iv – mecanismos gerais de ações dos fármacos

Propaganda
FARMACODINÂMICA
I – CONCEITO
A Farmacodinâmica estuda quantitativamente
os efeitos da droga sobre os sistemas biológicos e,
quando possível, seu mecanismo de ação.
As investigações farmacodinâmicas pesquisam especialmente:



efeitos adversos potenciais;
tecidos particularmente atingidos;
sistemas metabólicos de interesse em cada problema.
A Farmacodinâmica das drogas depende de todos os aspectos
que envolvam seu uso, por isso o percurso da droga no organismo
pode ser subdividido em três fases:
 farmacêutica (forma farmacêutica de apresentação);
 farmacocinética;
 farmacodinâmica.
II – TIPOS DE AÇÕES GERAIS DAS DROGAS
As drogas não criam funções nos órgãos ou
sistemas sobre o qual atuam, apenas modificam as
funções já existentes.
1
AS AÇÕES DAS DROGAS são classificadas em CINCO TIPOS
GERAIS:
 Estimulação: Aumentando a atividade das células
atingidas.
 Depressão: Diminuindo a atividade das células
atingidas.
 Irritação: A droga atua sobre a nutrição, crescimento
ou morfologia dos tecidos vivos.
 Reposição: Na reposição ou terapêutica de
substituição, usam-se substâncias naturais ou sintéticas
que estejam em déficit.
 Antiinfecção: As drogas antiinfecciosas se destinam à
destruição ou neutralização de organismos patógenos,
como bactérias, fungos, vírus, protozoários, etc.
Ainda sobre os tipos gerais de ação das drogas, encontram-se as
seguintes expressões:
2
 Ação local ou tópica: quando exercida no ponto de
aplicação;
 Ação geral ou sistêmica: quando a droga se distribui por
todo organismo e age em diversos órgãos;
 Ações primárias e secundárias;
 Ações reversíveis e irreversíveis;
 Ação eletiva ou seletiva: quando a droga age
predominantemente em determinado órgão, apesar de distribuída
por todo organismo;
 Farmacopexia: Indica eletividade na deposição ou acúmulo
da droga em determinado tecido, mesmo que não atue
obrigatoriamente nele.
3
III – DERTERMINANTES DAS AÇÕES E EFEITOS DAS DROGAS
Uma grande fonte de variabilidade da
resposta à droga está representada pelos fatores
determinantes das ações e efeitos das drogas.
1. FATORES MECANICISTAS
1.a) De administração da droga: via e método de
administração; dose e regime posológico; forma
farmacêutica.
1.b) De disposição da droga: distribuição; metabolismo;
excreção.
1.c) Da farmacodinâmica: concentração da droga na
biofase; interação droga-receptor; efeitos competitivos;
mecanismo de ação; efeitos sobre a química corpórea;
toxicologia.
1.d) Fatores clínicos: variáveis ambientais; efeitos
psicológicos; falta de precisão no diagnóstico; doença
simultânea; recaídas; interação entre drogas; erros nos
ensaios clínicos das drogas.
4
2. FATORES FISIOLÓGICOS
O grande grupo de fatores fisiológicos inclui:
a) Raça
b) Sexo
c) Idade
d) Peso e superfície corpóreos
e) pH urinário
f) Taxa de fluxo urinário
g) Gravidez
h) Menopausa
i)
Posição do corpo (relativo à hipotensão postural ou
ortostática)
j) Atividade física
k) Estado nutricional
l)
Estados patológicos
m) Cronofarmacologia (relativo ao ciclo circadiano)
n) Efeitos placebos
5
IV – MECANISMOS GERAIS DE AÇÕES DOS FÁRMACOS
1. AÇÃO INESPECÍFICA
A ação de fármacos estruturalmente inespecíficos não
decorre de sua interação com receptores específicos, e sim, de
suas propriedades físico-químicas (grau de ionização,
solubilidade, tensão superficial e atividade termodinâmica).
2. AÇÃO ESPECÍFICA
Fármacos estruturalmente específicos têm sua ação
resultante da ligação a receptores específicos.
ELES PODEM ATUAR POR UM DOS SEGUINTES
MECANISMOS:
2.1- AÇÃO SOBRE ENZIMAS: Os fármacos que atuam
sobre enzimas podem ativar, inibir ou reativá-las.

