação administrativa influencia no gerenciamento de uma empresa. E por fim, realização de pesquisas de Top of Best/Mind para verificar a percepção de marca no mercado machadense. Como considerações finais, cita-se que é extremamente importante entender e compreender os preceitos mercadológicos para garantir a sobrevivência da empresa. Que o Marketing não deve ser tratado como um departamento, mas sim uma filosofia de harmonizar a empresa com o mercado e como disse certa vez o presidente da HP: “o marketing é muito importante para ficar somente no departamento de marketing”. 107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO. Estratégias genéricas de Porter. Administração e Gestão, 2009? Diponível em: <http://www.administracaoegestao.com.br/planejamento-estrategico/wpcontent/uploads/2008/06/estrategias-competitivas-genericas.jpg>. Acesso em: 08 nov. 2009 AGOSTINI, Renata. A construção de uma marca eterna. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0953/marketing/constru cao-marca-eterna-501719.html>. Acesso em: 4 out. 2009 Al RIES. RIES, Laura. 22 Immutable Laws of Branding. New Jersey: Wiley, 2004. Al RIES. TROUT, Jack. 22 Immutable Laws of Marketing. New York: HaperCollins Publishers, 2004. ANTUNES, Luciene. A bicicleta global. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0953/negocios/bicicletaglobal-502286.html>. Acesso em: 4 out. 2009 BEER, Mike. Gerenciando mudança e transição. (Série Harvard Business Essencials). 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. BODYSPACES. Charles Chaplin em Tempos Modernos. Bodyspace, 2009? Diponível em: <http://bodyspace.net/imgs/artigos/moderntimes.jpg>. Acesso em: 04 nov. 2009 BUENO, Fabrício. Otimização gerencial com Excel. Florianópolis: VisualBooks, 2007. CAPPELLI, Peter. Contratando e mantendo as melhores pessoas. (Série Harvard Business Essencials). 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. CASTALDI, José Geraldo. Posicionamento competitivo como processo mental: um estudo com empreendedores de pequenas empresas industriais paranaenses. In XXXII ENCONTRO NACIONAL DA ANPAD. 32, 2008. Rio de Janeiro. Anais. Rio de Janeiro: ANPAD, 2008, p. 1-16. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria geral da Administração. (Edição Compacta). 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COBRA, Marcos Henrique Nogueira. Marketing básico: uma perspectiva brasileira. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1997. CRUZ, Carlos. Você faz as perguntas certas para o seu cliente? HSM online, 2009. Disponível em: <http://br.hsmglobal.com/notas/54662-voc%C3%AA-fazas-perguntas-certas-o-seu-cliente>. Acesso em: 4 out. 2009 DONDA, Gustavo. Rafinha 2.0. Youtube, 2008. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=UI2m5knVrvg>. Acesso em: 13 set. 2009 ESCOLA SECUNDÁRIA DE OLIVEIRA DE FRADES. Máquina a vapor utilizada para extrair água nas minas de carvão. Oliveira de Frades 2009? Diponível em: <http://www.eb23sof.com/sites/crie/9C%20IND/indvapor.jpg>. Acesso em: 4 nov. 2009 ESCOLAS JOÃO FRANCO. Posicionamento superior da marca Ferrari. João Franco, 2009? Diponível em: <http://serfranco.files.wordpress.com/2008/11/imagem_ferrari04.jpg>. Acesso em: 4 nov. 2009 ESPANHA, Wellington. Introdução ao Marketing: Marketing em um Mundo em Mudança: Criando Valor e Satisfação para o Cliente. Machado: IMES, 2008a. Notas de aula. ______. Pesquisa Mercadológica e Sistema de Informação Mercadológica. Machado: IMES, 2008b. Notas de aula. FORD, Henry. My Life and Work. Projeto Gutenberg, 2009. Disponível em <http://www.gutenberg.org/dirs/etext05/hnfrd10.txt>. Acesso em: 7 set 2009 GALE, Sarah Fister. Oito dicas para ser “verde”. HSM Global, 2009. Disponível em: <http://br.hsmglobal.com/notas/43583-oito-dicas-ser-verde>. Acesso em: 14 set. 2009 GALLO, Rodrigo. Uma revolução não só industrial. Revista Aventura na História, 2009?. Disponível em: < http://historia.abril.com.br/fatos/revolucaonao-so-industrial-473337.shtml>. Acesso em: 4 out. 2009 GIANINI, Tatiana. O Wal-Mart da Índia. