Centro Universitário do Distrito Federal - UniDF Instituto de Cooperação e Assistência Técnica - ICAT UniDF Tatiana Casarin COMPETÊNCIAS RELEVANTES PARA ATENDIMENTO NA ÁREA DE VENDAS DE MATERIAL DE ACABAMENTO (Projeto) Brasília – DF 2007 2 Tatiana Casarin TATI COMPETÊNCIAS RELEVANTES PARA ATENDIMENTO NA ÁREA DE VENDAS DE MATERIAL DE ACABAMENTO (Projeto) Brasília – DF 2007 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................4 2 SITUAÇÃO-PROBLEMA....................................................................................5 2.1 OBJETIVOS......................................................................................................6 2.1.1 Objetivo Geral..............................................................................................6 2.1.2 Objetivos Específicos..................................................................................6 2.2 JUSTIFICATIVA ...............................................................................................6 3 REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................8 3.1 CONCEITO DE COMPETÊNCIA......................................................................8 3.2 TIPOS DE COMPETÊNCIAS..........................................................................10 3.3 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS.....................................................................11 3.4 VENDAS.........................................................................................................12 3.4.1 Mercado......................................................................................................15 3.4.2 Varejo..........................................................................................................16 3.4.3 Atacado.......................................................................................................17 3.4.4 Vendas de Materiais de Construção........................................................18 4 METODOLOGIA...............................................................................................19 4.1 TIPO DE PESQUISA......................................................................................19 4.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA....................................................................19 4.3 PROCEDIMENTOS........................................................................................19 4.4 COLETA DE DADOS......................................................................................20 4.5 ANÁLISE DE DADOS.....................................................................................20 4.6 LOCAL DE PESQUISA E AMOSTRA............................................................20 5 REFERÊNCIAS................................................................................................21 6 CRONOGRAMA...............................................................................................23 4 1. INTRODUÇÃO Com o passar do tempo, a preocupação das organizações em contar com pessoas preparadas para desempenhar suas funções com eficácia foi aumentando cada vez mais. As empresas atuais sabem da importância de ter empregados capazes de realizar as tarefas de acordo com as estratégias da organização e, cada vez mais, tem investido nas pessoas e nos processos de desenvolvimento profissional. Com a globalização, as mudanças aceleradas e a concorrência acirrada, fazse necessário uma renovação de qualificações que atendam a essa demanda para que as empresas se mantenham e sejam percebidas no mercado, ao tempo em que seus colaboradores mantêm empregabilidade. Tentativas de conceitaução de competências técnicas ou gerenciais, básicas ou essencias, e conformação aos negócios de cada organização têm sido asutnso recorrentes no mundo organizacional, a denotar que a temática ganha relevância para o sucesso e perenidades das empresas. Esse quadro impõe aos estudiosos da ciência da Adminsitração de Empresas e, em particular aos profissionais da área de recursos humanos, pesquisas sobre modelos de gestão de competências que garanta a manutenção ou revigoramento das competividade de pessoas e de empresas As competências dos colaboradores passaram a ser consideradas de acordo com as exigências do setor em que as organizações atuam, ou seja, é necessário que os empregados carreguem consigo e desenvolvam atribudos de desempenho superiores alinhados à posição que a empresa ocupa no seu setor e ao próprio setor. Baseada na abordagem das competências, esse estudo deverá identificar quais as competências relevantes à qualidade do atendimento prestado pela área de vendas em uma empresa que comercializa materiais de acabamento na percepção de seus gestores e funcionários. 