- Relação familiar influencia no perfil do indivíduo No segundo dia do evento, a psicanalista e psicóloga do NEPAD, Ivone Panckzek, falou da relação familiar. Para ela, a mãe precisa ser facilitadora, pois a adaptação da criança na escola depende disso. “Normalmente a criança não fica feliz, pois se culpa ao pensar que a mãe não vai gostar de saber que ela está se saindo bem”, disse ela. Segundo a psicanalista, os pacientes usuários possuem a fala da independência. “Em alguns casos eles somem, dizem não precisar de ninguém, mas isso é uma defesa. Eles têm pavor de serem sufocados ou abandonados”, ressaltou ela. Outras questões foram debatidas, tais como: Porque é na adolescência que se instala o uso de drogas, assim como a anorexia nervosa, e a depressão?; Para o adolescente viver bem a adolescência precisa se “separar” dos pais?; Onde entra o espaço para a droga?; entre outras. De acordo com Ivone, a droga é um objeto de consumo que causa um prazer imediato. “A sociedade de consumo é atraída e sente necessidade de completar os vazios. A mídia mostra isso diariamente, faz apelo ao consumo”, disse ela. Em alguns momentos, a droga passa a ser justificativa do fracasso e para aqueles que não tem projeto de vida resta se drogar. Segundo relatos de usuários, a cola tira a sensação de fome e aquece. “A população é tão desassistida e desamparada que a droga passa a ser uma saída para isso. Ela vem no lugar da solidão e da rejeição, acalenta, dá um prazer momentâneo, mas em seguida vem a depressão”, acrescentou. Para ela, muitos adultos para justificar seus fracassos profissionais e afetivos começam a se drogar, mas chega um momento do paciente, que passa pelo tratamento, perceber que a droga faz mal. Segundo Freud, a droga é uma solução química para algumas questões.