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0940/mundo/wal-martindia-431759.html>. Acesso em: 20 out. 2009 GUARITA, Sérgio. Fusões e aquisições no Brasil: evolução do processo. FAE Business, 2002. Disponível em: <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n3_setembro_2002/ ambiente_economico4_fusoes_e_aquisicoes_no_brasil.pdf>. Acesso em: 13 set. 2009 GUEDES , Ronaldo. Administração de Marketing. Portal dos administradores, 2008 Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/administracao_de_marketing/2563 3/>. Acesso em: 1 set. 2009 109 GUILHERME NETO. Desinformação é principal causa para medo de ROI. Mundo do Marketing, 2009. Disponível em <http://www.mundodomarketing.com.br/8,11025,desinformacao-e-principalcausa-para-medo-de-roi.htm> Acessado em 7/9/2009 14:02 HASHIMOTO, Marcos. Os mitos de empreendedorismo no Brasil e nos EUA. Portal dos administradores, 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/os_mitos_de_empreendedorismo_ no_brasil_e_nos_eua/34296/ >. Acesso em: 30 set. 2009 HAYES, Samuel L. Finanças para gerentes. (Série Harvard Business Essencials). 4 ed. Rio de Janeiro; Record, 2009. HOOLEY, Graham J. SAUNDERS, Hohn A. PIERCY, Nigel F. Estratégia de Marketing e posicionamento competitivo. 3 ed São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. JULIBONI, Márcio. Faça melhor do que eu. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0951/marketing/facamelhor-eu-496069.html>. Acesso em: 20 out. 2009 JÚLIO, Carlos Alberto. A arte da estratégia. 10 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. JUSTUS, Roberto. O empreendedor: como se tornar um líder de sucesso. São Paulo: Larousse, 2007. KANITZ, Stephen. A Ascensão do Administrador e a Decadência do Empresário. O caso Sadia-Perdigão. Portal dos administradores, 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/a_ascensao_do_administrador_e_ a_decadencia_do_empresario_o_caso_sadiaperdigao/30475/>. Acesso em: 27 set, 2009. KFOURI, Natalia. Tempo de inovar, 2009? Disponível em <http://www.vocecommaistempo.com.br/bn_conteudo.asp?cod=192&opr=88> Acessado em 1 set. 2009 KIM, W. Chan. MAUBORGNE, Renée. A estratégia do oceano azul. 20 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KOTLER MARKETING GROUP. Insights and Ideas, 2009? Disponível em <http://www.kotlermarketing.com/> Acessado em 7 set. 2009 KOTLER, Philip. ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 9 ed. São Paulo: Atlas, 1998. 110 ______. Marketing de a a Z: 80 Conceitos que Todo Profissional Precisa Saber. São Paulo: Campus, 2003. ______. Marketing para o século XXI. São Paulo: Ediouro, 2009a. ______. Rápido e flexível. HSM Global, 2009b. Disponível em: <http://br.hsmglobal.com/notas/53883-rapido-e-flexivel>. Acesso em: 14 set. 2009 ______. Ten deadly Marketing sins. New Jersey: Wiley, 2004. KOTLER, Philip. CASLIONE, John A. Vencer no caos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. KOTLER, Philip. KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do trabalho científico. 5 ed. São Paulo: Atla, 2001. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing. 8 ed. São Paulo: Atlas, 2009. LIDERANÇA E NEGÓCIOS. Henry Ford em um Ford T Liderança e Negócios, 2009? Diponível em: <http://liderancaenegocios.com.br/wpcontent/uploads/2009/09/ford-t.jpg>. Acesso em: 4 nov. 2009 LIVING VALUES EDUCATION. Liderança e empreendedorismo. Living Values Education, 2009? Diponível em: <http://www.livingvalues.net/images/coop_pic.gif >. Acesso em: 4 nov. 2009 LONGENECKER, Justin G. Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 2004. LOVELOCK, Christopher. WRIGHT, Lauren. Serviços, Marketing e Gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. LUECKE, Richard. Estratégia. (Série Harvard Business Essencials). 4 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009a. ______. Ferramentas para empreendedores. (Série Harvard Business Essencials). 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009b. ______. Gerenciando a crise. (Série Harvard Business Essencials). 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009c. ______. Tomando decisões. (Série Harvard Business Essencials). 3 ed. Rio de Janeiro: Record: 2009d. LUNKES, Rogério João. Contabilidade gerencial: um enfoque na tomada de decisão. Florianópolis: VisualBooks, 2007. 111 MAGALHÃES, Ricardo Jordão. O Fim do Século 20, o Fim da GM!. Portal dos administradores, 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/o_fim_do_seculo_20_o_fim_da_gm /30382/>. Acesso em: 27 set. 2009 MANAGEMENT TV. Kotler’s Interview. Youtube, 2008.Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=0F2_SL3aqkY>. Acesso em 7 set 2009 MANFRINI, Sandra. IBGE revela crescimento de micro e pequenas empresas em 2002. Portal dos Administradores, 2004. Disponível em <http://www.administradores.com.br/noticias/2090>. Acesso em: 18 ago 2009 MANIA DE HISTÓRIA. História da Embalagem Coca-Cola. Mania de História, 2009? Diponível em: <http://maniadehistoria.files.wordpress.com/2009/03/cocacola1.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2009 MANO, Cristiane. Por dentro da mente do consumidor. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0951/negocios/dentromente-consumidor-496058.html>. Acesso em: 20 out. 2009 MANZO, José Maria Campos. Marketing: uma ferramenta para o desenvolvimento. 7 ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1969. MARX, Karl. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Martin Claret, 2000. ______. O 18 de Brumário de Luís Bonaparte. Lisboa: Avante, 1852 (primeira impressão). MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de Marketing. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1998. MCCARTHY, E. Jerome. PERREAULT, William. Marketing essencial e global: uma abordagem gerencial e global. São Paulo: Atlas, 1997. MEDIA CREAR BLOG. Greenpeace responde a la Multinacional DOVE con campaña publicitaria. Media Crear Blog, 2009. Disponível em: <http://www.blog.mediacrearpublicidad.com/greenpeace-responde-a-lamultinacional-dove-con-campana-publicitaria/>. Acesso em: 20 out. 2009 MELO, Pollyanna. Cartão empresarial é fonte de financiamento para 38% das PMEs que utilizam crédito. Portal dos Administradores, 2008a. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/cartao_empresarial_e_fonte_de_fi nanciamento_para_38_das_pmes_que_utilizam_credito/18751/>. Acesso em: 14 set. 2009 ______. Estudo revela que muitas micro empresas resistem à tecnologia. Portal dos Administradores, 2008b. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/estudo_revela_que_muitas_micro _empresas_resistem_a_tecnologia/18702/>. Acesso em: 14 set. 2009 112 ______. Produtos de marca própria tiveram um aumento de 31% em um ano. Portal dos Administradores, 2008c. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/produtos_de_marca_propria_tiver am_um_aumento_de_31_em_um_ano/18473/>. Acesso em: 14 set. 2009 MENEZES, Hilton. Comércio eletrônico para pequenas empresas. Florianópolis: VisualBooks, 2003. MINERAÇÃO DE DADOS. Wikipedia. 