5 2. ORGANIZAÇÃO E SITUAÇÃO-PROBLEMA O mercado busca profissionais que valorizem os clientes através de um bom atendimento. A eficiência e a eficácia, das organizações parecem derivar , cada vez mais, de sua capacidade de desenvolver competências e integrá-las em torno dos objetivos organizacionais. A organização abordada neste trabalho é uma loja do ramo da construção civil, especializada em vendas de materiais de acabamento, como revestimentos cerâmicos, metais e louças, localizada em Brasília- DF. A empresa iniciou suas atividades em 1983 e é líder no mercado em que atua. Conta com cerca de 60 funcionários diretos e gera também vários empregos indiretos. Sua missão é “Satisfazer o cliente gerando valores para os sócios, funcionários e comunidade através de uma postura ética para os negócios, diferenciando-nos pela qualidade dos produtos, serviços e principalmente pelo atendimento”(São Geraldo, 2003). Apesar de a empresa ter como negócio a entrega de produtos de alto valor agregado, além da qualidade do produto fornecido, é o serviço que agrega o valor mais importante e é através dele que podem ser identificadas novas oportunidades negociais por meio do comportamento dos consumidores. O cargo de consultor de vendas tem como principal atribuição o atendimento a clientes. Ele deve atuar realmente como um consultor, valorizando os produtos que vende e os serviços que presta, garantindo com isso o giro do produto no ponto de vendas. Deve passar informações, dicas, idéias, exemplos e outros serviços para os consumidores finais e, por conseqüência, gerar lucros para a empresa em que trabalha. Hoje em dia as pessoas dispõem de cada vez menos tempo e, por isso, demonstram um elevado senso de urgência, exigindo dos profissionais de vendas maior autonomia e rapidez no processo de venda. Portanto, existem competências consideradas relevantes para que o processo de venda seja feito de maneira correta, sempre levando em consideração as particularidades de cada cliente. Diante do exposto, é possível fazer a seguinte indagação: Quais as competências profissionais relevantes aos consultores de vendas para que estes possam prestar um atendimento com qualidade? 6 Procurando oferecer respostas a essa questão, o presente projeto tem os objetivos descritos a seguir. 2.1 OBJETIVOS 2.1.1 Objetivo geral Identificar e analisar as competências profissionais necessárias para que os consultores de vendas possam prestar um atendimento de qualidade. Para alcançar esse objetivo geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 2.1.2 Objetivos específicos - Identificar conceitos e significados de competências e vendas; - identificar as competências relevantes para o cargo de consultor de vendas; - Identificar as competências da equipe de vendas; - comparar e avaliar as competências identificadas com as competências relevantes; - propor modelo de intervenções para promover o fortalecimento e desenvolvimento de competências, conforme o caso. 2.2 JUSTIFICATIVAS A importância do papel das pessoas dentro de uma organização tem sido cada vez mais valorizada ao longo dos anos. Devido à concorrência, às mudanças rápidas de cenários e à globalização, a participação dos funcionários tem gerado mais comprometimento com as estratégias organizacionais, implicando em melhor capacitação e qualificação profissional e pessoal dos mesmos. Hoje as empresas tem visto que seu maior patrimônio são seus funcionários, por isso passaram a atribuir maior relevância ao desenvolvimento de competências. Novos tempos exigem profissionais mais dedicados e focados em resultados. Para atingir esses resultados, é preciso fazer mais pelos clientes. A área de vendas é 7 muito dinâmica, o mercado precisa de profissionais interagindo com os clientes de forma produtiva. É preciso ir além do que o mercado necessita, é preciso superar as expectativas. Por isso, o foco do trabalho em competências pretende contribuir para estimular as pessoas a desenvolver essas competências e compartilhá-las com seus colegas, motivando-se e melhorando seu desempenho cada vez mais. Os resultados desse estudo poderão ser úteis à empresa no sentido de orientar suas ações de recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, bem como fornecer subsídios para o aperfeiçoamento das políticas de recursos humanos. Poderão, também ajudar os funcionários a conquistar maior empregabilidade, subsidiando-os em processos de autodesenvolvimento e gestão de suas carreiras. A identificação das competências poderá indicar às pessoas o resultado esperado de seus trabalhos, permitindo avaliar seu desempenho profissional. 