IMUNOLOGIA 21/09/2007 Professor Luciano Parte 1 [Transcrito por Edilane Guerra] (Gente tinha muita bobagem e conversa nessa aula, incluindo histórias do passado, política, frustrações políticas,... aí eu vou tentei tirar. As coisas que prestam estão destacadas.bjãooooo turminha linda!). Quando se tenta enfocar o tema sistema imunológico, imunologia é comum vir à cabeça de quem está começando o sentido de defesa. Isso foi implantado em nossos conhecimentos pela escola americana, que instituiu um sistema de defesa do organismo. O sistema exerce função de defesa, mas antes ele exerce muito mais a função de homeostase, de adaptação. Ele primeiro faz uma adaptação dele ao organismo onde ele está contido e depois do organismos em que se encontra ao ambiente. Essa é a primordial função do sistema imunológico. Então, todos nós somos constituídos por partículas antigênicas. E antígeno não é tudo aquilo que é estranho ao organismo não, porque nossas células são antigênicas. Porque que nós rejeitamos transplantes? Porque que nós sofremos alguns acidentes em transfusões sanguíneas? Porque nós rejeitamos aqueles antígenos que no doador ele não rejeitava? Porque ele não rejeitava? Porque o nosso sistema imunológico passa por um processo de aprendizado, e ele aprende a tolerar a presença de nossos antígenos. Isso é fundamental para a vida. Porque nós não respondemos, normalmente, a nossos antígenos? Porque normalmente? Porque às vezes nós respondemos o que pode levar as doenças auto-imunes. Essa é a primeira grande mudança conceitual. Tudo na vida tem validade e nossas células também e já nascem com a programação de morte que é a apoptose. Quando chega o tempo de vida dela a apoptose é ativada e ela morre ela tendo exercido sua função ou não.Ela morre para que outra célula venha substituí-la. O que acontece algumas vezes é que esse processo pode ser acelerado, a apoptose pode ser ativada antes do tempo e nisso a imunologia tem importância. Outras vezes a apoptose é bloqueada e a célula torna-se imortalizada, imortalizada por processos biológicos. E isso acontece em processos malignos, em alguns tumores as células se imortalizam pela presença de algum ocogene, em alguns linfomas as células se imortalizam pela presença de um ocogene. Então, por processos biológicos elas se tornam imortais. Mas se você fizer uma radioterapia, o linfócito é radiosensível, ou uma quimioterapia o linfoma morre. Então, a principal mudança de conceito é esse: imunologia não é essencialmente defesa. Ele exerce defesa? Exerce. Quando há uma alteração no equilíbrio ou alteração na adaptação, aí ele é ativado para eliminar aquela causa, aquele agente que está causando desequilíbrio; seja a causa do meio ambiente, seja ela do organismo. Uma vez eliminada a causa do desequilíbrio, o próprio sistema imune tenta restaurar aquela área e o equilíbrio é restabelecido. A idéia que o sistema imunológico é de defesa veio através da história, se você for analisar a história da imunologia como uma ciência recente, porque seu grande desenvolvimento se deu da década de 50 para cá, foi quando se deu o grande desenvolvimento da imunologia, mas ela data de 1000 a.a.c., há dados históricos de 1000 a.a.c. dos chineses, quando eles observaram que se eles fizessem um pó da casca da ferida da varíola e inalassem, eles observaram que estariam isente de pegar essa doença. A história da imunologia foi toda baseada nos estudos de vacina, por isso ela é sempre associada a microbiologia, porque ela sempre estava associada a um vírus, a uma bactéria, a um parasito. Mas de 50 para cá, com a descoberta que poderia haver do que eles chamavam de (horror auto-tóxico)* e o que nos, hoje, chamamos de autotolerância é que a imunologia começou a crescer e veio crescendo em um desenvolvimento tão rápido que hoje em dia é muito maior que a microbiologia. Se você quer estudar qualquer doença, qualquer uma, a imunologia está no meio. * NÃO SEI SE ESTÁ CERTO! Parte 2 [Transcrito por Eduarda Tenório] Uma que eu pensei que não existisse envolvimento imunológico alguns anos atrás eram as doenças psíquicas e hoje eu estudo e trabalho sobre psico-neuro-imunologia. Então, em qualquer doença hoje em dia a imunologia está envolvida, daí a