Visualização do documento IMUNOLOGIA VETERINÁRIA.doc (222 KB) Baixar IMUNOLOGIA VETERINÁRIA Imunologia Introdução: 2000 AC – Egito – Registros históricos de graves epidemias; Crenças – espíritos, demônios ou influências místicas; Velho testamento – livros históricos que relatam a ocorrência de pestes (lepra); OBS: Como não havia conhecimento das causas das doenças (os antígenos) nem do sistema imune, as relacionavam com castigo por terem cometido pecados, ou seja, era vontade divina. Quando ocorria a cura da doença, acreditava-se que haviam sido perdoados daquele pecado. Tucides – Atenas, 430 AC – foi o primeiro estudioso que começou a questionar o por quê de alguns morrerem e outros se curarem da mesma doença; A importância do conceito de doença infecciosa: doença clinicamente manifesta, do homem ou dos animais, resultante de uma infeção; 1798 – Edward Jenner – considerado o pai da imunologia. Constatou que as pessoas que trabalhavam com bovinos não contraiam a varíola grave, que causava morte. Contraiam uma varíola mais branda, que não causava grandes problemas. Constatou que existiam dois agentes infecciosos: a varíola bovina (branda) e a humana (grave). Inoculando o vírus da varíola bovina em humanos, eles desenvolviam anticorpos contra os dois tipos de varíola. Com isso, se contraíssem o antígeno da varíola humana, não desenvolviam a doença, pois estavam imunes. Era um tipo de vacina. 200 anos após esse experimento, conseguiu-se a erradicação da varíola; 1880 – Louis Pasteur – vacinas atenuadas: anti-cólera e anti-rábica. Inoculando um vírus atenuado (enfraquecido, velho, ou morto) o organismo não contrai a doença e desenvolve anticorpos; 1890 – estudos sobre os anticorpos; 1895 – descobriu-se que a fagocitose é muito aumentada pela imunização; 1899 – descobriu-se que a lise das células pelos anticorpos requer a cooperação de fatores séricos denominados Complemento. O Sistema Imune É uma organização de células e moléculas com funções especializadas na defesa contra as infeções. Existem dois tipos de imunidade: 1. Natural ou Inata: já nasce com o indivíduo e permanece por toda a vida. É composta por barreiras físico, químico ou biológicas (pele, mucosa, pH, flora bacteriana), por fatores solúveis (sistema complemento – promovem a lise das bactérias, proteínas que provocam essa lise – citocinas (surgem com o aparecimento de antígenos, são proteínas, hormônios, produzidos pelo sistema imune) e por células (neutrófilos, macrófagos, natural killers). 2. Adaptativa ou Específica: depende do aparecimento de um antígeno – vírus, bactéria, etc. Precisa de um estímulo, de um agente agressor que desencadeie uma resposta. Confere imunidade específica contra a reinfeção por um mesmo microrganismo. Parte dessa resposta envolve a indução de anticorpos (imunoglobulinas). Os anticorpos presentes no indivíduo refletem diretamente as infeções as quais ele foi exposto. Na imunidade natural, não é necessária a exposição prévia a um microrganismo, como ocorre na adaptativa, onde os anticorpos só são produzidos após a infeção. Estes anticorpos são específicos para o microrganismo infectante. Tanto a imunidade inata como as respostas adaptativas dependem da atividade dos leucócitos. Barreiras Físicoquímicas Moléculas Circulantes Células Mediadores Solúveis Ativos em outras Células Natural Pele, membranas, mucosas Adquirida Sistemas imunes cutâneos e de mucosas. Anticorpos nas secreções mucosas Anticorpos Linfócitos Complemento Fagócitos (macrófagos, neutrófilos), células NK Citocinas derivadas de Citocinas derivadas de macrófagos como os IFN- linfócitos como o IFN-y a e IFN-b Células do Sistema Imune A maturação (desenvolvimento) das células do sangue possui duas origens: Progenitora Mielóide e Progenitora Linfóide. Ambas se originam de células indiferenciadas. 1. Progenitora Mielóide: se originam da medula óssea – megacariócitos (plaquetas), CPU eritróide (hemácias), CPU dos basófilos (basófilos) e CPU dos eosinófilos (eosinófilos), que compõem os agranulócitos, e CPU dos granulócitos (neutrófilos e monócitos). 2. Progenitora Linfóide: se originam do Timo – linfócitos T; ou da medula óssea – linfócitos B. Tipos de Respostas Imunes Adaptativas 1. Resposta Imune Humoral: mediada por moléculas do sangue, responsável pelo reconhecimento específico de antígenos. Estas moléculas são chamadas de anticorpos, mediadas por linfócitos B (anticorpos contra antígenos extra-celulares). 