A polêmica da EAP A polêmica em relação a técnica da Estrutura Analítica do Projeto – EAP –, também muito conhecida como Work Breakdown Structure – WBS –, tem como motivo a utilização controversa desta técnica de administração de projetos. A função principal desta técnica é decompor um projeto em partes administráveis, mas sobre isso, parece não haver discussão de que essa decomposição é hierárquica. Porém, a discussão surge se a decomposição deveria ser feita em termos das atividades do projeto ou de seus produtos – deliverables. Se a decomposição for por atividades, então a EAP – WBS – deve ser expresso por orações que começam com verbos, mas se decompormos o projeto por produtos – deliverables –, então os elementos da estrutura devem ser expressos na forma de substantivos. A distinção não é trivial porque atividades tratam do trabalho envolvido no projeto – ações meio –, enquanto deliverables tratam dos resultados finais do projeto – ou de seus subprodutos. Cabe aqui comentar que o termos deliverable vem de deliver, trazer a luz, parir, entregar algo tangível, em inglês. Para sabermos se temos um deliverable bem definido devemos fazê-lo passar pelo teste do SMART – que quer dizer esperto em inglês – Assim, no teste, o deliverable deve ser Specific – específico –, Mesurable Results– ter resultados mensuráveis –, Agreed-Upon – ser algo que foi aceito por todos –, Realistic – real, possível – And Time-Framed – acontecer dentro de um prazo. Baseado na introdução do documento do PMI Practice Standard dor Work Breakdown Structure, e nas palavras do próprio nome WBS – Work Breakdown Structure – , define-se que WBS consiste na decomposição do projeto através do trabalho como uma atividade com um resultado tangível. Esta aproximação tenta abordar o problema de ambos os modos e, realmente, nos exemplos de WBS providos nos apêndices daquele documento, algumas entradas são substantivos e outros começam com verbos. Porém, a definição de Glossário do Documento cai pesadamente para o lado de substantivos definindo um WBS como um agrupamento de elementos de projeto orientados aos entregáveis que organizam e definem o escopo total... onde Escopo é definido como A soma dos produtos e serviços a serem fornecidos – entregues... O problema surge porque é mais fácil para as pessoas pensarem em termos de atividades do que em termos de produto. O nosso primeiro pensamento é: Nós temos este grande projeto, mas o que nós temos que fazer primeiro? Normalmente não nos importamos com o que nós devemos fazer ou entregaremos para deixar o cliente feliz, mas sim nos concentramos no que é que temos que fazer primeiro! Na prática, o primeiro passo mais importante da administração de um projeto de qualquer tamanho é decompor o escopo, de acordo com uma seqüência bem estabelecida e lógica, como foi definido acima. Esta seqüência seria a seguinte… Primeiro de acordo com componentes geograficamente discretos, se isto for aplicável – Aonde? Segundo de acordo com fases e estágios cronologicamente organizados onde cada fase ou estágio tem um entregável claramente definido – Como? Terceiro de acordo com os produtos do projeto intermediários ou o produto final do projeto – O que? Quarto de acordo com os componentes estruturais, processos, sistemas ou dispositivos – Quais? Finalmente, produtos que podem ser relacionados com a competência das pessoas ou com a função dos recursos materiais. 1 Agora nós estamos em uma posição de começar a falar sobre o trabalho requerido e as atividades necessárias para criar ou adquirir estes elementos! Assim, parece que as etapas acima deveriam ser chamadas de Estrutura Analítica do Escopo – EAE –, ou algum nome equivalente, e o lugar mais adequado para um WBS baseado nas atividades seria naturalmente o próximo passo. Fonte SILVA, Sérgio Mylius da; MARODIN, Helio Enir. A polêmica da EAP. Mylius&Marodin. [S.l.], ano 2, n. 11, jul. 2004. 2