importância desse eixo neuro-imuno-endócrino, não tem nenhum sistema mais importante do que o outro, não existe isso, todos eles são extremamente importantes. Agora em termos de cooperação, em termos de integração esses são os mais importantes: o nervoso, o endócrino e o imunológico. A imunologia hoje é muito grande e no começo que era fácil de estudar porque era uma coisa pequena, hoje em dia é desafiador, por isso que a imunologia é gostosa, por isso que eu me entusiasmo demais quando estou estudando imunologia, porque todo dia ela me desafia. E o engraçado é que apesar de sermos da mesma espécie, nosso sistema imunológico se comporta de forma diferente. O seu organismo não responde igual ao dela, nem ao dele, nem ao do seu irmão. Então, como é que se dá essa adaptação? Como é que o sistema imunológico começa esse processo de adaptação? Começa na vida intra-uterina, quando ele começa a formar os chamados órgãos linfóides. Dentre as células da resposta imunológica existe as células que vão efetivar a resposta imunológica. Quem são essas células? São os linfócitos. Eles são importantes porque eles vão efetivar a resposta imunológica, são eles que vão fazer a resposta imunológica, são as células que têm competência imunológica, são imunocompetentes. Então, você começa a formar esses linfócitos, por eles apresentarem competência imunológica, eles precisam ser ensinados, ou selecionados, eles são selecionados pelos órgãos linfóides primários, onde nós podemos ser conhecidos não só pela identidade, pelo nome, pelo cpf, mas também pela nossa carga genética que é única, a nossa carga antigênica também é única. Então essa carga antigênica precisa ser apresentada aos linfócitos pra que eles possam apresentar ou não, ou demonstrar ou não sua capacidade de reagir com os antígenos. Se eles apresentam essa capacidade de reagir com esses antígenos precisam ser eliminados, por que precisam ser eliminados? Porque eles têm capacidade auto-reativa, isso levaria a doença autoimune e morte da pessoa, então eles precisam ser eliminados. Esse é o passo inicial do sistema imunológico, é selecionar esses linfócitos nos órgãos linfóides primários. Quem são os órgãos linfóides primários? São órgãos que produzem e amadurecem esses linfócitos e são: medula óssea, que produz e amadurece e o timo, que amadurece, o timo não produz, o timo amadurece. Desta dicotomia orgânica timo e medula óssea é que dá origem a clones linfocitários diferentes: linfócitos B(timo-independente) e linfócitos T(timo-dependente). O linfócito B não é dependente do baço como muita gente pensa, ele recebe esse nome linfócito B porque foi descoberto inicialmente nas aves e nas aves existe um órgão chamado bolsa de fabricius, junto da coacla da ave, e esse linfócito amadurece na bolsa de fabricius, nos mamíferos ele amadurece na própria medula óssea. Então essa dicotomia dá origem a duas subpopulações de linfócitos: linfócitos B e linfócitos T com mecanismos de ações completamente diferentes. O linfócito B vai ser responsável pela produção de anticorpos e o linfócito T vai ser responsável pelo mecanismo celular, pela facilitação de interação entre esses mecanismos. Então a ação dos dois é completamente diferente. Vocês vão ver isso com professora Célia quando ela for falar de imunidade. Pra que vocês tenham uma noção inicial: nós temos 2 tipos de imunidade: a imunidade inata que é aquela que você nasce com ela, independe de qualquer contato prévio, por exemplo, a pele é uma barreira a penetração de microorganismos, a mucosa, a fagocitose, tudo isso é inespecifico, qualquer processo que seja inespecifico faz parte da imunidade inata. Qualquer processo que seja especifico, ou seja, que seja ativado após o contato, faz parte da imunidade adaptativa. Veja o nome, adaptativa, primeiro ele tenta adaptar. Por que nós somos mais resistentes as infecções locais do que uma pessoa que chegou agora vindo da França? Ele é mais susceptível as doenças daqui, porque nós estamos em contato direto e o nosso organismo se adaptou. Então, são esses dois grandes tipos de imunidades: a imunidade inata e a imunidade adaptativa. Agora a imunidade adaptativa precisa dos linfócitos, como há duas grandes populações linfocitárias, nós