8 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 CONCEITO DE COMPETÊNCIAS Já há muito tempo o termo “competência” vem sendo amplamente utilizado. Surgiu na linguagem jurídica e era utilizado para designar a faculdade atribuída a alguém para julgar ou se pronunciar sobre uma questão específica (Brandão, 2006). Nos dias de hoje, segundo alguns autores e a partir da junção de concepções de duas correntes, as competências são combinações de conhecimentos, habilidades e atitudes e a aplicabilidade desses atributos no ambiente de trabalho, agregando valor a pessoas e empresas, ou seja, as pessoas expressam suas competências através do seu desempenho dentro da organização. O dicionário Aurélio (1997 apud BRANDÃO 2006) define competência como a qualidade de quem é capaz de apreciar ou resolver algum assunto, fazer determinada coisa. Para Durand (1998 apud BRANDÃO, GUIMARÃES e BORGES-ANDRADE 2001), competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes interdependentes e necessários à consecução de determinado propósito, dentro de um contexto organizacional específico. Ainda para Durand (2000 apud BRANDÂO, GUIMARÃES e BORGESANDRADE 2001, p. ?), o conhecimento corresponde a informações assimiladas e estruturadas, que permitem ao indivíduo “entender o mundo”; é o saber que a pessoa acumulou ao longo da vida. A habilidade está relacionada à capacidade de aplicar e fazer uso do conhecimento, de instaurar informações e utilizá-las em uma ação, no intuito de atingir um propósito especifico. A atitude, por sua vez, diz respeito aos aspectos sociais e afetivos relacionados ao trabalho (predisposição em adotar uma ação específica). Sparow e Bognanno (1994 apud BRANDÃO, 2006) definem competências como comportamentos identificados como relevantes para a obtenção de alto desempenho em um trabalho especifico, ao longo da carreira profissional ou no contexto de uma estratégia corporativa. 9 Kotler e Keller (2006) afirmam que para realizar seus processos centrais de negócios, as empresas necessitam de recursos. Normalmente elas são proprietárias e controladoras da maioria desses recursos e muitas vezes terceirizam esses recursos com custos mais baixos e melhor qualidade, mas o principal é reter a propriedade dos recursos e as competências centrais (core competencies), que constituem a essência do negócio. Segundo esses autores, uma competência central possui três características: é fonte de vantagem competitiva, pois contribui para geração de benefícios percebidos pelos clientes, tem aplicações em vários tipos de mercados e é difícil de ser imitada pelos concorrentes. Nisembaum (2000, p. ?) cita algumas definições de competências individiais fornecidas por Spencer Jr e Spencer (1993), dentre elas: “uma competência é uma característica fundamental de um indivíduo que está casualmente relacionada a um critério de eficácia e/ou performance superior num trabalho ou situação.” Para Nisembaum (2000, p. ?), competência individual é a integração sinérgica das habilidades, conhecimentos e comportamentos, manifestada pelo alto desempenho da pessoa, que contribui para os resultados da organização. Ainda segundo esse autor, “o que caracteriza a competência é a integração e a coordenação de um conjunto de habilidades, conhecimentos e atitudes que na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada”. Ele resume competências individuais como um processo de aprendizagem que evolui visando melhorar a performance, com base em objetivos pessoais e/ou organizacionais assumidos de forma compromissada. 3.2 TIPOS DE COMPETÊNCIAS As competências humanas ou profissionais são aquelas relacionadas ao nível individual. São reveladas quando as pessoas agem ante as situações profissionais com as quais se deparam (ZARIFIAN, 1999 apud BRANDÃO, 2006) e dão origem e sustentação às competências organizacionais (BRANDÃO e GUIMARÃES, 2001 apud BRANDÃO, 2006). As competências podem ser classificadas como técnicas ou gerenciais de acordo com a natureza do papel organizacional desempenhado pelo empregado (COCKERILL, 1994 apud BRANDÃO, 2006). De acordo com Dutra 10 (2001) existe uma relação íntima entre as competência organizacionais e humanas. Portanto, o estabelecimento das competências humanas deve estar vinculado à reflexão sobre as competências organizacionais, uma vez que há influência mútua entre elas. As competências organizacionais dizem respeito à organização como um todo. Conforme Nisembaum (2000), as competências organizacionais estão constituídas pelo conjunto de