ENDOCARDITE INFECCIOSA EM CRIANÇAS: ANÁLISE DE CASOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA PARA CIRURGIA CARDÍACA NO PERÍODO DE 2006 A 2012. Aluno: Luciana Almenara da Silva Pereira Colaboradores: FUNADESP Orientador: Cristiane da Cruz Lamas Curso / Instituição de Ensino Superior: Medicina/ UNIGRANRIO. Introdução A endocardite infecciosa (EI) é infrequente em pediatria, porém cursa com altas taxas de morbidade e mortalidade. Objetivos Analisar os episódios de EI em crianças internadas no Instituto Nacional de Cardiologia (INC), buscando fatores de risco para aquisição desta infecção. Material e Métodos Estudo prospectivo e consecutivamente utilizando as fichas padronizadas do International Collaboration on Endocarditis (ICE). Foram incluídas crianças com até 18 anos de idade com EI. Os dados foram compilados em planilha do Excel. Análise estatística descritiva e teste de proporções (chi-quadrado e correções) foi realizada pelo StatCalc, EpiInfo, CDC. Resultados Foram incluídos 43 episódios de EI,divididos em dois grupos: grupo A (idade < 1 ano) e grupo B (idade ≥1 ano). O grupo A (gA) tinha 15 crianças. O grupo B (gB), 25 crianças. Havia cardiopatia congênita em 30/40 (75%) crianças 15/15 do gA e 15/25(60%) do gB (p=0,001, RR=1,87, IC 1,32 a 2,64), valvulopatia reumática em nenhuma do gpA e em 6/25 do gB. Fatores de risco estudados foram cateter vascular profundo antes do episódio de EI 27/43 (62 %), 15/15 do gA e 12/28(43%) do gB (p=0,007, RR=2,33, IC 1,52 a 3,58), cirurgia cardíaca prévia em 24/43 (55 %), 13/15(87%) gA e 11/28 (39%) do gB (p=0,008, OR=10,05, IC 1,62 a 80). A aquisição foi considerada hospitalar em 26/43 (60 %), 15/15 gA e 11/28 (39%) do gB (p=0,0003, RR=2,55, IC 1,614,03). O episódio de EI foi agudo em 35/43 (81 %), 15/15 do gA e 20/28 (71%) gB (p=0,02, RR=1,4, IC de 1,11 a 1,77). Staphylococcus aureus prevaleceu em 10/43. O ecocardiograma mostrou critérios maiores em 38/43 (88 %). O diagnóstico de EI foi definitivo em 31/43 (72%) das quais 5/15 (30%) gA e 26/28(93%) do gB (p=0,00007, OR=0,04, IC 0,0 a 0,28). A mortalidade foi de 8/15 no gA (53%) e 9/28 ( 32%) no gB, o que não foi estatisticamente significativo. Conclusões Crianças com endocardite e menores de 1 ano tiveram estatisticamente mais cardiopatia congênita, cirurgia cardíaca previa, cateter vascular profundo, aquisição hospitalar e apresentação aguda que aquelas com EI maiores que um ano. Referências Bibliográficas PEREIRA, Carla. Achados clínico-laboratoriais de uma série de casos com endocardite infecciosa.Jornal de Pediatria:Sociedade Brasileira de Pediatria,2003; 79(5);423-8. DAY, Michael. Characteristics of children hospitalized with infective endocarditis.Circulation - Journal of the American Heart Association, 2009; 119; 865870. MAROM, Daphna. Health-associated versus community-associated infective endocarditis in children.The Pediatric Infectious Disease Journal, 2011; 30; 585-588. ALSHAMMARY, Aisha. Pediatric infective endocarditis: Has Staphylococcus aureus overtaken viridans group streptococci as the predominant etiological agent? The Canadian journal of infectious disease & medical microbiology,2008;19 (1); 63-68. Bolsa de iniciação científica (IC): FUNADESP