2009?. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Minera%C3%A7%C3%A3o_de_dados>. Acesso em: 5 nov. 2009 MORITA, Marcos. Brasil Foods: quando a concorrência se une. Portal dos Administradores, 2009. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/brasil_foods_quando_a_concorren cia_se_une/33853/>. Acesso em: 27 set. 2009 OLIVEIRA, Luciel Henrique de. Gestão Ambiental. Machado: IMES, 2009a. Notas de aula. ______. Novos modelos de gestão. In: Semana do Administrador 2009. Machado: IMES/FUMESC, 2009b. Palestra. OLIVEIRA, Wilson José. CRM & ebussiness. Florianópolis: VisualBooks, 2000. ONAGA. Marcelo. Femsa negocia fusão. Portal Exame, 2009. Disponível em: <http://portalexame.abril.com.br/blogs/primeirolugar/20091001_listar_dia.shtml? permalink=200179>. Acesso em: 4 out. 2009 PACT CONSULTING TELECOM. Marketing de Relacionamento na Crista da Onda. Portal dos Administradores, 2008. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/marketing_de_relacionamento_na _crista_da_onda/25472/>. Acesso em: 14 set. 2009 PERFEITO, Giovana. Relacionamento com cliente é fundamental para crescimento da empresa. Portal dos Administradores, 2008. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/relacionamento_com_cliente_e_fu ndamental_para_crescimento_da_empresa/17680/>. Acesso em: 14 set. 2009 PETTI, Carin Homonnay. QUERO UM SÓCIO CAPITALISTA! Portal de Venture Capital do Governo Federal, 2008. Disponível em: <http://www.venturecapital.gov.br/vcn/tripa_NoticiasImprensa_include.asp?Con tentId=3611>. Acesso em: 30 set. 2009 PINHEIRO, Roberto Meireles.et al Comportamento do consumidor. 3 ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. PINHO, Diva Benedides (org.). VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval (org.) et al. Manual de introdução à economia. São Paulo: Saraiva, 2006. 113 PINK NETBOOK. Matriz BCG. Pink Netbook, 2009? Diponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_HYe8ckGvLRs/SaVmhWkJ9WI/AAAAAAAAAT0/e0k Ptk8rkt4/s400/BCG_Matrix.png>. Acesso em: 8 nov. 2009 PORTAL DO EMPREENDEDOR. Perguntas e Respostas. Portal do Empreendedor, 2009? .Disponível em: <http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/perguntas/>. Acesso em: 27 set. 2009 PORTER, Michael. Estratégia competitiva. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. ______. Vantagem competitiva. 28 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. REINA, Veruska. Quanto vale a sua marca? Portal do Marketing, 2009. Disponível em: <http://www.mundodomarketing.com.br/artigosmateria.php?hi=3&id=97&materi a=11010>. Acesso em: 14 set. 2009 ROGER RODRIGUES. Marca Coca-Cola. Roger Rodrigues, 2009? Diponível em: <http://rogerrodrigues.files.wordpress.com/2009/04/coca-cola_logo5.jpg>. Acesso em: 4 nov. 2009 SAMARA, Beatriz Santos. BARROS, José Carlos. Pesquisa de marketing. 3 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. SCHARF, Edson Roberto. Gestão do conhecimento aplicada ao Marketing. Florianópolis: VisualBooks, 2007. SEBRAE. Anuário do trabalho na micro e pequena empresa. SEBRAE, 2008. Disponível em : <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/572C3CE47D9997DC83257 486004E858E/$File/NT00038B0A.pdf>. Acesso em: 27 set. 2009 ______. Boletim estatístico de micro e pequenas empresas : primeiro semestre de 2005. SEBRAE, 2005a. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-e-pesquisas/estudos-epesquisas/boletim-estatistico-das-mpe>. Acesso em: 27 set. 2009 ______. Critérios e conceitos para classificação de empresas. SEBRAE, 2009?. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/customizado/estudos-epesquisas/integra_bia?ident_unico=97>. Acesso em: 27 set. 2009 ______. Fatores condicionantes e taxas de sobrevivência e mortalidades das micros e pequenas empresas no Brasil : 2003–2005. SEBRAE, 2005b. Disponível em: <http://201.2.114.147/bds/bds.nsf/DowContador?OpenAgent&unid=8F5BDE79 736CB99483257447006CBAD3>. Acesso em: 27 set. 2009 ______. Inovar é questão de sobrevivência para as pequenas empresas. Portal dos Administradores, 2009. Disponível em: 114 <http://www.administradores.com.br/noticias/inovar_e_questao_de_sobreviven cia_para_as_pequenas_empresas/26766>. Acesso em: 19 out. 2009 ______. Marketing para a pequena empresa. Brasília: Sebrae, 1995. SILVA, Lúcia Helena da. Gestão de Micro e Pequenas Empresas. Machado: IMES, 2009. Notas de aula. SILVA, Veslaine Antonio. Administração Financeira para micro e pequenas empresas. Alfenas: Unifenas, 2005. SOUZA, Adriano Mendonça. et al. Gráficos de controle de regressão usando Statistica Florianópolis: VisualBooks, 2005. SUPERINTERESSANTE. 200 anos de Revolução Francesa. Superinteressante, São Paulo, ano 3, n. 2, p. 6-43, Junho de 1989. TASSINARI, Fernando. A publicidade mudará para sempre! HSM online, 2009. Disponível em <http://br.hsmglobal.com/notas/53886-a-publicidade-mudarasempre>. Acesso em: 9 set. 2009 TROIANO, Jaime. Como as marcas devem se relacionar com o consumidor? Mundo do Marketing, 2009. Disponível em <http://www.mundodomarketing.com.br/7,10868,como-as-marcas-devem-serelacionar-com-o-consumidor-.htm> Acessado em 7 set 2009 VASQUES, Ricardo. Miopia de Marketing. Youtube, 2004. Disponível em <http://www.youtube.com/watch?v=ewVsxFCRLmg&feature=related>. Acesso em: 8 set 2009 VILAS BOAS, Roberta de Matos. Crise faz crescer número de autônomos; quando o trabalho é vantajoso? Portal dos Administradores, 2009a. Disponível em <http://www.administradores.com.br/noticias/crise_faz_crescer_numero_de_aut onomos_quando_o_trabalho_e_vantajoso/25568/>. Acesso em: 7 set 2009 ______. Sudeste concentra mais da metade dos assalariados do País, indica IBGE. Portal dos administradores, 2009b. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/sudeste_concentra_mais_da_met ade_dos_assalariados_do_pais_indica_ibge/26192>. Acesso em: 27 set. 2009 WAGNER, Katherine. Finanças ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. WATKINS, Michael. Negociação. (Série Harvard Business Essencials). 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 2009. WELSH, Jack. O cliente (ainda) não é rei. Portal Exame, 2008. Disponível em <http://jw.portalexame.abril.com.br/fechado/artigos.html?cod=99>. Acesso em: 8 out. 2009 115 APÊNDICES APÊNDICE A ROTEIRO “Eu me chamo Davi e sou aluno do 8º Período de Administração da FUMESC e concluo o curso este ano. Para isso estou fazendo uma pesquisa de campo para o meu trabalho final – monografia – e gostaria de saber se o(a) senhor(a) teria um momento para eu explicar do que se trata a pesquisa e se você gostaria de participar. Sua empresa foi indicada pela Silvana da Associação Comercial, que me ajudou a escolher algumas empresas de várias áreas. Segundo ela sua empresa seria uma das mais indicadas para eu realizar a pesquisa. Você poderá entrar em contato com a ACIAM-CDL para comprovar o que eu disse. Estou fazendo uma pesquisa para analisar como as pequenas empresas se comunicam com seus clientes e como eles enxergam a empresa. Estou trabalhando apenas com pequenas empresas machadenses vinculadas à ACIAM-CDL que trabalhem no varejo ou prestem serviços. Esta pesquisa será feita com várias empresas de áreas diferentes, mas nunca com concorrentes, porque