SUICÍDIO: PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA Greice Silva Ferreira1 Eixo Temático: 5 - Políticas Públicas: Educação e Saúde Resumo Nosso meio social atarefado de compromissos resulta em conflitos que causam perturbação mental e dificuldades que algumas pessoas não conseguem lidar, partindo assim para ideações que podem ver como solução o suicídio, o ato de tirar a própria vida, tendo como única visão capaz da resolução de seus problemas pessoais em geral, infelizmente os índices de suicídio são altos, hoje se tornando um problema de saúde pública buscando uma reflexão entorno das medidas para prevenir tal tragédia e autodestruição. A metodologia consiste em uma pesquisa bibliográfica, nos seguintes autores; Quevedo (2008), Scmitt (2008), Meleiro (2007), Rodrigues (2007), entre outros. Ressaltando as medidas preventivas e cuidados é possível minimizar os dados elevados desta questão. Palavras - Chave: Cuidados. Autodestruição. Saúde. Vida. 1 INTRODUÇÃO Nesta reflexão poderemos perceber o quanto podemos contribuir em atividades corriqueiras, cumprir com responsabilidades, compromissos e deveres notamos que vamos aprendendo a lidar com os conflitos e dificuldades que vão surgindo. Demonstrando ao decorrer da discussão os fatos que afetam e prejudicam o bem estar das pessoas refletindo com base nas medidas preventivas e tratamentos psicológicos. Cada um lida com suas particularidades à sua maneira, porém alguns escolhem e passam a ter ideações que acreditam ser a resolução de suas maiores dificuldades, sustentando assim a ideação suicida. Maior parte das pessoas já pensaram em suicídio, porém quando refletem em vínculos afetivos e outros fatores percebem que existem mais motivos para continuar vivendo do que para morrer. Estas pessoas geralmente costumam ficar isoladas, não mantém muito contato familiar, ou com grupos de amizades, o pessimismo é elevado e existe 1 Acadêmica de Psicologia do quarto período na Celer Faculdades, Xaxim - SC. E-mail: [email protected] REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 533 baixa autoestima e em alguns casos existem comportamentos autodestrutivos. Estas ideações podem acometer qualquer um desde sua adolescência onde já se manifesta ou quando ocorre algum fator trágico, traumático, afligindo boa parte da população hoje é um problema de saúde pública. Ao decorrer desta reflexão veremos contextos que explicitam os fatores que influem nos comportamentos suicidas e causam risco do ato consumado. Notaremos também maneiras de prevenir este ato trágico e formas de identificar alguns comportamentos que são propensos ao suicídio e assim poder ajudá-los. 2 IDEAÇÃO SUICIDA Existe quando a pessoa passa a pensar e a se comportar pensando sempre em sua morte como melhor maneira como forma mais equivalente e como maior recurso, passa a planejar e idear seu suicídio. ―Tentativa de suicídio: Comportamento potencialmente autolesivo com consequências não falais, acompanhado de evidências explicitas ou implícitas de que a pessoa tinha intenção de morrer‖. (SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.181). Com ideais e comportamentos é bem identificável tais pessoas inclusive é notável o sofrimento dos mesmos e o modo como já esta procurando resolver tais situações pessoais. ―Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio encontra-se entre as 10 principais causas de morte no mundo e entre as três primeiras quando se considera a faixa entre 15 e 34 anos de idade‖. (WHO, 2000). (SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.182). Apesar de não ser algo tão divulgado e trabalhado pesquisas quantitativas relatam altos índices do ato suicida, um problema social, e uma questão a ser trabalhada pela saúde pública inicialmente e seguir se expandindo. 2.1 FATORES DE RISCO DE SUICÍDIO Até o fim do século XX, foi utilizada como estratégia a pesquisa das ciências sociais e da saúde para o fenômeno suicida. Os fatores de riscos foram definidos por meio de estudos resgatando informações por conta das mortes por suicídios registrados e os métodos escolhidos para o ato. Por meio de técnicas psicológicas é possível resgatar aspectos psicológicos, psiquiátricos, socioeconômico, médico dos pacientes, juntamente REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 534 com informações sobre algumas características das famílias dos suicidas. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p.480). Fatores que influenciam os múltiplos aspectos para o comportamento suicida são: culturais, biológicos, sociais, políticos e econômicos. Ocorrendo mudanças segundo a localidade, época, ano, mudanças sociais. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 481). Muitas pessoas pensam em cometer o suicídio, mas não tentam, pois a grande maioria que tenta não morre por este mesmo fator sendo estes problemas financeiros, políticos, aflições ou pressões sociais, doenças entre outros. Questiona se a motivação pela qual a pessoa tomar a iniciativa do ato suicida, se existe a intenção de morrer e o conhecimento do efeito de ingerir ―certos‖ medicamentos. Pois existem casos que não são considerados suicídio, segundo a definição de Durkheim, para a Psiquiatria. (SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.185). ―O suicídio deve ser considerado como espécie peculiar de morte que envolve três elementos internos: O elemento de morrer, o elemento de matar, e o elemento de ser morto‖. (SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.182). Esta ação tem seus estágios e também elementos que podem levar ou chegar ao comportamento suicida. 2.2 CLASSIFICAÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDA Ao dividir em categorias as facilidade e identificação do comportamento e como cada esfera da saúde pública pode identificar o caso de suicidas e conseguir manejar da forma mais conveniente, o tratamento. O suicídio focal são casos de automutilação, ferimentos, acidentes proposital, envenenamento. Pode deixar sequelas ou não, pode não ser fatal, ou ter êxito. Embora o suicídio não esteja enquadrado como transtorno mental na edição da classificação de transtornos mentais e de comportamento, CID-10, da organização mundial de saúde, está codificado no capítulo XX: Causas externas de morbidade e mortalidade. (V01- Y98). (SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.185). 3 FATORES SOCIAIS QUE IMPLICAM NO COMPORTAMENTO SUICIDA 3.1 IDADE REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 535 Os riscos do suicídio aumentam com a idade, com poucos casos ocorrendo em crianças, tendo aumento na adolescência e atingindo seu nível mais alto após os 65 anos. Já para jovens e adultos a relação entre as tentativas do suicídio e suicídio é entre cada 200 um e já para a terceira idade a proporção caí para cada quatro um. Em idosos a letalidade é maior que em adultos jovens. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p.481). O ato consumado de suicídio em crianças (menores de12 anos) é muito raro, porém estes pensamentos ocorrem com certa frequência. A mortalidade por suicídio em muitos países aumentou em jovens e adultos, podendo estar ligados à questão socioeconômica, dificuldades no mercado de trabalho e o uso de drogas. Nos adolescentes é possível identificar dois grupos que tentam o suicídio, o primeiro tem como característica problemas comportamentais, estilo de vida destrutivo necessitando do interesse clínico e prevenção especial segundo o risco. O outro grupo é caracterizado por problemas segundo algumas situações, momentâneo, com seu funcionamento satisfatório, tornando o risco de suicídio menor. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p.481). 3.2 GÊNERO No Brasil e na maior parte dos países o suicídio é mais frequente em homens do que em mulheres. Os homens a partir dos 45 anos de idade, porém em mulheres, após os 55 anos. Existe uma incidência menor de tentativas de suicídio por mulheres grávidas e com filhos pequenos (de colo), com exceção de quadros psiquiátricos, aumentando o risco. Os homens manifestam mais intenção de morrer, utilizam meios mais violentos para tentativas e concretização do ato suicida, possivelmente pelo desejo da morte seu conhecimento e métodos mais violentos, agressivos e pela despreocupação com a desfiguração corporal. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 482). 3.3 ETNIAS E DISTINÇÕES CULTURAIS As variadas etnias mostram taxas de suicídio com notáveis diferenças. [...] ―As taxas de suicídio de diferentes etnias dependem de vários fatores interrelacionados, como o grau de aculturação, a qualidade do suporte do grupo de REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 536 apoio que recebe os imigrantes e as características específicas de cada cultura‖. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 482). Cada localidade tem sua cultura, suas influências e tradições oscilam e podem ter situações adversas para o fator suicídio, por isso não há unanimidade em um fator para influir neste fato. 3.4 RELIGIÃO A maior parte das religiões condena o ato de interromper a própria vida, pois é sagrado para algumas religiões e seus fiéis o dom da vida atribuído por Deus. Um estudo sobre cartas deixadas por suicidas mostram que a maior parte antes de efetuarem o ato lutaram contra seus princípios, como: religiosidade, ortodoxa, crença, ser supremo, subjetiva, frequência à igreja na infância ou atualmente. A igreja é um grande suporte para o adoecimento segundo vários estudos. Crenças religiosas e suas práticas ajudam a aliviar o estresse associado ao adoecer, permite manter o controle sobre o que esta ocorrendo com sua própria vida gerando uma esperança para o significado da mesma e em si também de uma doença ou outros fatores, reduz a solidão e o isolamento evitando que esta pessoa foque apenas em seu problema. O importante é o significado da religião na vida de cada um esta significância varia inclusive entre membros da mesma religião, apesar disto mostra-se uma proteção de comportamentos e ideias suicidas. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 482). 3.5 ESTADO CIVIL Pessoas casadas têm as menores taxas de suicídio, seguidos pelos solteiros, onde este número aumenta duas vezes mais. Divorciados e viúvos, o risco é quatro vezes maior. O risco aumenta 17 vezes em viúvos homens jovem com menos de 50 anos. Mulheres divorciadas tem maior risco de suicídio que viúvas e o oposto ocorrem com os homens, pois o maior risco de suicídio em homens divorciados que em viúvos. Estas diferenças podem ocorrem por refletir aspectos pessoais, psicopatologias e diferença de personalidade. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 482). O casamento pode oferecer uma segurança, proteção que é mais importante inclusive para os homens que para as mulheres. Esta proteção oferecida pelo casamento é mais significante para os homens que para as REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 537 mulheres. Algumas relações com dificuldades matrimoniais e data de aniversário da separação ou do divórcio são escolhidos por suicidas. Atenção especial deve ser direcionada aos homens com ideação suicida recentemente viúvos ou divorciados. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 482). 3.6 ORIENTAÇAO SEXUAL Estudos tem demonstrado maior permanência de comportamento suicida entre homossexuais e bissexuais de modo particular entre adolescentes ou adultos jovens dos dois gêneros. Não há apenas um fato que podem incluir atitudes discriminatórias contra estas pessoas e suas particularidades em seu estilo de vida relacionados com alterações em seu desenvolver que possam levar a transtornos mentais e comportamentos destrutivos. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). 3.7 DESEMPREGO E DIFICULDADES FINANCEIRAS A ligação entre o ato suicida e o desemprego é descrita há muitos anos, com risco três vezes maior de suicídio em homens desempregados por ate dois, sendo que em até quatro anos de desemprego está diferença acaba desaparecendo. Em mulheres o risco é maior e mais duradouro levando em conta o risco alto com até nove anos de desemprego. O emprego é uma proteção para todos nós, enquanto o desemprego aumenta os riscos do suicídio necessitando de um critério avaliativo. Nas relações do desemprego e dos transtornos psiquiátricos inclusive os ocultos, como de substâncias e transtornos alimentares, ressalta se que os indivíduos com psicopatologias tendem a pedir demissão ou a serem demitidos, dispensados, além de o risco suicida ser elevado. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). 3.8 SOLIDÃO E ISOLAMENTO SOCIAL O isolamento social e o conflito em suas relações encontram-se em suicidas. Segundo um estudo metade das vítimas de suicídio não tinha nenhum amigo íntimo. O isolamento social deve dar atenção maior nesse quesito, problemas interpessoais são característicos de alguns transtornos psiquiátricos, tornando-se mais amplo com a desvalorização social, idosos ou outras discriminações. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 538 3.9 PROFISSÃO Profissões mais associadas ao suicídio são as dos médicos, dentistas, seguidos por enfermeiros, assistentes sociais, cientistas matemáticos e os artistas. Ainda não há uma certeza quais os fatores que influem ou aumentam o risco de suicídio em determinadas ocupações, possíveis explicações para este fator. Acesso a substância ou métodos mais letais profissionais de saúde, cientistas, agricultores, policiais, estressores específicos da profissão (piloto de avião), ou tendências para agregar mais indivíduos com transtornos psiquiátricos, como os artistas (APA,2003).O conhecimento da importância de cada uma dessas explicações na determinação do risco de diversas ocupações facilitando a abordagem de prevenção nos profissionais de maior risco.(MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). As facilidades as substâncias também auxiliam os indivíduos com ideação suicida a colocarem seus planos em ação. 4 PERDAS, PROBLEMAS JUDICIÁRIOS, ARMA DE FOGO O luto pela perca de alguém próximo aumenta significadamente o risco do ato consumado suicida dos próximos quatro a cinco anos, e com história pessoal de transtorno psiquiátrico pela tentativa do suicídio, ou pouco ou até nada de suporte familiar, padrão semelhante ao risco associado a uma viuvez. Ser usuário da penitenciária, estar preso é um fator de risco significativo para suicídio com risco maior nos primeiros dias após estar na penitenciária, e a preferência para o ato consumado é o enforcamento. As taxas aumentaram nos últimos anos, pelo menos 50 % dos casos já existiam outros riscos para o suicídio, como a tentativa ao ato sem providência clínica. Quando existe a ideação suicida com uma arma de fogo presente em casa aumenta o índice de atos consumados em adolescentes sendo de até quatro a dez vezes maior nos Estados Unidos. Retirar a arma de fogo do ambiente não diminui a intenção suicida, pois o individuo acaba utilizando outros métodos com menor eficiência, como medicamentos e menor risco de sequelas. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 539 4.1 FATORES ASSOCIADOS AOS TRANSTORNOS MENTAIS/ TRANSTORNO DO HUMOR O fator da presença de transtorno mental não é uma condição obrigatória para ocorrer o ato consumado. A relação entre os transtornos psiquiátricos tem a possibilidade de aumento quando sintomas depressivos e a ansiedade surgem em quadros impulsivos, como transtorno de déficit de atenção. Porém mais de 90 % dos suicidas apresentam transtorno mental associado com 58 a 85% sendo a depressão ou o alcoolismo. Outros transtornos mentais também apresentam altas taxas de suicídio, comparado a população em geral. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 483). Maior parte dos pacientes com o transtorno de humor morre pelo ato consumado suicida. Os fatores de risco mudam de acordo com o tempo após a intenção pelo transtorno de humor. ―Até um ano os fatores associados ao suicídio foram crises de pânico, ansiedade grave, concentração diminuída, insônia global, anedonia, abuso, desesperança grave, ideação suicida e história de tentativa de suicídio.‖ (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 484). Com o passar do tempo características temperamentais representam risco de suicídio, apresentando impulsividade. A taxa do suicídio aumentou desde 1970. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 484). 4.1. 1 Dependências e abuso de substâncias/ Transtornos psicóticos e esquizofrenia /Transtorno de personalidade Os problemas com drogas e álcool estão presentes em boa parte dos suicidas. A intoxicação por álcool é a mais identificada nos casos de suicídio em vários países, sendo este um fator que pode desencadear o comportamento suicida. Além do uso das substâncias e álcool, dependência com medicamentos prescritos pelos médicos, outro fator é o desemprego ou perda de ente querido, podendo vir a serem fatores que influem no ato. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 484). Pacientes com transtornos crônicos psicóticos e esquizofrenia tem risco do ato consumado suicida aumentado. Os casos mais cientes da doença da esquizofrenia aumentam a desesperança na vida por conhecer como a doença lhe afeta, propiciando a tentativa ao ato. O auto risco suicida ocorre durante o REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 540 período pós-psicótico pela perca de apoio, falta de supervisão duradoura e não adesão ao tratamento. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 485). Transtorno de personalidades Borderline e antissocial, além de ser associados com outras psicopatologias, de forma principal transtornos do humor e abuso de substâncias. Problemas no trabalho, dificuldades financeiras, discórdia na família, fatores que afetam e podem vir a desencadear transtorno na personalidade. Nos pacientes com transtorno da personalidade Borderline, o abuso de substâncias e a impulsividade foram os fatores associados às tentativas de suicídio. De forma geral o suicídio entre parentes próximos esta aumentando. Pensando nisso foram realizados estudos para verificar a existência de fatores genéticos que carreguem algum fator que tenha ligação ao suicídio. Porém um conjunto de estudos sugere que o ato de tentar o suicídio seria a condição hereditária. Uma das hipóteses possíveis é que o risco de suicídio poderia ser determinado pela impulsividade, sendo a característica herdada pelo fator genético. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 485). 4.1. 2 Abuso físico, emocional e sexual/ Distúrbio e violência na família Estudos observaram associações entre abusos físicos ou sexuais na infância com o comportamento suicida. O maior risco nos abuso é quando ocorre o abuso sexual. O risco só aumenta quando é um conjunto sendo o abuso sofrido emocional, físico e sexual. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 485). A violência física e emocional aumenta o risco do comportamento suicida, o risco só se agrava quando as agressões são crônicas e praticadas por parentes ou pessoas íntimas. O risco do ato consumado parece estar associado à evolução de experiência violentas para o transtorno de estresse pós-traumático. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 486). 5 ASPECTOS PSICOPATOLÓGICOS PRESENTES NO SUICÍDIO São regidos por aspectos e graus crescentes de intensidade e gravidade. Ideias de morte onde vê a morte como alívio, porém não pensa em realiza-lo por si. Ideias suicidas são as ideações que surgem no pensamento do indivíduo podendo com o tempo tornar se mais frequentes. Desejo de REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 541 suicídio segue as ideais suicidas, porém não põe a ideia em ação desesperança para fatos, fatores e falta de expectativa. Intenções de suicídio ocorrem ameaças de colocar fim a própria vida, embora ainda não tenha ação. No Plano de suicídio decide que vai acabar com a própria vida, passa a planejar os detalhes, o método, local. Dependendo o caso decide deixar bilhete de despedida. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 487). Tentativa de suicídio estes incluem atos auto agressivos, porém não fatais. Não há intenção de morrer, porém outros fatos motivam a vontade de tentar o ato, como vingar-se, chamar atenção. Atos impulsivos são auto agressivos repentinos não há planejamento para o suicídio. Uso de medicamentos joga-se na frente dos outros, não há tolerância para a frustração. No ato impulsivo não há desejo consciente de morrer, porém as tentativas do suicídio tem gravidade maior. O Suicídio é o planejamento cauteloso utiliza métodos letais e concluí o plano com o desfecho sendo a morte. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 488). A ambivalência é o que a maior parte das pessoas em certo momento de sua vida já pensou são sentimentos confusos para cometer o suicídio. O desejo de morrer ou viver alternam nos individuo suicidas, conforme o momento e a motivação que esta passando. Na impulsividade o suicídio é um ato impulsivo sendo desencadeado pelos eventos negativos do cotidiano. Podendo durar minutos ou horas, com apoio emocional acalmando tal crise, um profissional pode auxiliar a diminuir tal desejo. Na rigidez as pessoas com ideação suicida têm pensamentos e ações restritas, sempre vem como única resolução do problema o suicídio, pensam drasticamente. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 488). 5.1 ORIGEM DO COMPORTAMENTO SUICÍDA / ABORDAGEM CLÍNICA ESPECIALIZADA O comportamento tem influencia de variados fatores como: sociológicos, epidemiológicos, filosóficos, biológicos, culturais e psicológicos. Pra elaborar um tratamento possível para os pacientes é necessário analisar a intensidade do sofrimento insuportável. Necessitando mostrar tal individuo o que pode lhe motivar a enxergar motivos para continuar a viver, abordagem clínica, conduta terapêutica. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 492). REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 542 Erros no diagnóstico do suicídio são inevitáveis, pois não há um padrão ou sequência de elementos que apontam para algo específico sendo assim é necessária certa precaução e cuidado dos profissionais de saúde auxiliando na atenção necessária a qualquer individuo tentativa de algo contra si mesmo. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 492). Alguns fatores sugerem ideações suicidas e demonstram o desejo destas pessoas: Mensagem ou carta de adeus; (Onde existe a primeira comunicação de seus sintomas e ideações). Comunicação de que iria ou vai se matar; Cuidados para que o ato não seja descoberto; Ausência de pessoas que possam socorre lá; Método violento ou uso de substâncias; Não procurar ajuda após a tentativa do ato; Crê que o ato será irreversível, letal; Encerra conta bancária, providência seguro de vida, escritura etc; Arrependimento por ter sobrevivido a uma tentativa; Afirmação que deseja morrer. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 493). 5.2 FATOS QUE INDICAM NOVAS TENTATIVAS SUICÍDAS Prévia hospitalização por autoagressão; (Onde o paciente pode ser internado para sua própria segurança).Tratamento psiquiátrico; (No caso de patologias diagnosticas procede ao tratamento). Algum Transtorno; (Transtornos como alguns citados relacionados à ansiedade e personalidade podem influenciar nas ideações suicidas). Não estar morando com algum familiar; (O isolamento pode ser um indicativo para a ideação suicida ou algum outro problema emocional). Internação psiquiátrica. (Internar o paciente por conta de uma psicopatologia e riscos com sua segurança e para com os outros). (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 493). 5.2.1 Terapia, cuidado e tratamento A hospitalização onde o terapeuta pode avaliar e analisar o suicida e consegue protege ló, também tornando mais eficaz o seu tratamento tanto psicológico emocional e através da medicação. (MELEIRO; SANTOS; WANG, 2007, p. 494). É apropriado para todas as crianças e adolescentes com comportamentos suicidas focar no tratamento cognitivo comportamental, com ênfase na capacidade para enfrentar seus problemas. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 543 O tratamento intensivo extra hospitalar deve ser detalhadamente combinado com o paciente e com os familiares; é necessário que uns e outros se mostrem comprometidos com as recomendações do médico, como adesão à medicação e vigilância,por exemplo.( SCHMITT; QUEVEDO; KAPCZINSKI, 2008, p.193). Os profissionais de saúde como médicos, enfermeiros, ou outros ambientes como escola, professores, colegas podem identificar sentimentos conflituosos, podendo auxiliar na melhora de autoestima, mudar comportamentos desadaptativos e interagir mais eficazmente. O desafio chave da prevenção consiste na identificação de pessoas com risco e que estão vulneráveis, entendendo assim as circunstâncias que influenciam o seu comportamento autodestrutivo e a buscar intervenções eficazes. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 2006, p.09). Por fim a prevenção do suicídio envolve uma variedade de atividades e ações, incluindo a boa educação das crianças, aconselhamento familiar, tratamento das perturbações mentais, controle ambiental de fatores de risco, e educação da comunidade e do social. Esta educação eficaz necessita de uma intervenção básica, inclui o entendimento das causas do suicídio, assim como a sua prevenção e o seu tratamento e acompanhamento. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 2006, p. 09). Em todos os casos de ideação suicida existe o acompanhamento de profissionais como: Psicólogo, psiquiatra, dependendo o caso o neurologista. Trabalha-se na área de psicologia com terapia cognitivo comportamental, terapia comportamental dialética, terapia psicodinâmica e o apoio familiar. Inclui-se o apoio ao suicida para enfrentar emoções intensas e entrar em confronto com os seus pensamentos e ações autodestrutivas ao mesmo tempo em que se encoraja a autonomia e autoestima pessoal reconhecendo e assim superando sentimentos e emoções de desamparo, solidão e exclusão, enquanto desenvolve o autoconhecer e existe a construção da identidade pessoal positiva e otimista, elementos indispensáveis para o aconselhamento individual. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 2006, p.10). Estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas tenha cometido suicídio em 2000, colocando o suicídio entre as dez causas de morte mais frequentes em muitos países do mundo. Dez a vinte milhões de pessoas terão tentado suicidar-se. Mas presume-se que os números reais sejam ainda mais elevados. Embora as taxas de suicídio variem de acordo com categorias demográficas, elas aumentaram aproximadamente 60% nos últimos 50 anos. A redução REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 544 da perda de vidas devida a suicídios tornou-se um objectivo internacional essencial em saúde mental. Os conselheiros podem ter um papel chave na prevenção do suicídio. (ORGANIZAÇÃO 2 MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 2006, p.11). Ao analisar taxas e índices nota-se quanto é alarmante este fator trágico e problema social, torna-se inclusive um problema de saúde pública necessitando de atenção primordial. Fatores que reduzem o risco de suicídio: Apoio da família, de amigos e de outros vínculos significativos, crenças religiosas, culturais e éticas, envolvimento na comunidade, no social, vida social satisfatória, integração social como lazer, praticar atividades físicas, leituras, acesso a serviços e cuidados de saúde. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 2006, p.11). 6 Conclusão Ao refletir nas psicopatologias e transtornos existentes nota-se que maior parte delas existe a confusão mental atrelada à baixa autoestima, pessimismo, ideações realistas demais. Influindo para adoecer cada vez mais os indivíduos, levando-me a questionar quais os problemas mais extremos por fatores psicológicos, emocionais transtornos chegando ao suicídio. Conforme a magnitude da questão o modo como fatores simples, rotineiros podem influir e destruir quem já não esta muito bem emocionalmente, psicologicamente, podendo chegar ao extremo do ato consumado e resultando numa tragédia inaceitável para os familiares, onde existe muita culpa e arrependimento, onde ninguém se preocupa com os primeiros sinais de ideações suicidas, ou até chega a se preocupar, porém a ideação suicida é mais persistente em tal indivíduo e em certo momento ele consegue concretizar seu plano suicida. Fatores mínimos podem auxiliar pessoas nessa situação ou que está indo para esta direção, humor saudável, rir por coisas mínimas, inclusão social, atividades distintas, usar internet de modo saudável (não passar maior parte do dia na frente do computador, celular, tablet, notebook etc), praticar atividades físicas, procurar variar seu cotidiano para não cair na rotina, fatores simples que contribuem para a saúde de modo geral. Quando há existência de algum diagnóstico cabe aos profissionais da saúde dar atenção devida a todas as pessoas informando as primeiramente 2 A palavra objectivo esta descrita exatamente como no parágrafo, segue a fidelidade com o uso dos termos do autor. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 545 sobre o suicídio, modos de prevenção e quando necessário encaminhar o indivíduo a algum profissional para buscar auxílio, como o psicólogo dependendo o caso psiquiatra, porém jamais deixar de dar o suporte e auxilio devido. A luta contra o suicídio está na prevenção, auxiliei quando tiver oportunidade. SUICIDE: PUBLIC HEALTH PROBLEM Abstract Our social environment, which is busy with compromises, results in conflicts that cause mental disturbance and difficulties that some people can not cope with, starting from ideations that can be seen as a solution to suicide, the act of taking one's life, Resolution of their personal problems in general, unfortunately the rates of suicide are high, now becoming a public health problem seeking a reflection around the measures to prevent such tragedy and self-destruction. The methodology consists of a bibliographical research, through preventive measures and care it is possible to minimize the high data of this question. Keywords: Care. Self – Destruction. Health. Life. REFERÊNCIAS MELEIRO, Alexandrina, M. A.S; SANTOS, Carolina, M.; WANG, Yuan, P. Suicídio e tentativa de suicídio. In AL. Psiquiatria básica. 2.ed.Porto Alegre: Artmed, 2007. QUEVEDO, João; SCHMITT, Ricardo; KAPEZINSKI, Flávio, Emergências psiquiátricas. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. QUEVEDO, João; SCHMITT, Ricardo; KAPEZINSKI, Flávio, Risco de Suicídio.In AL. Emergências Psiquiátricas. . 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. RODRIGUES, Mario; LOUZÃ, Neto, Hélio, Elkis, Psiquiatria básica. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. Organização Mundial de Saúde — OMS Genebra 2006 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE PREVENÇÃO DO SUICÍDIO UM RECURSO PARA CONSELHEIROS Departamento de Saúde Mental e de Abuso de Substâncias Gestão de Perturbações Mentais e de Doenças do Sistema Nervoso. Disponível em: < http://www.who.int/mental_health/media/counsellors_portuguese.pdf > Acessado em : 02 de jun. de 2016. REVISTA CONVERSATIO / XAXIM – SC / Vol. 1 / Número 2 / Jul. / Dez. / 2016 Página 546