Haletos de alquilo Haletos de Alquilo: Substituição nucleofílica e eliminação Sumário: 1- Nomenclatura 2- Estrutura dos haletos de alquilo 3- Propriedades físicas 4- Preparação dos haletos de alquilo: a. Halogenação por radicais livres b. Halogenação alquilica 5- Reacções dos haletos de alquilo: generalidades a. Reacção SN2: generalidades; factores que a afectam; força do nucleofilo; efeitos estéreos e efeitos do solvente na nucleofilidade; reactividade do substrato na SN2: efeito do grupo abandonante e efeitos estéreos; estereoquímica. b. Reacção SN1: generalidades; efeitos do substituinte; efeitos do grupo abandonante; efeitos do solvente; estereoquímica; rearrangos na reacção SN1. c. Comparação entre as reacções SN1 e SN2. Nomenclatura Existem 3 classes de haletos de alquilo: 1- Haletos de alquilo: o halogéneo está directamente ligado ao carbono com hibridação sp3 H H H C C Br H H 2- Haletos de vinil: o halogéneo está directamente ligado ao carbono sp 2 do alceno H H C C H Cl Química Orgânica I 1 Haletos de alquilo 3- Haletos de arilo: o halogéneo está ligado ao carbono sp2 do anel benzénico. I Os haletos de alquilo também podem ser classificados de acordo com a natureza do átomo de carbono ligado ao halogéneo: 1- Haletos primários: R CH2 X 2- Haletos secundários: R R CH X 3- Haletos terciários: R R C X R Dihaletos de alquilo podem ser: a) Geminal: os dois halogéneos ligados ao mesmo carbono H H H C C Br H Br b) Vicinal: os dois halogéneos ligados a carbonos vizinhos H H H C C Br Br H Estrutura dos haletos de alquilo Os halogéneos são mais electronegativos que o carbono pelo que a ligação C-X apresenta um momento dipolar em que carga parcial positiva fica no átomo de carbono e a carga parcial negativa fica no halogéneo: Química Orgânica I 2 Haletos de alquilo Variação da electronegatividade: I (2,7) < Br (3,0) < Cl (3,2)< F (4,0) Variação do comprimento da ligação C-X C-F (1,38 Å) < C-Cl (1,78 Å) < C-Br (1,94 Å) < C-I (2,14 Å) Estes dois efeitos opõem pelo que o resultado final é o aumento do momento dipolar na seguinte ordem: C-I (1,29 D) < C-Br (1,48 D) < C-F (1,51 D) < C-Cl (1,56 D) O dipolo molecular depende da forma Propriedades físicas Duas forces intermoleculares influenciam os pontos de ebulição: 1-as forças de dispersão de London: aumentam com o aumento do tamanho dos átomos e da superfície 2- atracção dípolo-dípolo: não é significativamente diferente para os diferentes halogéneos O aumento da massa molecular também ocorre um aumento dos pontos de ebulição. Química Orgânica I 3 Haletos de alquilo Quanto às densidades os fluoretos e os cloretos de alquilo são menos densos que a água já os dicloretos, os brometos e os iodetos de alquilo são mais densos que a água. Preparação dos haletos de alquilo: Muita da síntese de alcanos utiliza a química dos grupos funcionais que ainda não estudamos pelo que apenas vamos rever a halogenação de alcanos. Halogenação de alcanos (já foi dada) Halogenação alilica Produz haletos de alquilo com dupla ligação no átomo de carbono vizinho. Química Orgânica I 4 Haletos de alquilo Mecanismo: A halogenação alilica é selectiva porque o intermediário é estabilizado por ressonância. O uso de elevada quantidade de bromo deve ser evitado pois pode adicionar à dupla ligação. O N-bromosuccimide pode ser usado como fonte de bromo pois combina-se com o HBr gerando baixa concentração de brometo. Reacções dos haletos de alquilo - reacção SN2 Generalidades Os haletos de alquilo facilmente se convertem noutros grupos funcionais. O átomo de halogéneo é um bom grupo abandonante, uma vez que forma um ião haleto estável acumulando o par de electrões da ligação até então formada com o carbono. Quando ocorre a substituição por outro átomo estamos na presença de uma reacção de substituição. Quando