dividimos essa imunidade adaptativa em imunidade humoral, que é aquela dos linfócitos B, que vai produzir anticorpos e imunidade celular, que é aquela do linfócito T, que depende do timo. Mas, se nós formos analisar antes, esses órgãos linfóides primários medula óssea e timo, nós vamos ver que nesses órgãos linfóides existe um elevado grau de apoptose, de destruição de células, que são células que têm competência para produzir uma resposta contra nossos próprios antígenos que estão sendo apresentados a eles aí. É chamada seleção positiva e seleção negativa. A seleção negativa pega aqueles linfócitos que têm uma capacidade auto-reativa e destroem, ativa a apoptose e a célula morre. A seleção positiva pega aqueles linfócitos que não têm nenhuma capacidade de formar uma resposta contra nossos antígenos e leva eles para o processo de maturação. Parte 3 [Transcrito por Érton] Tudo que está entre parenteses são comentários, ou como diria a professora de medicina social Resenhas a respeito da aula.Espero que esteja entendível a transcrição... Começa com Bruno Plácido perguntando se hoje já se sabe o mecanismo usado pelo sistema imunológico para saber se a célula é ou não uma célula normal.Ele responde que sim, que se sabe. Nós temos uma distribuição antigênica que nós recebemos através dos nossos pais, 50% materno e 50% paterno, a gente vai ver que isso é extremamente importante, o feto ser 50% estranho a mãe isso é que mantém a gestação. Nós recebemos essa carga através de antígenos que chamamos de complexo maior de histocompatibilidade e complexo menor de histocompatibilidade. Alguém faz uma pergunta que dessa vez não deu para escutar...ele responde: Vocês vão ouvir muito falar sobre o sistema HLA(Antígeno Leucocitário Humano) que são os antígenos de histocompatibilidade que faz parte do complexo maior de histocompatibilidade e vocês também vão ter o sistema ABO que faz parte do complexo menor de histocompatibilidade. Nós recebemos essa carga antigênica 50% é do nosso pai e 50% é da nossa mãe e nós temos que aprender a tolerar esses antígenos pois toda celula nuclear apresenta esse tipo de antígeno. Existe uma associação forte na expressão desses antígenos em algumas doenças.Vocês vão ver lá na reumatologia que existe associação entre HLA-B27 e espongilite equilosante, HLA-D23 e o lúpus eritematoso sistêmico.Ou seja, alguns desses antígenos que nós expressamos podem favorecer ao aparecimento de algumas doenças.Isso não quer dizer que toda pessoa que tem HLAB27 vai ter espongilite, não, 80% tem espongilite equilosante são HLA-B27 positivo 20% não são, então existe uma probabilidade maior de você desenvolver a doença.Mas vai ser também o antígeno expressado pelas células que vai determinar o tipo de resposta imune que será formado. Então toda célula nucleada vai apresentar esse antígeno e é importante que você passe a tolerar esse antígeno. E esse antígeno é então apresentado nas células especializadas dos órgãos linfóides primários e todo linfócito imaturo que tem a capacidade de reagir com esse antígeno tem sua apoptose ativada e essa célula morre, ou seja, uma seleção negativa, a seleção positiva ocorrerá com aquelas células que não apresentam a capacidade de reagir com esse antígeno e que através de hormônios o organismo fará com que ela se prolifere. Aí ela começa a aumentar o número dessas células começa a sofrer um processo de maturação processo que só será terminado na presença do antígeno quando ele for estimulado para uma resposta específica já no órgão linfóide secundário mas esses linfócitos não terão capacidade auto-reativa. E porque eles produzem uma resposta imunológica?!? Ou porque existe doença auto-imune?!? (Ele pega a bolsa de uma das meninas e começa a perguntar a outra menina o que há dentro =P, começa então a dizer que mulher é bicho besta homem apaixonado é um idiota... fala da história da pedra mijada, defecada... =P Ele faz então uma analogia entre a bolsa e órgãos que escondem antígenos.) Existem órgãos que escondem antígenos são os chamados antígenos órgão específicos o que chamávamos antigamente de antígenos seqüestrados. Niegjon faz uma pergunta que foi difícil entender tendo em vista a complexidade de entender tal indivíduo