AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DE EQUIPAMENTOS, UTENSÍLIOS E MANIPULADORES DE UMA COZINHA INDUSTRIAL NA CIDADE DE SÃO LUÍS – MA EVALUATION OF HEALTH-HYGIENIC CONDITIONS OF EQUIPMENT, TOOLS AND HANDLERS OF A FOOD INDUSTRY IN THE CITY OF SAN LUIZ - MA Nancyleni Pinto Chaves1, Viramy Marques de Almeida1, Januária Ruth Cordeiro Ferreira1, Maria Célia César Fonseca3, Lúcia Maria Coêlho Alves2, Francisca Neide Costa2 1 Médica Veterinária – Universidade Estadual do Maranhão – UEMA 2 Professora Adjunta – Universidade Estadual do Maranhão – UEMA 3 Farmacêutica-Bioquímica – Universidade Estadual do Maranhão - UEMA Palavras-chave: UAN, higiene, microrganismos. Introdução As cozinhas industriais são umas das maiores fontes de surtos de doenças veiculadas por alimentos. Para atender à legislação em vigor e não colocar em risco a saúde dos usuários, com a veiculação de microrganismos patogênicos, deve-se controlar a contaminação, multiplicação e a sobrevivência microbiana nos diversos ambientes das cozinhas industriais, tais como: equipamentos, utensílios e manipuladores (ABERC, 2000). A OMS relata que os manipuladores são responsáveis direta ou indiretamente por até 60% dos surtos de enfermidades bacterianas veiculadas por alimentos. Equipamentos e utensílios com higienização deficiente também têm sido responsáveis, isoladamente ou associados a outros fatores, por surtos de doenças de origem alimentar (GERMANO & GERMANO, 2000). Objetivou-se com o estudo avaliar as condições higiênico-sanitárias de uma cozinha industrial na cidade de São Luís-MA, por meio de análises microbiológicas de equipamentos/utensílios e mãos de manipuladores. Material e Métodos Foram efetuadas 20 visitas técnicas à cozinha industrial localizada na cidade de São LuísMA. A metodologia de coleta foi efetuada de acordo com as normas estabelecidas pela ABNT (1988). Treze manipuladores e 11 equipamentos/utensílios foram submetidos à avaliação microbiológica. As análises microbiológicas realizadas foram: contagem total de bactérias aeróbias mesófilas, contagem e identificação de Staphylococcus coagulase positiva e, determinação do NMP de Coliformes a 35°C e a 45°C. As análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água da UEMA. Resultados e Discussão Os resultados microbiológicos das análises dos equipamentos/utensílios e mãos de manipuladores encontram-se transcritos na Tabela 1. Mão s Tabela 1. Resultados obtidos nas análises microbiológicas de 13 swabs de mãos de manipuladores e 11 swabs de equipamentos e utensílios de uma cozinha industrial da cidade de São Luís-MA, 2010 Coliformes a 35°C Coliformes a 45°C Staphylococcus sp. Staphylococcus coagulase positiva Bactérias Mesófilas Equipam entos/ute nsílios 13 11 n % n % n % n % n % 5 38,46 0 0,00 6 46,15 3 23,07 7 53,85 Coliformes a 35°C Coliformes a 45°C Staphylococcus sp Staphylococcus coagulase positiva Bactérias Mesófilas n % n % n % n % n % 4 36,36 1 9,09 3 27,27 0 0,00 4 36,36 As mãos do manipulador, após a lavagem com água e sabonete líquido, com ou sem antisepsia, devem estar livres de microrganismos potencialmente patogênicos ou indicadores de contaminação fecal, porque a mão é considerada o principal veículo de transferência de agentes infecciosos (VANZO & AZEVEDO, 2003), contudo, no estudo, verificaram-se coliformes a 35°C em 38,46% das mãos dos manipuladores, em níveis que variaram de 7 a 1.4 x 103 NMP/cm2 e, 53,85% (n=7) apresentaram bactérias aeróbias mesófilas, em desacordo com o padrão estabelecido por SILVA Jr. (2001), que determina um limite de até 3.0 NMP/cm2 e 50 UFC/cm2 por mão para coliformes a 35°C e bactérias aeróbias mesófilas, respectivamente; 46,15% (n=6) dos manipuladores apresentaram Staphylococcus sp. nas mãos com valores que variaram de 1.0 x 103 a 2,6 x 105 UFC/cm2, Desses, três (23,07%) foram positivos para o teste de coagulase. Os equipamentos e utensílios em geral devem conter, no máximo, 50 bactérias/cm2 e ausência de microrganismos potencialmente patogênicos ou indicadores de contaminação fecal. Estes critérios, segundo ABERC (2000), devem ser atingidos pela lavagem com água e sabão com ou sem desinfecção final. Este critério microbiológico não foi atendido para equipamentos/utensílios da cozinha industrial, pois de acordo com os resultados encontrados, 45,45% dos equipamentos/utensílios apresentaram bactérias do grupo coliformes, sendo 36,36% destes para coliformes a 35°C e 9,09% para coliformes a 45°C. Conclusões As condições microbiológicas da cozinha industrial encontravam-se inadequadas à legislação vigente para o segmento de alimentação coletiva. Constataram-se a necessidade da realização de avaliações microbiológicas periódicas nos equipamentos/utensílios e mãos de manipuladores. Referências ABERC. Manual Aberc de práticas de elaboração e serviço de refeições para coletividades. São Paulo, p. 136, 2000. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Preparo de amostras para exame microbiológico. Rio de Janeiro: ABNT, mar., 1988, 03p (NBR 10203). GERMANO, M. I. S.; GERMANO, P. M. L.; KAMEI, C. A. K. Manipuladores de alimentos: capacitar? É preciso. Regulamentar? Será preciso? Higiene Alimentar, v. 14, n. 78/79, p. 18-22, 2000. SILVA, Jr. E. A. Manual de controle higiênico-sanitário em alimentos. São Paulo: Varela, 4 ed, 2001, p.475. VANZO, S.P.; AZEVEDO, R.V.P . Detecção de S. aureus em manipuladores de alimentos: peril de resistência a antibióticos e quimioterápicos. Revista Higiene Alimentar, v. 17, n. 104/105, p. 144-122, 2003. Autor a ser contactado: Nancyleni Pinto Chaves, Cidade Universitária Paulo VI, CP 09 - Tirirical - CEP 65055-970 - São Luís-MA, Médica Veterinária - e-mail: [email protected]