UNIVERSID DADE FEDERA AL DA PARAÍBA CEN NTRO DE CIÊÊNCIAS EXATA AS E DA NAT TUREZA MATEMÁTICA DEPARTA MENTO DE M DIFERENCIALL E INTEGRALL II CÁLCULO D APLICA AÇÕES DA INTEGRAL L P 1.1 – Cooordenadas Polares O sistema de d coordenad das que connhecemos paara identificaar pontos noo plano é o sistema dee coordenaadas retanguulares. Existe outro sisttema de coo ordenadas qu ue pode ser uusado neste sentido: “O O sistema de coordenaadas polaress”. A seguirr, veremos como c constru uir e como identificar pontos p nestee sistema. C Considere um m plano e sobre ele escollha um ponto o fixo O, chaamado de oriigem ou polo o do sistema.. A partir do ponto O, O em qualqu uer direção, trace uma semirreta, no ormalmente ttraçada horizzontalmente,, que será chamada dee eixo polar. P O Seja θ Seja P um ponto qualquerr do plano, ddistinto de O. r o AOP. Se r = OP , então e os o ânguloo, em radiannos, orientado númeross reais r e θ serão s as coorrdenadas pollares do pontto P que serão reppresentadas pelo p par ordeenado (r, θ). Exemploos: Identificaar os pontos no plano pollar. a) A = ( 4 , π ) b) B = ( 5 , π ) 4 2 θ O A c) C = ( −3 , π ) 2 B O C O S Seja P(x, y) um ponto qu ualquer no s istema cartesiano e P(r,θ) esse mesmo ponto no siistema polarr. Poderíamoos, então, perguntar p se existe alguma rrelação entree as coorden nadas cartesiianas de P e suas coordenadas polares? A resposta é afirmativa.. Para mostraarmos isto, considere c o sistema de coorddenadas carteesianas (retan ngulares), faazendo a orig gem do plano o polar coincidirr com a origgem do plano o cartesiano e o eixo pollar coincidir com o eixo doss x. Suponha que r > 0. Observe O que o triângulo xOP x é retâng gulo, e, portanto temos: y P r θ O x y x ⇒ x = r co os θ e senθ = ⇒ y = rsenθ . r r y gθ )x . Conhecidas as cooordenadas caartesianas dee N Note que x 2 + y 2 = r 2 e que tgθ = ⇒ y = (tg x cos θ = P podem mos encontrarr as suas coo ordenadas poolares e vice-versa. o gráficos. Exemploos: Esboce os a) r = 2 ccos θ d) θ = π 4 b) r = ccos 2θ e) r = 4 c) r = 2 (1 + cos θ) Solução:a) Vamos esboçar o gráfico de r = 2 cosθ. Quando θ = 0, teremos r = 2. A curva passa pelo ponto A(2, 0). Da mesma forma temos que a curva passa pelos pontos: B 2 , π / 4 , C (0, π / 2 ) , 2 ( C ( ) ( ( ) ) B 1 D − 2 , 3π / 4 , E (− 2, π ) , F − 2 , 5π / 4 , G (0, 3π / 2 ) , H ) 2 , 7π / 4 e I (2, 2π ) . O gráfico da curva será: r = 2cos(t) A 1 −1 2 3 D 2 b) Vamos esboçar o gráfico de r = cos2θ. Quando θ = 0, teremos r = 1. A curva passa pelo ponto A(1, 0). A curva também passa pelos pontos: B (0, π / 4 ) , C (− 1, π / 2 ) , D (0, 3π / 4 ) , E (1, π ) , 1 F (0, 5π / 4 ) , G (−, 3π / 2 ) , H (0, 7π / 4 ) e I (1, 2π ) . O gráfico r = cos2t −1 da curva está ao lado. 1 −1 1.2 – Área em coordenadas polares Seja r = f( θ) uma função contínua e definida no intervalo [θ1 , θ2 ]. Admita que f(θ) ≥ 0 e que θ2 ≤ θ1 + 2π. Vamos determinar a área limitada pelas retas θ1 e θ2 e pela curva r = f(θ). Subdivida o intervalo [θ1,θ2] em subintervalos [θi , θi+1], θi+1 i = 1, …, n. Sejam αi e βi os pontos de máximo e de mínimo de f (αi , f(αi)) em cada intervalo [θi , θi+1], respectivamente. Note que a área Ai, θ2 Ai limitada pelas