conhecimento, habilidades, tecnologias e comportamentos que uma empresa possui e consegue manifestar de forma integrada na sua atuação, impactando a sua performance e contribuindo para os resultados. As competências organizacionais podem ser classificadas como básicas, que representam as capacidades e condições necessárias para a empresa se diferenciar no mercado, e as essenciais, que devem ter valor percebido pelo cliente (elementos importantes pelos quais o cliente está disposto a pagar), contribuir para a diferenciação entre concorrentes (não ser facilmente imitado pela concorrência) e aumentar a capacidade de expansão (inovação). As empresas podem explorar as competências essenciais conforme sua capacidade de integração, comunicação e cooperação entre as áreas. Trabalhar essas competências pode ajudar a proporcionar um diferencial competitivo para as empresas. Segundo Sparrow e Bognanno (1994 apud BRANDÃO, 2006), quanto à relevância ao longo do tempo, as competências podem ser classificadas como emergentes (quando a importância tende a crescer), declinantes (quando a importância tende a diminuir), estáveis (as que permanecem relevantes ao longo do tempo) e transitórias (tornam-se importantes apenas em momentos críticos). 3.3 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS Nos últimos anos, as organizações passaram a atribuir maior relevância à gestão estratégica de recursos humanos. O interesse pelo assunto gerou a realização de estudos que deram origem a uma corrente teórica que propõe a “gestão por competências” - também denominada gestão baseada em competências ou gestão de competências - como mecanismo para gerar e sustentar vantagem competitiva. (BRANDÂO, 2006) 11 Para melhor planejar, captar, desenvolver e avaliar as competências necessárias aos objetivos das empresas, várias organizações têm utilizado os modelos de gestão por competências (WHIDDETT & HOLLYFORDE, 1999 apud BRANDÃO, 2006). A gestão por competências deve ser vista como um processo circular, envolvendo os diversos níveis da organização. O importante é que a gestão por competências esteja em sintonia com a estratégia organizacional (missão, visão de futuro e objetivos). A visão determina a intenção estratégica desejada pela organização, e orienta a formulação das políticas e diretrizes e todos os esforços em torno da captação do desenvolvimento de competências. (BRANDÃO, 2001) Para Dutra (2001), o conceito de modelo de gestão de pessoas vem sendo utilizado com freqüência e é uma formulação bastante abrangente, cuja missão é dar nome e identidade ao resultado de um processo de mudança que vem se desenvolvendo nas políticas, práticas e processos de gestão. Para que as competências humanas possam gerar e sustentar as competências organizacionais necessárias à consecução dos objetivos estratégicos da organização, a gestão por competências propõe-se a alinhar esforços. Os modelos de gestão de pessoas vêm mudando nos últimos vinte anos, pois a exigência das empresas no que diz respeito ao perfil das pessoas a serem contratadas têm mudado bastante. Hoje prefere-se um perfil mais criativo e autônomo, mais comprometido com o sucesso da empresa que, à medida que vai se desenvolvendo, desenvolve também as pessoas. Conforme Dutra (2001): organização e pessoas lado a lado, propiciam um processo contínuo de troca de competências. A empresa transfere seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, dentro ou fora da organização. As pessoas, por seu turno, ao desenvolver sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, dando-lhe condições para enfrentar novos desafios (DUTRA, 2001, p. 27). A crescente valorização das competências dos funcionários nas empresas traz a preocupação em cada organização de se diferenciar das outras. Isso se dá principalmente através da área de atendimento e serviços. A área de vendas é a que 12 está em contato direto com os consumidores e precisa, acima de tudo, superar as expectativas desses clientes, interagindo com os mesmos de forma produtiva. 