Mecanismos da interação antígeno-anticorpo em uma resposta primária célula-T mediada* Sidinéia Barrozo Departamento de Matemática, FC, UNESP, 17033-360, Bauru, SP E-mail: [email protected] Hyun Mo Yang DMA, IMECC, UNICAMP, CP: 6065, Cep 13081-970, Campinas, SP E-mail: [email protected]. Os mecanismos de ação das células linfocitárias T, mediante a presença de um antígeno (qualquer substância capaz de provocar uma resposta imunológica) no organismo, é essencial para a produção de anticorpos, os quais são essenciais no combate a patógenos circulantes na corrente sanguínea ou intra-celulares. Apresentamos neste trabalho um modelo matemático que estuda os mecanismos de produção de anticorpos pelas células B, mediante a presença de um antígeno no organismo e mediada pela ação das células T, bem como a ação dos anticorpos sobre este antígeno. O modelo é composto por um sistema de equações diferenciais ordinárias não lineares de primeira ordem, o qual descreve a dinâmica da interação das células B e T do sistema imune entre si e com o antígeno. O estudo das soluções de equilíbrio estacionário mostra a existência de uma região de parâmetros onde podem existir três soluções de equilíbrio biologicamente viáveis, sendo duas estáveis, as quais representam, respectivamente, a ausência de antígeno (solução trivial) e a co-existência com células do sistema imunológico (solução nãotrivial, próxima da capacidade de suporte), e uma intermediária instável, denominada breaking point [3]. Fora desta região, existe apenas a solução trivial, a única biologicamente viável. Isso evidencia a forte dependência da resposta do sistema imunológico com a concentração inicial de antígenos inoculados no que se refere à eficácia, ou não, do sistema imunológico debelar o micro_________________ *Apoio financeiro CNPq organismo, o que está de acordo com o observado na prática. Todas estas regiões de atratores dos pontos de equilíbrio dependem dos parâmetros do modelo. A análise destas bacias atratoras apontam quais são os parâmetros mais relevantes para que a ação do sistema imunológico seja eficaz. O estudo da estabilidade da solução trivial foi feito analiticamente, enquanto as soluções não-triviais (co-existência de antígeno com as células do sistema imunológico), quanto a existência e estabilidade, foram estudadas numericamente, devido à sua complexidade algébrica. Referências [1] Barrozo, S., Yang, H. M. e Dezotti, C. H., Uma Abordagem Matemática em Imunologia em " Matemática Aplicada à Fisiologia " (H. M. Yang, R. Sampaio e A. S. Ranga, eds.) pp. 93117, SBMAC, São Carlos, 2003. [2] Edelstein-Keshet, L., "Mathematical Models in Biology", Random House, New York, 1987. [3] May, R. M., Togetherness Among Schistosome: Its Effecgts on the Dynamics of the Infection, Math. Biosc. , 35 (1977) 301-343. [4] Oprea, M. e Perelson, A. S. , Exploring the machanisms of primary antibody responses to T-cell dependent antigens, J. Theor. Biol., 181 (1996) 215-236. [5] Perelson, A. S. e Nelson, P. W., Mathematical analysis of HIV-I dynamics in vivo, Society for Industrial and Applied Mathematics, 41 (1999) 3-44.