retas θ1 e θ2 e pela curva r = f(θ) está compreendida θi entre as áreas dos setores circulares de raios f(αi) e f(βi), ou seja: θ i +1 − θ i θ −θ ⋅ π f ( β i ) 2 ≤ Ai ≤ i +1 i ⋅ π f (α i ) 2 2π 2π (βi , f(βi)) θ1 Somando estas áreas, obtemos: n n n 1 1 2 ⋅ f ( β ) ( θ − θ ) ≤ A ≤ ⋅ f (α i ) 2 (θ i +1 − θ i ) ∑ ∑ ∑ i i +1 i i i =1 2 i =1 i =1 2 Passando o limite quando n → ∞, obtemos: A= ∫ θ2 θ1 1 2 f (θ ) 2 dθ Exemplos: 1) Calcule a área limitada pelas curvas: a) r = cos 2θ b) r = 2(1 + cos θ) Solução: a) O esboço da curva está no exemplo anterior. Podemos ver que a área procurada é oito vezes a área da metade de uma pétala. Então: π A1 = ∫ 4 0 π 1 2 cos2 2θ dθ = ∫ 4 0 π ⎛ ⎞ 1 π4 1⎡ sen 4θ ⎤ 4 π 1 1 + cos 4θ ⎜ ⎟ 1 cos 4 d θ θ d θ θ = + = + ⎥ = . ⎢ 2⎜ ⎟ 2 4 ∫0 4⎣ 4 ⎦0 16 ⎝ ⎠ ( Portanto a área procurada é: A = 8 × π 16 = π 2 ) unidades de área. 3 b) A área da região limitada pelo cardióide será dada por: A= 2 1 [2(1 + cos θ )]2 dθ =2∫0 (1 + 2 cos θ + cos2 θ )dθ = ∫ 0 2 2π 2π 1 x −1 1 −1 −2 −3 2 3 4 5 2π ⎛ 1 + cos 2θ = 2 ∫ ⎜⎜1 + 2 cosθ + 0 2 ⎝ 2π ⎞ ⎟⎟dθ = ∫ 3 + 4 cosθ + cos 2θ dθ = 0 ⎠ ( ) 2π ⎡ sen 2θ ⎤ = ⎢3θ + 4 sen θ + ⎥ = 6π unidades de área. 2 ⎦0 ⎣ 2) Calcule a área entre as curvas r = 2a cos θ e r = 2a sen θ. Solução: Vamos inicialmente determinar a interseção entre as curvas: 2a cosθ = 2asenθ ⇒ cos θ = sen θ ⇒ θ = π . 4 2 θ = π/4 Assim, a área entre as curvas dadas será dada por: A= 2× 1 π 1 π4 2 2 ( ) 2 sen θ d θ = ∫04 4sen θ dθ = 2 ∫0 π π = ∫ 2(1 − cos 2θ )dθ = [2θ − sen2θ ]04 = 2 × 4 0 −1 π 4 r = 2sen t −1 = π 2 1 −1 − 1 u.a. 2 r = 2cos t 3) Calcule a área interior ao círculo r = 6 cos θ e exterior ao cardióide r = 2(1 + cos θ) 4) Calcule a área interior ao círculo r = 4 e exterior ao cardióide r = 4(1 − cos θ). 1.3 – Comprimento de Curvas Seja y = f(x) uma função derivável em [a, b], com f’ contínua. Vamos determinar o comprimento da curva y = f(x) no intervalo dado. A ideia é aproximar a curva por segmentos de reta e somar os comprimentos desses segmentos. Para isto, subdivida o intervalo [a, b] em subintervalos y y = f(x) [xi, xi+1], i = 1, …,n. Em cada subintervalo da subdivisão, escolha um ponto, digamos xi, e considere o ponto sobre a curva (xi , f(xi)). Temos que o comprimento de cada segmento de reta que liga os pontos (xi, f(xi)) e (xi, f(xi)) é dado por x 2 2 xi +1 − xi + f ( xi +1 ) − f ( xi ) (7) a b Do Teorema do Valor Médio, temos que: ( ) ( ) f ( xi +1 ) − f ( xi ) = f ' ( ci ) ⋅ ( xi +1 − xi ), Substituindo em (7), obtemos: (x ) ( − xi + f ' ( ci ) xi +1 − xi 2 i +1 = ) ) (1 + f ' ( c ) ) (x 2 = (x ci ∈ ( xi +1 − xi ) − xi (1 + f ' ( ci ) 2 ) 2 i +1 2 i i +1 − xi ) Somando estes comprimentos, temos: n ∑ i =1 Se tomarmos g ( x ) = ( (1 + f ' ( ci ) 2 ) xi +1 − xi ) 1 + f ' ( x ) 2 , temos a soma de Riemann da função g e passando o limite quando n → ∞, podemos definir, quando este limite existir, o comprimento da curva C, y = f(x), como sendo b C = ∫ 1 + f ' ( x ) 2 dx a Suponhamos que a curva seja dada na sua forma paramétrica x = f(t) e y = g(t), com t ∈ [a, b], f e g deriváveis, com derivadas contínuas. Repetindo o mesmo raciocínio anterior, obteremos que o comprimento C da curva será dado por b ∫a C = f ' ( t ) 2 + g' ( t ) 2 dt Observação: Sejam x = x( t ), y = y( t ), t ∈ [a , b ] funções deriváveis e t = t( x ) a função inversa de x = x( t ). Então y = y (t ( x )) ⇒ pois dy y ' (t ) dy y ' (t ) = y ' (t ).t ' ( x ) = ⇒ = dx x ' (t ) dx x ' (t ) dt 1 1 = t' ( x) = ⇒ dt = dx . Logo dx x ' (t ) x ' (t ) C=∫ b x ' (t ) 2 + y ' (t ) 2 dt a Suponhamos que a curva seja dada na forma polar, isto é, em coordenadas polares r = f(θ), θ ∈ [θ1, θ2], com f ' contínua. Sabemos que x = r cos θ x = f (θ ) cos θ ⇒ y = rsen θ y = f (θ ) sen θ Assim, x' (θ ) = f ' (θ ) cosθ − f (θ ) senθ e y ' (θ ) = f ' (θ ) senθ + f (θ ) cosθ . Logo, x ' (θ ) 2 = f ' (θ ) 2 cos 2 θ − 2 f (θ ) f ' (θ ) cosθsenθ + f (θ ) 2 sen 2θ y ' (θ ) 2 = f ' (θ ) 2 sen 2θ − 2 f (θ ) f ' (θ ) cosθsenθ + f (θ ) 2 cos 2 θ e x ' (θ ) 2 + y ' (θ ) 2 = f ' (θ ) 2 + f (θ ) 2 . Portanto, o comprimento C da curva r = f(θ), θ ∈ [θ1, θ2], será dado por C=∫ θ2 f ' (θ ) 2 + f (θ ) 2 dθ θ1 Exemplo: 1) Calcule o comprimento das curvas abaixo: 3 b) r = a) y = 1 ( x 2 + 2 ) 2 , 0 ≤ x ≤ 3 3 [ ] 2 , θ ∈ 0 , π3 cos θ c) x( t ) = e t cos t , y( t ) = e t sen t , 1 ≤ t ≤ 2 Solução: a) O comprimento C da curva dada será dado por: b C = ∫ 1 + f ' ( x ) 2 dx . a Temos que: ( () ) () 1 ( ( )) y = f ( x ) = 13 ( x 2 + 2) 2 ⇒ f ' x = 13 × 23 x 2 + 2 2 × 2 x ⇒ f ' x = x x 2 + 2 ⇒ f ' x 3 2 ( ) = x 2 x 2 + 2 . Logo, C=∫ 3 0 ( ) 1 + x x + 2 dx = ∫ 2 2 3 0 x + 2 x + 1dx = ∫ 4 2 3 0 (x + 1) dx = ∫ ( 2 2 b) O comprimento C da curva dada será dado por: C=∫ θ2 θ1 Temos que: f ' (θ ) 2 + f (θ ) 2 dθ . 3 0 ) 3 ⎛ x3 ⎞ x + 1 dx = ⎜ + x ⎟ = 12 u.c. ⎜ 3 ⎟ ⎝ ⎠0 2 () r= f θ = () 2 2 sen θ ⇒ f'θ = ⇒ r= f θ cos θ cos2 θ ( ( )) + ( f ' (θ )) 2 2 = 4 4 sen 2 θ 4 . + = 2 4 cos θ cos θ cos4 θ Logo, C=∫ π 3 0 ( π π 4 2 3 3 d θ = d θ = 2 sec 2 θ dθ = 2tgθ 4 2 ∫ ∫ 0 0 cos θ cos θ ) π 3 0 = 2 3 u.c. 1.9 – Volumes de Revolução Quando giramos uma região plana em torno de uma reta, obtemos um sólido, chamado sólido de revolução. A reta em torno da qual a região gira é chamada de eixo de revolução ou eixo de rotação. Por exemplo, quando giramos a região do plano limitada pelas retas y = 0, y = x e x = 4, em torno do eixo dos x, obtemos um sólido de revolução chamado de cone. Se girarmos o retângulo limitado pelas retas y = 3, y = 0, x = 0 e x = 1, em torno do eixo OY, obteremos um sólido de revolução, chamado de cilindro. Consideremos o seguinte problema: Seja R uma região do plano limitada pela curva y = f(x) e pelas retas x = a, x = b e y = 0. Vamos calcular o volume V do sólido de revolução S, obtido pela rotação de R, em torno do eixo OX. Suponhamos que f seja uma função contínua e não y y = f(x) negativa (f ≥ 0) em [a, b]. Considere uma subdivisão do intervalo [a, b], Ri a = x0 < x1 < …< xi < xi+1 < …< xn = b x Sejam Δxi = xi+1 − xi o comprimento de cada intervalo a x x b i i+1 [xi , xi+1], Ri o retângulo de base Δxi, cuja altura é f(ci), onde ci é um ponto qualquer do intervalo [xi , xi+1]. Quando giramos o retângulo Ri, em torno do eixo OX, obtemos um cilindro cujo volume é π [ f ( ci )]2 Δxi A soma dos volumes desses cilindros, n ∑ π [ f ( ci )]2 Δxi i =0 nos dá uma aproximação do volume do sólido S. Passando o limite quando n → ∞, podemos, se