o ião haleto sai da molécula com outro átomo (normalmente o hidrogénio) a reacção é de eliminação. Nestas situações forma-se um alceno e a eliminação chama-se deshidrohalogenação. Substituição e eliminação normalmente competem entre si. Química Orgânica I 5 Haletos de alquilo Substituição nucleofílica Na substituição nucleofílica, o nucleofilo (Nuc-) substitui o grupo abandonante (X) no átomo de carbono. Na eliminação o ião haleto e outro substituinte são perdidos. Exemplo de substituição nucleofílica: Mecanismop da reacção (SN2) A reacção decorre num único passo. Trata-se de um mecanismo concertado. Diagrama de energia mostra apenas um máximo de energia que corresponde ao estado de transição. Não existe intermediários. Química Orgânica I 6 Haletos de alquilo O mecanismo é suportado pelos dados cinéticos: velocidade k r CH3 I OH , o kr é a constante de velocidade e depende da energia do estado de transição e da temperatura. SN2 significa Substituição Nucleofílica Bimolecular. Bimolecular significa que no estado de transição do passo limitante envolve a colisão de duas moléculas.. As reacções bimolecular são de ordem total igual a dois. Reacções de troca de halogéneos A síntese de iodetos e fluoretos de alquilo é mais difícil que a síntese de cloretos e brometos pelo que a reacção SN2 permite esta conversão. O iodeto é um bom nucleofilo pelo que a reacção ocorre directa entre o iodeto de sódio e o cloreto ou brometo de alquilo. Já o fluoreto é mau nucleófilo pelo que é necessário utilizar um solvente aprótico e um éter coroado para “aumentar” a sua nucleofilidade. Química Orgânica I 7 Haletos de alquilo Síntese de outras classes de compostos usando a reacção SN2 Nucleophile R-X + I Product R-I Class of Product akyl halide - R-OH alcohol - OR' R-OR' ether - R-SH thiol - R-SR' thioether amine salt R-NH3+X R- N3 R-CC-R' alkyne R-CN nitrile R-COO-R' ester R-X + OH R-X + R-X + SH R-X + SR' R-X + NH3 - R-X + N3 R-X + R-X + - CC-R' - CN R-X + R-COO - - azide Factores que a afectam a reacção SN2 1- força do nucleofilo; 2- efeitos estéreos na nucleofilidade 3- efeitos do solvente na nucleofilidade; 4- reactividade do substrato na SN2: a. efeito do grupo abandonante b. efeitos estéreos Força do nucleófilo Nucleófilos fortes reagem mais rapidamente. Bases fortes são nucleófilos fortes, mas nem todos os nucleófilos são bases. A base é sempre um nucleófilo mais forte que o seu ácido conjugado. Química Orgânica I 8 Haletos de alquilo Basicidade é definida por uma constante de equilibrio para a abstracção do hidrogénio. Nucleofilidade é definida pela velocidade de ataque no átomo de carbono electrofilico. Em ambos os casos , o nucleófilo (ou base) forma uma ligação nova. Se a nova ligação é a um protão, quem reage é a base, se a nova ligação é a um carbono, quem reagiu foi um nucleófilo. A tabela mostra os nucleófilos mais comuns por ordem decrescente de nucleofilidade nos solventes como álcoois e água. Na tabela periódica: 1- diminui da direita para a esquerda; quanto mais electronegativos são os átomos menos ligações tendem a formar: OH- > F-, NH3 > H2O 2- Aumenta no grupo de cima para baixo, à medida que o tamanho e a polarizabilidade aumenta: I- > Br- > Cl- Química Orgânica I 9 Haletos de alquilo O efeito da polarizabilidade pode ser verificado comparando as reacções com o fluor e o iodo e um mesmo substrato. O fluor é um nucleófilo de baixa polarizabilidade, pelo que o seu núcleo tem que se aproximar muito do átomo de carbono para que haja sobreposição de orbitais de modo a formar a ligação. Em oposição , o iodo tem 5 camadas, pelo que é um nucleófilo de elevada polarizabilidade. A sobreposição de orbitais entre I e carbono começa com os átomos ainda longe. Química Orgânica I 10 Haletos de alquilo Efeitos estéreos