3.4 VENDAS Segundo Chiavenato (2005), venda é o ato de induzir alguém a trocar algo mercadoria ou serviços - por dinheiro. A venda significa o encontro do agente de oferta com o agente de procura. Vender faz parte de um conjunto de atividades e processos que busca intensificar o relacionamento entre cliente e organização. Vender bem significa colocar toda a organização a serviço do cliente, antes, durante e depois do processo de venda propriamente dito. Isso tem um significado importante: a ação de vender deve ter toda a organização como retaguarda e apoio ao processo de encantar e satisfazer o cliente. Vender constitui o processo de localizar o cliente, abordá-lo, persuadi-lo e fechar um negócio. Para isso deve-se saber quem é o cliente, onde ele está, o que precisa e quanto está disposto a pagar. Para que a venda seja eficiente e eficaz é necessária uma concentração de esforços para o cliente se sentir seguro na sua decisão, diz Chiavenato (2005). Ainda segundo o autor, a venda faz parte de um conjunto maior denominado marketing (do inglês market = mercado). Schewe e Smith (apud CHIAVENATO, 2005) explicam que marketing constitui uma filosofia de gestão, reconhecendo que o ponto focal da atividade da empresa está no consumidor, que é quem compra os produtos ou serviços da empresa. Kotler e Keller (2006, p. ?) diz que o marketing “supre necessidades lucrativamente”. Envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas e sociais. Já Stanton (1980) conceitua marketing em seu sentido mais amplo, afirmando ser uma filosofia comercial que entende o atendimento das necessidades do freguês como a própria razão da existência de uma empresa. 13 Chiavenato (2005) afirma que o marketing focaliza o mercado e põe o cliente no centro das atividades da empresa. O processo de marketing começa com a análise do mercado e do comportamento do consumidor, definindo a estratégia por meio do produto, distribuição, promoção e preço, a fim de conquistar mercado e clientela. A venda faz parte desse esforço integrado e conjugado. O importante é construir relacionamentos duradouros e estáveis para alcançar a fidelização do cliente. A questão decisiva para tais relacionamentos e intercâmbios é a venda. Contudo, a venda não é a parte conclusiva do processo, pois há uma preocupação por parte das empresas com o pós-venda, a assistência técnica e o atendimento contínuo do consumidor, quando ele necessita de esclarecimentos sobre o serviço ou produto comprado. A satisfação não se limita apenas à venda, mas ao antes, o durante e o depois para garantir o pleno atendimento às expectativas do cliente. O marketing veio substituir o tradicional foco no produto pelo foco no cliente. Hoje existe um esforço maior: focalizar o cliente que vai utilizar o produto. Trata-se de entender e interpretar o cliente para saber a maneira como ele pensa, decide e compra. (CHIAVENATO, 2005) Para Cobra (1994, p. ?), a venda é um processo seqüencial, que deve ser percorrido passo a passo. Para obter sucesso, o vendedor deve identificar as necessidades dos clientes, buscando compreender as origens dessas necessidades e a maneira mais adequada de satisfazê-las. Ainda para esse autor, o processo de vendas exige do vendedor: prospectar clientes que necessitem do produto e que tenha condições de adquiri-lo; preparar-se para cada venda através de pesquisa; ajudar seu cliente a definir suas necessidades; apresentar seu produto conforme necessário; ajudar seu cliente a “transformar sua resistência à compra” fazendo-o expor suas objeções e dar seqüência a futuras vendas, agradecendo e afirmando da satisfação da empresa em tê-lo como consumidor. Essas são algumas das competências desejadas para que um consultor de vendas preste um atendimento adequado. A grande falácia nos dias de hoje é a busca da excelência na qualidade de produtos e serviços e do atendimento a clientes como forma de se obter vantagens competitivas duráveis. Excelência no atendimento significa o mais alto grau de desempenho. Consequentemente, o atendimento precisa ser de superior qualidade, para que a concorrência não ofereça nem possa vir a oferecer o mesmo serviço. È importante que a área de vendas saiba que um bom atendimento é 14 essencial, pois vender é mais que um ofício, é acima de tudo “saber servir”. Um vendedor não vende produtos ou serviços, ele vende a realização de um sonho, concretizado através desses produtos e serviços. Cobra (1994) encerra dizendo que a venda deve ser encarada e praticada como um ato de amor ao cliente e respeito às suas necessidades. 3.4.1 Mercado Segundo Stanton (1980, p. ?), “mercado é o local onde compradores e vendedores se reúnem e transacionam, onde mercadorias e serviços são postos à venda e onde ocorre a transferência de posse”. Segundo a teoria econômica, mercado implica num conjunto de condições e forças que estabelecem preços. Segundo Chiavenato (2005), a história mostra que a função de vender é um ato tão antigo quanto a própria humanidade. Provavelmente vem desde a Antiguidade, onde os fenícios produziam tecidos e outros produtos. Depois aprenderam a construir barcos para transportar a grandes distâncias e, juntando essas competências deram início ao comércio internacional. As entidades dependem umas das outras