o objetivo não é analisar quem é melhor e sim como é o relacionamento com os clientes naquele segmento. Caso deseje participar, eu farei duas pesquisas: uma com a gerência e outra com alguns clientes. Caso queira, eu posso ler as perguntas e lhe mostrar o que eu vou pesquisar antes que você decida se quer ou não participar da minha pesquisa. Eu me comprometo a entregar uma cópia dos resultados dela a você e a convidá-lo para a apresentação da monografia na FUMESC assim que a data for marcada. Caso deseje mais privacidade, eu posso criar um nome fantasia para sua empresa, para que quando os resultados forem publicados na monografia, não sejam associados a ela. Como a pesquisa será feita com várias empresas, não há perguntas específicas sobre sua empresa. As perguntas são genéricas e serão aplicadas a todas as empresas de igual modo. Posso lhe mostrar o conteúdo da pesquisa? (Caso aceite e deseje, mostrar os questionários para ver se ele(a) aceita ou não participar).” 117 APÊNDICE B CARTA DE APRESENTAÇÃO ALUNO: Davi Caixeta Carvalho TEMA: influência do posicionamento de mercado nas relações com os consumidores das micro e pequenas empresas de Machado-MG. OBJETIVOS GERAIS DA PESQUISA: • Analisar a imagem transmitida pela empresa; • Analisar a imagem percebida pelos clientes; • Comparar as duas imagens; • Inferir os motivos das eventuais diferenças que houver em nível global; apontando as falhas encontradas à luz da teoria mercadológica e designar possíveis soluções para elas a nível global. PREMISSAS: • Devem ser micro e pequenas empresas; • Devem ser localizadas em Machado-MG; • Devem ser vinculadas a ACIAM-CDL; • Devem ser de setores distintos e não concorrentes entre si diretamente; • Devem ser do setor de varejo ou serviços em geral; • Não devem produzir todos ou parte dos bens comercializados; • Não devem ser ONG’s ou outros tipos de associações; • Não devem ter filiais em outras cidades; • Não devem ser filiais de empresas de outras cidades; • Podem ser franquias; • Devem ter no mínimo 3 e no máximo 20 funcionários; • O dono ou gerente da empresa deverá estar presente para ser entrevistado; • Devem ser Sociedade Limitada ou outra que implique a participação de pelo menos 2 sócios; 118 • Não devem vender produtos muito personalizados que impliquem em baixo número de clientes; • Devem apresentar 10 clientes que possam ser entrevistados, sendo que dependendo do segmento, em horários diferentes. Dependendo do segmento em questão, caso não haja volume de clientes a serem entrevistados, a pesquisa será feita com os que houver. BENEFÍCIOS: • Realização de uma pesquisa mercadológica gratuita com os clientes; • Compreenção da percepção dos clientes em relação a empresa; • Recebimento de uma cópia dos resultados; • Anonimato, caso deseje; • Convite para a apresentação da monografia na FUMESC assim que a data for marcada. 119 APÊNDICE C QUESTIONÁRIO PARA A GERÊNCIA 1. Como surgiu a idéia de abrir a empresa? Qual foi a oportunidade de negócio encontrada? 2. Qual foi a maior dificuldade encontrada na abertura da empresa? 3. Já foi realizada alguma pesquisa com o mercado ou com os clientes da sua empresa? Caso negativo, por quê? [Caso negativo, pule para a questão 4] 3.1. Antes da abertura foi realizada alguma pesquisa de mercado? Caso negativo, por quê? [Caso negativo, pule para a questão 3.2] 3.1.1. Como foi feita? 3.1.2. Com quais objetivos: a) Verificar a demanda pelo produto (bem ou serviço) que a empresa iria oferecer? b) Verificar quais os concorrentes, estratégias e seu posicionamento de mercado? c) Verificar a demanda por produtos complementares ou diferenciados? 