na nucleofilidade Um nucleófilo muito impedido torna-o mais fraco. Exemplo o t-butoxido é uma base mais fraca mas um nucleófilo mais fraco que o etóxido. CH3 CH2 O ethoxide (unhindered) weaker base, but stronger nucleophile CH3 H3C C O CH3 t-butoxide (hindered) stronger base, but weaker nucleophile Efeitos do solvente na nucleofilidade Os solventes polares próticos, têm hidrogénios acidicos na forma de O-H ou N-H reduzem a força do nucleófilo. As ligações de hidrogénio têm que ser quebradas antes de haver o ataque nucleófilo. Os iões mais pequenos são solvatados mais fortemente que os maiores pelos solventes próticos porque o solventes aproxima-se mais do ião e forma pontes de hidrogénio mais fortes. A polarizabilidade aumenta com o número atómico enquanto a energia de solvatação diminui com o aumento do número atómico . Portanto a nucleofilidade (em solventes próticos) geralmente aumenta ao longo da coluna na tabela periódica , desde que comparemos especies semelhantes com cargas semelhantes. Em contraste com os solventes próticos, os solventes apróticos aumentam a nucleofilidade dos aniões. Não há formação de pontes de hidrogénio. Química Orgânica I 11 Haletos de alquilo Os solventes polares apróticos tem um grande momento dipolar contudo não têm grupos O-H nem N-H pelo que não formam pontes de hidrogénio com aniões. Ex: acetonitrilo, dimetilformamida e acetona. Podem ser usados para aumentar a solubilidade sem afectar a reactividade do nucleófilo. O H C N CH3 O CH3 C H3C CH3 acetone CH3 C N dimethylformamide acetonitrile (DMF) O uso de éteres coroados permite que a solubilização dos nucleófilos nos solventes apróticos. Exemplo é o uso do acetonitrilo como solvente reacção em que o fluor é o nucleófilo. O O O K+ O O O 18-crown-6 CH2Cl CH2F KF, (18-crown-6) CH3CN Reactividade do substrato na SN2 O substrato é o haleto de alquilo ou seja o composto que é atacado pelo reagente. Existem outros substratos para além do haletos de alquilo. Para ser um bom substrato na reacção SN2, a molécula tem que ter um carbono electrofílico com um bom grupo abandonante e não pode ser impedido estereamente para o nucleófilo poder atacar. Química Orgânica I 12 Haletos de alquilo O efeito dos grupos abandonantes no substrato O grupo abandonante tem dois efeitos nas reacções S N2: (a) polariza a ligação C-X tornando o átomo de carbono mais electrofílico; (b) e leva o par de electrões que estabelecia a ligação com o átomo de carbono electrofilico. Características de um bom grupo abandonante: (a) Electrão atractor de modo a polarizar o átomo de carbono criando uma carga parcialmente positiva. Estabiliza a carga negativa do estado de transição; C X (X = halogéneo) C O C N C S (b) Estável (uma base fraca), pelo que favorece energeticamente o estado de transição; Moléculas neutras podem ser bons grupos abandonantes. Elas formam-se apartir de electrófilos carregados positivamente. Exemplo:o álcool em solução acidica o grupo hidroxilo é protonado e a água é o grupo abandonante. (c) polarizável, de modo a estabilizar o estado de transição e reduzir a energia de activação. Química Orgânica I O iodo é um bom nucleófilo e um bom grupo 13 Haletos de alquilo abandonante. Já o flúor é um mau nucleófilo (em solventes próticos) e um mau grupo abandonante nas reacções SN2. Efeitos estereos no substrato É o factor mais importante na reactividade na S N2. A velocidade relativa para a reacção SN2 é: CH3X > 1° > 2° >> 3° A parte de trás do átomo de carbono é muito impedida estereamente pela presença de grupos volumosos, no caso de carbonos terciários. O impedimento estéreo diminui quando se fala dos carbonos secundários e depois primários. Estereoquímica da reacção SN2 Ocorre a inversão da configuração, dado que ocorre o ataque do nucleófilo pela