falando in natura imaginem in gravation, mas que questionava a possibilidade de haver a seleção positiva de um linfócito que apresente resposta autoreativa após a presença de determinado antígeno...Luciano responde que sim e que veremos isso melhor quando estudarmos doenças autoimunes e que isso é apenas uma teoria e que ainda não há comprovação de tal teoria.Ele fala que também a a possibilidade não da célula ser multiplicada de cara, mas sim bloqueada e que após algum tempo pode ocorrer uma mutação fazendo com que a célula volte a se reproduzir (isso explica, o fato de vc poder desenvolver doenças autoimunes depois de algum tempo de vida já... tipo doença autoimune que aparece num adulto que fora uma criança normal =D) O timo ao contrário dos outros órgãos ao terceiro ano de vida ele começa a involuir, começa a atrofiar, começa a perder função. Aos trinta anos ele é um órgão atrofiado ( ele indica nos visitas ao sistema de verificação de óbito (SVO) pois fala que é lá que aprenderíamos medicina de verdade, diferente do IML que só chega morte não natural) “Cuide bem do seu Umbigo, pois você só tem Um. Se tivesse Dois, seria Doisbigo!” Bons estudos...Se houver como ser bom tal coisa =P Parte 4 [Transcrito por Etiene] Agressão não.. toda ação tem uma reação igual em sentido contrário... Falou sobre a importância da necropsia... O timo ele atrofia, isso não quer dizer que lê perdeu função não, ele não exista mais não. Ele existe, tem função ainda extremamente reduzida. Se você pegar uma criança, essa criança é mais susceptível a doenças infecciosas do que uma pessoa numa faixa etária mais mediana porque seu sistema imunológico ainda está em processo de maturação. O idoso é mais susceptível a doenças infecciosas porque o seu sistema imunológico está gasto. Ele já tem um déficit por uso. Como uso se a medula continua produzindo anticorpos dele? Mas o timo não. O timo ele deixa um déficit de linfócito aqui.E isso leva a uma menor resistência a doenças infecciosas. Erton pergunta: E no caso de pessoas que tem que tirar o timo fora. A pessoa teria um déficit muito grande de anticorpos... Luciano (professor) responde: sim... Por exemplo, na minha geração todo mundo tirava as amídalas, amídala é um órgão linfóide secundário de armazenamento de linfócitos, importante para proteger a mucosa, mas quando você perde uma a outra substitui. Quando o timo involui, perde sua função, quem é que passa a fazer o papel de suporte do timo? É a célula central da resposta imunológica. Quem é a célula central da resposta imunológica? É o macrófago. Macrófago é a célula apresentadora de antígeno. O macrófago funciona como um “corta jaca”, só que ele é indiscreto, primeiro ele fagocita o antígeno, depois ele vai selecionar os sítios ativos, os determinantes antigênicos, as moléculas ativas. A distribuição antigênica desta célula fagocitada vai jogar na superfície e vai apresentar o linfócito. Ao mesmo tempo em que ele apresenta o linfócito, ele envia mediadores que estimulam o linfócito a reagir com aquele antígeno. Daí se dá a imunidade adaptativa. Só que o macrófago não produz células, ele usa as células já produzidas anteriormente. Ele usa o estoque que você fez de células. E toda vez que ele estimula uma célula, esta célula se divide dando origem a duas células novas. Só que este estoque é esgotável, por isso existe no idoso esta baixa de imunidade. Porque o estoque está baixo, já vem sendo utilizado. Por isso que o idoso é mais susceptível a doenças infecciosas pelo gasto do sistema imunológico. Pergunta: A apoptose continua normal? (acho que foi isso) Resposta: Continua. A gente vai ver que o linfócito T precisa do linfócito B também. Quando você tem uma deficiência celular, uma deficiência de linfócito T, existem doenças por imunodeficiência e a gente vai ver isso. Quando você tem deficiência em um lado da resposta imunológica, ela repercute no outro, porque existe uma interação entre elas. E a beleza da resposta imunológica é isso é a integração de células. O macrófago é uma célula fagocitária, mas o que atrai ele? Vocês vão estudar inflamação, por exemplo. Numa inflamação aguda, a primeira célula que chega no meio inflamatório é o neutrófilo. E porque o neutrófilo