2. Resposta Imune Celular: mediada por linfócitos T (anticorpos contra microrganismos intracelulares). A célula T citotóxica provoca a lise da célula infectada. OBS: Os anticorpos sempre iniciam seus efeitos biológicos pela ligação com antígenos. Os antígenos podem ser bactérias extra-celulares (resposta humoral), micróbios intracelulares em um macrófago (resposta celular), vírus intracelular replicando-se no interior de uma célula infectada (resposta celular). Mecanismos dos Anticorpos 1. Neutralizam o antígeno (se ligam a estes antígenos impedindo sua entrada na célula). São fagocitados por macrófagos. 2. Opsonização – aumentam a fagocitose destes antígenos ligados a anticorpos. 3. Ativação do complemento – aumenta a fagocitose de antígenos ligados a proteínas do complemento e anticorpos. Características Fundamentais das Respostas Imunes 1. Especificidade: as respostas imunes são específicas para antígenos distintos; 2. Diversidade: distintas especificidades antigênicas; 3. Memória: capacidade de indução de memória imunológica; 4. Auto-regulação: 5. Discriminação entre o próprio e o não próprio: tolerância aos self-antígenos – reconhecem antígenos estranhos e não os próprios do organismo. Fases das Respostas Imunitárias Específicas 1. Fase Cognitiva: reconhece o antígeno e se multiplica (proliferação) – apresentação do antígeno; 2. Fase de Ativação: ocorre a diferenciação, a ativação e auto-estimulação de sua multiplicação; 3. Fase Efetora: eliminação das bactérias. OBS: Hipótese da Seleção Clonal – a fase de ativação é uma fase clonal, onde clones das células originárias da fase cognitiva (específicas) são produzidos e proliferam. Antígenos – qualquer substância que pode ser especificamente ligada por uma molécula de anticorpo, ou seja, moléculas reconhecidas por receptores de linfócitos. Antígenos capazes de induzir respostas imunes são chamados de Imunógenos. Fase de Latência – é o período que leva para que o antígeno inoculado pela primeira vez apresente uma resposta de anticorpos do organismo. Em uma segunda inoculação, essa resposta é quase imediata, graças as células de memória, que reconhecem o antígeno e apresentam seus anticorpos. Isso ocorre porque, ao ser inoculado pela primeira vez, o organismo precisa identificar o antígeno e desenvolver anticorpos para combatê-lo, o que leva algum tempo. CD – Cluster Designation Number – Clube de Designação, ou grupo de designação (GD). Imunofenotipagem – marcação celular; caracterização das células sangüíneas; identificação de subtipos de linfócitos (receptores CD8, CD4, CD3). Através dessas moléculas (receptores) ocorrem as interações (reconhecimento) entre as células e os antígenos e as outras moléculas. OBS: O CD8, ou T citotóxico, é importantíssimo nas infeções virais. Resposta Imune Inata Hematopoiese É a formação das células do sangue. Todas se originam da medula óssea e se dividem em Precursora Mielóide e Precursora Linfóide (são duas linhagens diferentes). Via de entrada de patógenos Vias aéreas (gotículas inaladas); Trato gastrointestinal (água ou alimentos contaminados); Trato reprodutivo (contato físico); Epitélio externo (contato físico, ferimentos ou arranhões, picadas de insetos). Quando patógenos penetram pela pele, a imunidade inata entra em ação através de células fagocíticas. Se não for suficiente para eliminar o fagócito, entra em ação a imunidade adquirida. Barreiras contra a infeção Mecânicas: células epiteliais unidas por junções fortes; fluxo longitudinal de ar ou de fluidos através do epitélio (espirro); movimento de muco pelos cílios do epitélio respiratório. Químicas: ácidos graxos (pele); enzimas (lisozima – saliva, suor, lágrimas; pepsina – intestino); pH baixo (estômago); peptídeos antibacterianos; defensinas (pele, intestino); criptidinas (intestino). Microbiológicas: a flora normal compete por nutrientes com a flora patogênica. Células Macrófagos: apresentadores de antígenos. São mononucleares. Responsáveis pela produção de citocinas, pela lise dos antígenos fagocitados e pela produção de APC. Possuem os mesmos grânulos que os neutrófilos. Os macrófagos se originam dos monócitos, encontrados no sangue periférico (não há macrófagos no sangue periférico, só monócitos). Nos ossos os macrófagos são