parte de trás no átomo de carbono e o grupo abandonante encontra-se na posição estereoquimicamente oposta. Química Orgânica I 14 Haletos de alquilo Substituição nucleofílica de 1ª Ordem: reacção SN1 Um exemplo é a reacção entre brometo de t-butilo com o metanol que além de solvente é nucleófilo. Neste a caso a reacção é uma solvólise. (H3C)3C Br H3C OH (H3C)3C O CH3 HBr Neste caso o nucleófilo é fraco e o substrato é impedido estereamente, pelo que a reacção só ocorre praticamente por o mecanismo S N1. A sua velocidade depende apenas da concentração do substrato. Velocidade = kr[(CH3)3C-Br)] A velocidade da reacção é de primeira ordem e depende apenas do substrato. Sendo assim o nucleófilo não está presente na formação do estado de transição do passo limitante da velocidade da reacção. Mecanismo da reacção Em termos gerais o mecanismo é: Química Orgânica I 15 Haletos de alquilo Diagrama de energia da reacção SN1: 1- A formação do carbocatião é endotérmica; 2- Tem dois estados de transição 3- Tem um carbocatião como intermediário A SN2 tem apenas um estado de transição e não tem intermediário. Os reagentes e condições de reacção que favorecem a formação do carbocatião (o passo lento) aceleram a reacção SN1. Vamos ver o efeito dos substituintes, efeito do grupo abandonante e o efeito do solvente na velocidade da reacção SN1. Efeito dos substituintes na SN1 A velocidade da reacção depende grandemente da estabilidade do carbocatião. Os grupos alquilo estabilizam o carbocatião devido ao efeito doador de electrões através da ligação sigma (efeito indutivo) e por sobreposição das orbitais preenchidas com as orbitais p vazias do carbocatião (hiperconjugação). Pelo que carbocatiões substituídos são mais estáveis. A reactividade dos haletos de alquilo via SN1 é igual à ordem de estabilidade dos carbocatiões e é inversa aquela via SN2. Química Orgânica I 16 Haletos de alquilo O efeito de ressonância do carbocatião também promove a reacção SN1. NucBr Nuc O efeito do grupo abandonante O grupo abandonante quebra a sua ligação no passo determinante da reacção do mecanismo SN1. Um grupo abandonante altamente polarizável ajuda a estabilizar o estado de transição. O grupo abandonante deve ser uma base fraca, muito estável depois o substrato com o par de electrões que estabeleciam a ligação ao carbono. Química Orgânica I 17 Haletos de alquilo Estereoquímica da reacção SN1 A reacção SN1 não é estereoespecifica como a SN2. O carbocatião intermediário é planar com hibridação sp2 podendo o nucleófilo atacar pela parte da frente (o mesmo lado do grupo abandonante) formando-se um produto com retenção da configuração, se o nucleófilo atacar por trás o produto formado tem inversão da configuração. Ocorre então racemização. Contudo a racemização raramente é completa ocorrendo normalmente mais inversão da configuração do que retenção, já que o grupo abandonante bloqueia parcialmente a parte da frente do carbocatião. A figura que se segue mostra este processo de racemização com o substrato quiral. Exemplo com cis-1-bromo-3-deuteriociclopentano com substrato em metanol Química Orgânica I 18 Haletos de alquilo Rearranjos na reacção SN1 Os carbocatiões podem rearranjar tornando-se mais estáveis. Podem ocorrer migração de hidretos (H-) ou migração de grupos metil. 