é o primeiro a chegar? Porque é o primeiro a ser convidado. E porque é o primeiro a ser convidado? Porque o fator quimiotático que atrai ele é o primeiro a ser ativado, que é o sistema complemento que é inespecífico. Numa inflamação aguda se caracteriza por um filtrado neutrafílico, polimórficos nucleares e isto é imunidade inata. Uma inflamação crônica já são células mononucleadas, linfócitos e macrófagos, aí já faz parte da imunidade celular. O linfócito T que envia medidores que atrai os linfócitos B. A beleza da resposta imunológica é que você não tem um lado agindo sozinho não, existe toda uma interação. Quando você tem um déficit de uma repercute na outra. Pergunta: .... Resposta: HLA – antígeno leucocitário humano. Parte 5 [Transcrito por Everton] ...A, B C e D. Tá certo? Quem? Quem? Quem? Vocês vão aprender a me chamar de Luciano... Diga! Mariana Arruda pergunta: Esse HLA ele recebe só do pai e da mãe ou... Resposta: É, 50 % paterno e 50% materno. Seu irmão é diferente de você. Por que a HLA dele é diferente? Por que ele recebeu... existe uma... genética. Eu entendo quase nada de genética e tenho curiosidade menor ainda de estudar genética. Tá certo? Mas eu sei que é importante. Então, você recebe do seu pai e da sua mãe, existe um cruzamento, tá certo? Entre os alelos, tá certo? Paternos e maternos pra gerar você. Então sua carga gênica é diferente do seu irmão, só se você encontrar alguém igual a você ou gêmeo univitelino ou é mais fácil você encontrar um agulha num palheiro do que encontrar alguém igual a você. Então o que é que acontece? A... Toda célula nucleada tem a presença desse antígeno e uma das grandes importâncias da expressão desse antígeno é a apresentação do antígeno ai linfócito, o próprio linfócito pode apresentar antígeno pro outro. Isso determina o tipo de resposta inume que vai ser feita. Pos exemplo, se o antígeno vier apresentado para o linfócito junto com o HLA de classe 1, que são esses três A, B e C, você vai ter uma resposta citotóxica, se vier de classe 2, você vai ter uma resposta amplificadora. Alguma pergunta. O macrófago ele fagocita o antígeno... a bactéria, fagocita uma bactéria, quebra essa bactéria em seqüências de aminoácidos, que nos vamos chamar de epítopos. E acopla essa seqüência de aminoácidos a um desses marcadores HLA, A, B, C ou D e joga na superfície da membrana celular pra apresentar o antígeno ai linfócito. O linfócito precisa... o B não! O B nem tanto, mas o linfócito T é totalmente dependente do macrófago pra sua estimulação. Se o macrófago não responde... e para reconhecimento além desse corpo estranho, reconhecimento de uma dessas moléculas, certo? De HLA. Então eu tenho, por exemplo, o linfócito T, ele pode ter o receptor chamado CD4 e o outro receptor CD8. CD4 é o linfócito que é auxiliar, qual é a função dele? Ampliar a resposta imunológica, facilitar a interação entra células, certo? Então ele é CD4 positivo, ele vai reagir com o antígeno HLA D, ele só reconhece antígeno HLA D. O CD8 ele é citotóxico, pense num cara bruto! Que chega lá e dá porrada, ele é o CD8, ele é citotóxico, ele vai reconhecer o de classe 1. Dependendo de como a forma que o antígeno é apresentado é que determina o tipo de resposta que será formado. Pergunta: Pode ter as duas respostas? Pode! E tem, e tem as três. Tanto CD4, CD8 quanto linfócito B. Ele sai apresentando, o linfócito... Nós vimos uma resposta primaria... Então timo e medula a evolução química se da por apoptose, tá certo? E é importante que exista essa apostose porque existe uma diferença muito grande, organicamente falando em termos de se a morte é por apoptose ou por citólise. Alguma pergunta. Quando o timo... o macrófago, em geral, chamada célula apresentadora de antígeno. Célula macrofágica. Então, por exemplo, no cérebro, tem a micróglia, no fígado, células de kupfer (!?!?), na pele, células de Langerhans, todas com a mesma origem, tá certo? Macrófago alveolar, tudo a mesma origem. O monócito do sangue, tudo igual, o que é que ela faz? Pega um antígeno, por exemplo, o antígeno entra pela pele, certo? E a infecção entrou pela pele, lá tem as células de Langerhans, ela vai reconhecer aquele corpo estranho e como é que ela reconhece um corpo