para poderem satisfazer suas necessidades básicas, vendendo produtos e serviços que sabem produzir e comprando os que não produzem. Dessa interdependência decorre o intercâmbio e dele, o comércio. Assim, as entidades sociais dependem umas das outras. Essas trocas são dinâmicas e dependem de mecanismos de mercado, como oferta, procura e concorrência. O comércio remonta à pré-história, onde as trocas eram feitas por meio de mercadorias, o chamado escambo. Com a invenção da moeda como padrão de troca, surge a condição básica para o aparecimento do comércio. Com os fenícios utilizando o transporte marítimo, o comércio se expandiu para outros continentes. Com o descobrimento da América, ampliou-se o horizonte dos negócios e, no séc. XX, a revolução das comunicações e transportes implicaram num enorme desenvolvimento do comércio, tornando-o um fenômeno mundial, diz Chiavenato (2005). Ainda segundo esse autor, o comércio é uma decorrência da economia industrializada, complexa e interdependente. A venda é um ato pessoal ou 15 impessoal de ajudar ou persuadir um cliente em perspectiva de compra. Quanto maior o contato da empresa com seus clientes, melhor será sua influência e comunicação. Isso pode se dar através de métodos impessoais como mala-direta ou venda por telefone, mas é a equipe de vendas que constitui a força de vendas. O vendedor representa o meio mais inteligente, influente e dinâmico de contato com os clientes. O cuidado especial da empresa na formação e manutenção da equipe de vendas é fundamental para seu sucesso. 3.4.2 Varejo Para Kotler e Keller (2006) o varejo inclui todas as atividades relativas à venda de produtos ou serviços diretamente ao consumidor final, para uso pessoal e não comercial. Um varejista ou uma loja de varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes. Qualquer organização que venda para consumidores finais está fazendo varejo, não importando como os produtos ou serviços são vendidos (pessoalmente, por telefone, correio, internet) ou onde eles são vendidos (loja, rua, casa do consumidor). Existe uma ampla variedade de organizações de varejo, como varejistas de loja, varejistas sem loja e organizações de varejo. O tipo mais conhecido talvez seja a loja de departamentos, que possui várias linhas de produtos. Existem também as lojas de especialidade (possui linha restrita de produtos), supermercados, lojas de conveniência, lojas de descontos, varejista off-price (liquidação), super loja (área de vendas com grande metragem) e showroom de vendas por catálogos. As lojas de varejo convencionais costumam ampliar seus serviços e elevar seus preços para cobrir seus custos. Esses custos desencadeiam o aparecimento de novas lojas que propiciam preços mais baixos e menos serviços. Dessa forma, surgem novos formatos de lojas para atender diferentes preferências, como lojas de auto-serviço, de seleção, de serviço limitado e de serviço completo. 3.4.3 Atacado Também segundo Kotler e Keller (2006), por atacado entendem-se todas as atividades relacionadas com a venda de bens ou serviços para aqueles que 16 compram para revenda ou uso comercial. Os atacadistas (também denominados distribuidores) diferem dos varejistas porque dão menos importância a promoções, ao ambiente e à localização, pois não lidam com clientes finais, e sim com clientes empresariais. As transações no atacado normalmente são maiores que as realizadas no varejo. Sua área de cobertura também compreende maior extensão e no que diz respeito a impostos e regulamentações, o governo tem negociações diferenciadas. Em geral, os atacadistas são usados por sua eficiência em funções como: vendas e promoção (têm força de vendas que ajuda os fabricantes a atingir pequenos clientes a custos mais baixos); quebra de lotes de compra (compram grandes lotes para posterior divisão em lotes menores); e mantêm estoques, reduzindo custos e riscos para fornecedores e clientes, dentre outros. Ainda segundo esse autor, os tipos de atacadistas são: comerciais (empresas independentes que adquirem a mercadoria que liquidam); de serviço completo (mantêm estoque, força de vendas, oferecem crédito, fazem entrega e fornecem assistência gerencial); de serviço limitado (linha restrita de itens de grande giro e vendem à vista para pequenos varejistas); corretores e agentes (facilitam a venda recebendo porcentagem sobre a venda); filiais e escritórios de fabricantes e varejistas (fazem a operação sem a intermediação de atacadistas); e os especializados (compreendem as cooperativas agrícolas). (Kotler e Keller , 2006) Diante da pressão da concorrência e da exigência dos clientes, os atacadistas foram obrigados a desenvolver estratégias apropriadas sobre os mercados-alvo, o sortimento de produtos e serviços, o preço, a promoção e a localização. Reconheceram que precisavam agregar valor ao canal e também tiveram que reduzir custos operacionais, investindo em tecnologia de manuseio de materiais e sistemas de informação mais avançados, dizem Kotler e Keller (2006). 