1º Caso: migração de hidreto 2º Caso: migração do grupo metil Química Orgânica I 19 Haletos de alquilo Comparação entre SN1 e SN2 SN2 SN1 Primário ou metil Terciário Nucleófilo forte Nucleófilo fraco (pode ser o solvente) Solvente polar aprótico Solvente polar prótico Velocidade = k[haleto][Nuc] Velocidade = k[haleto] Inversão no carbono quiral Racemização composto ópticamente activo Não existe rearranjos Química Orgânica I Produtos rearranjados 20 Haletos de alquilo Eliminação de 1ª Ordem: Reacção E1 A eliminação envolve a perda de dois átomos do substrato com a formação da ligação pi. Dependendo dos reagentes e condições envolvidas a eliminação pode ser um processo de 1ª ordem (E1) ou de 2ª ordem (E2). Mecanismo e cinética da reacção E1 Eliminação unimolecular: a formação do estado de transição limitante da velocidade da reacção envolve apenas uma única molécula, o subtrato. O passo lento da reacção é a formação do carbocatião. O segundo passo da reacção é rápido e consiste na abstracção do protão de um átomo de carbono adjacente ao C+ - o nucleófilo funciona como base. Os electrões que formavam a ligação C-H passam a formar a ligação pi entre os dois átomos de carbono. O mecanismo geral é Química Orgânica I 21 Haletos de alquilo Competição com a reacção SN1 A eliminação E1 quase sempre ocorre com a SN1. Existe competição entre as duas reacções. Exemplo é o brometo de t-butilo com etanol. Este tipo de reacções não são usadas em síntese orgânica, porque conduzem a uma mistura de produtos. Orbitais e energia No segundo passo do mecanismo E1, o átomo de carbono seguinte ao C+ rehibrida para sp2 enquanto a base ataca o protão e os electrões formam a ligação pi. Química Orgânica I 22 Haletos de alquilo O carbocatião que se forma pode sofrer rearranjo: O diagrama de energia potencial na E1mostra que o passo da ionização é fortemente endotérmico, com o estado de transição limitante da velocidade da reacção. O segundo passo de desprotonação pela base é rápido e exotérmico. Química Orgânica I 23 Haletos de alquilo Eliminação de 2ª Ordem: Reacção E2 A eliminação bimolecular ocorre quando a base é forte e dá-se a saída em simultâneo do haleto e a abstracção do protão. O exemplo é brometo de t-butilo e o metóxido em metanol. Neste caso não se observa produtos resultantes de substituição uma vez que o haleto de alquilo terciário é muito impedido estereamente. Mecanismo da reacção E2 Existem casos que pode ocorrer a formação de uma mistura de produtos: isto ocorre quando existe protões “iguais” em átomos de carbono vizinhos do átomo com o halogéneo. Química Orgânica I 24 Haletos de alquilo Orientação posicional da eliminação: Regra de Saytzeff Se é possível obter mais do que um produto resultante da eliminação, forma-se em maior quantidade o produto cuja dupla ligação é mais substituida (Regra de Saytzeff). As reacções em que se forma o alceno mais substituido seguem uma orientação Saytzeff. Ordem de estabilidade dos alcenos: R2C=CR2 > R2C=CHR > RHC=CHR > H2C=CHR tetra > tri > di > mono Estereoquímica das reacções E2 A E2 segue um mecanismo concertado: a formação e quebra da ligação ocorre simultâneamente. Para ocorrer eliminação via E2 é necessário um arranjo coplanar das orbitais. A figura que se segue mostra as duas conformações possíveis para um alinhamento coplanar do grupo abandonante, do hidrogénio e dos dois átomos de carbono. Quando o hidrogénio e o halogénio são anti (θ = 180º) as suas orbitais estão alinhadas. A conformação chama-se anti-coplanar. Quando o Química Orgânica I 25 Haletos de alquilo hidrogénio e o halogéneo estão em eclipse (θ = 0º) uma vez mais as suas orbitais estão alinhadas. Esta conformação chama-se sin-coplanar. Dentro destas duas conformações o arranjo mais comum nas reacções E 2 é o anti-coplanar, dado que o estado de transição é de mais baixa energia. A reacção E2 é estereoespecífica. E1 E2 Terciários > Secundários Terciários > Secundários Base fraca Base forte Solvente polar A polaridade do solvente não é importante Velocidade = k[haleto] Velocidade = k[haleto][base] Produto Saytzeff Produto Saytzeff Não requer geometria Grupos abandonantes coplanares (normalmente anti) Há rearranjos Química Orgânica I Não há rearranjos 26 Haletos de alquilo Química Orgânica I 27