estranho? O que não apresentar ao antígeno compatibilidade é estranho. Não apresentou os antígenos com compatibilidade que ele reconhece como próprio, é estranho. Então, por exemplo, uma bactéria não apresenta, então é corpo estranho. O que é que ela vai fazer? Ela vai pegar esse antígeno, aprisionar esse antígeno, essa célula migra para o vaso linfático, (alguma aluna entra na sala: OOOIIII!! Tudo beeemm!? Faz que olha, vaaii!) Tá certo? Ela migra para o vaso linfático, do vaso linfático ele então é levado, para o gânglio. Quem joga bola em rua , quem pula muro pra roubar goiaba no quintal alheio, quem já sofreu algum trauma, algum corte, alguma coisa, por exemplo, na perna, alguns dias apareceu o que agente chama de íngua, aquilo nada mais é um gânglio linfático que tá recebendo toda aquela carga antigênica. O que é que acontece? A célula começa então a apresentar... ali é a casa do linfócito, o órgão linfóide é a casa do linfócito. Então, ali eu encontro um acúmulo muito grande de linfócitos. Então ele sai apresentando o antígeno, expondo antígeno para os linfócitos e sai estimulando a resposta. Quando estimula uma célula, ela se multiplica em duas, dá duas células, e começa a sintetizar proteínas. Então, claro, aquele órgão tende a crescer, aumentar de tamanho, ficar dolorido, que ali tá sendo ativado a resposta imunológica. Então você pode apalpar, tá certo? Então essa é a função disso e o que é que acontece com isso? Ele renova a população de células, sai renovando a população de células, dando uma durabilidade maior a presença do linfócito T. Por quê? O tempo de vida médio de um linfócito não chega a um mês, depois de um mês a apoptose é ativada, quer ele tenha agido ou não, daí a importância da renovação. A medula óssea tá sempre produzindo linfócito, certo? Como o timo involui, ele fica sem fazer linfócito B, mas o T não, o T tende a cair, tende a diminuir com o passar do tempo. Pergunta !?!? Não não não... agente chama porque consegue apalpar, quando houver... o organismo é todo distribuído de folículos de linfócitos, por exemplo, no estômago tem as placas de payer, um acumulo de linfócitos, tá certo? Então existem órgãos... agente vai ver isso em transplante, vou fazer sobre transplante... Existem órgãos que tem os chamados linfócitos residentes, eles não circulam, eles chegam ali e não saem dali. Pergunta !?!? Existe... Não, ai veja bem, não tem nada a ver com a involução tímica e a doença auto imune, pode ter involução tímica com algumas inumo deficiências, ta certo? Existe a deficiência muito comum... dois tipos de deficiência, a primária e uma deficiência secundária. A imuno deficiência primaria é aquela que você nasce com ela, por exemplo, você não tem o timo, aplasia tímica, tá certo? Então seu tempo de vida vai ser curto... Parte 6 [Transcrito por Mendonça] ... você tem uma deficiência na fagocitose. Você fagocita, mas não destrói a bactéria. E como aquela célula (bactéria, eu acho) vai cair na corrente sanguínea, você vai morrer. Dois anos de vida, é o tempo de vida máximo que você vai ter, pois vai acabar morrendo de septicemia. Isso é uma imunodeficiência primária, você nasceu com ela. Existe também a imunodeficiência secundária, como é o caso da AIDS. Você adquiriu aquela imunodeficiência. A imunodeficiência primária aconteceu muito em criança, por exemplo, toda criança passa por uma fase, entre o terceiro e o sexto mês de vida, chamada de imunodeficiência transitória da criança. Quando a criança nasce, ela nasce com um nível alto de anticorpos, que a mãe deu a ela, pela barreira placentária. Ela já nasce com capacidade de formar anticorpos, mas como existe uma imaturidade imunológica, ela produz muito pouco anticorpo. Essa pequena quantidade de anticorpo endogenamente produzida não é suficiente para lhe dar uma imunidade, então entre o terceiro e o sexto mês de vida, a criança gripa muito facilmente, adoece muito facilmente. Outra imunodeficiência relativamente comum nas crianças é a imunodeficiência seletiva de IgA. Ela forma todos os outros anticorpos, mas não forma IgA, apesar de depois ela recuperar essa formação de IgA. Doença autoimune, por sua vez, é outra coisa. Pode ser, por exemplo, dada por um estímulo do meio