 Ativação de enzimas: Os fármacos que podem fornecer íons
inorgânicos atuam por mecanismos de ativação de sistemas
enzimáticos de duas maneiras:
(a) o íon pode interagir com um inibidor da enzima e assim
impedir que este a inative;
(b)
o íon pode interagir diretamente com a enzima e alterar-lhe a
conformação e a carga no sentido de ativá-la.
6
Outros tipos de fármacos aumentam a atividade enzimática
através de um mecanismo de adaptação.


Inibição de enzimas:
Lesão bioquímica é como se designa o efeito produzido
por um inibidor.
Refere-se a qualquer deslocamento de metabolismo
causado por agentes que atuam diretamente sobre sistemas
metabólicos.
ESQUEMA DO CONCEITO CLÁSSICO DE INIBIÇÃO ENZIMÁTICA
Antimetabólito A
Inibição
Enzima A
Metabólito A


Metabólito B
Reativação de enzimas:
Quando uma enzima inibida por um fármaco específico
pode ser reativada por um outro que desloque o inibidor do
seu centro ativo.
7
– ANTAGONISMO:
 Antagonismo químico – O antagonista inativa o
agonista interagindo quimicamente com ele.
 Antagonismo funcional – Ocorre entre dois agonistas
que atuam sobre o mesmo sistema enzimático, mas em
sentidos opostos no desencadeamento de determinada
resposta celular.
 Antagonismo fisiológico – Ocorre entre dois agonistas
que não são antagonistas verdadeiros (não se antagonizam
reciprocamente) atuam sobre sistemas enzimáticos
diferentes, produzindo efeitos opostos que se equilibram.
 Antagonismo farmacológico – Ocorre entre o agonista e
seu antagonista, sendo que o segundo reduz ou impede o
efeito causado pelo primeiro.
(a) Competitivo
atuação do agonista e do
antagonista sobre o mesmo sítio de ação – receptor;
(b) Não competitivo
atuação do agonista sobre o
receptor e do antagonista sobre outro sítio da membrana
relacionado ao receptor.
 Antagonismo metabólico – O antagonista é um análogo
estrutural do metabólito e inibe sua ação competindo com o
mesmo receptor celular.
8
– SUPRESSÃO DA FUNÇÃO GÊNICA:
Muitos fármacos atuam como supressores da função
gênica. A supressão gênica pode efetuar-se em diversas
etapas da síntese protéica:
(a)
inibidores da biossíntese dos ácidos nucléicos;
(b)
inibidores da síntese protéica.
– AÇÃO SOBRE MEMBRANAS:
Vários fármacos exercem sua ação atuando sobre
membranas celulares, principalmente por um dos dois
mecanismos gerais:
(a) Alteração da estrutura da membrana: agentes antisépticos causam alteração na permeabilidade da membrana
plasmática de agentes bacterianos.
(b) Interferência nos sistemas de transporte da
membrana: Alguns fármacos devem sua ação à interferência
com mecanismos de transporte através das membranas
celulares.
9
RECEPTORES FARMACOLÓGICOS E SEUS SISTEMAS
EFETORES
A intercomunicação celular é essencial para regulação de
processos metabólicos, controle de crescimento, diferenciação
celular, integração fisiológica e respostas farmacológicas.
Os receptores são co-responsáveis pela maioria das
respostas fisiológicas e farmacológicas do organismo.
Essa intercomunicação ocorre através do acoplamento de
moléculas sinalizadoras também chamadas ligantes a outra
molécula específica, denominada receptor.
O complexo ligante-receptor irá ativar ou inativar os
sistemas efetores dos receptores envolvidos, com conseqüente
resposta celular.
Os sistemas efetores dos receptores incluem:

 Efetores de receptores superficiais – localizados na
membrana plasmática:

Canais iônicos;

Enzimas: adenil ciclase, guanilil ciclase, fosfolipases A2
e C, tirosina cinase;

 Efetores de receptores citosólicos e nucleares:
10

Transcrição gênica.
Os receptores desempenham funções:
1. Reconhecem seus ligantes dentre todas as demais
substâncias que circulam no organismo;
2. Acoplam-se aos seus ligantes com elevada afinidade;
3. Atuam como transdutores, isto é, transformam uma
modalidade de sinal extracelular em outra modalidade de
sinal intracelular;
4. Determinam as relações entre dose ou concentração da
droga e efeitos farmacológicos;
5. São responsáveis pela seletividade das ações das
drogas;
6. Determinam as ações dos agonistas e antagonistas.
11
Download