este limite existir, definir o volume V do sólido S, como sendo b V = ∫ π f ( x ) 2 dx . a Observações: 1) Suponha que a região R é limitada pelos gráficos das funções f(x), g(x) e pelas retas x = a e x = b. Admita que f(x) ≥ g(x), ∀ x ∈ [a, b]. Então o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno do eixo OX é V = ∫a π [ f ( x ) b 2 ] − g ( x ) 2 dx 2) Se, ao invés de girarmos em torno do eixo OX, girarmos em torno do eixo OY, teremos, neste caso, que o volume do sólido S será V = d ∫c πg( y ) 2 dy 3) Suponhamos que a rotação seja feita em torno de uma reta paralela ao eixo OX, de equação y = L. Neste caso, o volume do sólido S obtido será V = b ∫a π [ f ( x ) − L] 2 dx 4) Suponhamos que a rotação seja feita em torno de uma reta paralela ao eixo OY, de equação x = M. Neste caso, o volume do sólido S obtido será V = d ∫c π [g( y ) − M ] 2 dy Exemplos: 1) Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo OX, da região limitada pela curva y = x2 e pelas retas x = 1, x = 2 e y = 0. y Solução: O volume do sólido obtido pela rotação R em torno do eixo OX, é 4 dado por: y = x^2 b V = ∫ π f ( x ) 2 dx . 3 a 2 Observe que neste caso o raio de rotação é x2, conforme mostra figura ao lado. Então V = ∫ π (x 2 1 ) dx = π ∫ 2 2 2 1 2 ⎡x ⎤ ⎛ 2 1 ⎞ 31 x dx = π ⎢ ⎥ = π ⎜⎜ − ⎟⎟ = π u.v. ⎣ 5 ⎦1 ⎝ 5 5⎠ 5 5 5 R (x, x^2) 1 raio de rotação = x^2 x 5 4 1 x 2 3 4 5 −1 2) Calcule o volume do sólido obtido pela rotação, em torno do eixo OX, da região limitada pela curva y = sen x e pelas retas x = 0, x = π e y = 0. y Solução: O volume do sólido obtido pela rotação R em torno do eixo OX, é 4 dado por: b V = ∫ π f ( x ) 2 dx . 3 a Observe que neste caso o raio de rotação é (sen x)2, conforme mostra figura ao lado. Então π π π ⎛ 1 − cos 2 x ⎞ 1 sen 2 x ⎤ ⎡1 2 V = ∫ π (sen x ) dx = π ∫ ⎜ dx = π ⎢ x − = π 2u.v. ⎟ ⎥ 0 0 2 4 ⎦0 2 ⎝ ⎠ ⎣2 2 1 y = sen x raio de rotação = sen x x 0 1 x 2 3 pi 4 3) Determine o volume do sólido S gerado pela rotação da região R, em torno do eixo OX, onde R é limitada pelas curvas y = x2 e y = x + 2. Solução: 4) Encontre o volume do sólido S obtido pela rotação da região R, em torno do eixo OY, limitada pelas curvas y2 = 4x e x = 4. 5) Seja R a região do plano limitada pela curva y = x e pelas retas y = 0 e x = 4. Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno da reta y = -2. 6) Seja R a região do plano limitada pela curva y = x e pelas retas y = 0 e x = 4. Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno da reta x = -2. 7) Seja R a região do plano limitada pela curva y = x 3 e pelas retas y = 8 e x = 0. Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno do eixo OX. 8) Seja R a região do plano limitada pela curva y = x 2 − 4 x e pela reta y = 0. Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno do eixo OX. 5 9) Seja R a região do plano limitada pela curva y 2 = x e 2 y = x . Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno do eixo OY. 10) Seja R a região do plano limitada pela curva y = x 2 e pela reta y = 4. Calcule o volume do sólido S obtido pela rotação de R em torno de: a) y = 4; b) y = 5; c) x = 2. 11) Calcule o volume de um cone de altura H e raio R. 12) Calcule o volume de uma esfera de raio R.