Endocardite Bacteriana (EB) em Paciente Adulto Portador de Comunicação Interventricular (CIV) Lopes,MAVF1; Torres,BC1; Pansera,FC1; Reis,GFB1; Tanios,RT1 1Irmandade Introdução EB é a infecção do endocárdio, podendo envolver valvas ou defeito septal. Os agentes mais comuns são: Estafilococcus, Estreptococcus e Enterococcus. Sua epidemiologia encontra-se em transição, atualmente menos comum em valvulopatias reumatológicas, cardiopatias cianóticas congênitas e mais comum nos cuidados de saúde e nosocomial. O diagnóstico através dos critérios de Duke e os sintomas mais comuns são febre (90%) e sopro cardíaco (85%). O ecocardiograma é essencial para a visualização de vegetações e complicações. A CIV é uma das doenças cardíacas congênitas mais comuns isolada ou como componente sindrômico, geralmente corrigida na infância. Alterações estruturais e funcionais pela CIV aumentam o risco para EB. O tratamento empírico deve ser iniciado após coleta de hemocultura e de acordo com os fatores de risco, posteriormente guiado pelo antibiograma. Materiais e Métodos Revisão de prontuário e literatura. Santa Casa da Misericórdia de Santos – SP. Objetivo Relatar caso de EB em paciente adulto portador de CIV no Hospital Santa Casa da Misericóridia de Santos – SP. Descrição do caso AFC, masc., 21 anos, antecedente CIV assintomática, internado por febre intermitente, emagrecimento de 10kg em 6 meses, náuseas, inapetência e sudorese há 30 dias. Em regular estado geral, hipocorado 2+/4, desidratado +/4+, acianótico, orientado, dentes em mal estado de conservação, sopro holossístólico 4+/6 pancardíaco, traube ocupado. Ecodopplercardiograma transesofágico evidenciou vegetações em valva mitral, tricúspide e na CIV. Iniciado Ceftriaxone, Amicacina e Oxacilina (D5), alterada para Vancomicina e SMZ/TMP (D42) após hemocultura com S.haemolyticus resistente a oxacilina (MIC >2). Evoluiu com choque séptico e ICC, necessitando de cuidados em terapia intensiva, sem condições cirúrgicas até estabilização. No 48º DIH foi submetido a ventriculoseptoplastia e valvuloplastia tricúspide. Recebeu alta no 46º PO em bom estado geral, assintomático. Discussão A EB associada a CIV tem baixa incidência e mesmo após correção cirúrgica seu risco é de aproximadamente 6%. Neste relato a CIV de grande extensão não corrigida até a idade adulta foi fator predisponente para a EB e o diagnóstico tardio contribuiu para a gravidade do caso. Conclusão O diagnóstico precoce da CIV e sua correção são essenciais para melhor prognóstico. O conjunto de tratamento clínico, terapia intensiva e cirúrgico resultaram em desfecho clínico favorável. Referências HOEN, B.. Epidemiology and antibiotic treatment of infective endocarditis: an update. Heart, [s.l.], v. 92, n. 11, p. 1694-1700, 1 nov. 2006. BMJ. DOI: 10.1136/hrt.2005.072595. FILIPPO, Sylvie di. Prophylaxis of infective endocarditis in patients with congenital heart disease in the context of recent modified guidelines. Archives Of Cardiovascular Diseases, [s.l.], v. 105, n. 8-9, p.454-460, ago. 2012. Elsevier BV. DOI: 10.1016/j.acvd.2012.02.011.