3.2. Atualmente, são realizadas pesquisas com os clientes da empresa? Caso negativo, por quê? [Caso negativo, pule para a questão 3.3] 3.2.1. Como e com qual freqüência são feitas? 3.2.2. Com quais objetivos: a) Verificar a satisfação dos clientes em relação aos produtos (bens ou serviços)? b) Analisar como a empresa é percebida pelos clientes? c) Verificar quais são as oportunidades de desenvolvimento de novos produtos? 120 3.3. Atualmente, são realizadas pesquisas com o mercado? Caso negativo, por quê? [Caso negativo, pule para a questão 4] 3.3.1. Como e com qual freqüência são feitas? 3.3.2. Com quais objetivos: a) Verificar o posicionamento da marca da empresa no mercado em relação aos concorrentes? b) Verificar como os clientes se distribuem entre as empresas do segmento? c) Verificar quais são os segmentos e nichos de mercado não explorados ainda e qual a demanda para eles? d) Verificar qual a percepção de mercado sobre um novo produto (bem ou serviço) que a empresa desenvolveu? 4. Antes de a empresa ser aberta, foi planejado qual o tipo de cliente ou região a empresa atenderia, por exemplo, crianças ou somente clientes do centro da cidade? Caso afirmativo, qual o tipo? [Caso negativo, pule para a questão 5] 4.1. Atualmente a empresa atende somente aos clientes que haviam sido escolhidos? [Caso afirmativo, pule para a questão 5] 4.1.1. Caso a empresa tenha outros tipos de clientes atualmente, qual motivo levou a atendê-los: eles procuraram a empresa ou foi ela quem decidiu buscá-los? Por quê? 5. A empresa possui clientes que vêm até ela por razões completamente distintas? [Caso negativo, pule para a questão 6] 5.1. Como isso é identificado? 5.2. Os produtos (bens ou serviços) são diferenciados para eles? 6. De uma maneira geral, como é o relacionamento dos clientes com a empresa, eles sempre voltam a comprar? 7. Sua empresa possui Missão, Valores e Negócio claramente definidos? [Caso negativo, pule para a questão 8] 121 7.1. Quais são? 8. Qual mensagem principal a empresa tenta passar para os clientes? 9. Quais são os diferenciais que a empresa apresenta e que são passados para os clientes, ou seja, o que a empresa tem que os concorrentes não têm? 10. Como a empresa se comunica com o mercado? Por exemplo: oralmente, jornal, cartazes, panfletos, faixas, rádio, televisão, outdoors, participações em comemorações e eventos públicos, etc. 122 APÊNDICE D QUESTIONÁRIO PARA OS CLIENTES 1. Qual o principal motivo que leva você a comprar os produtos (bens ou serviços) desta empresa? Por exemplo: preço, qualidade, tradição, localização, atendimento, ética, produtos diferenciados, etc. 2. Como você descreve a empresa? 3. Existe alguma outra empresa na cidade que ofereça as mesmas vantagens? 4. Você acha que esta empresa é reconhecida como uma das três melhores de seu segmento na cidade de Machado? 5. Qual sua satisfação geral em relação ao(s) produto(s) (bens ou serviços) que a empresa oferece? • Muito satisfeito • Insatisfeito • Satisfeito • Muito insatisfeito • Razoável 6. Você já participou de alguma pesquisa por parte desta empresa? Quantas vezes? 7. Você acha que ouvir a opinião dos clientes é importante? Por quê? 8. Com qual freqüência você vem até esta empresa? • Raramente • Somente quando precisa • Periodicamente 9. Quando a empresa passa a oferecer novos produtos (bens ou serviços), você procura experimentá-los ou a empresa oferece uma amostra de como ele é? 10. Através de qual meio de comunicação você fica sabendo a respeito da empresa? Por exemplo: oralmente, jornal, cartazes, panfletos, faixas, 123 rádio, televisão, outdoors, participações em comemorações e eventos públicos, etc. 124