ambiente. Como? Por exemplo: Você tem amigdalite. Streptococcos Beta-hemolítico do grupo A. Isso pode desenvolver para uma febre reumática. Infecção bacteriana. Você vai formar anticorpos contra a bactéria, esta vai apresentar uma seqüência de aminoácidos, reconhecida pelo anticorpo, que é igual a uma própria. Por exemplo: os streptococcos com o músculo cardíaco, são parecidos, daí a cardite reumática. Ou ainda, você formou anticorpos contra o streptococcos, e este liberou toxinas, as streptolisinas, que são destruidoras de células. Você precisa formar anticorpos contra essas toxinas, pra neutralizá-las, mas elas são solúveis, na corrente sanguínea. Vai surgir o que a gente chama de imunocomplexo circulante, que pode induzir a nefrite reumática ou nefrite pós-strepticócica (acho que é assim que se escreve : P). Isso tudo é doença autoimune. Outros exemplos: você tem infecção viral, e forma anticorpos contra o vírus, que aliás, anticorpos contra vírus adiantam muito pouco. É muito mais linfócito T, contra vírus e contra câncer. Algumas vezes você tem uma produção muito grande de anticorpos, e uma quantidade muito pequena de antígenos. Você fica então com muito anticorpo livre, que tem um prazo de validade de 28 dias. Você tem que neutralizar esse anticorpo. É normal, é fisiológico, muitas vezes, forma-se anticorpo contra o excesso de anticorpo livre. Isso pode levar à artrite reumatóide, que é uma doença autoimune. Pergunta (acho que foi de Elaine, mas não escutei nada) Resposta: Pra responder a essa pergunta, tenho que voltar pro começo da aula, quando estávamos falando de adaptação. Existem dois tipos de imunidade: a inata e a adaptativa. A imunidade inata ela é específica (acho que ele se confundiu na palavra aqui), é ela que mata. A imunidade específica usa ela pra matar. Nós pensamos que nós somos inteligentes, mas as bactérias são mais do que nós. Elas apresentam maneiras de fugir do nosso sistema imunológico, chamado mimetismo molecular. Elas imitam células próprias. Chegam a produzir substâncias extremamente parecidas com os hormônios humanos e a apresentarem na sua superfície receptores para hormônios humanos. Ela passa despercebida. Vamos pegar uma doença do nosso meio: a esquistossomose. Todas as lesões apresentas por um paciente com esquistossomose é devido à resposta contra o ovo do verme. O verme fica lá inteiro, porque ele se envolve de proteínas endógenas. O sistema imunológico passa ali e só vê o que é próprio. Tanto que a medicação não mata o verme, ela é extremamente tóxica, porque ela vai destruir a proteínas própria. Quem mata o verme é a resposta imunológica que agora pode identificá-lo. Qual a importância disso? O verme é grande. Ele fica preso pela ventosa, se ele morrer, ele se solta e pode embolizar lá na frente. Na resposta imunológica, ele começa a ser comido vivo. As células fagocitárias ficam lá, dentro dele (?), comendo ele. E como é que o vírus foge da resposta imunológica? Entrando na célula própria. E vai infectar as células vizinhas através dos desmossomos, ela não pro espaço extracelular. Pergunta: Elaine de novo, mas não dá pra escutar : / Resposta: Veja bem, apesar, nós temos N bactérias formando a flora normal. Como é que nós não respondemos? Qual seu grupo sanguíneo, meu amor? O né? Por que você tem anticorpo A e anticorpo B? Já fez transfusão sanguínea? Não? Já deu a luz? Não? E como é possível? Quando você nasceu não tinha esses anticorpos, tampouco recebeu da mãe. Você os formou. E contra quem? Contra essas bactérias da flora normal. Elas apresentam semelhanças antigênicas com esses grupos sanguíneos. Se você é do grupo O, forma anti-A e anti-B, se é do grupo A, forma anti-B, se é do B forma anti-A. São chamados anticorpos naturais, são sempre da classe IgM. Por isso que não há incompatibilidade materno-fetal pelo grupo sanguíneo, só pelo Rh, porque no Rh você forma anticorpo imune, que é o IgG, que passa pela barreira placentária. Agora, quando você está estressada, o que acontece? Baixa a resposta imunológica. Aí a bactéria que tá lá (na flora), que é oportunista, se aproveita, começando, assim, a desenvolver a doença. Quando você restaura a imunidade, ela desaparece. A candidíase mucocutânea é um exemplo disso.