3.4.4 Vendas de Material de Construção Segundo a ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção, 2006), o setor da construção civil representa 13% do PIB brasileiro, sendo o comércio de materiais 4,1% da cadeia e 0,5% do PIB. Dos 4,1% pertencentes a material de construção no tocante ao PIB, 72 % se devem às lojas de 17 pequeno e médios portes. O segmento é constituído de cerca de 105 mil lojas em todo Brasil. No primeiro quadrimestre de 2007, o setor de material de construção apresentou um crescimento acumulado de 4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela ANAMACO. Segundo Cláudio Conz, presidente da ANAMACO, o que contribuiu para esse crescimento foi a redução de tributos, o aumento de linhas de financiamento e a diminuição de juros. Os bancos flexibilizaram os créditos para os candidatos a tomadores de financiamento e, com o momento bom para o mercado imobiliário, está melhor ainda para o segmento e, segundo a ANAMACO, o setor deve crescer 10% em 2007. 18 4 METODOLOGIA 4.1 TIPO DE PESQUISA Em relação ao tipo de pesquisa, será utilizada a pesquisa descritiva, que “expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir a sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação” (VERGARA, 2004, p. ?). Quanto à sua finalidade, esta pesquisa além de descritiva, é exploratória e aplicada. Quanto aos meios de investigação, por sua vez, ela é bibliográfica, documental, de campo e estudo e caso. Quanto aos procedimentos técnicos, é característica deste trabalho o seu aspecto de mensuração de resultados, fato este que determina o enfoque quantitativo da pesquisa. 4.2 INSTRUMENTO Optou-se pela construção de questionários para mapear as competências, no qual a análise documental, observação e entrevistas serão usadas como base para seu desenvolvimento, identificando elementos para compor os itens do questionário. Segundo Brandão e Bahry (2005), o questionário é talvez a técnica mais utilizada para mapeamento de competências relevantes a um contexto organizacional. Depois de ordenadas e descritas as competências, será utilizada a escala do tipo “diferencial semântico”, ou Osgood, que usa adjetivos de significados opostos em seus extremos, para avaliar o grau de importância das competências. 4.3 PROCEDIMENTOS A primeira etapa da pesquisa será uma análise documental. A segunda etapa da pesquisa caracteriza-se pela identificação das competências relevantes e a sua validação semântica. A terceira etapa da pesquisa refere-se a elaboração dos questionários. A quarta etapa refere-se à aplicação dos questionários a equipe de vendas. A quinta etapa refere-se à análise dos resultados à luz dos referenciais teóricos levantados. 19 4.4 COLETA DE DADOS Os dados serão coletados por meio da aplicação do questionário para a equipe objeto desta pesquisa. O questionário será entregue em mãos e seu prazo de devolução será estipulado em uma semana. 4.5 ANÁLISE DOS DADOS Os dados serão tabulados para extrair a média aritmética e o desvio padrão das respostas e serão analisados após a aplicação do questionário e confrontados com o referêncial teórico levantado sobre o tema. 4.6 LOCAL DE PESQUISA E AMOSTRA A pesquisa será realizada numa loja de acabamentos de materiais de construção em Brasília, Distrito Federal. A população é composta por 15 consultores de vendas, a maioria com segundo grau completo, sendo quatro deles universitários, 02 gerentes, com terceiro grau completo, 02 arquitetas (uma em formação), e o proprietário, também com terceiro grau completo, totalizando 20 pessoas. 20 6 CRONOGRAMA 2007 ETAPAS Entrega do projeto Revisão de Literatura Elaboração dos instrumentos de pesquisa Validação dos instrumentos de pesquisa Aplicação da pesquisa de campo Tabulação dos dados Análise dos resultados Conclusão Redação da monografia Elaboração de partes pré-textuais Elaboração de partes pós-textuais Revisão ortográfica Capa Entrega da Monografia 2008 JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV 21 Referências ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), 2006. Dados do setor. Disponível em: http:// www.anamaco.com.br. Acesso em: 06 set 2007. BRANDÃO, Hugo Pena. Apostila de gestão por competências. MBA - Gestão de Pessoas. 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