ARTIGO Nutrição na Gestação 6 tos que não provoquem mais formação ácida, como alimentos muito ácidos e gordura. Um pouco de ácido, até melhora o quadro de enjoo, mas pouco, como por exemplo água com uma rodela de limão, ou uma fruta fresca. No segundo trimestre os nutrientes importantes para ser suplementados são a vitamina C — a substância age na formação do colágeno, que compõe pele, vasos sanguíneos, ossos e cartilagem, aumenta a absorção do ferro e fortalece o sistema imunológico; o magnésio — o mineral favorece a formação e o crescimento dos tecidos do corpo, a vitamina B6 — importante para o crescimento e o ganho de peso do feto, e auxilia na prevenção da depressão pós-parto e o ferro — é essencial na produção de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio pelo sangue. Ele ainda previne anemias que podem acometer tanto o bebê quanto a mãe. A deficiência de ferro está relacionada com o aumento da prematuridade e morte perinatal, além de alterações no sistema imune e prejuízos no crescimento e desenvolvimento do bebê. Os alimentos ricos nesses nutrientes são: carne bovina magra, peixes, frutos do mar, aves, fígado, leguminosas e hortaliças verdes folhosas. Alimentos rico em vitamina C auxiliam na melhor absorção do ferro. Dica: consumir uma laranja após as refeições como almoço e jantar. No terceiro trimestre a atenção maior está no nutriente cálcio — por conta de seu papel na formação óssea do bebê, o mineral é nutriente obrigatório na dieta da futura mãe. Sua deficiência pode provocar cáries, cãibras e unhas quebradiças. Outra função especial do cálcio é auxiliar a produção de leite após o parto. Ele ajuda ainda no processo de coagulação do sangue e na boa manutenção da pressão sanguínea, dos batimentos cardíacos e das contrações musculares. Mas vale uma dica: evite consumir fontes de ferro e cálcio juntas, como carne e leite, pois um nutriente atrapalha a absorção do outro. Regras gerais para a alimentação da Gestante: Combinar a alimentação de forma equilibrada com todos os grupos alimentares: grupo das proteínas (leite e derivados, carne, ovos, leguminosas e oleaginosas), grupo dos carboidratos (arroz, pães, cerais e massas) e grupo das vitaminas e minerais (hortaliças, legumes e frutas) APM - Regional Piracicaba - Maio 2015 - Consumir folhas cruas em forma de saladas, temperada com limão; - Consumir pelo menos uma vez ao dia grãos de feijão, lentilha, grão de bico ou ervilhas; - Consumir de 3 a 4 tipos de frutas ao longo do dia, em forma de suco ou ao natural; - Ingerir pelo menos 1 litro e meio de água durante o dia; - Evitar excessos de gorduras e açúcares; - Comer devagar, mastigando bem os alimentos; - Fracionar a dieta, fazendo no mínimo 5 refeições diárias em horários regulares; - Aumentar a ingestão de fibras através do uso de cascas, bagaços, sementes de frutas e verduras cruas; - Consumir bastante líquido ao longo do dia, entretanto, deve-se evitar o consumo de líquidos durante as refeições que tiverem um maior volume de alimentos; - Evitar o consumo de bebidas alcoólicas (pois afetam o desenvolvimento do feto); - Evitar o excesso que é predisponentes à formação de gases, como grãos, repolho, couve flor, refrigerantes; - Não sentar ou deitar logo após as refeições. Simone Ometto Nutricionista com Especialização Clínica e Mestre em Ciências (USP) Nutricionista da Medicina Preventiva - UNIMED PIRACICABA Foto Arquivo Pessoal Os nutrientes são os maiores responsáveis pela formação, desenvolvimento e crescimento do bebê, e pela manutenção da saúde materna, assim a alimentação saudável e equilibrada pode ser considerada um rico investimento que se pode fazer no período gestacional. Mas não é preciso comer por dois, a necessidade calórica aumenta no período gestacional, em apenas 300 Kcal. Espera-se um ganho de peso em média, durante todo período de 9 à 12 quilos, avaliados e acompanhados individualmente pelo médico e nutricionista. Como se trata de um período em que a única fonte de nutrição do bebê é a mãe, as escolhas alimentares desta interferem diretamente na saúde do bebê não apenas no período intra-uterino, mas ao longo de toda a vida dele. Por exemplo, quando a mãe consome alimentos ricos em gorduras e açúcares e pobres em vitaminas, minerais e proteínas, a probabilidade do bebê nascer com peso acima do normal e desenvolver obesidade ao longo da sua vida é muito grande, podendo interferir inclusive na preferência deste por alimentos ricos em açúcar. No período total da gravidez, a gestante pode e deve comer todos os grupos alimentares que existem, mas sem excessos e buscar alimentos sempre fresquinhos e naturais. Exemplos: carnes magras, frutas, hortaliças, arroz ou massas, feijão ou outro grão como lentilha e dois copos de leite ou iogurte por dia. Existem nutrientes que devem ser suplementados ao longo do período gestacional devido a maior necessidade. O nutriente que deve ser suplementados durante o primeiro trimestre é o ácido fólico (ou vitamina B) — sua ingestão previne defeitos na formação do tubo neural do feto (estrutura que dará origem ao cérebro e à medula espinhal). É necessário a suplementação, porque o consumo de ácido fólico nem sempre é suficiente apenas por meio da alimentação. Os alimentos ricos em ácido fólico são: hortaliças folhosas verdes, leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha, lentilha), carne bovina magra e germe de trigo. Nesse período é comum sintomas de enjoo, por isso a gestante deve dividir ao máximo suas refeições, fazendo então, várias e pequenas refeições durante o dia, evitando o jejum prolongado, e dar preferência a alimen-