chamados de osteoclastos; nos pulmões de macrófago alveolar; no fígado de células de Kupfer; no tecido conjuntivo de histiócitos; e no cérebro de micróglia. Neutrófilos: são os mais comumente encontrados, correspondem a 95% dos fagócitos circulantes. Natural Killers (NK): citotoxidade celular; atividade LAK; exocitose de grânulos citotóxicos; produção de citocinas. Se localizam no sangue, baço e no útero de fêmeas grávidas. Eosinófilos: diminuem a resposta inflamatória; liberam histamina (mediador químico); morte de parasitas. Mastócitos: liberação de grânulos como a histamina. Fagocitose Há a ingestão de um antígeno, formando um fagossoma. Os grânulos do fagócito se unem com o fagossoma e formam o fagolisossoma, degradando a partícula. Nos grânulos se encontram lisossomas (enzimas). Os lisossomas se dividem em grânulos primários e secundários. Os grânulos primários são: defensinas (matam bactérias grampositivas), mieloperoxidase (explosão respiratória), hidrolases neutra e ácida (degradam produtos bacterianos) e lisozima. Os grânulos secundários são: também a lisozima (destrói a parede celular das bactérias), lactoferrina (liga-se ao ferro sendo competidora, faz com que sobre menos ferro para se ligar aos patógenos) e colagenase. OBS: Quimiotaxia – faz com que os macrófagos migrem para o local infectado. Órgãos Linfóides Centrais ou Primários São aqueles em que os linfócitos se originam e ficam maduros. Local onde os linfócitos auto-reativos (que reagem contra seus próprios antígenos – proteínas) são suprimidos ou inativados. Medula óssea e, nas aves, bolsa cloacal ou bursa de Fabrícius (linfócitos B), Timo (linfócitos T). Periféricos ou Secundários Locais onde os linfócitos maduros respondem aos antígenos estranhos. Locais onde se iniciam as respostas adaptativas: linfonodos, baço, tonsilas. Timo Possui cortical e medular. Na cortical encontramos os timócitos, que são células imaturas, que não possuem os receptores de linfócitos (CDs) nem os marcadores de antígenos (antigênicos). Na medular já encontramos timócitos expressando marcadores e receptores. A partir de então são encaminhados para os órgãos periféricos. Periféricos: Linfonodos – localizam-se nos epitélios, mucosa dos tratos gastrointestinal, respiratório, tecido conjuntivo. Funções: coleta de antígenos estranhos; as células do linfonodo pesquisam a presença de material antigênico estranho. É nos linfonodos onde se iniciam as respostas dos linfócitos aos antígenos protéicos originados na linfa. Baço – se localiza no quadrante superior esquerdo do abdome. Funções: Poupa Vermelha – eliminação de eritrócitos velhos; importante filtro para o sangue. Macrófagos presentes na polpa vermelha são responsáveis pela eliminação de substâncias estranhas, mesmo na ausência de respostas imunes adaptativas. Poupa Branca – constituída por linfócitos B e T. O baço é o principal local de respostas imunes a antígenos originados no sangue. Tonsilas – palatinas, linguais e faríngeas. Apêndice Cecal – localizam-se na porção inicial do cólon. Placas de Peyer – localizam-se no intestino delgado. OBS: Células dendridicas são células fagocíticas, muito importantes nas respostas imunes adaptativas. Originam-se na medula óssea e migram para os órgãos periféricos. As células apresentadoras de antígenos, após processarem o antígeno, o apresentam aos linfócitos (dentro dos linfonodos), os ativando. Os linfócitos passam pela fase clonal e passam a ser efetores, capazes de eliminar o antígeno. Além disso, passam a ser células de memória imunológica, pois guardam a informação sobre esse antígeno. Doença de Gumboro É transmitida por um vírus (Birnavirus) da família Birnaviridae. É um vírus RNA (os vírus podem ser do tipo RNA ou DNA – ou possuem RNA ou DNA, nunca os dois). Possui quatro proteínas: VP1, VP2, VP3 e VP4. ... Arquivo da conta: Cunik23 Outros arquivos desta pasta: Acupuntura Veterinária - Aula 1 - Introdução.pdf (15674 KB) Sonia Hirsch - Os Gatos.pdf (981 KB) o segredo dos gatos.pdf (563 KB) Astrocats signos de seu gato.pdf (17145 KB) Odontologia Veterinária em Cães e Gatos.pdf (8896 KB) Outros arquivos desta conta: 1º ESTÁGIO 2º ESTÁGIO 3º ESTÁGIO Cães Gatos Relatar se os regulamentos foram violados Página inicial Contacta-nos Ajuda Opções Termos e condições Política de privacidade Reportar abuso Copyright © 2012 Minhateca.com.br